Como regenerar a natureza da espécie humana?

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Por WESLLEY ROQUE PALOMBARINI

Karl Marx e Friedrich Engels escreveram o “Manifesto Comunista” para o século XX, e “A Ideologia Alemã” para o século XXI

1.

Em toda a história da filosofia ocidental (Platão, Aristóteles, Descartes, Espinoza, Kant, Hegel), atribuiu-se à razão a responsabilidade de organizar as relações sociopolíticas para se conquistar a harmonia e a liberdade coletiva.

Nesta tradição, Max Horkheimer, no livro Eclipse da razão, afirma que não apenas o conceito de razão têm recebido tratamento ideológico, concebendo-o segundo a noção de “razão instrumental”, como “razão objetiva – economia política comunitária, imanente à sociedade civil, está bloqueada pela ascensão de movimentos fascistas derivados das relações capitalistas que formam indivíduos alienados e reificados, isto é, seres corrompidos em sua natureza e essência, e que somente a teoria crítica permitiria o esclarecimento sobre as condições ideológicas de dominação. (HORKHEIMER, 2015).

A psicoantropologia fascista, embora contenha germes antigos (Discurso da servidão voluntária, de Étienne de da Boétie), apresentou-se como problema humanitário no século XX, levantando a questão (incipiente para a geração de Marx e Engels) sobre as condições imanentes e determinantes da estrutura de personalidade desse tipo de humano.

A ascensão de movimentos neofascistas e a formação em larga escala de personalidades psicóticas (assassinato coletivo por vingança pelo que se formaram) é apenas a consequência necessária da reprodução das relações capitalistas em seu estágio mais desenvolvido, onde o nível de alienação da espécie com a natureza e consigo mesma engendra desumanidade e desagregação pessoal, familiar, econômica, social e política.

A energia vital corrompida é liberada em afetos destrutivos de si e da humanidade, e a capacidade racional do humano torna-se instrumento comandado pela libido frustrada e odienta e pelos afetos negativos (inveja, soberba, vaidade, covardia, avareza, luxúria, ira etc.,), fazendo da violência, da guerra e do genocídio atos de revolta pela frustração, ressentimento e complexos psicológicos gerados pela desordem e pela desumanização da qual foram vítimas.

Infelizmente os paradigmas pseudocientíficos modernos permanecem em sono profundo com narrativas ideológicas sobre questões muito distantes dos problemas reais, ou seja, qual é a base fundamental da ontologia humana e como conquistar a liberdade humana global?

A ideologia pós-moderna, disseminada em todos os campos das ciências humanas retomou a metafísica no plano teórico, com conceitos abstratos sem lastro nenhum com a realidade concreta, inventados para “causar impacto imediato” (“rizoma”, “identidade”, etc.), fazendo do paradigma ontológico e da finalidade da história simples questão de escolha, ou de “perspectivismo”. Os mecanismos de resistência recalcam a história de 2,5 milhões de anos do processo de humanização não apenas do humano, mas de todas as espécies de hominíneos.[i]

2.

No campo intelectual erigido pela sociedade capitalista (bem diferente da geração de Marx e Engels, contexto de autonomia do campo intelectual), os acadêmicos e pensadores defensores do paradigma filosófico-científico marxista comprometem-se apenas em explicar as condições estruturais que determinam o estado presente de dominação das classes dominantes sobre os povos, assim como o movimento histórico de conservação e transformação das condições geradas pelo passado (chegam no final da festa), sem nenhuma proposta real e eficiente de atualização teórica sobre o estatuto da ciência transformadora e sua função de contribuir com a libertação popular e o desenvolvimento integral do humano.

Além disso, se apropriam da teoria revolucionária a partir de suas categorias substancializadas e gerais, tais como “proletariado”, “classes sociais”, “Estado”, revestindo-as com o método positivista, buscando leis pseudocientíficas (sociológicas ou políticas) que visam apenas explicar ou descrever como a classe dominante usa seus instrumentos de poder para conservar o sistema que lhes favorece.

Com isso, instrumentalizam toda a ciência crítica e transformadora como apenas um paradigma sociológico com potencial de “explicar” a realidade social, que é o interesse do profissional da educação no interior das instituições burguesas. O tratamento positivista e abstrato que se faz do materialismo histórico e dialético perde de vista o real “objeto” de interesse, que não é a classe, o Estado, o gênero, a sexualidade, a etnia, mas os indivíduos e as famílias unidas em amores mútuos (amor intelectual e pessoal, filial e parental), torno de um projeto de libertação coletiva através do trabalho associado e da propriedade coletiva da terra!

O programa filosófico de Hegel a respeito do indivíduo racional, ético e livre e a lógica de movimento processual das transformações históricas, rumo à liberdade absoluta,[ii] ganhou fundamento científico verdadeiro com Marx e Engels, fazendo avançar a cultura global com o mais alto grau de filosofia-científica que a histórica humana foi capaz de produzir.

