Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: A pedagogia da escassez naturaliza a ausência de recursos para saúde e educação, omitindo que esses fundos existem, mas foram previamente comprometidos com a valorização do capital fictício.
Por LEONARDO BOFF: A vida não é um acidente, mas a expressão máxima de um universo que se auto-organiza, onde o caos se metaboliza em ordem e a Terra se revela um superorganismo sagrado que nos inclui e nos transcende
Por GABRIEL COHN: A criação de um Estado palestino, embora necessária, é vista como uma solução trágica. Ela perpetua a lógica do Estado nacional, uma instituição problemática que aprisiona povos e gera conflitos, em vez de buscar alternativas supranacionais mais avançadas
Por MARCIO POCHMANN: A história parece se repetir, não como farsa, mas como tragédia: o rentismo e o comércio externo continuam a estrangular o desenvolvimento, transformando o Estado em mero garantidor de privilégios. O futuro permanece cancelado enquanto não rompermos com essa lógica secular
Por MARILIA PACHECO FIORILLO: A força persuasiva da retórica religiosa reside não na clareza lógica, mas no poder do paradoxo e do mistério para comover e converter. Diferente da argumentação demonstrativa, ela se sustenta no pathos e numa autoridade revelada que exige submissão, não compreensão racional
Por LUIZ RENATO MARTINS: Do otimismo desenvolvimentista ao trauma do golpe, a arte brasileira reinventou-se através de Antonio Dias e Hélio Oiticica, substituindo a pureza geométrica pela síntese dialética que incorporava o samba, a rua e a resistência popular
Por EMILIO CAFASSI: Mais do que um conflito territorial, a tragédia de Gaza expõe a inversão grotesca do projeto iluminista, onde um Estado teocrático e expansionista esvazia de sentido as promessas universais de razão, direito e fraternidade
Por LISZT VIEIRA: A questão de fundo é saber se a “química” teria sido o estratagema usado por Donald Trump para negociar com Lula e o Brasil, abandonando Jair Bolsonaro à sua própria sorte
Por RUBEN BAUER NAVEIRA: A aparente guinada pro-Ucrânia soa como um ardil para empurrar a OTAN europeia a um confronto com a Rússia, enquanto os EUA se posicionam como meros fornecedores de armas, não como parceiros no campo de batalha
Por GILBERTO LOPES: No desfile militar em 3 de setembro último, Xi Jinping apresentou sua visão da nova ordem mundial em cinco pontos para uma Iniciativa de Governança Global: todos os países, independentemente de seu tamanho, força ou riqueza, devem participar e beneficiar-se igualmente da governança global
Por LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA: Mais que a ausência de interferência, a liberdade republicana exige a dedicação ativa do cidadão ao bem comum. Ela supera o individualismo liberal ao unir direitos civis com virtude cívica, propondo um projeto de sociedade onde a participação política é dever para além do voto
Por EMILIANO JOSÉ: A origem nazista por trás do termo "Síndrome de Asperger" revela como a ciência pode ser pervertida por ideologias mortíferas. Questionar diagnósticos apressados é defender a singularidade humana contra a tirania dos rótulos
Por EUGÊNIO BUCCI: A toga e a peruca não nasceram da vaidade, mas da necessidade de criar um símbolo de imparcialidade. O problema surge quando a forma esvazia seu conteúdo, e o ritual que deveria apagar o indivíduo se torna palco para seu protagonismo, transformando a justiça em um espetáculo pessoal
Por JOSÉ LUÍS FIORI: Enquanto a Europa aceitava sua vassalagem, o Brasil resistia e a China anunciava uma nova ordem. O eixo do poder global desloca-se definitivamente, enterrando a era da hegemonia unilateral
Por TARSO GENRO: A condenação dos golpistas foi um marco, porém a anistia inconstitucional é a nova trincheira do inimigo. A luta agora é uma guerra de movimento, onde a esquerda deve superar o pragmatismo eleitoreiro e se unir a uma sociedade civil renovada para assegurar que a vitória judicial se torne uma vitória política definitiva em 2026