Por MOYSÉS PINTO NETO: A Frente ampla foi necessária para frear o avanço conservador e fascista, mas não foi nada além disso. Hoje ela serve para impedir o governo Lula de adotar políticas progressistas, e o presidente contém a retórica que poderia dar um sentido mais amplo de luta política redistributiva em função da Frente Ampla
Por VALERIO ARCARY: A guerra contra o Irã revela a ilusão da invencibilidade: mesmo nações poderosas aprendem, tarde demais, que a soberania não se destrói com bombas, mas se fortalece na resistência de um povo. A história julgará não apenas os vencedores, mas os que calaram quando era preciso falar
Por IVAN DA COSTA MARQUES, LUCAS BUOSI, FABRÍCIO NEVES & CAROLINE PEREIRA: A verdadeira soberania digital exigirá não apenas infraestrutura, mas também a capacidade de negociar em um tabuleiro global onde tecnologia e poder são indivisíveis
Por SAMUEL KILSZTAJN: Embora o mundo não esteja muito interessado nos palestinos, o Estado de Israel está sim interessado em alastrar o confronto com os palestinos para uma guerra regional que corre o risco de se transformar em uma guerra mundial
Por LUIZ MARQUES: Enquanto o passado insiste em ecoar, o futuro exige ruptura. A dialética da colonização não se encerra no arquivo, mas se reinventa nas estruturas do poder. Superá-la demanda mais que memória – exige coragem para reescrever a história
Por RAFAEL MANTOVANI: O problema do trabalho do Léo Lins não é o fato de ele ter feito uma piada, mas de ser nazifascista. O racismo é a estrutura cognitiva que faz com que suas piadas sejam compreensíveis
Por ANA CAROLINA DE BELLO BUSINARO: Lula reencena a escuta, mas cala a mobilização; condena o bolsonarismo, mas abraça seu legado neoliberal. Sua frente amplíssima não contém a direita e dilui a esquerda em tons de cinza. Restaura-se o passado como museu: vitrine brilhante, conteúdo emancipador esvaziado
Por OTAVIO A. FILHO: O destino não está no algoritmo de Zuckerberg, mas no código aberto da inventividade baiana que teima em transformar o "cortejo de horrores" em poesia concreta
Por JOÃO VICTOR: Os pardos-indígenas são merecedores de um novo olhar que contemple sua história e sua legitimidade enquanto categoria própria no contexto do debate racial brasileiro
Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: Compreender o papel das métricas e da financeirização não é um exercício teórico qualquer. É um ato de sobrevivência. É a chave para entender por que estamos doentes, por que estamos tristes, por que estamos exaustos
Por MARCO MONDAINI: Quando um gestor é celebrado como ídolo pop, mas desconhece os clássicos que moldaram seu próprio chão, algo está fora do lugar. Pernambuco, terra de insurreições e poesia, merece mais do que lágrimas de fãs e citações improvisadas
Por CLÓVIS ROBERTO ZIMMERMANN: A experiência neoliberal chilena, a mais profunda e radical do mundo, instituída por uma ditadura, não parece sobreviver sem amplos recursos públicos, dependendo massivamente de recursos estatais para continuar existindo
Por LEONARDO BOFF: Face ao risco de nós mesmos podermos desaparecer, cria-se a possibilidade de dar um salto em nossa consciência e estabelecer uma nova relação de amor, de empatia e de cuidado para com a Terra e os demais seres
Por MANUEL DOMINGOS NETO: Em 2026, ninguém perguntará quantas vezes Lula foi ovacionado em Paris, mas se teve a coragem de parar o fluxo de petróleo que alimenta tanques israelenses. A história não repete tragédias como farsa: ela as registra como dívida. E desta, nem o mais hábil negociador escapará
Por DIEGO RABELO: O ataque ao Irã é um recado contra a multipolaridade, contra os povos do Sul Global e, principalmente, contra o projeto de soberania energética e geopolítica dos BRICS