Por ARTHUR MENEZES DE CARVALHO CRESPO: O que está em jogo vai além da atenção: é a própria formação de subjetividades numa era onde identidades são moldadas por engajamentos digitais antes mesmo da constituição de um pensamento crítico
Por GUSTAVO HASSELMANN: O mesmo sistema que prometeu liberdade através das plataformas entregou o controle algorítmico total, transformando o sonho do empreendedorismo no pesadelo da jornada interminável sem direitos ou horizonte coletivo
Por GERSON ALMEIDA: O verdadeiro conflito não é sobre déficits comerciais ou vinganças políticas, mas sobre quem ditará as regras do século XXI: o unilateralismo americano ou o multilateralismo que o Brasil representa nos BRICS
Por CARLOS EDUARDO ARAÚJO: Quando Dante confessava a impotência da linguagem diante dos corpos mutilados, não imaginava que seu inferno poético se tornaria o realismo brutal de Gaza, onde a espada demoníaca se transformou em bombas de precisão
Por SANDRA BARBOSA PARZIANELLO: A tríade conceitual que reposiciona o Brasil no tabuleiro global — democracia como antídoto ao autoritarismo, desenvolvimento como projeto de justiça social e defesa como exercício de soberania cooperativa
Por CIDOVAL MORAIS DE SOUSA: A crise do metanol revela que a ciência brasileira opera por um sistema de castas: soluções salvadoras desenvolvidas na periferia permanecem invisíveis até que a mídia as consagre, desvelando o abismo entre produção científica e reconhecimento social
Por ERNESTO HERNÁNDEZ NORZAGARAY: Sheinbaum herdou não apenas o projeto de AMLO, mas seu manual autoritário: substituir contrapesos democráticos por símbolos populistas e maiorias domesticadas. Resta saber se o poder real — do narcotráfico aos EUA — permitirá que o experimento autocrático se complete
Por NATHAN CAIXETA & JOSÉ FRANCISCO LIMA GONÇALVES: O Fed enfrenta um dilema salomônico: conter a inflação com juros altos e precipitar uma crise, ou irrigar a economia e inflar ainda mais a bolha de ativos. Em qualquer cenário, a centralidade do dólar no sistema global nunca esteve tão ameaçada
Por MICHEL AIRES DE SOUZA DIAS: A personalidade autoritária floresce onde o eu é fraco e a experiência formativa, deteriorada. Mais que uma patologia individual, é o resultado previsível de uma sociedade que produz sujeitos incapazes de resistir às promessas de poder e pertencimento
Por DIEGO EYMARD: Enquanto o governo mineiro age como sócio do latifúndio e do crime organizado, a Serra arde e a população paga com sua saúde e recursos. A tragédia reiterada exige mais que brigadistas; exige um novo projeto de sociedade que rompa com a lógica predatória
Por DYLAN RILEY: Enquanto liberais invocam Arendt para defender um suposto consenso civil, o verdadeiro jogo político acontece na guerra de posições gramsciana, onde a direita mobiliza e a esquerda academicizada fala para si mesma
Por MANECO MAGNESIO GUIMARÃES: As fotografias não registram o vazio, mas a presença forçada daqueles para quem o "fique em casa" era uma ironia cruel; cada imagem é o testemunho de um plano de morte que transformou o direito à vida em negociação com o patrão
Por CLAUDIO SERGIO INGERFLOM: A linha de frente já não separa esquerda e direita, mas democráticos de restauracionistas - um eixo que une desde teóricos do Kremlin até militantes neofascistas europeus na mesma batalha cultural contra o legado das Luzes
Por THIAGO MOTA: A colonização digital não ocorre por invasão territorial, mas pela modelagem silenciosa dos nossos desejos e trajetos, transformando a liberdade em mera escolha entre opções pré-determinadas por uma racionalidade matemática
Por EMILIO CAFASSI: A lei da eutanásia representa a culminação lógica de uma sociedade laica: se podemos legislar sobre como amar e viver, por que não sobre como morrer com dignidade?
Por FRANCISCO BATISTA JÚNIOR: A tentativa de privatização das UPAs revela que o "terceiro setor" é o novo rosto do patrimonialismo, onde a lógica do lucro se disfarça de modernização para assaltar o que é público
Por DANIEL AFONSO DA SILVA: A implosão do centro político não é um acidente, mas o resultado acumulado de anos de crises não resolvidas, onde o custo de salvar a França parece ter sido a própria legitimidade do sistema representativo
Por LUIZ MARQUES: A primavera democrática que se anuncia exige mais que vitórias conjunturais; é o resgate de um civismo substantivo, que substitua a lógica do consumidor pela do cidadão e restaure as utopias públicas como antídoto ao privatismo que nos define há décadas
Por JALDES MENESES: A explosão das ruas sacudiu o interregno mórbido do cesarismo parlamentar, abrindo uma fresta histórica para que um projeto nacional e popular possa, enfim, nascer das cinzas de um sistema político em crise orgânica