O assassinato de Charlie Kirk

Imagem: Mario Sessions
image_pdf

Por MAX BLUMENTHAL & ANYA PARAMPIL

A tentativa de Charlie Kirk de desafiar o lobby pró-Israel custou-lhe o financiamento, gerou ameaças de seus ex-aliados e, por fim, pode ter custado sua vida. Sua história expõe o preço da dissidência dentro do poder sionista nos EUA

Um informante de Donald Trump e amigo de longa data de Charlie Kirk contou ao site The Grayzone como a mudança de postura em relação à influência israelense, por parte do ativista ultraconservador assassinado, provocou uma reação no círculo dos aliados de Benjamin Netanyahu, que deixou aquele ativista furioso e com medo. A fonte lembrou também como a ansiedade se espalhou dentro do governo de Donald Trump depois que uma aparente operação de espionagem israelense foi descoberta.

Charles Kirk rejeitou uma oferta, feita no início deste ano pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, para arranjar uma nova e massiva injeção de dinheiro sionista em sua organização Turning Point USA (TPUSA), a maior associação ultraconservadora de jovens dos Estados Unidos. O informe foi feito por um amigo de longa data do ativista assassinado, que se manifestou sob condição de anonimato. A fonte disse ao site The Grayzone que o falecido influenciador pró-Trump acreditava que Benjamin Netanyahu estava tentando intimidá-lo e silenciá-lo, já que ele começava não só a questionar publicamente a influência devastadora de Israel em Washington como também a exigir mais espaço para criticá-la.

Segundo a mesma fonte, nas semanas que antecederam seu assassinato, em 10 de setembro, Charlie Kirk já passara a abominar o líder israelense, considerando-o um rufião ameaçador (bully), e estava enojado com o que testemunhara dentro do governo de Donald Trump, onde Benjamin Netanyahu buscava ditar pessoalmente as decisões do staff do presidente, fazendo uso de instrumentos pró-israelenses, como a doadora bilionária Miriam Adelson, para manter a Casa Branca firmemente sob sua rédea.

Segundo esse amigo de Charlie Kirk, que também teve acesso ao presidente Donald Trump e seu círculo mais próximo, o ativista alertou Trump enfaticamente em junho passado contra o bombardeio do Irã em favor de Israel. “Charlie foi a única pessoa que fez isso” – disse, lembrando como Donald Trump, em resposta, “rosnou para ele” e encerrou colericamente a conversa. A fonte acredita que o incidente confirmou, na perspectiva de Charlie Kirk, que o presidente dos Estados Unidos tinha sucumbido ao controle de uma maligna potência estrangeira, e que agora conduzia seu próprio país no rumo de uma enfiada de conflitos desastrosos.

No mês seguinte, Charlie Kirk tornou-se alvo de uma campanha privada sistemática de intimidação e fúria descontrolada por parte de aliados ricos e poderosos de Benjamin Netanyahu, figuras a que ele se referira numa entrevista como “líderes” e “partes interessadas” judaicas. “Ele tinha medo deles”, enfatizou a fonte.

Na TPUSA, a ruptura com Israel se amplia

Charlie Kirk tinha 18 anos quando fundou a TPUSA em 2012. Desde o início, sua carreira foi impulsionada por doadores sionistas, que inundaram de dinheiro sua jovem organização, por meio de associações neoconservadoras como o David Horowitz Freedom Center.

Ao longo dos anos, ele retribuiu seus ricos apoiadores desencadeando uma implacável onda de discursos antipalestinos e islamofóbicos, aceitando viagens de propaganda a Israel e reprimindo severamente as forças nacionalistas que desafiavam o apoio a Israel durante os eventos da TPUSA. Na era Trump, poucos cidadãos norte-americanos se mostraram mais valiosos para o autoproclamado Estado Judeu do que Charlie Kirk.

No entanto, à medida que o ataque genocida de Israel à Faixa de Gaza sitiada provocava uma reação sem precedentes nos círculos da direita, onde apenas 24% dos republicanos mais jovens simpatizam com Israel em detrimento dos palestinos, Charlie Kirk começou a mudar de posição. Às vezes, ele seguia a linha israelense, espalhando desinformação sobre bebês decapitados pelo Hamas em 7 de outubro e negando a fome imposta à população de Gaza.

