O grande delírio

Escultura José Resende / Radial Leste, São Paulo/ foto: A. Saggese
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Por CHRIS HEDGES*

O mal radical que enfrentamos é tão real sob Donald Trump como será sob Joe Biden

Joe Biden e os administradores do deep state estão voltando ao poder. Donald Trump e seu círculo de palhaços, racistas, vigaristas e fascistas cristãos estão taciturnamente se preparando para deixar o cargo. As corporações farmacêuticas americanas estão começando a disseminar vacinas para mitigar o pior surto de COVID-19 no mundo, que resultou em mais de 2.600 mortes por dia. A América, como diz Biden, está de volta, pronta para tomar seu lugar à cabeceira da mesa. Na batalha pela alma da América, ele nos assegura: a democracia prevaleceu. O progresso, a prosperidade, a civilidade e uma reafirmação do prestígio e do poder americanos estão – como nos foi prometido – a semanas de distância.

Mas a verdadeira lição que devemos aprender com a ascensão de um demagogo como Trump, que recebeu 74 milhões de votos, e uma pandemia que a nossa indústria de saúde com fins lucrativos se revelou incapaz de conter, é que nós estamos perdendo o controle como nação e como espécie. Demagogos muito mais perigosos surgirão das políticas neoliberais e imperialistas que a administração Biden abraçará. Pandemias muito piores irão varrer o globo com altas taxas de infecções e mortalidade, um resultado inevitável do nosso contínuo consumo de animais e produtos animais, e a destruição irresponsável do ecossistema do qual nós e outras espécies dependemos para viver.

“Um dos mais patéticos aspectos da história humana,” escreveu Reinhold Niebuhr, “é que cada civilização se expressa de maneira mais pretensiosa, combina seus valores parciais e universais de maneira mais convincente, e reivindica a imortalidade para sua existência finita no exato momento em que a decadência que leva à morte já começou”.

As nomeações de Biden partem quase exclusivamente dos círculos do Partido Democrata e da elite corporativa, dos responsáveis pela enorme desigualdade social, pelos acordos comerciais, pela desindustrialização, pela polícia militarizada, pelo maior sistema carcerário do mundo, pelos programas de austeridade que aboliram programas sociais como o welfare, pela renovada Guerra Fria com a Rússia, pela vigilância governamental maciça, pelas guerras intermináveis no Oriente Médio e pela privação e empobrecimento da classe trabalhadora. O Washington Post escreve que “cerca de 80% dos funcionários da Casa Branca e da agência que ele anunciou tem a palavra ‘Obama’ em seus currículos devido à empregos anteriores na Casa Branca ou em campanhas de Obama”. Bernie Sanders, aparentemente rejeitado em seus esforços para se tornar Secretário do Trabalho na administração Biden, manifestou sua frustração com as nomeações de Biden. A congressista Alexandria Ocasio-Cortez foi impedida pelos democratas da Câmara de ter assento na E&C (Energy and Commerce Committee) devido ao seu apoio ao Green New Deal. A mensagem da administração Biden aos progressistas e populistas de esquerda é muito clara – “Caiam mortos”.

A lista dos novos funcionários do governo inclui o aposentado general Lloyd J. Austin III, que está sendo nomeado para Secretário da Defesa. Austin faz parte do conselho da Raytheon Technologies e é sócio da Pine Island Capital, uma empresa que investe em indústrias de defesa e que também inclui Antony Blinken, nomeado por Biden para Secretário de Estado. Blinken, que foi Assessor Adjunto de Segurança Nacional e Secretário de Estado Adjunto, é um forte defensor do Estado segregacionista de Israel. Ele foi um dos arquitetos da invasão do Afeganistão e do Iraque, e um defensor da derrubada de Muammar Gaddafi na Líbia, resultando em mais um Estado falido no Oriente Médio.

Janet Yellen, ex-presidente da Reserva Federal de Barack Obama, está prevista para a Secretaria do Tesouro. Yellen como presidente do CEA (Council of Economic Advisers) de Bill Clinton e depois como membro do conselho da Reserva Federal, apoiou a revogação da lei Glass-Steagall, que levou à crise bancária de 2008. Apoiou o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA). Também fez lobby para uma nova métrica estatística destinada a reduzir os pagamentos aos idosos na Previdência Social. Yellen apoiou a “flexibilização quantitativa” que forneceu trilhões em empréstimos praticamente sem juros a Wall Street, empréstimos utilizados para salvar bancos e empresas, e se envolver em recompras de ações em massa, enquanto vítimas de fraude financeira eram abandonadas.

