Uma nova era feudal?

Investidura de cavaleiro (miniatura dos estatutos da Ordem do Nó, fundada em 1352 por Luís I de Nápoles)/ Domínio público
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Por WALDEN BELLO*

A suposta ruptura com o capitalismo pode ser, na verdade, sua expressão mais avançada: uma oligarquia digital onde o rentismo substitui o lucro sem alterar a natureza exploratória do sistema

Desde que a Internet nasceu na década de 1990, e com ela as “big techs”, temos a sensação de que entramos numa nova era em termos de economia política global. Muitos tentaram apontar em que consiste essa transformação. Talvez aquela mais famosa entre esses pensadores críticos seja Shoshana Zuboff. Essa autora, como se sabe, afirmou num longo livro que estamos vivendo numa era de “capitalismo de vigilância”.

O aparelho informacional do sistema coleta as informações que deixamos, sem ter consciência disso, no ciberespaço. As empresas como Google, Microsoft e outros titãs da tecnologia colhem esses dados, processam essas informações para elaborar nossos perfis digitais. Esses perfis são então usados por eles ou por suas empresas clientes para nos manipular como compradores ou como mercadorias que são vendidas para o Estado que quer nos controlar.

Outro esforço importante para definir esse novo capitalismo veio de Mckenzie Wark, que o descreveu em seu influente Manifesto Hacker. Aí, ela disse que a contradição de classe central da nova era não se encontrava mais naquela entre capitalistas e trabalhadores, mas entre os “hackers”, inovadores criativos que lutam para manter a informação livre, e a “classe vetorial” agora dominante, que busca expropriar o conhecimento com o fim de transformá-lo em mercadoria.

Reconhecendo sua dívida com Shoshana Zuboff e Mckenzie Wark, Yanis Varoufakis diz em seu livro que, embora tenham eles insights importantes, esses autores não levaram as suas teses a uma conclusão lógica final: eis que o capitalismo, enquanto um modo de produção distinto, parece ter sido superado historicamente. Pois, aquilo que agora temos, segundo Yanis Varoufakis, consiste no que ele chama de “tecnofeudalismo”.

Ele não diz que os capitalistas deixaram de ser importantes. Eles o são já que ainda se envolvem com a extração de mais-valor ou lucro dos trabalhadores no processo de produção. Contudo, agora eles próprios estão subordinados a uma nova elite, os “capitalistas da nuvem” ou “nuvenlistas” (cloudalists), que privatizaram os bens comuns constituído pelo ciberespaço, controlando o acesso a ele.

Entre os “nuvemlistas” mais poderosos estão os donos da Google, Microsoft, Apple, Amazon e a fabricante de chips Nvidia. E eles o são porque controlam os canais por onde fluem as informações globalmente; eis que esse processo é sustentado materialmente por enormes centros de dados (data centers) localizados em diferentes partes do mundo, assim como por uma rede de cabos submarinos e de satélites.

Acessar agora essas redes entrelaçadas no ciberespaço, conhecidas como “nuvens”, é vital para os capitalistas tradicionais ou “terrestres”; só assim eles têm acesso aos consumidores para vender os seus produtos. Essas portas de entrada (gatekeepers) ao mundo virtual são corporações que ganham dinheiro cobrando aluguel (rent) dos velhos capitalistas.

Pois, sem acesso à rede, tais capitalistas não podem obter lucros. Yanis Varoufakis considera que essa situação é muito parecida com a dos senhores feudais de outrora que detinham o controle da terra. Pois, o controle monopolista da nuvem pelos “nuvenlistas” permite que eles coletem, direta ou indiretamente, dos “capitalistas vassalos” e de qualquer um que use a rede, um “aluguel”. Esse rendimento, note-se, não está sujeito à competição de mercado da qual o lucro depende.

Proletários servos de nuvem

Tal como no capitalismo dos industrialistas terrestres, não são os próprios “nuvenlistas” que produzem valor necessário e excedente. As verdadeiras fontes de valor são aqueles que Yanis Varoufakis chama de “proletários das nuvens” e de “servos das nuvens”. Os proletas das nuvens são trabalhadores que prestam serviços para a Amazon e para as outras empresas “big techs”; eles não são sindicalizados, recebem salários baixos e estão sob constante ameaça de serem substituídos por robôs repetidores e ou por algum mecanismo guiado por inteligência artificial.