No entanto, simultaneamente começava a ceder à sua base, questionando em voz alta se Jeffrey Epstein era um agente da inteligência israelense, se o governo israelense permitira que os ataques de 7 de outubro de 2023 prosseguissem para promover objetivos políticos de longo prazo, assim como replicando narrativas que eram mais características do crítico anti-israelense mais ferrenho da direita, o streamer Nick Fuentes.

Em julho deste ano, em sua Cúpula de Ação Estudantil da TPUSA, Charlie Kirk propiciou um fórum para a base de direita desabafar sua fúria contra a pressão política de Israel sobre o governo Trump. Nele, palestrantes como os ex-ativistas da Fox News, Tucker Carlson e Megyn Kelly, e até o comediante judeu antissionista Dave Smith, denunciaram o ataque sangrento de Israel à Faixa de Gaza sitiada, rotularam Jeffrey Epstein como agente da inteligência israelense e zombaram abertamente de bilionários sionistas como Bill Ackman, por “escapar dos golpes” mesmo que não tivesse “nenhuma habilidade de fato”.

Após a confabulação, Charlie Kirk foi bombardeado com mensagens de texto e telefonemas enfurecidos de aliados ricos de Benjamin Netanyahu nos Estado Unidos, incluindo muitos que haviam financiado a TPUSA. Segundo seu amigo de longa data, os doadores sionistas trataram Charlie Kirk com o mais completo desdém, basicamente ordenando-lhe que tomasse jeito e se enquadrasse.

“Ele ouvia abertamente o que não lhe era permitido fazer, e isso o estava enlouquecendo” – lembrou o amigo de Charlie Kirk. O líder da juventude conservadora não só fora “escanteado” pela natureza hostil das interações, como também “amedrontado” com a reação contra si.

O relato do amigo coincide com o de vários comentaristas de direita com acesso a Kirk: “Acho que, no fim das contas, Charlie estava passando por uma transformação espiritual”, refletiu Candace Owens, uma influencer conservadora que se voltou decisivamente contra o estado de coisas em Israel depois do 7 de outubro, uma vez assassinado seu amigo. “Eu sei, ele estava passando por muita coisa. Havia muita pressão, e é difícil para mim ver as pessoas que o pressionavam simplesmente dizerem o que estão dizendo”. Continua ela: “Queriam que ele perdesse tudo por mudar ou mesmo modificar um pouco uma opinião. Isso me magoa muito”.

Charlie Kirk pareceu visivelmente indignado durante uma entrevista em 6 de agosto com a apresentadora conservadora Megyn Kelly, enquanto discutia as mensagens ameaçadoras que estava recebendo de figurões pró-Israel.

“De repente: ‘Ah, Charlie? Bom, ele não está mais conosco’. Espere um segundo – o que significa ‘conosco’ exatamente? Eu sou americano, ok? Eu represento este país” – ponderou antes de abordar os poderosos interesses sionistas que o assediavam.

“Quanto mais vocês, privada e publicamente, questionam o nosso caráter – que não é isolado, seria uma coisa se fosse apenas uma mensagem, ou duas; mas são dezenas de mensagens –, começamos a dizer: ‘Ei! devagar com o andor aí!’” – prosseguiu Charlie Kirk. “Para ser justo, alguns bons amigos judeus dizem: ‘Não somos todos nós’… Mas esses outros aí são líderes, são partes interessadas”.

Ele continuou reclamando com Megyn Kelly: “Tenho menos capacidade… de criticar o governo israelense do que os próprios israelenses. E isso é muito, muito estranho”.

Em uma de suas últimas entrevistas, conduzida com o principal influencer pró-Israel nos Estados Unidos, Ben Shapiro, Charlie Kirk mais uma vez tentou levantar a questão da censura aos críticos de Israel: “Um amigo curiosamente me disse: ‘Charlie, tudo bem, nós reagimos à mídia sobre a COVID, sobre os lockdowns, sobre a Ucrânia, sobre a fronteira’” – disse Charlie Kirk a Ben Shapiro em 9 de setembro. “Talvez devêssemos também nos perguntar: a mídia está apresentando mesmo a verdade quando se trata de Israel? É só uma pergunta…”.