O antigo Secretário de Estado John Kerry se tornará um enviado especial para questões climáticas. Kerry defendeu a expansão maciça da produção doméstica de petróleo e gás, em grande parte através de fraturamento hidráulico, e, de acordo com a autobiografia de Obama, trabalhou obstinadamente para convencer os preocupados com a crise climática a “oferecer concessões em subsídios à indústria de energia nuclear e à abertura de mais linhas costeiras dos EUA para a perfuração de petróleo offshore”.

Avril Haines, a antiga vice-diretora da CIA de Obama, vai se tornar diretora de inteligência nacional de Biden. Haines supervisionou a expansão do programa de drones assassinos de Obama no exterior e apoiou a nomeação de Gina Haspel para chefe da CIA, apesar do envolvimento direto de Haspel com o programa de tortura da CIA levado a cabo em territórios negros em todo mundo. Haines chamou Haspel de “inteligente, compassiva e justa”. Brian Deese, o executivo encarregado da “pasta do clima” da BlackRock, que investe fortemente em combustíveis fósseis, incluindo carvão, e que atuou como ex-assessor econômico de Obama que defendia medidas de austeridade, foi escolhido para dirigir a política econômica da Casa Branca.

Neera Tanden, ex-assistente de Hillary Clinton, foi escolhida para ser diretora do Escritório de Gestão e Orçamento (OMB). Tanden, como chefe do thinktank do partido democrata, o Center for American Progress, angariou milhões em black money do Vale do Silício e de Wall Street. Seus doadores incluem Bain Capital, Blackstone, Evercore, Walmart e a empresa militar Northrop Grumman. Os Emirados Árabes Unidos, um aliado próximo da Arábia Saudita na guerra do Iêmen, também deram ao thinktank entre 1,5 milhões e 3 milhões de dólares. Ela ridiculariza Sanders e seus apoiadores no noticiário e nas redes sociais. Ela também propôs um “tópico” na plataforma democrata pedindo o bombardeamento do Irã.

A perpetuação das guerras profundamente impopulares e políticas neoliberais onerosas da administração Biden serão acompanhadas de uma demonização fervorosa da Rússia, mais recentemente acusada de ataques cibernéticos. Uma nova Guerra Fria com a Rússia será usada pelos democratas corporativos para desacreditar os críticos nacionais e estrangeiros e desviar a atenção da estagnação política e da pilhagem corporativa do país. Permitirá que a MSNBC e o The New York Times, que passaram dois anos espalhando conspirações vazias do “Russiagate”, divulguem um fluxo diário de rumores emocionalmente carregados e acusações obscuras sobre a Rússia. Celebridades da TV, como Rachel Maddow, vão palavrear noite após noite sobre a Rússia, ignorando a corrupção da administração Biden. A única razão pela qual a Rússia não é culpada por manipular as eleições em 2020, ao contrário de 2016, pelo Partido Democrata é porque Trump foi derrotado.

Biden, após a sua derrota nas convenções do Partido Democrata no Nevada por Bernie Sanders, onde Sanders obteve mais do dobro de seus votos, jogou imediatamente a “carta da Rússia” dizendo à CBS News que “os russos não querem que eu seja indicado, eles gostam de Bernie”. Hillary Clinton começou esse jogo sujo quando atacou Jil Stein, candidata presidencial pelo Partido Verde em 2016, como um “ativo russo” e, em 2020, levantou a mesma acusação contra a congressista Tulsi Gabbard. Os democratas precisam de um inimigo, real ou fictício, e o Vale do Silício e os principais industriais não permitirão que eles ataquem a China.

Mais do mesmo significa mais desastre. Se quisermos recuperar nossa sociedade aberta e salvar o ecossistema, devemos abolir o jugo corporativo sobre o poder econômico e político global. Se quisermos evitar doenças zoonóticas como a COVID-19, gripe suína, gripe aviária, Encefalopatia Espongiforme Bovina (doença da vaca louca), Ebola e SARS, devemos parar de consumir animais e suas secreções corporais. Devemos abolir a agricultura industrial e adotar uma dieta vegana. E devemos manter os combustíveis fósseis no solo.

