Quatro vezes Marguerite Duras

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Por AFRÂNIO CATANI *

Comentário sobre os livrosDias inteiros nas árvores”, “Dez e meia da noite no verão”, “A dor” e “Emily L.

Escritora, roteirista, poeta, dramaturga e diretora de cinema, Marguerite Duras (1914-1996) é considerada uma das maiores romancistas do século passado. Associada ao movimento do nouveau roman, consagrou-se como roteirista do filme Hiroshima, mon amour (1959), dirigido por Alain Resnais.

Escreveu quase cinco dezenas de livros, tornando-se reconhecida mundialmente com O amante (1984), traduzido em dezenas de países e que só na França vendeu mais de dois milhões e meio de exemplares e lhe rendeu o cobiçado Prêmio Goncourt. Filha de pais franceses que trabalhavam na colônia francesa da então Indochina (atual Vietnam), Marguerite Donnadieu, seu nome verdadeiro, nasceu em Saigon (atual Cidade de Ho Chi Minh), tendo lá passado a infância e adolescência, antes de se mudar para Paris, aos 18 anos, para cursar Direito na Sorbonne.

Comento, a seguir, quatro de seus livros, observando a cronologia francesa no que se refere às datas originais de publicação.

Dias inteiros nas árvores

Publicado em 1953 e só traduzido para o português em 1988, vem a ser um conjunto de quatro narrativas envolventes em que Duras relata acontecimentos que transformam em grande parte o cotidiano de seus personagens.

A primeira, que dá título ao volume, desenvolve-se através de movimentado diálogo entre mãe e filho (Jacques), contando ainda com a participação de Marcelle, sua namorada. Após cinco anos sem se verem, a mãe de 75 anos viaja mais de 900 quilômetros e chega a Paris para visitar o filho, que mora num pequeno apartamento. Ela “ficou rica muito tarde”, é proprietária de uma fábrica no interior, come e bebe bastante e carrega 17 braceletes e pulseiras de ouro nos braços. Jacques não tem emprego fixo. Naquele momento trabalha com Marcelle numa boate em Montmartre – “recebemos as pessoas e as convidamos a entrar, consumir o que há de mais caro” –, comia uma vez por dia e perdia todo o dinheiro no jogo. A velha mãe se penitencia e diz que ela é a culpada do destino de Jacques, pois, dos seis filhos que tivera, ele foi o único que não se levantava para ir à escola. Ele passava “dias inteiros trepado nas árvores, como se não houvesse no mundo senão pássaros…”.

A segunda narrativa, “A Jibóia”, tem lugar “numa grande cidade de uma colônia francesa, por volta de 1928”, onde uma jovem de 13 anos, “filha de preceptora de escola indígena”, morava no Pensionato de Mlle. Barbet. Todas as semanas a menina ia com Mlle. Barbet, 75 anos feitos, passear no Jardim Botânico e ver a jibóia engolir seu frango dominical. A jovem assistia, também, nas tardes de domingo, à nudez parcial da septuagenária, que se admirava no espelho e dava conselhos à garota: “uma bonita roupa de baixo é importante. Aprenda isso. Aprendi tarde demais…”. “Os Canteiros de Obras”, outra narrativa é, talvez, a mais fraca do livro. Nas férias, num hotel às margens de um grande lago, ocorre o nascimento do amor entre um casal que não é mais tão jovem. Aparentemente convencional, nas mãos de Duras a história acaba adquirindo ritmo e dimensão no mínimo curiosos.

“Madame Dodin”, a quarta narrativa, é a melhor. Zeladora há seis anos de um prédio na Rue Sainte-Eulalie, no VI distrito parisiense (então com 30 mil habitantes), Madame Dodin, 60 anos, tem verdadeiro horror em cumprir as tarefas que lhe impõe o seu cargo, em especial o de arrastar para fora o latão de lixo. Assim, todas as manhãs põe o latão para fora, fazendo o maior barulho possível, procurando se vingar dos locatários, acordando-os. “O grande acontecimento na vida de Mme. Dodin, o que a deixa mais feliz são as greves dos Serviços de Limpeza Urbana”.

