Por JOÃO DOS REIS DA SILVA JÚNIOR: Sob o véu da eficiência, a reforma administrativa consolida a financeirização do Estado, convertendo o fundo público em ativo e o cidadão em cliente, num gesto que atualiza uma secular colonialidade do poder
Por DANIEL CUNHA: Longe de uma aberração, o trumpismo é o sintoma mais agudo de uma crise orgânica do capital, gestada por meio século de financeirização, declínio hegemônico e o abandono da esquerda por um projeto socialista
Por VINÍCIO CARRILHO MARTINEZ: Sob a hegemonia do capital digital, a inteligência artificial extrai e monopoliza o substrato criativo da humanidade, impondo um pensamento único que nos torna obsoletos em nossa própria civilização
Por ELEUTÉRIO F. S. PRADO: O valor na sociedade capitalista não é uma substância metafísica, mas uma medida real imposta por um processo social cego que transforma trabalhos concretos em trabalho abstrato, gerando uma objetividade espectral e coercitiva
Por ALBERTO HANDFAS: O mandato britânico está na origem da opressão colonial de Israel na Palestina e do atual genocídio em Gaza. Novo filme palestino relembra o papel central do imperialismo no conflito
Por EMIR SADER: O que o neoliberalismo chama de flexibilização laboral é uma forma específica de atentar contra os direitos dos trabalhadores, permitindo que o capital contrate mão de obra nas condições que mais lhe convenha
Por DOUGLAS MARTINS: A lógica que move essas operações é a do direito penal do inimigo. O inimigo é aquele a quem o Estado nega o estatuto de pessoa e de cidadão: ele não é punido — é eliminado. As operações não são atos de polícia, mas atos de guerra interna.
Por JALDES MENESES: Melhor seria invocar a adaptação/inversão de Foucault do “aforismo” de Clausewitz: magníficas, coligidas no livro Em Defesa da Sociedade: “A política é a guerra continuada por outros meios”
Por OTÁVIO ALMEIDA FILHO: Sempre acho divertida a melancolia romântica daqueles que dizem que "adoram papel". Revelam o quanto ainda estão saudosistas dos papiros e das alergias provocadas pelos ácaros que proliferam nos papéis envelhecidos.
Por LISZT VIEIRA: Enquanto a letalidade seletiva poupa milícias e poupa líderes, ela sacrifica vidas periféricas no altar de uma reaparição política, transformando uma chacina em palanque
Por EUGÊNIO BUCCI: A democracia se esvai quando o poder público, que deveria proteger, se torna o agente de um terror que divide a cidade entre os que têm direito à vida e os que são relegados ao fuzilamento
Por EMILIANO JOSÉ: A carnificina no Rio não é falha de um plano, mas seu êxito macabro: corpos pobres como moeda em um jogo político que instrumentaliza a guerra às drogas para servir a agendas de poder local e internacional
Por PAULO NOGUEIRA BATISTA JÚNIOR: O domínio plutocrático, onde o Estado serve como comitê dos bilionários, não é uma fatalidade, mas uma escolha política que condena nações ao subdesenvolvimento e à injustiça
Por MONICA LOYOLA STIVAL: A instrumentalização do medo e da violência busca render a soberania nacional a potências estrangeiras, alienando a liberdade em troca de uma paz fictícia forjada sobre corpos pobres
Por JOICE DE SOUZA SOARES: A letalidade que assola o Rio é menos uma guerra fracassada contra o crime e mais uma ferramenta política, onde corpos pobres são a moeda de troca para ambições de poder e narrativas de intervenção
Por JORGE LUIZ SOUTO MAIOR: A banalização do extermínio revela a farsa da disputa de narrativas, onde vidas negras são moeda de troca em um projeto político que transforma o racismo estrutural em estratégia eleitoral
Por OSÉ MAURÍCIO DOMINGOS: Diante da perspectiva de derrota, a extrema-direita aciona seu projeto final: substituir a política pela barbárie, usando o cadáver do pobre como palanque para uma guerra pela alma do país
Por ANDRÉ RODRIGUES: A cortina de fumaça do "combate ao terror" esconde o verdadeiro projeto: a construção de um Estado dentro do Estado, onde a ilegalidade policial se torna o esteio de um mandato que busca substituir a soberania da lei pela soberania da força bruta