Mas o trabalho desses proletas fornece apenas uma fração do valor extraído pelos “nuvenlistas”. São os servos da nuvem é que criam a maior parte desse valor. Seguindo Shoshana Zuboff, Yanis Varoufakis diz que os servos da nuvem somos nós, ou seja, todos aqueles que acessam as redes sociais: somos nós que fornecemos matéria-prima para a nuvem sempre que fazemos uma pesquisa no Google, postamos uma foto no Facebook ou encomendamos um livro na Amazon.

Toda essa massa de informação é então processada pelos “nuvenlistas” para ser usada por eles ou pelos capitalistas terrestres com o objetivo de desenvolver estratégias de marketing cada vez mais sofisticadas para nos fazer abrir mão de nosso dinheiro.

A característica distintiva dos servos das nuvens é que eles estão fazendo um trabalho não remunerado para os “nuvenlistas”, mesmo que não percebam. Como ele observa: “O fato de fazermos isso voluntariamente, até mesmo alegremente, não implica que não somos fabricantes não remunerados – ou seja, servos das nuvens, cuja labuta autodirigida diária enriquece um pequeno grupo de multibilionários”. Somos, em outras palavras, assaltados que não sabem que estão sendo assaltados.

Yanis Varoufakis atribui a ascensão dos “nuvenlistas” à criação de dinheiro com juros zero ou abaixo de zero pelos bancos centrais após a Grande Recessão de 2008 e, depois, durante a pandemia da Covid 19. Os governos de então justificaram esse procedimento dizendo que criavam crédito para estimular a produção em geral e os gastos do consumidor. Mas, dada a grande queda na demanda então observada, a maioria das empresas não investiu os empréstimos que os bancos privados lhes forneceram: em vez disso, elas os usaram para recomprar suas próprias ações corporativas a preços baixos ou para fazer investimentos em imóveis.

“Nuvenlistas” como Jeff Bezos, Elon Musk e Mark Zuckerberg usaram o dinheiro primário do banco central e para eles redirecionado por meio dos grandes bancos, para investir massivamente na expansão de seus negócios, visando a monopolização. Os “nuvenlistas”, ademais, puxaram para os seus negócios grande parte dos bilhões e trilhões que circulavam no sistema financeiro.

Com esse dinheiro eles compraram fazendas de servidores, cabos de fibra óptica, laboratórios de inteligência artificial, armazéns gigantescos, desenvolvedores de software, engenheiros de primeira linha, laboratórios, startups promissoras, assim como tudo o mais que aumentava o seu poder econômico. Em um ambiente onde o lucro se tornou opcional, os “nuvenlistas” aproveitaram o dinheiro do banco central para construir novos impérios.

Resistência na era do tecnofeudalismo

A contradição central na era tecnofeudal passou do conflito entre trabalho e capital para aquele entre os “nuvenlistas” e os servos e os proletários das nuvens. Yanis Varoufakis é meu colega no conselho da Progressive Internacional; ele ajudou a construir uma parceria como com a Global Union, com sede na Suíça, para organizar greves anuais de um dia de trabalhadores da Amazon em muitos países.

Segundo ele, se essas ações pudessem ser coordenadas com os usuários da Amazon, fazendo com que uma massa crítica fosse convencida a não visitar o sítio da Amazon por vários dias, o impacto não seria mínimo: “Mesmo se fossem apenas levemente bem-sucedidos” – alertou –, “causando, digamos, uma queda de 10% nas receitas habituais da Amazon, isso teria um impacto significativo. A greve nos armazéns da Amazon interrompeu as entregas por 24 horas, mas essa ação foi suficiente para empurrar o preço das ações da Amazon para baixo. Ora, trata-se de um impacto que nenhuma ação trabalhista tradicional poderia alcançar.”

Mas construir um forte movimento de resistência aos “nuvenlistas” precisa ir além dessas alianças momentâneas. “Para ter alguma chance de derrubar o tecnofeudalismo e colocar o demos de volta em seu lugar de direito na democracia” – escreveu ele –, “precisamos reunir não apenas o proletariado tradicional e os proletários das nuvens, mas também os servos das nuvens e, de fato, alguns dos capitalistas vassalos”.

