Por WALNICE NOGUEIRA GALVÃO: Lupicínio Rodrigues, entre o tango e o samba, entre o lar e o cabaré, esculpiu canções que são facas de dois gumes: melodia suave para letras afiadas. Seu legado é a crônica de um machismo que se dissolve em poesia, onde a 'dor-de-cotovelo' revela menos paixão que o orgulho ferido de quem nunca soube amar sem posse
Por JOSÉ GATTI: Entre a análise e o afeto, Roland Barthes nos ensinou que o cinema não é apenas objeto de estudo, mas experiência sensível – onde o espectador, mesmo esmagado pela tela, pode resgatar seu poder crítico. Como ele, deixamos a sala não apenas com teorias, mas com a memória de um olhar que transforma fotogramas em política e risos compartilhados em resistência
Por MARILENA CHAUÍ, PAULO SÉRGIO PINHEIRO, LEDA MARIA PAULANI, CARLO AUGUSTO CALIL, ARLENE CLEMESHA, VLADIMIR SAFATLE & PAULO CASELLA: Professores exigem coerência: se o Brasil reconhece o genocídio palestino, como manter acordos com quem o comete? Suspender relações não é gesto simbólico – é recusar-se a ser cúmplice de um regime que usa o Holocausto como licença para repeti-lo
Por MANFRED BACK & LUIZ GONZAGA BELLUZZO: A neurose de Trump é espelho do declínio: por trás das tarifas contra o Brasil, esconde-se o pânico de um colosso que, sem o dólar como arma, vê seu déficit crônico virar um abismo. Enquanto isso, China e BRICS tecem a nova tapeçaria do poder – fio a fio, algoritmo a algoritmo
Por JOSÉ RICARDO FIGUEIREDO: Vê-se que o pix veio incomodar um negócio altamente lucrativo para o sistema financeiro norte-americano. A própria investida de Donald Trump contra ele demonstra a relevância de sua criação
Por OTAVIO ALMEIDA FILHO: Perguntar o que fazer continua impondo sua atualidade e essa pergunta é a mesma que muitos, ainda hoje, continuam fazendo. Que fazer? Como mudar esse animal canalha, mentiroso, perverso, doente que chega aos mais altos cargos na estrutura dos Estados contemporâneos?
Por RENATO DAGNINO: Se a universidade insiste em servir a uma empresa que não a valoriza, por que não redirecionar seu potencial para quem realmente precisa? A tecnociência solidária não é utopia – é a única saída realista em um capitalismo periférico que despreza a pesquisa
Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: No interior da universidade pública brasileira, a excelência e a precarização não apenas coexistem, mas engendram dinâmicas relacionais de corrosão ética, disputa por migalhas de prestígio e sobrevivência subjetiva
Por SOUMAYA GHANNOUSHI: Gaza é um espelho que reflete a vergonha absoluta do mundo. Reflete a hipocrisia do Ocidente, que fala de direitos humanos enquanto financia o genocídio. Reflete a traição dos regimes árabes, que venderam a Palestina por petrodólares e poder. Reflete a cumplicidade das instituições internacionais
Por LEONARDO DOMINGOS BRAGA DA SILVA: Quando a crítica ao eurocentrismo vira aversão à ciência, o remédio pode ser pior que a doença. Assim, a luta contra o colonialismo não pode ser vencida abrindo mão da verdade em nome da justiça epistêmica
Por DISSIDENTES RUSSOS PRESOS> Pedimos aos políticos dos países democráticos que apoiem a luta dos russos e adotem resoluções em nome dos parlamentos, associações políticas e partidos
Por ANA AGUIAR COTRIM: O sionismo, desde suas origens, é um projeto colonial e racista que nega a humanidade tanto dos palestinos – tratados como 'não-povo' – quanto dos próprios judeus, ao reduzi-los a uma identidade étnica supremacista, justificando apartheid e limpeza étnica
Por LISZT VIEIRA: Se por acaso prevalecer a subserviência, e o Brasil entregar as “Terra Raras” com minerais estratégicos para empresas americanas, o presidente Donald Trump provavelmente vai dizer que nunca ouviu falar de Jair Bolsonaro
Por ANTÔNIO DAVID: A nota da CONIB é um ataque desonesto à política externa brasileira, pois nega o genocídio palestino, omite o extremismo do governo Netanyahu e tenta silenciar quem denuncia a violência da extrema direita israelense, repetindo a lógica colonial que oprime Gaza há décadas
Por OSNAN SILVA DE SOUZA: A retórica dos Bolsonaro revela a submissão ao terrorismo imperialista dos EUA, que usa desde bombas atômicas até sanções econômicas para dominar nações, exigindo do Brasil resistência popular e unida contra essa opressão
Por JANETHE FONTES: A compreensão do “pobre de direita” como produto de uma cultura autoritária e hierárquica nos desafia a repensar as bases de nossa sociedade, buscando construir um futuro onde a solidariedade e a justiça social prevaleçam sobre a exclusão e a dominação
Por LINCOLN SECCO: 80 anos depois, o mundo que emergiu das cinzas da Segunda Guerra vê seus próprios vencedores em crise: a Europa combalida, os EUA desafiados pela China e um fascismo reciclado em ascensão. A lição mais urgente? O passado não está enterrado – ele apenas se disfarça e espera