Notas sociológicas sobre o fim do mundo

Imagem: Berk Ozdemir
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Por RAFAEL MANTOVANI*

O negacionismo não é uma aberração social, mas um fenômeno até previsível de uma sociedade segmentada e que não é mais tão capaz de fornecer sentido à vida

O fim dos tempos é uma preocupação dos seres humanos desde que eles passaram a marcar o próprio tempo. A batalha entre os exércitos que consta no Apocalipse tem cedido lugar no imaginário social ultimamente a uma devastação tecnológica ou espacial, com choques de corpos celestes que poderiam acabar com a vida na Terra. Os grandes marcos cronológicos podem ser momentos em que esses sentimentos afloram. O ano 2000 gerou alguma aflição. Não por acaso, em 1998, a indústria norte-americana fez surgir dois filmes com a mesma temática: Impacto profundo de Mimi Leder e Armageddon de Michael Bay, para elevar a autoestima do norte-americano médio com um sem-fim de clichês.

Se havia medos apocalípticos em datas cabalísticas como o ano 2000, agora temos a figura da peste, que surge na figura da Covid-19. Não olhe para cima de Adam McKay também coloca um asteroide em rota de colisão com o planeta azul, assim como os dois filmes mencionados acima. McKay não pretendeu fazer uma obra de arte e o seu debate está fincado em problemas norte-americanos (e mundiais) atuais: o negacionismo e o impacto nefasto que as redes sociais tiveram e têm tido nas interações humanas. E o negacionismo, no filme, pode acabar com o mundo. Portanto, o filme é um manifesto de apoio à ciência e contra o obscurantismo. Mas não só. É também um manifesto antipolítica.

A negação da ciência evidentemente tem causado diversos problemas e, apesar de resultar em mortes, tem sido usada até como ferramenta política. Sendo assim, o negacionismo é causa de graves problemas. Mas não seria também consequência de algo? Usando a metáfora do filme: não é a negação da ciência que pode acarretar o fim do mundo, mas é a sensação coletiva de que o mundo teria acabado que gera a negação da ciência e de outras certezas fundamentais. Entender que o negacionismo não é uma aberração social, mas um fenômeno até previsível de uma sociedade segmentada e que não é mais tão capaz de fornecer sentido à vida é um dos objetivos deste texto. O outro é argumentar que a maneira como se tem tentado combater esse fenômeno é totalmente inútil.

O negacionismo pode ser entendido como a recusa do discurso considerado verdadeiro, proferido pela grande autoridade do período histórico. A ciência alcançou um grau muito elevado de legitimidade no nosso tempo: as evidências do que ela diz estão por todos os lados, os problemas apontados por ela são notados quando ignorados, e os benefícios são aproveitados quando adquiridos. Mas, então, por que raio existem negacionistas? Por que há gente que se recusa a ver o óbvio ululante?

Uma das cenas de Não olhe para cima é particularmente interessante: quando o cientista interpretado por Leonardo DiCaprio, Dr. Randall Mindy, conversa com o empresário da Bash, Peter Isherwell, interpretado por Mark Rylance sobre o plano de detonação do asteroide, na presença da presidenta dos Estados Unidos, Orlean, interpretada por Meryl Streep. Aparece, nessa cena, um dos principais rituais da ciência, a avaliação por pares, que é defendida por Mindy, enquanto Isherwell passa por cima desse “sacramento científico” como se fosse irrelevante. Pelo fato de o Estado não ter dado ouvidos à ciência, o mundo vai pelos ares ao final do filme. A mensagem é a seguinte: a malfadada política não poderia interferir na ciência e deveria ouvi-la antes de tudo.

Aliás, que fique claro: talvez isso poderia até ser o ideal para alcançarmos alguns objetivos, mas não estamos em posição de decidir. O ideal seria que a política e o mercado não interferissem nos resultados de estudos científicos. Contudo, a ciência é mais uma das maneiras de pensar da humanidade e é também carregada de concepções éticas e visões de mundo. Historiadores da ciência mostram o quanto concepções de mundo (e mesmo concepções religiosas) influenciaram paradigmas de campos científicos atuais, como, por exemplo, o da biologia. Nem a mais neutra observação de enzimas ou o estudo da circunferência que fazem os elétrons podem ser isentos de valores humanos. Mas o filme tenta dar aquela certeza ao telespectador: tenta defender que, deixado tudo nas mãos dos cientistas, tudo correrá bem porque a decisão será técnica e, portanto, fora do engano humano.

Escapa ao filme (e a todos os discursos a respeito do combate ao obscurantismo) que o discurso da ciência é também um discurso de autoridade e, como discurso de autoridade, impõe limites, constrições, mudanças de comportamentos e crenças. Mas se a confiança não está sendo alocada no campo científico, onde está o problema? “Falta educação”, alguns dirão. Mas não há nada mais equivocado do que essa conclusão. Não se trata, de maneira nenhuma, de um déficit de dados. Os mais fervorosos negadores de dados científicos muitas vezes conhecem os dados que negam melhor do que os que acreditam neles.