Yanis Varoufakis poderia ter acrescentado a essa “grande coalizão” as comunidades cujas vidas estão sendo ameaçadas pelos efeitos dos centros de dados (data centers). Como relata um artigo recente do New York Times, à medida que esses centros aumentam, eles precisam de montantes crescentes de energia para computação e de água para resfriar os computadores. Esses efeitos deletérios têm ocorrido já não apenas no México, mas em mais de uma dúzia de outros países…

Na Irlanda, os centros de dados consomem mais de 20% da eletricidade do país. No Chile, aquíferos preciosos estão em perigo de esgotamento. Na África do Sul, onde os apagões são rotineiros há muito tempo, os centros de dados estão sobrecarregando ainda mais a rede elétrica do país. Preocupações semelhantes surgiram no Brasil, Grã-Bretanha, Índia, Malásia, Holanda, Cingapura e Espanha.

As comunidades forçadas a hospedar esses centros de dados estão agora, na verdade, na vanguarda da resistência às “big techs”. Em muitos países, observa o relatório, “ativistas, residentes e organizações ambientais se uniram para se opor à implantação e continuidade dos centros de dados. Alguns tentaram bloquear os projetos, enquanto outros pressionaram por mais supervisão e transparência.

Esclarecimento necessário

Tenho alguns comentários sobre alguns dos elementos-chaves do paradigma criado por Yanis Varoufakis e eles são apresentados em sequência com um espírito crítico, mas amigável.

Primeiro, a sua conceituação dos proletários de nuvem parece incluir apenas os trabalhadores de serviços mal pagos. E os engenheiros da informação, assim como os outros especialistas e suas equipes que trabalham nos escritórios?

Ele fala, na primeira parte do livro, sobre o papel da “tecnoestrutura” no capitalismo tardio; contudo, parece incluir as diferentes camadas desse estrato como parte da gestão tecnofeudal – e não como parte da força de trabalho explorada. Como Mckenzie Wark enfatizou, os inovadores técnicos ou “hackers” contribuem para a criação de valor que é expropriado pela elite das “big techs”.

Em segundo lugar, há alguma ambiguidade no livro quando se trata de quem exatamente tem o poder supremo na estrutura de poder tecnofeudal. Na maior parte do livro, os líderes bilionários ou trilhonários das grandes empresas de tecnologia, como Jeff Bezos, Elon Musk e Tim Cook, são retratados como membros da elite tecnofeudal. Mas ele também fala ds “grandes senhores” das finanças que rivalizam com os “nuvenlistas”.

Como se sabe, três empresas americanas reúnem poderes superiores a todos os capitalistas terrestres juntos; são elas a BlackRock, a Vanguard e a State Street. Essas três empresas, chamadas nos círculos financeiros de “Três Grandes”, são efetivamente donas do capitalismo americano. Isso ocorre porque elas têm o controle acionário das corporações mais estratégicas.

Na verdade, temos uma elite no poder que está dividida em blocos classistas com diferentes fontes de poder. Estamos realmente em uma era pós-capitalista ou apenas em outro estágio (mais uma vez superior?) do capitalismo? Isso se relaciona com meu terceiro ponto. Yanis Varoufakis, em minha opinião, deveria explicar melhor as dinâmicas do tecnofeudalismo, mostrando que elas são realmente distintas daquelas do capitalismo monopolista.

Economistas, tanto progressistas quanto ortodoxos, há muito argumentam que, em uma situação de monopólio ou oligopólio, tal como ocorre na indústria automobilística ou farmacêutica, os principais atores obtêm lucro, mas também extraem renda, que é o lucro superior ao que estaria disponível se houvesse concorrência significativa no mercado.

Tal como ocorre nas indústrias automobilística e farmacêutica, também se forma oligopólio no setor em que operam as “big techs”; tal como lá, ademais, isso não elimina uma concorrência acirrada. Como se sabe, essa concorrência não se dá nos preços, cuja dinâmica resulta em lucro e extração de renda.