Seu grande amigo é Gastón, um varredor de 30 anos. Ambos são pioneiros de seus ofícios, que detestam. São prisioneiros, também, de uma interdição que os impede, por causa da idade dela, se de tornar amantes. Ela teve dois maridos, abandonando-os porque eram alcoólatras. Durante 15 anos trabalhando numa fábrica para sustentar um casal de filhos e à noite, ainda, lavava roupas para reforçar o orçamento. Conheceu Gastón só aos 55 anos – ele tinha 25. Ele lê muito, lê tudo o que Lucien, o homem do caminhão de lixo lhe passa.

Como foi educado em colégio de padres tradicionalistas, enquanto varre canta em latim, para o espanto dos transeuntes. Todos os dias, pontualmente, às 6h10, Gastón aparece. Mme. Dodin pára de conversar com Mlle. Mimi (gerente da pensão familiar Pássaro Azul e que lhe fornece comida gratuitamente), enche com água uma panela grande e atira o conteúdo na cara de Gastón, sem lhe dizer palavra. Gastón está ficando barrigudo, relaxado, e tem bebido seus 3 copinhos de vinho branco antes do meio-dia (há dois anos não bebia nada). A dependência entre eles é total.  E eles têm em comum, além do desprezo pelos seus respectivos ofícios, um raro prazer, sintetizado na seguinte frase, pronunciada por Mme. Dodin: “Enquanto viver, vou chatear os outros”.

Talvez Dias inteiros nas árvores não seja o melhor livro de Duras. Mas, seguramente, estamos diante de uma obra que prende o leitor pela emoção, pela fina ironia e pelo bom humor destilado pela autora. A emoção se encontra na história que dá título ao volume em “A jibóia”, enquanto a fina ironia e o bom humor dão o tom em “Madame Dodin”. Em suma, os apreciadores da boa literatura se sentirão bem com esta antiga produção da escritora francesa.

Dez e meia da noite no verão

Vinte e cinco anos depois da edição francesa (1960) chegou ao Brasil este romance que, aparentemente, é de fácil leitura. Na tórrida planície de Castela, Espanha, o casamento de Pierre e Maria chega ao fim. O casal, acompanhado de sua pequena filha Judith e da bela Claire – o terceiro vértice de um triângulo amoroso que não chega a se formar –, ainda se vê envolvido na perseguição a um criminoso. Tudo isso completado pelos inúmeros copos de manzanilla e de conhaque entornados por Maria. Entretanto, como Duras não é de fazer concessões, a aparente simplicidade de seus romances desaparece já nas primeiras páginas.

Neste asfixiante verão espanhol, Maria atinge o pico de sua sufocação existencial, onde a impossibilidade do amor e o tédio para com os que lhe são próximos constituem o pano de fundo do enredo. Em várias passagens, o texto lembra as palavras finais de seu A doença da morte (1983), em que as pessoas praticamente não experimentam sensações afetivas: “você pôde viver esse amor da única maneira que se podia para você, perdendo-o antes que ele acontecesse”.

O cineasta Luiz Rosemberg Filho (1943-2019) afirmou certa ocasião que tudo aquilo que Marguerite escreve (ou filma) “tem em si o encantamento das transgressões”. Oculta na penumbra do balcão de um hotel de pequena aldeia em Castela, Maria presencia a aproximação inicial entre Pierre e Claire: “uma das mãos de Pierre está em toda parte do corpo da outra mulher. A outra mão a mantém apertada contra o seu corpo. É coisa para durar sempre. São dez e meia da noite. É verão” (p. 36-37).

