Por EMILIO CAFASSI: A eleição define-se menos por um projeto de país e mais por um plebiscito de desencanto, onde o voto irado e o ceticismo administrado são as verdadeiras forças eleitorais
Por RENATO DAGNINO: O ataque atual à pesquisa pública é o sintoma de um capitalismo financeirizado que prescinde do conhecimento universitário, exigindo uma aliança histórica com a economia solidária para redirecionar o potencial científico à serviço da sobrevivência humana e de uma sociedade mais justa
Por RICARDO ANTUNES: O que se anuncia como a modernidade do trabalho por aplicativos é, na verdade, a legalização de um arcaísmo social, onde a flexibilidade significa a morte lenta de direitos e, literalmente, a morte de trabalhadores
Por EMILIANO JOSÉ: A soberania ressurge não como isolamento, mas como a coragem de erguer a voz no concerto das nações, dialogando sem subserviência e priorizando o próprio povo em um mundo de hegemonias agressivas
Por TARSO GENRO: Assistimos à naturalização do inaceitável: a transformação de um genocídio em mero episódio geopolítico, revelando que a razão já deu lugar aos monstros que produziu
Por EUGÊNIO BUCCI: O que chamamos de natureza é, com frequência, apenas o reflexo distorcido de nossa própria ideologia, um espelho que devolve a imagem do capital
Por PAULO SILVEIRA: Não me parece que para nossos filhos e netos tenhamos o direito de lhes barrar a saída para o futuro. A menos que queiramos lhes deixar uma herança maldita.
Por LUIZ MARQUES: A verdadeira arte da guerra para o Brasil é substituir o currículo da suspeição por uma formação cívica que forje soldados-cidadãos, imunes ao vírus golpista e devotados apenas à Constituição
Por JOSÉ GIACOMO BACCARIN: A rigidez de conceitos puristas não consegue capturar a intensa diferenciação social e a interdependência que caracterizam a agricultura familiar em um ambiente capitalista moderno
Por TIAGO NOGARA: A mesma mão que assinou o decreto golpista de 2002 agora recebe o prêmio da paz, num teatro geopolítico onde "paz" significa rendição incondicional aos interesses americanos
Por GIANCARLO SUMMA: O pan-americanismo nasceu como instrumento de dominação, mas transformou-se na primeira arena onde nações assimétricas aprenderam a negociar sua soberania, criando as bases do direito internacional moderno
Por VALERIO ARCARY: A Venezuela resiste não apenas a sanções, mas a uma narrativa que ignora sua soberania. O que se vê em Caracas é um povo que, mesmo exausto, mantém viva uma consciência política rara — e que o cerco midiático não deixa transparecer
Por JEAN MARC VON DER WEID: A sobrevivência de Bolsonaro mantém a direita refém de seu próprio mito, travando qualquer projeto de sucessão que não passe pela família e impedindo a construção de uma alternativa viável para 2026
Por ANDREW KORYBKO: A vitória de Babis na República Tcheca representa muito mais que uma mudança de governo – é a consolidação de um bloco regional cético ao liberalismo globalista, onde a soberania nacional se sobrepõe a agendas socioculturais e militaristas externas
Por FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA: O arranjo conservador estabiliza o fluxo de renda para conter conflitos, enquanto o mecanismo de juros altos concentra a riqueza no topo, criando uma ordem estável, porém medíocre e profundamente assimétrica
Por MARILIA PACHECO FIORILLO: Enquanto a justiça internacional tropeça na sua lentidão, a verdadeira resistência floresce nas sombras: crianças que, ...