Com o “método materialista histórico e dialético”, temos instrumento teórico potente e eficiente para analisar o sentido e o significado dos objetos e o nível ontológico de humanização das pessoas e das família,[iii] por meio do modo de produção existencial (forças produtivas e relações de produção), e da compreensão das múltiplas determinações concretas que fundamentam a o primeiro motor do movimento histórico e dialético (lógica dos opostos) entre as partes (indivíduos e famílias) e o todo (cidade e a natureza).

O resultado é um diagnóstico das possíveis condições de liberdade presentes nas tendências dialeticamente positivas e o nível psicocultural das pessoas e das famílias de determinado povo, o que nos permite entender o processo histórico e determinar conscientemente o futuro.

O grau de poder que a população em processo de libertação econômica pelo trabalho associado e apropriação coletiva da terra alcançar em relação aos aparatos estruturais do Estado dependerá do estágio em que ela estiver no projeto de capacitação das forças produtivas e das relações de produção autodeterminadas pelos indivíduos e pelas famílias organizadas.

3.

No entanto, a filosofia da prática contida no Manifesto Comunista orientou a ação imediata dos despossuídos para o controle do poder estatal, necessário para conter o avanço do sistema econômico político que tende a destruir a humanidade e o planeta com sua lógica compulsiva pelo lucro e dominação dos povos.

A história se fez majestosa e mostrou na realidade concreta que o sistema capitalista engendra em seu movimento dialético seres corrompidos, isto é, que contradizem na prática o que pensam teoricamente, de modo que um “Stalin” pode se tornar um ditador, ou um “Kautsky” se tornar um ideólogo oportunista, ou “operários indignados e críticos” tornarem-se traidores do movimento revolucionário.

E, além disso, concluímos que a social-democracia em sua meta de humanizar o capitalismo, desumanizou os humanos, produzindo benefícios e melhorias para o consumo enquanto enfraquecia a psicoantropologia existencial de um povo já alienado e neurótico. Como afirmou o discípulo de Álvaro V. Pinto, a formação psicopedagógica que não for libertária transformará o oprimido em opressor.

O resultado, como se percebe claramente, principalmente em países europeus, é não apenas o amortecimento da luta e a conservação do sistema que se dizia combater, mas também a formação de uma massa de indivíduos pequeno burgueses alienados, frustrados e odientos com inúmeros transtornos psicológicos e sem sentido existencial. Em meio aos novos fatos apresentados pelo movimento histórico, filósofos e cientistas se debruçaram sobre a ontologia humana e a história para descobrirem qual a natureza e essência humana e o que podemos nos tornar em determinadas condições?

Se antes a proposta era conscientizar e organizar a classe trabalhadora cuja ideologia burguesa impedia a ação revolucionária, depois de Wilhem Reich, György Lukács e Álvaro Vieira Pinto, o dilema passa a ser outro. Como regenerar a natureza material/total da espécie – (biopsicossocial), isto é, a comunidade de indivíduos e famílias organizadas em relações produtivas racionais, por isso éticas, com sentido existencial de autodeterminação em busca da perfectibilidade pessoal e da espécie?

Para fins de esclarecimento a respeito do assunto, vale a pena retomar, apesar de longas, duas citações do livro A ideologia alemã, a respeito da concepção de realidade concreta como fundamento da existência humana e a causa primeira de qualquer processo revolucionário:

“A forma das trocas, condicionada pelas forças de produção existentes em todas as fases históricas que precedem a nossa e por sua vez as condiciona, e a sociedade civil, que, como já se depreende pelo que foi dito antes, tem por condição previa e base fundamental a família simples e a família composta, o que se chama de clã, cujas definições mais precisas já foram dadas anteriormente. Já é evidente, portanto, que essa sociedade civil é a verdadeira sede, o verdadeiro palco de toda a história e vemos a que ponto a concepção passada da história era um absurdo que omitia as relações reais e se limitava aos grandes e retumbantes acontecimentos históricos e políticos. A sociedade civil compreende o conjunto das relações materiais dos indivíduos dentro de um estágio determinado de desenvolvimento das forças produtivas. Compreende o conjunto da vida comercial e industrial de um estágio e ultrapassa, por isso mesmo, o Estado e a nação, embora deva, por outro lado, afirmar-se no exterior como nacionalidade e organizar-se no interior como Estado (…)”.