A dinâmica da competição entre os “nuvenlistas” não seria realmente do mesmo tipo? Como a renda capitalista monopolista difere da renda tecnofeudal? Como os ganhos do Google, por exemplo, diferem dos ganhos de oligopolistas que não operam no setor das “big techs”, como JP Morgan, Johnson & Johnson e Toyota?

O meu último ponto tem a ver com a mudança na relação entre o Estado e os “nuvenlistas”. No livro, o Estado aparece principalmente como um facilitador da ascensão desses novos “senhores feudais”; eis que ele proveu essas empresas com dinheiro emitido diretamente ou indiretamente pelos bancos centrais após a Grande Recessão e durante a pandemia.

Certos desenvolvimentos recentes, no entanto, viram o Estado tentando disciplinar as “big techs” por meio de restrições. Tanto sob o primeiro governo de Donald Trump quanto sob a presidência de Joe Biden, Washington impôs medidas bastante restritivas que reduziram os lucros dos “nuvenlistas”; por exemplo, o Estado norte-americano restringiu o compartilhamento de tecnologia avançada com as corporações chinesas.

Os controles de exportação de chips avançados de Inteligência artificial impostos por Biden, em 2022, reduziram drasticamente a participação da Nvidia no mercado chinês de chips de Inteligência artificial de 95% para 50%, resultando na perda de bilhões de dólares.

Sob o segundo governo de Donald Trump, Washington agiu ainda mais drasticamente, usando a imposição de tarifas para forçar os “nuvenlistas”, como a Apple, a transferir partes importantes de suas cadeias de suprimentos globais para os Estados Unidos, embora isso envolvesse grandes custos e interrupções. Reconhecendo o papel de comando do Estado, o CEO da Apple, Tim Cook, declarou recentemente: “O presidente quer mais [produção] nos EUA… A Apple também quer produzir mais nos EUA”.

Nomear a besta corretamente

Yanis Varoufakis também observa que o Estado tem tido um papel mais proeminente ultimamente na regulação das “big techs”. No entanto, ele não extrai todas as implicações para o que ele retratou como o imenso poder dos “nuvenlistas e o que isso representar em termos de futuro para eles.

Tal como está também retratado no livro Tecnofeudalismo, relação do Estado com as “big techs” Estados Unidos está ficando parecida com aquela observada entre o Partido Comunista Chinês e os titãs da China, como Alibaba e Baidu. À medida que a rivalidade geopolítica esquenta e as preocupações com a segurança nacional se elevam, a lucratividade deixa de ser a principal prioridade.

A economia política da China tem sido chamada de capitalismo de Estado ou capitalismo político. Eis que o Partido Comunista da China tem se apegado à definição de Deng Xiaoping segundo a qual eles estão construindo o “socialismo com características chinesas”. Ora, Varoufakis afirma – e eu concordo com isso – que a escolha de um nome é fundamental para entender a essência de uma economia política.

Para sublinhar o que provavelmente se tornará um papel diretivo ainda maior do Estado na economia política dos Estados Unidos e na crescente subordinação da lucratividade à segurança nacional, acho que precisamos de uma palavra melhor do que “tecnofeudalismo”. Ademais, essa mudança de nome teria o benefício adicional de evitar a associação subliminar do título ao clássico tratado neoliberal – e antissocialista – de Friedrich Hayek, O Caminho para a Servidão.

O livro tecnofeudalismo contém uma análise provocativa, bem argumentada e bem escrita sobre esse novo desenvolvimento do capitalismo. E é muito acessível mesmo para aqueles com pouca experiência em economia política ou em economia padrão. Pode haver temas em que posso não concordar completamente ou pontos em que sinto que deveriam ter sido elaborados com mais cuidado.

Contudo, isso não deve prejudicar meu julgamento de que este livro de um dos principais pensadores progressistas de hoje é uma grande contribuição para a compreensão dos tempos tormentosos em que vivemos.

*Walden Bello é doutor em sociologia pela University of Princeton e ex-representante na Câmera de Deputados das Filipinas (2009-2015). Autor, entre outros livros, de Counterrevolution: The global rise of the far right (Fernwood Publishing) [https://amzn.to/3TSqPax].

Tradução: Eleutério F. S. Prado.

Publicado originalmente no portal CounterPunch.


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