Segundo um amigo de longa data de Charlie Kirk, seu ressentimento com relação a Benjamin Netanyahu e ao lobby israelense estava se espalhando pelo círculo íntimo de Donald Trump. Na verdade, disseram, o próprio presidente estava aterrorizado com a ira de Benjamin Netanyahu e temia as consequências de desafiá-lo.

No ano passado, fontes próximas a Donald Trump foram informadas por contatos na Casa Branca que o Serviço Secreto flagrou funcionários do governo israelense colocando dispositivos eletrônicos em seus veículos de resposta a emergências em duas ocasiões distintas.

Embora The Grayzone não tenha conseguido confirmar a história com o Serviço Secreto ou a Casa Branca, tal incidente não teria sido inédito. De fato, de acordo com uma reportagem do portal Politico citando três ex-altos funcionários americanos, um dispositivo de espionagem de celulares foi instalado por agentes israelenses “perto da Casa Branca e de outros locais sensíveis em Washington” ao final do primeiro mandato de Donal Trump, em 2019.

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, relatou um incidente semelhante em suas memórias, escrevendo que sua equipe de segurança encontrou um dispositivo de escuta em seu banheiro logo após Benjamin Netanyahu usá-lo.

A teoria de que Israel agiu

Charlie Kirk foi morto em 10 de setembro com um único tiro disparado por um atirador aparentemente posicionado no topo de um telhado a 200 metros de distância. Ele foi baleado enquanto estava sentado diante de uma multidão de milhares de pessoas na Universidade Estadual de Utah, em Orem, na primeira etapa de sua turnê pelos campi universitários norte-americanos. A cena de Charlie Kirk desmaiando com o impacto de um tiro no pescoço, no momento em que começava a responder a uma pergunta sobre franco-atiradores transgêneros, foi talvez o espetáculo de assassinato mais chocante e vívido – e certamente o mais viral – da história.

Atualmente, não há evidências de um envolvimento do governo israelense no assassinato de Charlie Kirk. No entanto, isso não impediu milhares de usuários de redes sociais de especularem que as mudanças de opinião do ativista pró-Trump sobre o assunto contribuíram de alguma forma para sua morte. Até o momento da publicação, mais de 100.000 usuários do Twitter/X curtiram uma publicação de 11 de setembro do influenciador libertário Ian Carroll, que declarou sobre Charlie Kirk: “Ele era amigo deles. Ele basicamente dedicou sua vida a eles. E eles o assassinaram na frente de sua família. Israel simplesmente o matou”.

Muitos que adiantam essa teoria ainda não fundamentada apontam para uma publicação no Twitter/X de Harrison Smith, uma personalidade da rede pró-Trump Infowars, afirmando em 13 de agosto – quase um mês antes do assassinato de Kirk – que “alguém próximo a Charlie Kirk lhe disse que Kirk acha que Israel o matará se ele se voltar contra esse país”.

A especulação frenética provocou ondas de choque em Tel Aviv, onde Benjamin Netanyahu, durante uma entrevista em 11 de setembro com a NewsMax, foi obrigado a negar explicitamente que seu governo matou Charlie Kirk.

Netanyahu e seus aliados tentam enterrar a crise Kirk

Essa aparição foi apenas uma das várias entrevistas e declarações que o Primeiro-Ministro dedicou a Charlie Kirk após seu assassinato, em um esforço para enquadrar o legado do falecido líder conservador sob uma luz uniformemente pró-Israel. Essa iniciativa de relações públicas ocorre enquanto Benjamin Netanyahu trava uma campanha militar em sete frentes, pontuada por uma onda de assassinatos regionais que, mais recentemente, atingiu o coração do Catar, um aliado dos Estados Unidos.