“A transformação das forças pessoais (relações) em forças materiais causada pela divisão do trabalho não pode ser abolida pelo fator de se extirpar do cérebro essa representação geral, mas sim unicamente se os indivíduos subjugarem de novo essas forças materiais e abolirem a divisão do trabalho. Isso não é possível sem a comunidade. E somente na comunidade [com outros] que cada indivíduo possui os meios de desenvolver suas faculdades em todos os sentidos; e somente na comunidade que a liberdade pessoal é possível. Nos sucedâneos de comunidades que até agora existiram, no Estado etc., a liberdade pessoal só existia para os indivíduos que se tinham desenvolvido nas condições da classe dominante e só na medida em que eram indivíduos dessa classe. A comunidade aparente, que os indivíduos tinham até então constituído, tomou sempre uma existência independente em relação a eles e, ao mesmo tempo, pelo fato de representar a união de uma classe em face de outra, ela representava não somente uma comunidade completamente ilusória para a classe dominada, mas também uma nova cadeia. Na comunidade real, os indivíduos adquirem sua liberdade simultaneamente com sua associação, graças a essa associação e nela” (Marx & Engels, A ideologia alemã, 1998, p. 33 e 93).

É A ideologia alemã que apresenta a verdadeira ciência do processo histórico, na qual se estabelece os parâmetros do movimento de transformação das comunidades humanas (a cidade inverte o polo positivo da relação quantidade e qualidade na demografia humana), e que ocorre a partir das interdeterminações dialéticas de conservação e transformação das relações econômicas e das forças produtivas desenvolvidas pelos indivíduos e pelas famílias de cada povo. A (o) intelectual orgânico moderna tem sempre em mente o real objetivo da ação, que é atualizar a filosofia da prática transformadora como ciência da ação histórica, compreendendo as múltiplas determinações contraditórias e dialéticas presente nas relações entre as partes e o todo, para potencializar as tendências libertadoras.

4.

Em nossa perspectiva, a tomada do Estado nação como alternativa mais eficiente para o projeto de transição para outro modo produtivo através do socialismo durou até a Guerra Fria, e que agora precisa atualizar-se segundo as: (a) contradições fundamentais (capital e trabalho ou humano e natureza?); (b) condições econômicas (capitalismo monopolista financeiro, economia do conhecimento e predominância do setor de serviços – Landislau Dowbor), sociais (nova divisão do trabalho – trabalhador informal e micro empreendedor) e políticas (hegemonia burguesa internacional e destruição do Estado nacional conciliador).[iv]

Portanto, as três principais questões da atualidade a serem respondidas pela filosofia científica integral (materialismo histórico e dialético) é: (i) Quais as condições necessárias para se formar uma antropologia existencial integral, ou seja, humanos saudáveis (economia libidinal), capazes (intelectual e tecnicamente – “amanualidade”) e virtuosos (supereu ético), considerando a diversidade cultural possível segundo as capacidades e habilidades de cada indivíduo?

(ii) Uma vez inseridos na organização comunal de trabalho associado, qual o método psicopedagógico capaz de formar indivíduos ideais, isto é, correspondentes ao melhor que cada geração pode esperar de si própria?; (iii) qual a filosofia da prática mais eficiente e oportuna para o fortalecimento das tendências de auto-organização produtiva e o aumento do poder real das pessoas e das famílias despossuídas sobre as instituições e aparatos públicos em cada contexto material e cultural? Ou seja, qual é a atualização do projeto revolucionário de transição da sociedade capitalista para a sociedade social comunista?

Precisamos atualizar o materialismo histórico-dialético em sua dimensão “humanista”, assim como a ciência da ação transformadora – filosofia da práxis, em conformidade com a realidade do século XXI.

“Velha roupa colorida” (Belchior)

Você não sente nem vê, mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
E o que há algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer (…)
E o passado é uma roupa que não nos serve mais
No presente, a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais

*Weslley R. Palombarini é graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP).

Referências


HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. Tradução: Carlos H. Pissardo. São Paulo: Editora Unesp, 2015.

Karl Marx e Friedrich Engels. “A ideologia alemã”. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Notas


[i] A ciência ontológica da espécie humana somente pode se desenvolver pela reconciliação dos saberes fragmentados em um novo projeto científico integral em torno do método materialista histórico e dialético, com a finalidade de compreender a estrutura biopsicoantropológica da espécie humana, assim como métodos psicopedagógicos de desenvolvimento completo das faculdades e habilidades humanas, considerando a diversidade e vocações de cada indivíduo. Para quem duvida da ontologia humana ou acredita que toda a fauna e flora possa se humanizar, bastando o indivíduo querer, é importante não perder de vista a história da humanização das espécies naturais – Paleantropologia. Pelo menos no interior da tradição materialista (“o papel da mão na transformação do macaco em homem”, de Engels), sabemos que a natureza “bio” – “psico” “social” do humano iniciou-se com o desenvolvimento da mão e do cérebro, que nos capacitou para o pensamento teleológico) há cerca de 2,5 mil anos, com o H. Hábilis; posteriormente a natureza libidinal – pulsões/vontades – mais refinada, como alimento cozido e ambiente confortável, com o H. Erectus e Neandertais; e a natureza social com o H. Sapiens, com famílias racionalmente organizadas em função de trabalhos diversificados e afetos múltiplos com a finalidade de obterem tempo livre para se capacitarem segundo princípios autodeterminados, isto é, indivíduos e tribo ideal, há pelo menos 60 mil anos, durante o Paleolítico superior (entre 40 mil e 10 mil anos a.p.,) – Arte rupestre.