Devastar a floresta tropical para o gado pastar e vastas extensões de terras agrícolas dedicadas ao cultivo de monoculturas para alimentar animais destinados ao consumo humano são responsáveis por até 91% da destruição da floresta amazônica desde 1970. A perda de florestas é um dos maiores colaboradores para as mudanças climáticas. A agricultura animal é a principal causa das zonas mortas dos oceanos. Os oceanos podem estar desprovidos de peixes até 2048. A cada minuto, 7 milhões de libras de fezes são produzidas por animais criados para a alimentação humana apenas nos EUA. A destruição contínua do habitat natural, juntamente com as vasta fazendas industriais que usam 80% dos antibióticos nos EUA e incubam patógenos resistentes a medicamentos que se espalham para as populações humanas, pressagia novas formas da Peste Negra.

A crença de que podemos manter os níveis atuais de consumo, especialmente de produtos animais, a expansão capitalista, as guerras imperialistas, uma dependência de combustíveis fósseis e a abjeta subserviência ao poder corporativo irrestrito, que solidificou a pior desigualdade da história humana, não é uma forma de esperança, mas uma auto-ilusão suicida. Não estamos seguindo as políticas do governo Biden e da elite dirigente global para as vastas terras iluminadas de um futuro novo e glorioso, mas a miséria econômica, as vastas alterações climáticas, as ondas de novas e mais virulentas pandemias, das quais a COVID-19 é uma leve precursora, junto com o colapso irreversível de sistemas ecológicos e formas assustadoras de colapso social, autoritarismo e neofascismo.

O aquecimento global é inevitável. Não pode ser interrompido. Na melhor das hipóteses, pode ser desacelerado. Nos próximos 50 anos, a Terra muito provavelmente aquecerá a níveis que tornarão partes inteiras do planeta inabitáveis. Dezenas, talvez centenas, de milhões de pessoas serão deslocadas. Milhões de espécies serão extintas. Cidades na costa ou próximas dela, incluindo Nova York e Londres, serão submersas.

Os oceanos absorvem grande parte dos excessos de CO2 e do calor da atmosfera. Esta absorção está rapidamente aquecendo e acidificando as águas do oceano, resultando na desoxigenação dos oceanos. Cada uma das cinco extinções em massa conhecidas na Terra foi precedida por pelo menos uma parte do que os cientistas climáticos chamam de “trio mortal” – aquecimento, acidificação e desoxigenação dos oceanos. A próxima extinção em massa da vida marinha já está em andamento, a primeira em cerca de 55 milhões de anos.

Isso não é derrotismo. É realismo. Parece que ganhamos quatro anos com a eleição de Biden, mas se não a usarmos sabiamente – e não há nada nas nomeações de Biden que ofereça nenhuma motivação – estamos apenas reconstruindo uma pobre aldeia Potemkin, que logo será arrastado por um vendaval político e um furacão ambiental que estão se formando em nosso redor.

Uma das lições que aprendi cobrindo guerras e revoluções como um correspondente estrangeiro é que o sistema político, econômico e cultural erguidos por qualquer sociedade são frágeis. A fachada do poder permanece no lugar, como vi no Leste europeu durante as revoluções de 1989 e depois na Iugoslávia, muito depois que a podridão terminal consumiu as fundações. Esta fachada engana a sociedade a pensar que as estruturas de autoridade permanecem sólidas, impermeáveis ao colapso. Assim, quando chega o colapso, que deveria ter sido previsto há muito tempo, parece repentino e incompreensível. O caos que se segue é desorientador e assustador. A dissonância cognitiva entre a percepção do poder e sua rápida dissolução alimenta auto-ilusões. Cria, como eu testemunhei na antiga Iugoslávia, o que os antropólogos chamam de cultos da crise, tal como teorias bizarras da conspiração, fascismo e o abraço da proto-violência para expurgar a sociedade dos demônios culpados pelo desastre nacional. O ódio se torna a forma mais elevada de patriotismo. Os vulneráveis são bodes expiatórios. Intelectuais, jornalistas e cientistas enraizados em um mundo baseado em fatos são desprezados. As elites dirigentes e as estruturas dirigentes perdem toda a credibilidade. Este colapso é frequentemente um portal para um mundo de niilismo e fantasia ensanguentada.

