Por CAIO HENRIQUE LOPES RAMIRO & FELIPE ALVES: A rejeição de Carl Schmitt expõe a tensão entre a necessidade de segurança e a preservação da liberdade intelectual, mostrando também que o cancelamento de autores incômodos é uma tentativa de evitar questões que desafiam nossas certezas mais profundas
Por BRUNO RESCK: O lulismo, enquanto fenômeno político-social, consolidou-se no Brasil como uma síntese entre a conciliação de classes e a expansão do consumo popular, mas revelou-se incapaz de eliminar os antagonismos de classe; transformando-se em um híbrido paralisado, incapaz de superar suas contradições estruturais
Por EMMANUEL TODD: O que emerge nos EUA e na Europa não é um populismo monolítico, mas um arquipélago de revoltas nacionais — cada uma moldada por traumas próprios e ilusões coletivas. Se o século XX foi a era das ideologias universais, o XXI é o tempo da desintegração: onde até as derrotas são solitárias
Por GUSTAVO GABRIEL GARCIA: A indústria cultural utiliza narrativas distópicas para promover o medo e a paralisia crítica, sugerindo que é melhor manter o status quo do que arriscar mudanças. Assim, apesar da opressão global, ainda não emergiu um movimento de contestação ao modelo de gestão da vida baseado do capital
Por ANA CAROLINA DE BELLO BUSINARO: A esperança de que a governabilidade virá apenas pela compostura é uma ilusão que esteriliza qualquer vocação transformadora mantendo o status quo. Afinal, governar em tempos de tensão social não é escolher entre paz e guerra, mas decidir de que lado do embate histórico se está
Por LÁZARO VASCONCELOS OLIVEIRA: Se o herói clássico sucumbiu à espetacularização do real, talvez a saída não esteja na busca por novos mitos, mas na desconstrução da própria ideia de heroísmo. Afinal, em um mundo onde a política se dissolve em algoritmos e a revolução se reduz a hashtags, o verdadeiro ato de coragem pode ser recusar-se a representar qualquer papel
Por PAULO NOGUEIRA BATISTA JR.: A usura como política de Estado não é técnica – é opção política. Enquanto o Brasil liderar rankings de desigualdade e juros reais, seguirá refém de um sistema que transfere riqueza do trabalho para o capital, do público para o privado, do futuro para o presente
Por SERGIO COHN: Em tempos de hegemonias desafiadas, a arte do Sul Global não pede licença: escreve seu próprio roteiro. A BRICS Arts Association é mais que uma plataforma — é um manifesto de reinvenção, onde a amizade vira alicerce e a cultura, um ato político de liberdade
Por CHRISTINA BRECH & MANUELA DA SILVA SOUZA: Revisitar as lutas, contribuições e avanços promovidos por mulheres na Matemática no Brasil ao longo dos últimos 10 anos nos dá uma compreensão do quão longa e desafiadora é a nossa jornada na direção de uma comunidade matemática verdadeiramente justa
Por WAGNER PIRES: O pior Congresso da história é um clube de ricos, fazendeiros, e extremistas tanto religiosos quanto de direita, cujo apreço à democracia é nulo
Por ANDRÉ MÁRCIO NEVES SOARES: A guerra da Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio refletem a complexidade da geopolítica moderna, onde interesses estratégicos e ideológicos se entrelaçam
Por JALDES MENESES: O governo Lula 3 manteve até 2025, aos trancos e barracos e o custo de uma derrota eleitoral em 2024, um equilíbrio precário, cedendo espaços nobres do aparelho do executivo e a fatia de 51 bi das emendas parlamentares no orçamento para preservar uma governabilidade mitigada
Por LUIZ MARQUES: O fascismo se esconde nas palavras, mas a esperança as subverte. O futuro não é promessa, mas tarefa coletiva, utopia em movimento. Enquanto houver estrelas, haverá quem resista e reinvente o mundo
Por GUILHERME AFONSO GOMES DOS SANTOS & LEONARDO SEVERO: No epicentro da disputa entre Israel e Irã, emergem questões de hegemonia, resistência e a complexa teia de relações internacionais que moldam o futuro da região
Por OSNAN SILVA DE SOUZA: Enquanto o Ocidente se veste de civilização, suas mãos seguem sujas de sangue colonial. A reabilitação do passado não apaga os crimes do presente — só os repete, agora sob os holofotes da hipocrisia midiática
Por DANIEL AFONSO DA SILVA: Diplomata, professor, historiador, intérprete e construtor do Brasil, polímata, homem de Letras, escritor. Como não se sabe quem vem à frente. Rubens, Ricupero ou Rubens Ricupero
Por CHICO WHITAKER: Se o Congresso atual parece uma caricatura da sociedade brasileira – branco, masculino e milionário –, a culpa não é só do sistema eleitoral, mas da nossa passividade. Aceitar a compra de votos como "normal" é compactuar com a distorção da democracia
Por KRISTIAN FEIGELSON: O tempo tradicional da diplomacia se transforma em shows televisivos ao estilo americano: comentaristas qualificam Anchorage como ...