Por EUGÊNIO BUCCI: Ainda existe o leitor hegeliano, aquele que inicia o dia com o jornal como uma "oração matinal" racional, em contraste com a audiência atual, fugaz e emocional, ou com os algoritmos que agora consomem notícias?
Por EMILIANO JOSÉ: Documentos do Instituto Hoover revelam como a Atlas Network, financiada por corporações como Pfizer e Koch, orquestrou a difusão neoliberal e eventos como os protestos de 2013, que pavimentaram o impeachment de Dilma e a eleição de Bolsonaro
Por FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA: A história mostra que experimentos com bancos livres e moeda privada, de notas bancárias às criptomoedas, fracassam como âncora estável em crises, reafirmando o Estado como fiador essencial da moeda nacional e da regulação prudencial
Por MARKUS SOKOL: Com foco no hemisfério ocidental, a estratégia substitui a prioridade à OTAN por controle de migração, recursos e combate a "narcoterrorismo", prometendo recompensas a aliados, enquanto enfrenta oposição interna dos EUA e de governos latino-americanos
Por EMILIO CAFASSI: Entre o autoritarismo interno e a ameaça de intervenção externa, a Venezuela simboliza a luta pela autodeterminação, desafiando a América Latina a defender coletivamente o princípio inegociável da não intervenção
Por MARCIO POCHMANN: Da acumulação material de Aristóteles e Marx às capacidades humanas de Sen, a riqueza culmina em um novo paradigma: o tempo livre e qualificado para o bem viver, desafio que redireciona o desenvolvimento e a missão do IBGE no século XXI
Por ADRIANA ESCOSTEGUY-MEDRONHO: A ascensão, crise e retorno do PT ao poder espelham a complexa institucionalização de um projeto que, mesmo ao reavaliar a democracia e os direitos humanos, viu seus ideais originais serem tensionados pela realpolitik, pela corrupção e pelas limitações do presidencialismo de coalizão
Por EDUARDO S. VASCONCELOS: A gramática da guerra, os rótulos que transformam pessoas em "lixo humano" e uma fé que abençoa a bala consagram a necropolítica, corroendo a democracia a partir da hierarquização de quais vidas merecem luto
Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: O Brasil transforma a catástrofe em ritual administrativo, onde o Congresso encena uma comédia legislativa: o golpe vira regimento, a barbárie é constitucional e o colapso é um expediente burocrático
Por EMIR SADER: O lawfare e a judicialização da política, como golpe brando, sucedem as revoluções coloridas na guerra híbrida. Essa estratégia, exemplificada no Brasil a partir das manifestações de 2013 e na perseguição a Lula, visa criminalizar a esquerda e subverter a democracia
Por PAULO GHIRALDELLI: Feminicídio e LGBTfobia não se explicam apenas por “machismo” ou “misoginia”: é preciso compreender como a ideia de normalidade e a metafísica médica alimentam a agressão
Por FERNANDA CANAVÊZ: Nas noites nordestinadas do Brasil, o forró é mais que dança; é prática de cuidado que tece laços onde o capitalismo promoveu atomização e saudade
Por PAULO CAPEL NARVAI:
Em 37 anos de SUS, conselhos e conferências de saúde foram decisivos para moldar no Brasil um sistema universal de saúde sui generis