Por PAULO SILVEIRA: Não me parece que para nossos filhos e netos tenhamos o direito de lhes barrar a saída para o futuro. A menos que queiramos lhes deixar uma herança maldita.
Por LUIZ MARQUES: A verdadeira arte da guerra para o Brasil é substituir o currículo da suspeição por uma formação cívica que forje soldados-cidadãos, imunes ao vírus golpista e devotados apenas à Constituição
Por JOSÉ GIACOMO BACCARIN: A rigidez de conceitos puristas não consegue capturar a intensa diferenciação social e a interdependência que caracterizam a agricultura familiar em um ambiente capitalista moderno
Por TIAGO NOGARA: A mesma mão que assinou o decreto golpista de 2002 agora recebe o prêmio da paz, num teatro geopolítico onde "paz" significa rendição incondicional aos interesses americanos
Por GIANCARLO SUMMA: O pan-americanismo nasceu como instrumento de dominação, mas transformou-se na primeira arena onde nações assimétricas aprenderam a negociar sua soberania, criando as bases do direito internacional moderno
Por VALERIO ARCARY: A Venezuela resiste não apenas a sanções, mas a uma narrativa que ignora sua soberania. O que se vê em Caracas é um povo que, mesmo exausto, mantém viva uma consciência política rara — e que o cerco midiático não deixa transparecer
Por JEAN MARC VON DER WEID: A sobrevivência de Bolsonaro mantém a direita refém de seu próprio mito, travando qualquer projeto de sucessão que não passe pela família e impedindo a construção de uma alternativa viável para 2026
Por ANDREW KORYBKO: A vitória de Babis na República Tcheca representa muito mais que uma mudança de governo – é a consolidação de um bloco regional cético ao liberalismo globalista, onde a soberania nacional se sobrepõe a agendas socioculturais e militaristas externas
Por FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA: O arranjo conservador estabiliza o fluxo de renda para conter conflitos, enquanto o mecanismo de juros altos concentra a riqueza no topo, criando uma ordem estável, porém medíocre e profundamente assimétrica
Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: A pedagogia da escassez naturaliza a ausência de recursos para saúde e educação, omitindo que esses fundos existem, mas foram previamente comprometidos com a valorização do capital fictício.
Por LEONARDO BOFF: A vida não é um acidente, mas a expressão máxima de um universo que se auto-organiza, onde o caos se metaboliza em ordem e a Terra se revela um superorganismo sagrado que nos inclui e nos transcende
Por GABRIEL COHN: A criação de um Estado palestino, embora necessária, é vista como uma solução trágica. Ela perpetua a lógica do Estado nacional, uma instituição problemática que aprisiona povos e gera conflitos, em vez de buscar alternativas supranacionais mais avançadas
Por MARCIO POCHMANN: A história parece se repetir, não como farsa, mas como tragédia: o rentismo e o comércio externo continuam a estrangular o desenvolvimento, transformando o Estado em mero garantidor de privilégios. O futuro permanece cancelado enquanto não rompermos com essa lógica secular
Por MARILIA PACHECO FIORILLO: A força persuasiva da retórica religiosa reside não na clareza lógica, mas no poder do paradoxo e do mistério para comover e converter. Diferente da argumentação demonstrativa, ela se sustenta no pathos e numa autoridade revelada que exige submissão, não compreensão racional
Por LUIZ RENATO MARTINS: Do otimismo desenvolvimentista ao trauma do golpe, a arte brasileira reinventou-se através de Antonio Dias e Hélio Oiticica, substituindo a pureza geométrica pela síntese dialética que incorporava o samba, a rua e a resistência popular
Por EMILIO CAFASSI: Mais do que um conflito territorial, a tragédia de Gaza expõe a inversão grotesca do projeto iluminista, onde um Estado teocrático e expansionista esvazia de sentido as promessas universais de razão, direito e fraternidade
Por MARILIA PACHECO FIORILLO: Enquanto a justiça internacional tropeça na sua lentidão, a verdadeira resistência floresce nas sombras: crianças que, ...