Ela não se importa, deixa que ambos prossigam nessa aventura… Subitamente, sente-se atraída por Rodrigo Paestra (e passa a protegê-lo), que horas antes assassinara sua jovem mulher e o amante. Ela quer levá-lo para a França, para longe das muralhas que o procuram, enquanto apenas constata, com indiferença: “Claire, esse fruto tão lindo da vagarosa degradação do amor de Maria por Pierre” (p. 59). Ou ainda: “Claire, em seu quarto, se apronta para as núpcias da noite que vem (…) Pierre (…) pensa nessas núpcias entristecidas pela lembrança de Maria” (p. 136).

Maria percebe que é muito tarde para recomeçar; bebe e seu coração se acalma. Maria conhece o universo onde se move e não chora perdas, pois sabe que “quando você chorou, era por você apenas e não pela admirável impossibilidade de alcançá-la (a pessoa amada) através das diferenças que os separa” (A doença da morte).

A dor

O êxito de O amante (1984) impulsionou a tradução para o português de A dor (1985), no mesmo ano em que o romance foi publicado na França. O livro é um diário inédito, datado de 1945, onde se recuperam momentos de participação de Duras na Segunda Guerra Mundial, enquanto militante da Resistência e membro do Partido Comunista francês.

Marguerite afirma, logo na primeira página, que encontrou este diário em dois cadernos, esquecidos nos armários azuis de Neauphle-le-Château. E, numa compreensível reação ao processo de apagar da memória que sempre realizamos (inconscientemente) quando pretendemos negar fatos ou acontecimentos pouco agradáveis em que nos envolvemos, se pergunta: “como pude escrever isto, que ainda não sei nomear e que me assombra quando releio? Como pude abandonar este texto durante anos naquela casa de campo constantemente inundada no inverno?” Acrescenta, ainda perplexa, não ter a mínima lembrança de havê-lo escrito. “Sei que o fiz, que fui eu que escrevi, reconheço minha letra e os detalhes do que relato: revejo o lugar, a estação de Orsay, os trajetos, mas não me vejo escrevendo o diário. Quando foi que o escrevi, em que ano, em que hora do dia, em que casa? Não sei mais nada”.

Dividido em duas partes, A dor é composto por seis textos, quatro dos quais baseados em fatos verídicos “nos mínimos detalhes”; quase dois terços do livro são narrados na primeira pessoa, enquanto o restante se dá na terceira, com Marguerite advertindo: “Thérèse sou eu. Aquela que tortura o delator sou eu. Como também sou aquela que deseja fazer amor com Ter, o miliciano” (p. 130).

A dor fala de política, e muito; mas não só. Talvez decepcione aos que forem lê-lo à procura de um bem escrito e detalhado diário da ocupação nazista sob a ótica da Resistência e/ou do PC francês. Isso ocorre em muitos momentos, ao longo das duzentas páginas. Entretanto, entendo que o principal está em acompanhar – através de Marguerite/Thérèse – os “efeitos da guerra” (o caos que se instala nos indivíduos) sobre as pessoas, as angústias experimentadas ao verem seus filhos, amigos, esposos ou companheiros serem levados prisioneiros para os campos de concentração alemães (praticamente um caminho sem retorno). Em situações como essas, magnificamente exploradas no diário, o pensamento se vê impedido de agir: “ele não participa do caos, mas o caos o suplanta, e ele se queda, impotente, à sua frente” (p.43).

Emily L.

Um ano depois de ser editado em Paris, este livro de Duras chegou aos leitores brasileiros em 1988. A rigor, Emily L. repete temas de romances anteriores, numa linguagem enxuta, repleta de flash backs e cortes rápidos, explorando a impossibilidade de os amantes viverem a paixão em sua plenitude. Como em vários de seus escritos, a ação tem início no verão. O local, desta vez, é Quillebeuf-sur-Seine, pequeno porto petrolífero no Norte da França. No bar do Hotel Marina, dois casais conversam sobre suas vidas, consumindo doses excessivas de bourbon e de Pilsen escura. Toda a trama tem lugar com os personagens voltados de frente para o mar, local privilegiado para as fugas, reais e imaginárias, dos amantes em conflito, rodeados de turistas coreanos com suas máquinas fotográficas.