Somente os humanos organizados em economia política comunitária racional, satisfeitos em relação às pulsões afetivas e libidinais, em atividades produtivas e criativas com centenas de pessoas em seus três ciclos básicos de existência (inicial, filha(o) = aprendizes; mediana – pai e mãe = caciques; e final, avô e avó = xamã), podem tornar-se místicos, artistas, caçador(a), curandeiro(a), excelentes manufatureiros etc. Em bando, cada um é apenas um membro do grupo que sobrevive às vicissitudes da natureza hostil – Era glacial e savana. O primeiro aparecimento do “espírito absoluto, ou conceito” na história, ou seja, o sentido de existência potente, satisfeita e livre, não nasceu na Grécia, mas no Paleolítico Superior.

[ii] A acusação que se faz à Hegel como “idealista” não se justifica pelas mesmas razões que se julga outros pensadores. Há muitos modos ser idealista, seja por métodos epistemológicos, teorias, sistemas filosóficos, religião, simples senso comum cultural etc. Nos escritos do Jovem Hegel percebe-se melhor a dimensão anímica, racional, e moral do humano, por vezes contraditória, cindida ou íntegra. Mas o primordial, que é a ontologia materialista, Hegel concebia como a “essência humana” o trabalho livre e criativo, de modo que uma pessoa que executa uma atividade não determinada pela sua vontade, interesse e convicção, alienaria sua personalidade tornando-a serva passiva na “relação senhor escravo”. No fundo é a atualização da ontologia Espinosana (ideia-afeto alegre, poder do conatus etc.).

A realidade concreta caracteriza-se pelo conjunto das determinações históricas, econômicas, comerciais, culturais, políticas e sociais interligadas por relações dialéticas entre as partes e o todo, as quais fundamentam a base do espírito coletivo de um povo e o significado dos objetos e dos sujeitos através das “mediações”, que os submetem à corrupção pela sua exposição às contradições insolúveis entre a posse da propriedade privada e os direitos universais e necessidades naturais.

A principal diferença em relação à concepção marxista da realidade concreta é a causa primordial que determina o movimento da totalidade, que para Hegel é o “nível de desenvolvimento cultural e político de cada povo”, rumo ao Espírito Absoluto representado pela total liberdade de direito, apenas. Com Marx, a causa primeira da organização da realidade concreta são as forças produtivas e as relações de produção, ou seja, determinações econômico-políticas que garantem a liberdade de fato ou não, a partir da qual emerge as múltiplas determinações que se Interdeterminam em relações dialéticas negativas, se a estrutura e dinâmica das relações de produção for de oposição entre uma classe dominante sobre outras, ou dialeticamente positivas, se a sociedade estiver organizada economicamente segundo uma dinâmica de conciliação total entre os interesses particulares e coletivos, o que impediria a divisão da sociedade em classes sociais antagônicas.

 

[iv] Um Estado socialista é necessário para conservar e proteger os indivíduos e famílias organizadas em relações de trabalho associado e de propriedade coletiva. No geral, concordamos com Lenin, Trotsky, Gramsci, e todos os defensores do socialismo como mecanismo de controle do poder de Estado pela maioria popular. Diferimos unicamente do primeiro motor que colocará em movimento a ação revolucionária. Não será mais a vanguarda de “operários” ou a “classe trabalhadora” (onde eles se encontram na atual fase do capitalismo?) quem dirigirá o movimento revolucionário a partir do Estado para a base social, mas o contrário. Serão os indivíduos e as famílias, em sua maioria despossuídos de meios de produção e propriedade privada, aqueles que produzirão, conservarão e expandirão o novo modo de produção comunista, e desse fundamento material, criarão organizações políticas para a construção do Estado socialista, necessário para preservar a nova organização de trabalho, inclusive por meio da força militar, se precisar. A sociedade “social-comunista” não emergirá da luta de classe, do ciclo histórico onde as contradições alienaram, ideologizaram, fetichizaram, degeneraram o ser humano, tornando-o um não ser, isto é, um ser corrompido em sua natureza; a próxima revolução não terá como motor principal a sobreposição de uma classe sobre outras, mas a libertação da humanidade regenerada através da ação autodeterminada de indivíduos singulares, reconectando a espécie com a natureza!


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