Pensamentos de paz durante um ataque aéreo

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Por DÉBORA MAZZA*

Considerações sobre o livro recém-editado de Virginia Woolf

Virginia Woolf (1882- 1941), escritora, ensaísta e editora britânica, participou e influenciou grupos literários londrinos durante o período entre guerras. Seu pai, Leslie Stephen, um biógrafo, estudioso e editor profissional; sua bela mãe, Julia Stephen, de uma família tradicional Vitoriana, pousou como modelo na época. Ambos, viúvos e no segundo casamento, lhe proporcionaram, desde a infância, uma educação que passava pela convivência com o mundo artístico e literário.

Aos 13 anos Virginia perdeu a mãe e sofreu seu primeiro colapso nervoso, doença que se manifestaria em diferentes momentos de sua vida como um quadro depressivo que hoje poderia ser diagnosticado como transtorno bipolar. Em 1912 casou-se com Leonard Woolf com quem fundou, em 1917, a editora Hogarth Press que desempenhou um papel precursor e revelou vários escritores experimentais (Katherine Marisfield, T.S. Eliot), traduziu escritores russos (Dostoiévski, Tolstói, Tchékov), além de textos de Freud, dentre outros.[1]

Junto aos escritores Saxon Sydney-Turner, David Herbert Lawrence; aos historiadores e economistas Lylton Strachey, Leonard Woolf; pintores, Mark Gertler, Duncan Grant, Roger Fly, críticos Clive Bell e Desmond McCarthy e cientistas John Maynard Keynes e Bertrand Russell; Virginia e sua irmã Vanessa compunham o Grupo Bloomsbury, círculo de intelectuais que após a Primeira Guerra Mundial se posicionaram contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana e assumiram posições críticas contra as amarras de uma sociedade fortemente ancorada em uma educação moralista.[2]

O micro livro Pensamentos de paz durante um ataque aéreo, mede 14 x 10 cm, traz uma capa verde, tonsurton, com foto de Virginia sentada na varanda, com vestido floral, pulôver de lã aberto, colar, chapéu e segura nas mãos algo parecido com um livro, papel e caneta. Ela olha para o lado esquerdo, como quem espera por alguma coisa, um sentimento, uma ideia.

A orelha do livro apresenta Woolf ao leitor e diz: “É uma das escritoras mais importantes do século XX e um dos nomes mais relevantes do Modernismo. Para além de Mrs. Dalloway (1925), seu romance mais popular, a autora britânica também escreveu contos, textos autobiográficos, ensaios e histórias infantis. Conhecida por seu estilo ímpar, Woolf encontrou uma linguagem para representar a consciência de suas personagens, perscrutando sua interioridade. A escritora participou ativamente dos debates de seu tempo, tanto literários como sociais, realizando palestras, escrevendo artigos e fazendo parte do famoso Grupo de Bloomsbury. Ao lado de seu marido Leonard Woolf, também fundou a editora Hogarth Press”.

A seguir, segue a Apresentação do ensaio por Ana Carolina Mesquita, indicando que ele foi “escrito em 1940 e publicado postumamente” como uma “das mais vívidas reflexões sobre a guerra” por meio da qual Virginia reflete sobre “as condições que originam a violência e o sobre o papel das mulheres no conflito” (p. 5).

Mesquita esclarece que no verão de 1940, a casa dos Woolfs, em Rodmell, “estava mais exposta aos ataques aéreos do que Londres”, pois situava-se a “seis quilômetros de distância do local onde o exército alemão estava atracado” (p. 6). Neste cenário, o raciocínio de Virginia se desdobra durante uma situação de terror, violência e imprevisibilidade.

Ela escreve sobre guerra, mas “não cede à desolação ou ao desespero, pelo contrário, se aferra à ideia da paz como uma realidade – e talvez este paradoxo “torne esse ensaio pungente” (p. 7) pois, em meio a um ataque aéreo, Virginia exercita outras formas de lutar que considera mais relevantes, como, por exemplo, a luta do pensamento, do espaço doméstico e da educação que acontece na mesa de chá.

Da página 13 a 30 nos deparamos com o ensaio em português, seguido de uma nota sobre a tradutora que atesta sua expertise na análise da obra de Virginia Woolf, uma vez que foi pesquisadora visitante na Columbia University e na Berg Collection, em Nova York, onde trabalhou com os manuscritos originais e os diários da autora.

Nas páginas 32 e 33 nos deparamos com a mesma foto da capa, porém, agora em preto e branco, e com o campo de visão ampliado, o que nos permite constatar que Virginia estava na varanda com seu pai, Leslie Stephen, sentado em outra cadeira a sua esquerda, de pernas e mão cruzadas sobre o joelho, trajando sapatos e calça social, camisa com pulôver e gravata, terno e chapéu. A esquerda de Leslie, se visualiza uma vasilha d´água no chão, podendo sugerir a presença de bichinhos na casa: gatos, cachorros? Na varanda, a disposição dos móveis, a posição e as expressões dos dois personagens aparentam descontração e aconchego. Da página 35 a 58, o conteúdo é replicado em inglês.

