Por LUIZ MARQUES: Anistiar golpistas não é pacificação, é capitulação. É conceder impunidade a quem desdenha da democracia e alimentar o espírito golpista para a próxima investida, transformando a lei em mero instrumento de chantagem
Por JALDES MENESES: A anistia proposta não é um pacto de transição, mas um salvo-conduto para a desestabilização permanente. Longe de pacificar, busca imunizar o novo fascismo, usando a democracia para minar suas bases e reabastecer o ódio para o próximo round
Por ADALBERTO DA SILVA RETTO JR: A verdadeira crise urbana é a perda da urbanidade para a lógica do espetáculo e do mercado. A saída não está na nostalgia, mas na reivindicação coletiva da cidade como um bem comum, onde a liberdade se constrói no espaço compartilhado
Por DANIEL AFONSO DA SILVA: A instabilidade ministerial crônica é apenas o sintoma superficial de uma crise constitucional profunda. A Quinta República navega à deriva, esgotada e sem rumo, enquanto a sociedade francesa, desnorteada e sem heróis, encara um abismo de incertezas
Por FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA: A narrativa extremista de "ditadura comunista" e "traidor da pátria" é uma inversão completa da realidade. Mais do que ignorância, é um projeto de má-fé que visa envenenar o debate público, corromper o patriotismo e submeter o país a interesses estrangeiros
Por MONICA LOYOLA STIVAL: O verdadeiro palco da COP é o conflito entre Norte e Sul, corporações e populações. Transformar o evento em mera vitrine de "valores comuns" esvazia seu potencial como arena para confrontar os reais responsáveis pela crise
Por ANTONIO SOARES & ALEXANDRE FERNANDEZ VAZ: A política-espetáculo adotou a lógica do sensacionalismo, onde o absurdo não é um acidente, mas a estratégia. O objetivo já não é debater ideias, mas capturar a atenção e alimentar identidades tribais, mesmo que à custa da racionalidade e do bem comum
Por KANWAL SIBAL: Sua diplomacia é um paradoxo: gestos de paz e ameaças belicosas coexistem em um cálculo pragmático que reconfigura alianças, desestabiliza aliados e negocia diretamente com rivais
Por EVERTON FARGONI: Longe de ser um deus autônomo, o sistema é um espelho que reflete nosso conhecimento. O verdadeiro oráculo, capaz de interpretar o futuro, permanece sendo a humanidade
Por DAVI R. MARTINS: O sistema prisional consolida-se como a zona de exceção permanente onde a humanidade é revogada, transformando corpos indesejados em objetos dóceis sob o poder biopolítico do Estado
Por EMILIO CAFASSI: A mordaça judicial na Argentina revela o núcleo autoritário de um projeto que, em nome da liberdade, a estrangula. Sob o pretexto de proteger a privacidade, protege-se a corrupção, trocando-se a soberania popular pela opacidade do palácio e transformando a democracia em um ritual vazio
Por WENDELL FICHER TEIXEIRA ASSIS & EDWIN ALBERTO MUÑOZ GAVIRIA: A reação anti-ESG é ao mesmo tempo astuta e reacionária: astuta por capitalizar as falhas de um sistema de autorregulação para destruí-lo; reacionária por buscar um retorno a um tempo em que o lucro não precisava sequer de justificativa perante a sociedade e o planeta
Por KETRIM BUENO DE FRAGA: O verdadeiro horror não reside no monstro individual, mas no sistema que, ao priorizar o encarceramento massivo em detrimento da real avaliação e recuperação, inevitavelmente devolve à sociedade sua própria violência, agora potencializada
Por THIAGO MOTA: Muitos médicos, assim como outros profissionais prestigiados, estarão sem trabalho, tornando-se motoristas de Uber. Em certa medida, esse é o preço pago por se formar tendo mais em vista ganhar dinheiro do que aprender a pensar
Por JOSÉ DIRCEU: A luta pela segunda independência do Brasil se trava no campo político e social. Exige a coragem de ocupar as ruas e a clareza de que a verdadeira autonomia só virá com a ruptura das amarras internas e externas que perpetuam a injustiça e a dependência
Por GARCIA NEVES QUITARI: Aos olhos do grande capital, África parece ter voltado a ser apenas uma reserva de recursos naturais e minerais em disputa pelas poderosas nações. Já os governos africanos, vão tentando driblar os seus “animigos” antes do xeque-mate
Por SÉRGIO BOTTON BARCELLOS: A reforma administrativa não é apenas uma questão de gestão tecnocrática ou de ajuste fiscal, mas um projeto que toca diretamente na estrutura do Estado brasileiro e o modo como ele pode garantir direitos sociais
Por EUGÊNIO BUCCI: A lista tríplice da USP segue para as mãos de um Executivo que desdenha da democracia e da cultura. O risco iminente é que a violência simbólica de sua gestão invada o território do pensamento livre e crítico