Por LARRY C. JOHNSON: A decepção midiática com a cúpula no Alaska escancara menos uma falha diplomática e mais o completo descolamento de uma imprensa intoxicada por seu próprio wishful thinking, incapaz de processar um mundo onde a retórica não substitui a realpolitik e a complexidade dos interesses nacionais
Por JOSÉ MENEZES GOMES: A privatização da previdência, longe de ser uma solução, revela-se um mecanismo perverso que submete o futuro dos trabalhadores à volatilidade do capital financeiro, aprofunda a exploração de classe e destrói a solidariedade intergeracional, escancarando a transformação do Estado em um mero gestor da barbárie social
Por EMMANOEL LIMA FERREIRA & FREDERICO JORGE FERREIRA COSTA: O escândalo atual tende a se tornar explosivo porque tirou o véu da hipocrisia do Império, mostrando que empresários se utilizaram de meninas e adolescentes numa rede de prostituição montada por Epstein para vigiar e chantagear personalidades
Por MÁRCIO MORETTO RIBEIRO: O bolsonarismo soube ouvir uma população indignada com a insegurança, com o custo de vida e com a falta de pertencimento. Essa escuta a reenquadrou em um repertório estreito, sem mediação institucional e sem compromisso com direitos
Por MARCOS PALACIOS: Do matemático que se fez árabe ao compositor que virou João de Barro: como dois pioneiros transformaram histórias em tesouros sonoros, legando ao Brasil um patrimônio afetivo e pedagógico
Por EMILIO CAFASSI: O veto presidencial, fóssil monárquico na democracia, é a arma predileta de Milei: uma ferramenta de demolição legislativa que transforma a república em teatro de autoritarismo neoliberal
Por GILBERTO MARINGONI: A queda da esquerda boliviana expõe a fragilidade do progressismo latino-americano: avanços sociais sem ruptura com o extrativismo, divisões internas e a ascensão de uma direita revanchista
Por PAUL KRUGMAN: A desigualdade dos EUA é menos uma questão de mercado e mais uma questão de poder, onde normas sociais e políticas moldam a distribuição de renda
Por FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA: O MAGA é menos uma estratégia econômica e mais uma fantasia reacionária, que confunde hegemonia com isolamento e soberania com autoritarismo
Por TARSO GENRO: Entre Lincoln e Trump, desenha-se a parábola trágica de uma nação que mitificou sua excepcionalidade: o mesmo país que gestou a democracia moderna agora pariu seu coveiro, armado de ignorância voluntária e nostalgia colonial. O mundo observa, entre o horror e o ceticismo
Por LAYMERT GARCIA DOS SANTOS: Não há tecnologia neutra no Estado de exceção: o Technion opera como laboratório do extermínio, transformando conhecimento em arma – e a Unicamp não pode ser cúmplice dessa perversão fáustica da ciência
Por JALDES MENESES & LINDBERGH FARIAS: Entre o grande porrete e a submissão, o Brasil é alvo de um projeto trumpiano que descarta até a farsa da diplomacia: resta ao país decidir se será vassalo ou trincheira anti-imperialista
Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: Entre a tragédia e a utopia, a universidade inacabada revela-se como espelho de um país fraturado – mas também como campo de batalha onde a dependência pode ser contestada e reinventada
Por DANIEL AFONSO DA SILVA: A interação entre Putin e Trump no Alasca destacou a complexidade das relações internacionais, onde cada gesto e palavra têm o potencial de influenciar o curso da história
Por LINCOLN SECCO: Simonsen atribuiu ao ciclo da pecuária o ponto de partida da formação do Brasil nação devido às semelhanças com o ciclo industrial que se iniciava na década de 1930
Por MONICA LOYOLA STIVAL: A disputa pelo Brasil não é só contra a extrema-direita entreguista, mas contra a política sem projeto que trai o futuro. Soberania significa enfrentar os inimigos internos que bloqueiam a revolução social em nome de um 'centro' que não existe
Por PEDRO EMMANUEL & CAMIE INTREBARTOLI: Se o sadomasoquismo de Cullwick desnudava a violência de classe sob o véu do fetiche, o de Carpenter a embala no brilho da mercadoria. Entre a escrava vitoriana e a popstar neoliberal, a dialética do prazer e do poder revela: sem luta de classes, até a transgressão vira espetáculo
Por WÉCIO PINHEIRO ARAÚJO: Hobbes não defendeu o absolutismo por amor ao poder, mas por temor ao caos. Seu verdadeiro legado é a ideia de que o Estado, mesmo artificial, é a única resposta humana ao abismo do desejo ilimitado – e que a política, antes de ser escolha, é sobrevivência