Passo agora a transcrever excertos do ensaio sobre a paz que foi produzido, por sorte, porque naquela noite a bomba não caiu sobre o seu teto, mas era necessário escrever rapidamente arrastando-nos para o instante em que “o raciocínio se vê suprimido pelo terror durante uma situação extrema na qual as baterias disparam, ta…ta… ta…“ (p. 6).

Virginia diz: “Os alemães sobrevoaram esta casa na noite passada e na anterior. Aqui estão eles de novo. É uma experiência estranha, ficar deitada no escuro ouvindo o zumbido de uma vespa que a qualquer momento pode matar você com uma ferroada. E, no entanto, é um som que – muito mais que as orações e os hinos nacionais – deveria nos impelir a pensar sobre a paz. Se não pensarmos na paz como uma realidade […] – com os milhões de corpos que ainda estão por nascer – iremos jazer na mesma escuridão e escutaremos o mesmo som estrépito da morte acima das nossas cabeças” (p.13).

Virginia se indaga sobre o que é possível fazer para se criar um abrigo antiaéreo realmente eficiente que evite as baterias, as metralhadoras, os aviões e os holofotes de guerra nas colinas e diz: “Os defensores são homens e os atacantes são homens. Não se dão armas à mulher inglesa (p. 14) […]. Como pode ela lutar sem armas de fogo para defender a liberdade? […]. Podemos conceber ideias que ajudarão o jovem inglês que está combatendo nos céus a derrotar o inimigo. Mas para que ideias se tornem efetivas, devemos ser capazes de dispará-las. Devemos colocá-las em ação. Assim, a vespa no céu desperta outra vespa na mente” (p. 15). “Porque existem outras mesas de negociações além das mesas de oficiais e das conferencias de guerra […] e outras armas” (p. 16)

Virginia destaca a arma valiosa da reflexão íntima que acontece na mesa de chá e evidencia a capacidade humana de resistir aos desmandos e ao ódio. Aponta: “A luta mental significa pensar contra a corrente, e não com ela. A corrente flui rápida e raivosa. Traz consigo palavras de alto falantes e de políticos […]. Eles nos dizem que somos um povo livre, lutando em defesa da liberdade. Foi essa corrente que carregou o jovem aviador para o alto do céu e o mantêm ali, rodando… atirando… Aqui embaixo, com um teto sobre nossas cabeças […] é nossa tarefa descobrir as sementes de verdade. Não é verdade que somos livres. Ambos somos prisioneiros – ele encaixotado, com uma arma à mão; nós deitadas no escuro com uma máscara de gás na mão” (p. 17).

“Se fossemos livres estaríamos lá fora, dançando, no teatro ou sentados à janela conversando. O que nos impede? “Hitler!” Quem é Hitler? O que ele é? A agressividade, a tirania, o amor insano pelo poder tornado manifesto, – respondem os ingleses. Destruam-no, e serão livres” (p. 18).

“Somos igualmente prisioneiros esta noite – os homens ingleses em seus aviões, as mulheres inglesas em suas camas. Mas se parar para pensar, ele poderá acabar morto; e nós também. Pensemos então por ele. Tentemos arrastar até a consciência o hitlerianismo inconsciente que nos tolhe. Ele é o desejo de agressão; o desejo de dominar e escravizar” (p. 19).

“Mesmo no escuro podemos enxergar isso com clareza […]. As mulheres olhando o esplendor nas vitrines das lojas […] mulheres pintadas, arrumadas, com lábios e unhas carmesins. São escravas tentando escravizar. Se pudéssemos nos libertar da escravidão, libertaríamos os homens da tirania. Os Hitlers são gerados por escravas. Uma bomba cai. Todas as janelas chacoalham” (p. 20).

“Existem vespas despertas nas câmaras dos nossos cérebros que nos dizem: – “Combater um inimigo real, conquistar a glória imortal por ter abatido desconhecidos […] retornar com o peito coberto de medalhas… A isso dediquei minha vida, minha educação, meu treinamento, tudo” – essas são as palavras de um jovem inglês que combateu na guerra passada” (p. 21)

“[…] não são apenas as vozes dos alto-falantes que movem o jovem aviador no alto dos céus; são as vozes dentro dele mesmo – antigos instintos fomentados e aclamados pela educação e pela tradição” (p. 22). “Devemos culpa-lo por tais instintos?” (p.23).

“[…] Devemos ajudar os jovens ingleses a arrancar de dentro de si o amor por medalhas e condecorações. Devemos criar mais atividades honrosas para aqueles que tentam dominar em si mesmos seu instinto de lutar, seu hitlerianismo inconsciente. Devemos compensar o homem pela perda da sua arma” (p.24).

“A qualquer momento uma bomba pode cair neste quarto. Um, dois, três, quarto, cinco, seis… passam-se os segundos. Não caiu a bomba. Mas, durante esses segundos de suspense, parou o pensamento. Todo sentimento, exceto o de terror dormente, cessou. […] De modo que é estéril, infértil, a emoção do medo e do ódio. Tão logo o medo se vai, a mente se expande e instintivamente revive, buscando criar. […]. Ela se expande até outros agostos- em Beirute, ouvindo Wagner; em Roma, caminhando pela Campagna; em Londres. Voltam as vozes dos amigos. Retornam fragmentos de poemas” (p. 25).

