Por LEONARDO BOFF: A resposta à desumanização não está na teologia ou na filosofia, mas na práxis ininterrupta de quem se levanta para semear vida onde o poder só produz morte
Por PAULO FERNANDES SILVEIRA: A busca pela isenção absoluta pode se tornar o artifício mais eficaz para perpetuar a exclusão e negar o talento sob pretextos frágeis
Por MICHEL AIRES DE SOUZA DIAS: Mais que um modelo econômico, o neoliberalismo é uma engenharia social que, ao produzir indivíduos isolados e psicologicamente fragilizados, cria o terreno fértil para o florescimento de tendências autoritárias e fascistas
Por CARLOS MARINA FREDERICO: Quando o Estado elege a pobreza como inimigo e a execução como política, a Constituição Cidadã é reduzida a um mero epitáfio para os que morrem em sua suposta proteção
Por ARLENE CLEMESHA, ADMA MUHANA & VLADIMIR SAFATLE: Romper com as estruturas que normalizam o extermínio é um ato de rigor acadêmico e uma responsabilidade humana inalienável
Por FERNÃO PESSOA RAMOS: Obra de Jean-Claude Bernardet inventou um pensamento cinematográfico brasileiro ao colocar no centro a questão ética da alteridade: como o cineasta de uma classe pode representar o povo de outra sem trair sua essência?
Por PAULO GHIRALDELLI: A aprovação popular da violência expõe menos a vontade da democracia e mais a falência da República, onde a sede por ações espetaculosas supera a demanda por instituições que funcionem
Por CIDOVAL MORAIS DE SOUSA: A violência estatal letal não é um fracasso da ordem, mas a trágica realização de uma ordem que hierarquiza vidas e transforma a morte do "outro" em espetáculo e capital político
Por MARIA ACSELRAD: Carlos Sandroni nos ensinou que a música é um laço: tocar junto, na mesma pisada, vale mais do que qualquer nota perfeita. Seguiremos pulsando no ritmo que ele ajudou a compor
Por COMISSÃO DE PORTUGUÊS: Considerações sobre a proposta de reforma curricular em debate no âmbito do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade de São Paulo (USP)
Por PAULO SÉRGIO PINHEIRO: Mais de trinta anos após o Carandiru, a espetacularização do extermínio persiste não por ineficiência, mas como projeto de poder que instrumentaliza a morte para fins políticos, desafiando o Estado Democrático de Direito
Por DYLAN RILEY: Reduzir a ação política a um cálculo de interesses fixos é esvaziar a luta de classes de seu conteúdo histórico, que é justamente a batalha pela definição de quais futuros se tornam realizáveis e, portanto, de quais interesses podem de fato importar
Por CARLOS R. S. MILANI: O massacre no Rio não foi um mero desvio de segurança, mas um cálculo político da extrema-direita para romper a ordem democrática e interromper a projeção global de um Brasil que se reconectava com o mundo sob a bandeira do diálogo e da justiça climática
Por CAROL PRONER & LARISSA RAMINA: Do Rio de Janeiro ao Caribe, a guerra ao "narcoterrorismo" revela-se um projeto duplo de dominação: internamente, consolida a necropolítica sobre as periferias; globalmente, recicla o imperialismo sob um novo jargão jurídico-militar
Por MARCIO POCHMANN: A produção de dados tornou-se a nova fronteira da soberania nacional, onde a luta contra um colonialismo digital imposto pelas big techs exige uma diplomacia própria e a construção de uma ordem multilateral de informação