Por LUIZ GONZAGA BELLUZZO & MANFRED BACK: Se a dívida pública é um risco insolúvel, por que os bancos centrais e o mercado financeiro a abraçam como ativo seguro? A resposta está na contradição que os economistas positivistas se recusam a enxergar:o Estado não é uma família, e sua moeda não é uma mercadoria
Por FRÉDÉRIC LORDON: O genocídio não é uma reviravolta infeliz, muito menos o ato de um líder monstruoso que precisa apenas ser removido. Pois a verdade é que uma proporção assustadora da sociedade israelense literalmente enlouqueceu
Por FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA: Diante do fetichismo das métricas globais, o “buen vivir” propõe um pluriverso de saberes. Se a felicidade ocidental cabe em planilhas, a vida em plenitude exige ruptura epistêmica — e a natureza como sujeito, não como recurso
Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR & EVERTON FARGONI: Mais que denúncia, "Universidade Inacabada" é um manifesto pela desobediência epistêmica. O livro desmonta a farsa da modernização conservadora e revela a universidade como instrumento do capital dependente
Por VERA BOHOMOLETZ HENRIQUES: Salta aos olhos a ocupação de todo o estado de São Paulo por escolas cívico-militares, desde o rio Paraná até o litoral, do Vale da Ribeira à fronteira com Minas Gerais. A privatização da gestão escolar alcança amplitude semelhante
Por MAGDA FURTADO: A trégua entre Israel e Irã é marcada por tensões históricas e geopolíticas, com implicações profundas para a estabilidade regional e consequências humanitárias devastadoras
Por MICHAEL ROBERTS: A tragédia iraniana não é apenas local, mas um sintoma da lógica perversa do capitalismo global: um país esmagado entre a ganância de suas elites, a hipocrisia das potências ocidentais e a obsessão bélica de Israel
Por ALIPIO DESOUSA FILHO: Muitas das chamadas “opiniões” são, na verdade, produtos cuidadosamente moldados por discursos midiáticos que refletem e reforçam os interesses das elites que historicamente resistem às mudanças sociais no Brasil
Por EDERSON DUDA: Enquanto a justiça tributária permanecer refém de privilégios, a democracia brasileira seguirá manca, incapaz de romper o ciclo perverso que transforma desigualdade em destino. É preciso coragem política para confrontar os mitos meritocráticos que blindam a riqueza e estrangulam o futuro coletivo
Por EDUARDO VASCO: O governo não rompe com Israel por medo de confrontar a burguesia e o imperialismo dentro do Brasil. Por medo de se desfazer das relações que mantiveram há décadas com os seus representantes. Porque muitos políticos do próprio PT dependem dessas relações
Por ALICE ITANI: A guerra está presente na cultura russa. E pode ser compreendida ao ler os muitos períodos de invasão, conflitos e guerras vividos, ao longo da história, seja por território, seja por ambição sobre os recursos naturais
Por EUGÊNIO BUCCI: Fora o acerto da lei, o que vemos hoje na corte não é bom. Algo na voz dos réus, na sua maneira de olhar ou de desviar o olhar, deixa ver que, para eles, o golpismo é um ato de bravura
Por MARCELO AITH: A nova interpretação pelo STF do Artigo 19 busca um equilíbrio mais robusto entre a liberdade de expressão e a proteção de direitos no ambiente digital
Por MÁRCIO MORETTO RIBEIRO: Em um mundo onde máquinas simulam intenções e humanos projetam direitos sobre o artificial, a verdadeira fronteira moral não está no que a tecnologia pode fazer, mas no que nós, como sociedade, decidimos valorizar. Reconhecer a agência instrumental das IAs não nos obriga a conceder-lhes dignidade
Por LEONARDO BOFF: O pacto social planetário não é um sonho distante, é a única fronteira que ainda nos resta cruzar. Ou nos reinventamos como espécie coletiva, ou seremos apenas um breve capítulo na história da Terra
Por HENRIQUE SANTOS BRAGA & MARCELO MÓDOLO: Em tempos de fronteiras tão rígidas e identidades tão disputadas, lembrar que o português nasceu no vaivém entre margens – geográficas, históricas e linguísticas – é, no mínimo, um belo exercício de humildade intelectual
Por EMILIO CAFASSI: A condenação de Cristina Kirchner expõe a fratura entre lei e legitimidade, onde a toga pode ser tanto um manto de justiça quanto um disfarce para o lawfare. Enquanto uns veem o fim da impunidade, outros testemunham o espetáculo de uma democracia que devora seus próprios filhos
Por ANTÔNIO A. R. IORIS: A Amazônia passa por um período de ruína, e não é possível falar em
bioeconomia tratando apenas de aspectos tecnológicos e comerciais, mas precisa também considerar as severas responsabilidades pela devastação ambiental e pela falta de aplicação da legislação existente
Por GABRIEL FREITAS: A síntese estendida revela: a evolução não é um jogo de genes egoístas, mas uma dança dialética onde organismos esculpem seus nichos e a linguagem tece a realidade material