“Cada um desses pensamentos, mesmo que na memória, era muito mais positivo, reanimador, terapêutico e criativo do que esse terror dormente feito de ódio e medo. Portanto, se quisermos compensar esse jovem rapaz pela perda de sua gloria e de sua arma, devemos dar a ele acesso a sentimentos criadores. Devemos gerar felicidade, libertá-lo de sua máquina. Trazê-lo de sua prisão para o ar livre. Mas de que adianta libertar o jovem inglês se o jovem alemão e o italiano continuarem escravos?” (p. 26).

“Outro dia um dos pilotos aterrissou em segurança em um campo aqui perto. Disse aos seus captores, num inglês bem razoável: – “Que alegria que essa luta acabou!”. Então, um inglês lhe ofereceu um cigarro e uma inglesa lhe preparou uma xícara de chá. Isso parece demonstrar que, se pudermos libertar o homem da máquina, a semente não cai em solo de pura pedra. A semente pode ser fértil. E, finalmente todos os disparos cessaram. Apagaram-se todos os holofotes e se retornou a escuridão normal de uma noite de verão” (p. 27).

“Novamente se ouvem os sons inocentes do campo. Uma maçã cai no chão […]. Uma coruja pia, voando de árvore em árvore. […]. Mandemos então essas notas fragmentárias […] aos homens e as mulheres […] na crença de que as repensem generosa e caridosamente, e talvez as transforme em algo útil” (p. 28).

A educação de Virginia e sua irmã Vanessa foi afetada pelos temas e valores da Era Vitoriana: a rigidez dos costumes, o moralismo social e sexual, o fundamentalismo religioso, a exploração capitalista, os conflitos colonialistas, os preceitos rígidos, as proibições severas, a submissão da mulher e sua restrição ao espaço doméstico, do lar e a educação das crianças. Assim, elas eram responsáveis por servir diariamente, às 17h, o chá da tarde para toda a família. Isto era uma obrigação das filhas mulheres.

Talvez o seu método de escrita de representar a vida como um projeto modernista de superação das algemas da educação moral buscando a intimidade, a trama emocional, a narrativa rotineira a partir da capacidade reflexiva de seus personagens, tenha sido uma tentativa de superação de traumas, desequilíbrios, dores, visando libertar no fluxo da consciência as muitas camadas de sentido provocados por uma realidade aterrorizante. A assombrosa leveza e a impessoalidade de sua escrita, aproxima e afasta os olhos do leitor da temporalidade humana e toca a textura vasta do tempo humano e não humano que transcorre para além da vida individual de modo inescapável.[3]

Carlos Drummond de Andrade dirá em um poema intitulado Fragilidade que “os versos, as palavras são arabescos inatingíveis” que brincam com os movimentos incertos; assim, as múltiplas palavras em feixe, muito mais do que o desejo de explicar, são músicas, depurações de depurações, modelagem delicada, “arabescos que abraçam as coisas, sem reduzi-las”.[4]

Nesta perspectiva, podemos apreender este ensaio de Virginia como um arabesco que, num movimento de depuração, consegue reverter lugar de subserviência em lugar de potência e propor que a mesa de chá se transforme em espaço de criação e educação de outras formas de luta, talvez mais relevantes, pois, é na mesa de chá e no espaço doméstico que se criam e se recriam as ideologias. Ali, as mulheres e a educação, podem enaltecer o impulso de vida, criação, arte, literatura, ludicidade enquanto valores humanos, sufocar o impulso de escravidão, domínio e morte e cortar na origem os princípios que geram os novos Hitlers.

Podem semear a vida em solos férteis, promover o apagamento dos holofotes, dos aviões e das metralhadoras e criar atividades honrosas para aqueles que controlam o seu hitlerianismo inconsciente. Podem incentivar a escuta dos sons do campo, da maçã que cai, da ave que gorjeia e da coruja que voa de árvore em árvore. Esta é uma tarefa que as mulheres e a educação, na mesa de chá, podem fazer pelas crianças, pelos jovens e pelos homens. São pensamentos de paz que pululam durante um ataque aéreo.

Agradeço a Afrânio Mendes Catani, o presente no presente.

*Débora Mazza é professora do Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Educação da Unicamp.

 

Referência


Virginia Woolf. Pensamentos de paz durante um ataque aéreo. São Paulo,  Editora Nós, 2021.

 

Notas


[1] Cf. MESQUITA, Ana Carolina de Carvalho. O diário de Tavistock: Virginia Woolf e a busca pela literatura. Tese de Doutorado. Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada. USP, 2018.

[2] Cf. Idem, ibidem.

[3] Idem, ibidem.

[4] DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. A rosa do povo. 36ª. Ed. Rio de Janeiro, Record, 2006, p. 65.

 

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