Benjamin Netanyahu tuitou suas orações por Charlie Kirk pela primeira vez às 15h02 do dia 10 de setembro, minutos após a notícia do tiroteio. Desde então, ele escreveu três posts adicionais sobre o caso, chegando a se afastar do gabinete de guerra israelense para passar a tarde de 11 de setembro homenageando o ativista ultraconservador na Fox News.

Durante a entrevista, Benjamin Netanyahu fez o possível para insinuar que os inimigos de Israel eram responsáveis pelo assassinato de Charlie Kirk, ainda que nenhum suspeito tivesse sido indicado ou estivesse sob custódia na época: “Os radicais islâmicos e sua união com os ultraprogressistas – eles frequentemente falam de ‘direitos humanos’, falam de ‘liberdade de expressão’ – mas usam a violência para tentar derrubar seus inimigos” – disse o primeiro-ministro a Harris Faulkner.

Em uma publicação no Twitter/X de 10 de setembro, em homenagem ao ativista ultraconservador, o primeiro-ministro israelense referiu-se ao que teria sido uma conversa telefônica recente com Charlie Kirk: “Falei com ele há apenas duas semanas e o convidei para vir a Israel” – declarou Netanyahu. “Infelizmente, essa visita não acontecerá”.

Ele não mencionou, no entanto, se Charlie Kirk recusou o convite, como o fizera com relação à oferta do Primeiro Ministro de reabastecer os cofres da TPUSA com doações de seu círculo de judeus americanos ricos.

No momento da publicação deste artigo, um morador de Utah de 22 anos foi detido após supostamente confessar o assassinato de Charlie Kirk. O público poderá em breve eventualmente descobrir os verdadeiros motivos do suposto assassino. Talvez até alimentem a narrativa que Donald Trump e seus aliados propagaram logo após o tiroteio, de que um radical de esquerda foi o responsável, e que uma onda de repressão draconiana deve se seguir.

No entanto, após a fuga inicial do atirador e uma série de contratempos com o FBI, uma grande parte dos americanos provavelmente nunca acreditará na versão oficial. Nem jamais saberá para onde a reviravolta de Charlie Kirk com relação a Israel teria levado o movimento ultraconservador.

Quatro dias antes do assassinato, a frustração entre comentaristas pró-Israel transbordou em público durante uma entrevista à Fox News, na qual Ben Shapiro lançou um ataque estremecedor a Charlie Kirk, sem nomeá-lo.

“O problema com uma ‘grande tenda’ é que você pode acabar com muitos palhaços lá dentro” – disse Ben Shapiro ao apresentador da Fox e colega guardião sionista Mark Levin, em uma aparente crítica à TPUSA. E completou: “Só porque alguém está dizendo que vota nos republicanos, não significa que esse alguém deva ser o pregador na frente da igreja. Ele não é a pessoa que deveria liderar o movimento quando passa o dia todo criticando o presidente dos Estados Unidos por ‘encobrir uma rede de estupros do Mossad’ ou ‘ser um instrumento dos israelenses para atingir uma instalação nuclear iraniana’”.

Quatro dias depois, quando Charlie Kirk assumiu seu lugar habitual na “frente da igreja”, ele foi abatido pela bala de um atirador.

Menos de 24 horas após a morte de Charlie Kirk, Ben Shapiro anunciou que lançaria sua própria turnê de palestras pelos campi, prometendo: “Vamos pegar aquele microfone manchado de sangue onde Charlie o deixou”.

*Max Blumenthal é jornalista, fundador e diretor do site The Greyzone. Autor, entre outros livros de Republican Gomorrah: Inside the Movement That Shattered the Party (Nation Books).

*Anya Parampil é jornalista. Autora de Corporate Coup: Venezuela and the End of US Empire (OR Books).

Tradução: Ricardo Cavalcanti-Schiel.

Publicado originalmente no site The Greyzone.


