Por CELSO FREDERICO: O realismo socialista não foi uma estética orgânica, mas uma construção dogmática. Através da manipulação de textos de Lênin e da tradição crítica russa, o stalinismo forjou um instrumento de propaganda, esvaziando a literatura de seu conflito e complexidade em nome do "herói positivo"
Por MARCOS PALACIOS: Do matemático que se fez árabe ao compositor que virou João de Barro: como dois pioneiros transformaram histórias em tesouros sonoros, legando ao Brasil um patrimônio afetivo e pedagógico
Por LUCIANA MOLINA: Nelson Pereira dos Santos eleva o Cinema Novo com “Rio, Zona Norte”, filme que expõe as tensões entre cultura popular e indústria fonográfica. Com atuações brilhantes de Grande Otelo e Zé Keti, a obra resiste ao tempo como crítica mordaz à exploração artística no Brasil
Por ADUSP: Irene Cardoso não foi apenas testemunha da história da USP – foi sua intérprete aguda e sua guardiã crítica. Em tempos de silêncio, sua voz lembrou que a universidade é feita de lutas; em tempos de capitulação, seu pensamento insistiu: educação pública não se negocia. Seu legado é farol e chama
Por J. CRISÓSTOMO DE SOUZA: Com intuições próprias e audazes, Caetano Veloso mostra uma aguçada sensibilidade a tempo e contexto, que no geral tem faltado à nossa filosofia acadêmica, para não dizer à universidade brasileira em geral
Por EDGARD PEREIRA: A gramática não dita os versos, mas a poesia também não é terra sem lei: entre o 'eu' e o 'nós', entre regras e rebeldias, pulsa a linguagem que Mário quis domar — e os poetas desobedeceram