Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: A sentença histórica é um divisor de águas que questiona se o Brasil, enfim, aprendeu que democracia não se concilia com golpismo. O futuro dirá se esta foi a virada definitiva ou apenas mais uma trégua no eterno ciclo entre autoritarismo e conciliação
Por MAX BLUMENTHAL & ANYA PARAMPIL: A tentativa de Charlie Kirk de desafiar o lobby pró-Israel custou-lhe o financiamento, gerou ameaças de seus ex-aliados e, por fim, pode ter custado sua vida. Sua história expõe o preço da dissidência dentro do poder sionista nos EUA
Por JULIANA NEVES BARROS & MAÍRA SILVA: O silenciamento racial no debate climático é parte estratégica de um sistema global de poder que opera por meio de uma extração criativa, onde os danos infligidos às comunidades racializadas produzem os lugares brancos. É preciso reconhecer as múltiplas práticas socioecológicas que o sistema insiste em invisibilizar
Por DIOGO ALMEIDA CAMARGOS: A anistia de 1979, vendida como reconciliação, chocou o ovo da serpente da impunidade. Meio século depois, colhemos os frutos amargos de uma democracia que nunca ousou enfrentar seus algozes
Por GUSTAVO TORRECILHA: A verdadeira crise não está no gênero ou no tema, mas na capitulação da ambição literária. O que se exige é que a obra transcenda sua história para dialogar criticamente com a própria tradição que a possibilita
Por LUIS FELIPE MIGUEL: A condenação transcende a mera punição individual, erguendo-se como um marco civilizatório. Ela sinaliza o fim da impunidade para golpistas e reafirma que a democracia, por mais frágil, possui mecanismos de autodefesa
Por BÁRBARA PINHEIRO BAPTISTA: Ao desafiar a crononormatividade ocidental, os saberes de terreiro oferecem um antídoto epistemológico. Eles revelam que o tempo espiralar não é uma mera abstração, mas uma ferramenta vital de cura e existência para futuros ancestrais
Por ALEXANDRE ARAGÃO DE ALBUQUERQUE: O veredicto do STF transcende a condenação penal para se tornar um marco pedagógico. Reafirma, na história institucional, que a democracia se sustenta quando as tentativas de subjugá-la não ficam impunes
Por RENATO DAGNINO: Mais do que um diagnóstico, a economia feminista oferece um projeto de sociedade baseado na sororidade e na solidariedade. O texto adverte, porém, que o caminho para alcançá-lo não pode ser pavimentado com a lógica neoliberal do empreendedorismo, sob pena de contaminar o fim estratégico com meios táticos antagônicos
Por ANDREW KORYBKO: É improvável que a Rússia arriscasse mobilizar o Ocidente em torno de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, realizando uma provocação deliberada contra a Polônia
Por JOÃO QUARTIM DE MORAES: Diante do matadouro em Gaza, a solidariedade internacional emerge como último bastião de humanidade. Enquanto os governos ocidentais compactuam com o genocídio, a coragem da flotilha e da nova geração anti-imperialista carrega a esperança de romper o cerco sionista à dignidade palestina
Por JIANG SHIXUE: A iniciativa chinesa propõe um antídoto ao unilateralismo: uma governança global ancorada no direito internacional e no multilateralismo inclusivo. Rejeita a "ordem baseada em regras" de clubes exclusivos, defendendo em seu lugar a cooperação soberana entre nações iguais para enfrentar ameaças comuns
Por TIAGO BRANDÃO: A extinção da FCT em Portugal não é mera reorganização administrativa, mas uma guinada filosófica. Substitui a ciência como bem público e de longo prazo por uma inovação subserviente ao mercado, sinalizando um retrocesso perigoso na autonomia do conhecimento e no projeto de desenvolvimento nacional
Por CARLOS EDUARDO ARAÚJO: O episódio revela mais que uma mera divergência jurídica; é a crônica de uma guinada política anunciada. Enquanto a Corte se mantém firme, o voto de Fux se ergue como um monumento ao oportunismo, manchando sua própria toga em troca de um lugar no palanque
Por MARCOS DANTAS: O tempo da produção não se conclui assim que o produto esteja pronto para ser levado ao mercado. Na divisão do trabalho industrial ou, se preferirem, na cadeia de valor dos diferentes ramos capitalistas, essa tarefa cabe à indústria de comunicações.
Por LEONARDO BOFF: A hybris do Ocidente não é força, mas sintoma de declínio. Só a justa medida, e não o poder desmesurado, pode evitar o abismo e refazer o mundo