Depois de quatro anos de mentiras, do aumento da violência racista, de uma inépcia impressionante, de uma corrupção desenfreada e de um fracasso abjeto em lidar com uma crise sanitária nacional, Trump expandiu sua base em 11 milhões de votos. isto deveria ser um enorme alerta vermelho piscante. Pior ainda, 70% dos eleitores de Trump, 51 milhões de americanos, acreditam que os “democratas radicais de esquerda” e o deep state manipularam as eleições através de “fraude eleitoral”, incluindo a importação de software de votação venezuelano, cédulas ilegítimas de correio e a destruição em massa de cédulas de Trump por funcionários eleitorais. Cento e vinte e seis membros republicanos da Câmara se uniram em uma ação movida por 18 procuradores-gerais estaduais republicanos pedindo à Suprema Corte que anulasse a vitória de Biden. A grande maioria dos senadores republicanos recusou-se a reconhecer os resultados da eleição após a votação de Novembro. Os eleitores do Colégio Eleitoral foram forçados em vários estados a entregar seus votos às legislaturas estaduais sob a guarda armada. Cerca de duas dúzias de manifestantes armados carregando bandeiras americanas e cantando “pare o roubo” desceram sobre a casa da Secretária de Estado democrata de Michigan, Jocelyn Benson. Setecentos membros do grupo nacionalista branco, os Proud Boys, tomaram as ruas de Washington no último fim de semana para protestar contra o suposto roubo da eleição, levando mais de três dúzias de prisões, quatro esfaqueamentos, a vandalização de quatro igrejas negras e faixas e placas do Black Lives Matter rasgados e queimados.

O Trump pode ir embora em breve, mas ele deixa para trás um partido que é abertamente autoritário, avesso às normas autoritárias, um inimigo da ciência e do discurso baseado em fatos e que tentou um golpe de estado. Da próxima vez, eles não serão tão desorganizados e ineptos. Essa hostilidade à democracia por um dos dois partidos governantes, apoiada por milhões de americanos, muitos dos quais foram traídos por Biden e os líderes do Partido Democrata, não se dissipará, mas aumentará, especialmente à medida que o “martelo” do deslocamento econômico, incluindo os iminentes despejos de milhões de americanos, golpeia o país.

O ataque corporativo de décadas à cultura, ao jornalismo, à educação, às artes, às universidades e ao pensamento crítico deixou os que falam esta verdade marginalizados e ignorados. Essas “Cassandras”, excluídas do debate nacional, são descartadas como desequilibradas e depressivamente apocalípticas. O país é consumido por uma mania de esperança, que nossos senhores corporativos generosamente fornecem, às custas da verdade. É essa esperança ilusória que nos amaldiçoará.

O escritor austríaco Stefan Zweig, que, junto a outros escritores e artistas tentou desesperadamente alertar sobre a loucura suicida da Primeira Guerra Mundial, escreveu sobre o que ele chamou de “a superioridade mental dos derrotados”. Sua peça antiguerra, Jeremiah, baseada no profeta bíblico Jeremias que emitiu avisos em vão, ilustrou que aqueles que enfrentam a realidade, por mais amarga que seja, são capazes de suportá-la e superá-la.

“Despertai, cidade condenada, para que possa salvar a ti mesmo” grita o profeta na peça de Zweig. “Despertai de vossas pesadas sonolências, ignorai, para que não sejais mortos durante o sono; despertai, pois as paredes estão se desmoronando, e vos esmagarão; despertai”.

Mas os avisos de Jeremia, chamado de “profeta que chora”, foram ignorados e ridicularizados. Ele foi atacado por desmoralizar o povo. Havia conspirações contra sua vida. Quando o exército babilônico capturou Jerusalém, Jeremia, como Julian Assange, estava na prisão.

“Sempre fui atraído por mostrar como qualquer forma de poder pode endurecer o coração de um ser humano, como a vitória pode trazer rigidez mental a nações inteiras, e por contrastar isso com a força emocional da derrota  que penetra dolorosa e terrivelmente na alma”, escreveu Zweig em suas memórias, “O Mundo de Ontem”. “No meio da guerra, enquanto outros, celebrando o triunfo cedo demais, provavam uns aos outros que a vitória era inevitável, eu estava mergulhando nas profundezas da catástrofe e procurando uma maneira de sair delas”.

Não podemos usar a palavra “esperança” se nos recusamos a enfrentar a verdade. Toda esperança enraizada na auto-ilusão é fantasia. Devemos levantar o filtro de nossos olhos para ver o perigo diante de nós. Devemos prestar atenção nos avisos de nossos próprios profetas. Devemos destruir os centros de poder que atraem a nós e a nossos filhos, como o “Flautista de Hamelin”, para uma certa desgraça. As paredes, diariamente, estão se fechando ao nosso redor. O mal radical que enfrentamos é tão real sob Trump como será sob Biden. E se este mal radical não for esmagado, então o mundo à frente será um mundo de tormento e morte em massa.

*Chris Hedges é jornalista. Autor, entre outros livros, de Empire of Illusion: The End of Literacy and the Triumph of Spectacle (Nation books).

Tradução: João Victor Magalhães de Almeida .

Publicado originalmente no site ScheerPost.

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