Trata-se da busca de uma narrativa diferente, uma demanda a que esse conjunto de discursos atende. Não estamos no âmbito racional, estamos na esfera dos sentimentos e dos valores: há desejos, valores e crenças que fazem indivíduos se agarrarem a outras argumentações para a explicação do mundo. Sabidamente a Cambridge Analytica ajudou a eleger Donald Trump não com base em dados fidedignos da realidade, mas sim, com a junção deliberada de valores associados a ele com medos, aflições, angústias próprias de cada perfil de Facebook. E esses perfis da negação, que são os perfis do ódio, são também os perfis da angústia. Mas de onde vem essa angústia moderna que vemos se intensificar?

Nas Ordenações Filipinas, o degredo para a África e para o Brasil estava entre as punições mais severas de Portugal. Um dos crimes punidos com degredo era atentar contra Deus, a grande autoridade moral da época. Padres podiam se perguntar à época: por que esse contingente de gente não aceita a glória de Deus, sendo que é possível notá-la por todas as partes? Talvez porque, por diversos motivos sociais desagregadores, essa explicação não dava mais sentido à vida dessas pessoas e precisaram buscar outras alternativas para a existência.

E convém sublinhar que o Deus católico português dos séculos de expansionismo gozava de mais possibilidade de oferecer sentido à vida do que a ciência, pelo simples fato de que a racionalização do mundo retira o sentido das coisas, dessacraliza o mundo. O recuo das grandes certezas milenares, a impossibilidade de explicar o mundo, a existência, a própria vida traz em si o sentimento de vazio e a angústia. Em suma, a melancolia.

Max Weber foi o primeiro pensador que elaborou esse raciocínio de maneira mais contundente: quando você afasta as explicações fantásticas, você retira o sentido do mundo. Afinal, se as coisas acontecem simplesmente por um choque, uma explosão, uma fotossíntese ao acaso, não existe nada de especial na existência. Portanto, existe esse primeiro dado perturbador que vem com o Iluminismo do século XVIII: a razão traz intrinsecamente angústia.

Por outro lado, há outro problema, que não se trata da forma de conhecimento dos nossos tempos, mas da própria sociabilidade da modernidade: como se dão as relações sociais da sociedade capitalista, caracterizada pela divisão social do trabalho. E nisso concordam todos os clássicos da sociologia: Weber, mas também Karl Marx e Émile Durkheim. As velhas formas de organização social foram destruídas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa. E o que foi colocado no lugar? O sistema fabril e, mais modernamente, a empresa. E, ao lado disso, no século XXI, temos a impressão de que a possibilidade de ação histórica está atravancada e que a utopia acordou para bater ponto e está tão longe quanto as praias paradisíacas da Austrália estão daquela família de O sétimo continente de Michael Haneke, de 1989, submersa no fastio e desgosto do cotidiano, que só consegue vislumbrar o seu fim no veneno.

Antes do advento da modernidade, ainda que a serviço de senhores, algumas instituições tinham papel central na economia psicológica das pessoas. Mesmo que opressivas, as velhas corporações de ofício, a Igreja e as relações entre os indivíduos indicavam, por um lado, seus lugares fixos na sociedade, porém, por outro, forneciam uma considerável estabilidade no âmbito simbólico. As revoluções econômicas e políticas burguesas destruíram esses laços antigos e mergulharam os indivíduos em um pesadelo ainda maior do que poderia soar uma vida inteira pré-determinada. As promessas de emancipação de toda a humanidade se tornaram uma realidade para uma fração apenas da sociedade que desfruta dos estonteantes avanços tecnológicos que facilitaram a vida material mais do que qualquer outro tipo de sistema econômico.

Como diz Albert Camus, somos Sísifos modernos, carregando inutilmente uma pedra até o topo de uma montanha para que ela caia novamente e tenhamos que novamente fazê-la subir. Qual é o sentindo do trabalho moderno? Qual é o sentido de enriquecer alguém que nunca se contentará com o seu desempenho? E isso será repetido, dia após dia. Quais são os argumentos científicos que vão explicá-lo? Qual é a racionalidade que vai justificar a assombrosa injustiça social? Ora, diante do desespero do vazio e da incoerência, não há razão que prevaleça. E são esses os sentimentos e demandas que a extrema-direita tal qual um terapeuta diz que poderá ajudar a superar.

Dos mundos destruídos por corpos celestes, prefiro o de Melancholia, filmado por Lars von Trier em 2011. Ao contrário do asteroide de cerca de 10 km de Não olhe para cima, na versão apocalíptica de Trier, trata-se de uma planeta enorme, muito maior que a Terra, azul como ela, que estava escondido atrás do sol e está em rota de colisão com a Terra. Logo de início é mostrado, em super slowmontion, o nosso planeta sendo engolido pela Melancholia, que na psiquiatria já foi o distúrbio caracterizado pelo abatimento, sensação de impotência, pelo sofrimento causado pela ausência de sentido na vida.