O primeiro casal é de origem francesa e a mulher (a própria Marguerite?) é escritora. O amante não gosta do ofício de sua parceira, que o incomoda. Certa ocasião, ele comenta que a situação que viviam em Quillebeuf iria lhe proporcionar material para escrever (“é um lugar que lhe agrada, este, um dia estará em um livro, a praça, o calor, o rio”, p. 81). Em seguida procura dissuadi-la: “Você não deve acreditar em mim. Pare de escrever (…) Não há nada a contar. Nada. Nunca houve nada” (p. 16 e 19). Ela procura se defender, tentando vencer a própria perplexidade: “Não decidi nada (…) Não posso parar de escrever. Não posso. E essa história, quando a escrevo, é como se reencontrasse você… como se reencontrasse os momentos em que ainda não sei nem se o que acontece, nem o que vai acontecer… nem quem é você, nem o que nos tornaremos…” (p. 16).

O outro casal (Emily L. e o Capitão) é inglês e vive junto há muitos anos. Emily L. escreveu quase duas dezenas de poesias, que foram reunidas pelo seu pai e publicadas, sem ela o saber, sob a forma de livro. Ela, que nunca havia mostrado seus escritos ao amante (ele os lia furtivamente e fornecia uma cópia ao pai de Emily L.), só tomou conhecimento da publicação tempos depois. As poesias ocasionavam sofrimento ao Capitão, pois ele não as entendia: ele se sentia traído pela mulher, “como se vivesse com uma desconhecida” (p. 58).

Emily L. escreveu ainda um derradeiro poema, onde falava que em certas tardes de inverno “os raios de sol que se infiltravam nas neves das catedrais oprimiam tanto quanto o tumbar sonoro dos grandes órgãos (p. 59). Isso foi demais para o Capitão: ele destruiu o poema e jamais comentou o fato com alguém. “Deve ter sido após a perda do poema que ela encontrara a viagem por mar, que decidira perder a vida no mar, não fazer mais nada com os poemas e com o amor a não ser perdê-los no mar” (p. 62).

As histórias dos casais se entrecruzam: as mulheres escrevem nos momentos em que têm de escrever, quando não podem deixar de fazê-lo; os homens sentem ciúmes, pois não podem operar no interior de um “mundo” que desconhecem. A angústia toma conta da relação afetiva, o desgaste é inevitável, a paixão esmorece. A incomunicabilidade entre os amantes torna-se corriqueira. Esse processo é trabalhado por Duras de forma magistral e, nesse sentido, Emily L., apesar das semelhanças que guarda com seus livros anteriores, não deve deixar de ser lido. Sobre a repetição de temas e preocupações, pode-se lembrar das palavras de Jorge Luis Borges, em entrevista concedida a Jorge Cruz: “Diria que todos os meus livros, e isso o pode dizer, quem sabe, qualquer escritor, são rascunhos de um único livro ao qual talvez não chegue nunca”.

* Afrânio Catani, professor aposentado da USP e professor visitante na UFF, é autor, entre outros livros, de A Revista de Cultura Anhembi (1960-62): um projeto elitista para elevar o nível cultural do Brasil(Editora da Universidade Estadual de Maringá).

 

Referências


Marguerite Duras. A dor. Tradução: Vera Adami. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Marguerite Duras. Dez e meia da noite no verão. Tradução: Fernando Py. Rio de Janeiro: Guanabara, 1985.

Marguerite Duras. Emily L. Tradução: Vera Adami. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

Marguerite Duras. Dias inteiros nas árvores. Tradução: Tati de Moraes. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.

Nota


O presente artigo se constitui em versão modificada de resenhas publicadas no Leia Livros (fevereiro, 1986, p. 23; março, 1986, p. 21) e “Caderno de Sábado”, Jornal da Tarde (04.06.1988; 23.07.1988).

 

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