A Terra é Redonda existe graças aos nossos leitores e apoiadores.
Ajude-nos a manter esta ideia.
C O N T R I B U A

Veja todos artigos de

MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

1
A rede de proteção do banco Master
28 Nov 2025 Por GERSON ALMEIDA: A fraude bilionária do banco Master expõe a rede de proteção nos bastidores do poder: do Banco Central ao Planalto, quem abriu caminho para o colapso?
2
A poesia de Manuel Bandeira
25 Nov 2025 Por ANDRÉ R. FERNANDES: Por trás do poeta da melancolia íntima, um agudo cronista da desigualdade brasileira. A sociologia escondida nos versos simples de Manuel Bandeira
3
O filho de mil homens
26 Nov 2025 Por DANIEL BRAZIL: Considerações sobre o filme de Daniel Rezende, em exibição nos cinemas
4
A arquitetura da dependência
30 Nov 2025 Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: A "arquitetura da dependência" é uma estrutura total que articula exploração econômica, razão dualista e colonialidade do saber, mostrando como o Estado brasileiro não apenas reproduz, mas administra e legitima essa subordinação histórica em todas as esferas, da economia à universidade
5
A disputa mar e terra pela geopolítica dos dados
01 Dec 2025 Por MARCIO POCHMANN: O novo mapa do poder não está nos continentes ou oceanos, mas nos cabos submarinos e nuvens de dados que redesenham a soberania na sombra
6
Colonização cultural e filosofia brasileira
30 Nov 2025 Por JOHN KARLEY DE SOUSA AQUINO: A filosofia brasileira sofre de uma colonização cultural profunda que a transformou num "departamento francês de ultramar", onde filósofos locais, com complexo de inferioridade, reproduzem ideias europeias como produtos acabados
7
Raduan Nassar, 90 anos
27 Nov 2025 Por SABRINA SEDLMAYER: Muito além de "Lavoura Arcaica": a trajetória de um escritor que fez da ética e da recusa aos pactos fáceis sua maior obra
8
A feitiçaria digital nas próximas eleições
27 Nov 2025 Por EUGÊNIO BUCCI: O maior risco para as eleições de 2026 não está nas alianças políticas tradicionais, mas no poder desregulado das big techs, que, abandonando qualquer pretensão de neutralidade, atuam abertamente como aparelhos de propaganda da extrema-direita global
9
O empreendedorismo e a economia solidária
02 Dec 2025 Por RENATO DAGNINO: Os filhos da classe média tiveram que abandonar seu ambicionado projeto de explorar os integrantes da classe trabalhadora e foram levados a desistir de tentar vender sua própria força de trabalho a empresas que cada vez mais dela prescindem
10
Totalitarismo tecnológico ou digital
27 Nov 2025 Por CLAUDINEI LUIZ CHITOLINA: A servidão voluntária na era digital: como a IA Generativa, a serviço do capital, nos vigia, controla e aliena com nosso próprio consentimento
11
Walter Benjamin, o marxista da nostalgia
21 Nov 2025 Por NICOLÁS GONÇALVES: A nostalgia que o capitalismo vende é anestesia; a que Benjamin propõe é arqueologia militante das ruínas onde dormem os futuros abortados
12
Biopoder e bolha: os dois fluxos inescapáveis da IA
02 Dec 2025 Por PAULO GHIRALDELLI: Se a inteligência artificial é a nova cenoura pendurada na varinha do capital, quem somos nós nessa corrida — o burro, a cenoura, ou apenas o terreno onde ambos pisam?
13
O arquivo György Lukács em Budapeste
27 Nov 2025 Por RÜDIGER DANNEMANN: A luta pela preservação do legado de György Lukács na Hungria de Viktor Orbán, desde o fechamento forçado de seu arquivo pela academia estatal até a recente e esperançosa retomada do apartamento do filósofo pela prefeitura de Budapeste
14
Argentina – a anorexia da oposição
29 Nov 2025 Por EMILIO CAFASSI: Por que nenhum "nós" consegue desafiar Milei? A crise de imaginação política que paralisa a oposição argentina
15
O parto do pós-bolsonarismo
01 Dec 2025 Por JALDES MENESES: Quando a cabeça da hidra cai, seu corpo se reorganiza em formas mais sutis e perigosas. A verdadeira batalha pelo regime político está apenas começando
Veja todos artigos de

PESQUISAR

Pesquisar

TEMAS

NOVAS PUBLICAÇÕES