Por TADEU VALADARES: O outono do hegemonismo americano, turbinado por Trump, não anuncia uma nova ordem, mas um perigoso lusco-fusco. Nele, a soberania absoluta de Bodin é ruína, e a vontade geral de Rousseau, uma quimera, deixando-nos à deriva na transição caótica entre uma ordem baseada em regras que definham e outra, ainda informe, que se gesta no conflito
Por TARSO GENRO: Diante do assédio dos poderes fáticos, a democracia sobrevive não como forma vazia, mas na coragem de reinterpretar seu passado revolucionário: expandir as garantias da lei para conter tanto o Estado quanto o mercado, assegurando que a filosofia não seja enterrada pela ação criminosa
Por ANDREW KORYBKO: A julgar pelas palavras de Trump até agora e por relatos recentes, ele está abusando da sorte com Putin, que está aberto a compromissos, não a concessões, tampouco a concessões significativas em termos de segurança. Se a abordagem não mudar, espera-se uma escalada séria
Por DANIELE DE PAULA: O julgamento de Bolsonaro e seus aliados marca um momento histórico para a democracia brasileira, oferecendo uma oportunidade de romper com a tradição de impunidade que marca a história do país
Por CARLOS EDUARDO ARAÚJO: O Iluminismo, que foi e continua sendo uma ode ao conhecimento, à ciência e ao progresso, desempenhou um papel inestimável nessa caminhada da humanidade
Por ADRIÁN PABLO FANJUL: Nas ondas do rádio, pulsa o tecido social que resiste ao desmonte. É na sintonia compartilhada, nos avisos do cotidiano e na milonga, que a "Argentina profunda" tece sua defesa contra a dispersão
Por MARCO MONDAINI: O Magnífico parece não estar preocupado com a memória daqueles/as que sofreram com as atrocidades cometidas pelo Exército Brasileiro durante o regime ditatorial de 1964, preferindo regozijar-se com o título de “Colaborador Emérito”
Por FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA: Na religião do capital, a única blasfêmia é anunciar que a economia real vai bem enquanto os juros sagrados ameaçam cair
Por LEONARDO ROCHA: Na luta por reconhecimento e reparação, os descendentes de indígenas, muitas vezes invisibilizados, também merecem reparação histórica e inclusão nas políticas de equidade
Por LEONARDO BOFF: A humanidade enfrenta uma encruzilhada existencial, obrigada a escolher entre a perpetuação de um paradigma de acumulação anti-vida, que nos conduz à tragédia, e a adoção urgente de uma ética global baseada no cuidado, na fraternidade universal e no respeito por toda a comunidade terrestre
Por EMILIANO JOSÉ: Em vez de risos e brincadeiras, a infância foi marcada por privações e sofrimentos, transformando sonhos inocentes em pesadelos constantes e roubando a pureza dos primeiros anos de vida
Por JOÃO PEDRO MARQUES: A disputa pelo controle e financiamento do SUS revela uma batalha entre a manutenção de um sistema público e gratuito e as pressões por privatizações e cortes orçamentários que ameaçam sua sustentabilidade
Por FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA: A apropriação distorcida e anacrônica de teorias econômicas por Trump, que transforma uma crítica sobre dependência periférica em um manual protecionista para reviver um império industrial que não mais existe, ignorando por completo os limites estruturais da globalização
Por MARTIN WALSER: A obra de Kafka emerge de um duplo movimento: a destruição sistemática do homem comum e a construção obsessiva de um veículo literário puro. Dessa tensão nasce uma forma tão autônoma que a vida, por fim, deve ser lida a partir da literatura, e não o contrário