A primeira parte do filme não trata de fenômeno de ficção científica algum: ao contrário disso, mostra a celebração de casamento de Justine, interpretada por Kirsten Dunst. As relações são apresentadas como superficiais, às vezes pouco afáveis e quase sempre como uma demanda: a de que Justine seja feliz. John, interpretado por Kiefer Sutherland, chega exigir que Justine seja feliz devido ao alto preço da festa. É o mundo dos acordos financeiros. Mas a felicidade de Justine não pode ser comprada, o casamento se desfaz já na sua primeira celebração e ela não fica feliz. Ao contrário disso, em uma cena ao final da primeira parte, sua irmã Claire, interpretada por Charlotte Gainsbourg, a vê “tomando um banho de Melancholia”, ou seja, está nua, recebendo as luzes do planeta gigante. É como se aceitasse, enfim, a verdadeira essência do mundo moderno no qual vivemos: que será destruído pela impossibilidade de outra coisa que não seja melancolia.

Em um tom de hiper-realismo um tanto desumano (o mundo iria acabar em poucas horas), Justine diz à sua irmã que “a Terra é maligna. Não precisamos chorar por ela. Ninguém vai sentir falta dela”. Ela é a voz da razão. Claire pega o seu filho e quer carregá-lo para algum lugar seguro, mas não há: Melancholia é muito maior do que o nosso planeta que vai acabar com cada parte dele. Entretanto, existe uma retórica, interna, desesperada no raciocínio de Claire: para ela, não é possível que partiremos todos para a inexistência, dessa forma, inexplicável e sem sentido. E o seu desespero a faz perambular, cambaleando, tentando salvar o indefensável. E, no final das contas, o que faz o seu filho morrer em paz é a “caverna mágica” criada pela tia e por ele mesmo com gravetos da floresta.

As criações de narrativas alternativas (como o negacionismo) são como o desespero de Claire: a agonia de notar a propínqua destruição de um mundo. Claire não consegue aceitar a incongruência de um mundo que simplesmente explodirá. Ele “astrofisicamente” explodirá. E isso é tudo. Assim como as possiblidades para existir e realizar-se como indivíduos estão barradas. Simplesmente estão. E estão barradas pela materialidade e “grotescalidade” de relações sociais aprisionantes.

Aliás, isso não é tudo: existe também a possibilidade de destruição total do planeta. Não se restringe aqui à alegoria sobre as possiblidades internas de se criar um mundo, mas do planeta propriamente dito. Leonardo DiCaprio, um grande ativista do meio ambiente, tem razão ao querer alertar sobre a aproximação do cataclismo que o próprio homem tem provocado. Mas a aposta de Não olhe para cima reside em um esforço muito particular sobre algo que é, na realidade, um produto de algo estrutural e muito maior. Trazer evidências científicas para quem não aceita a própria autoridade da ciência é como querer exigir que a FIFA reconheça os títulos do Boston RedSox.

Todas as vezes em que cientistas falam sobre a necessidade de “conscientizar”, “esclarecer” sobre como as coisas de fato são, eles estão jogando gasolina na fogueira. Não se trata – e nunca se tratou – de que as pessoas não tenham entendido algo, trata-se de uma recusa positiva com relação a uma realidade que exige emocionalmente outra explicação. (Até porque recusar a argumentação preponderante sobre a vida e a morte pode significar estar vivo para essas pessoas; talvez estar mais vivo do que a mortificante rotina da nossa sociedade burguesa.)

Enquanto nos negarmos a entender o fenômeno do negacionismo como um efeito colateral de estruturas sociais que estão aí sufocando sonhos e desejos e exigindo obediência passiva na ordenação aviltante da sociedade, estaremos sendo nós os negacionistas. E pior: enquanto nós acreditarmos que é a neutralidade científica que nos dirá indiscutivelmente para onde deveremos ir, estaremos sendo mais do que negacionistas, estaremos sendo infantis – no pior sentido do termo. Não existe neutralidade que possa justificar o mundo tal qual ele se configurou, e a resposta a isso é política e moral. Ou então ficaremos vendo o planeta gigante se aproximando para nos engolir e inconformados com o desespero de Claire.

Mas, como já dito, não foi o desespero de Claire que causou a colisão entre a Terra e a Melancholia (como o filme de Adam McKay faz querer crer), foi o contrário: a destruição íntima causada pelo provável choque com Melancholia que fez Claire perambular à procura de salvação em outros domínios, no mundo real quase sempre tomados por narrativas fascistas. Todas as Claires perambularão por tempo indeterminado enquanto for essa a realidade que tivermos. E o que nós estamos fazendo com relação a esse gigantesco planeta que nos tira a paz? Basicamente, ignorando-o. Talvez seja menos perturbador sugerir que precisamos corrigir algum erro específico de rota do que nos pensarmos como sociedade, o que o seu sistema econômico e político tem produzido.

*Rafael Mantovani é professor do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Autor do livro Modernizar a ordem em nome da saúde: a São Paulo de militares, pobres e escravos (1805-1840) (Fiocruz).

 

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