A tríplice revolução chinesa

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Por CHENG ENFU & YANG JUN*

A revolução não é um evento do passado, mas um processo contínuo que se reinventa. Da conquista do poder à reforma do sistema e à transição para o comunismo, a “tríplice revolução” chinesa desafia a ideia de que o marxismo é uma teoria ultrapassada

No âmbito do marxismo chinês, Xi Jinping vem reintroduzindo a formulação original de Mao Zedong sobre “promover vigorosamente o espírito de levar a revolução até o fim”. A justificativa é que “levar a revolução até o fim” sintetiza a essência da doutrina marxista e constitui o tema central que atravessa toda a história do movimento comunista internacional. Na concepção de Xi Jinping, trata-se de uma demanda urgente do Partido Comunista da China (PCCh), enquanto segue ativamente na grande luta.

Essa perspectiva exige que nos envolvamos com as múltiplas e ricas camadas conotativas de revolução e, de forma criativa, com a revolução científico-tecnológica. Podemos ver isso em termos de “tríplice revolução”. Primeiramente, a revolução assume a forma de uma tomada do poder, no sentido de derrubar o regime preexistente para estabelecer e defender uma nova autoridade governante. Em um segundo momento, a revolução incorpora a reforma, no sentido do autoaperfeiçoamento e do desenvolvimento do sistema socialista. Por fim, a revolução é uma revolução de transição, no sentido de uma transformação do estágio primário da sociedade socialista em seu estágio posterior, até que se alcance a sociedade comunista.

A teoria da tríplice revolução, aqui apresentada, é uma abordagem geral que envolve sucessão temporal, conexão vertical no espaço e progressão causal no campo da lógica.

Completando a revolução

Desde que o socialismo com características chinesas entrou na nova era, tem sido comum que pensadores nacionais e estrangeiros menosprezem ou mesmo rejeitem erroneamente o marxismo, o socialismo, o comunismo e a revolução, por associá-los aos comunistas da velha guarda, alegando que tais concepções representam uma “teoria ultrapassada”. A esse respeito, e na qualidade de secretário-geral do PCCh, Xi Jinping tem enfatizado reiteradamente que “devemos continuar a erguer bem alto a bandeira da revolução” na nova era, e sermos mais “rigorosos” ao aprofundá-la.[1]

De forma mais significativa, no dia 30 de dezembro de 2016, em seu discurso no chá de ano novo do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Xi Jinping conclamou toda a sociedade a “promover vigorosamente o espírito de levar a revolução até o fim”.[2] Foi a primeira vez, desde a Reforma e Abertura, que os principais líderes do partido e do Estado revisitaram o grande apelo do camarada Mao para se “levar a revolução até o fim”, um apelo lançado há mais de meio século em um discurso público oficial. Reconhecendo que a revolução ainda não havia triunfado completamente, o camarada Xi Jinping exortou seus ouvintes a mostrarem a força e a determinação para levá-la até a vitória final.

Em 5 de janeiro de 2018, na cerimônia de abertura de um seminário motivacional no 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, Xi Jinping ainda ressaltou a identidade e o papel social dos comunistas: “Somos revolucionários, não nos deixem perder este espírito”.[3] Às vésperas do 70º aniversário da nova China, ele fez uma visita especial ao memorial revolucionário de Xiangshan, em Beijing, e reiterou o propósito de “manter e levar adiante o espírito revolucionário da antiga geração”. Em seguida, declarou que “é melhor ser corajoso o bastante para perseguir os agressores do que vender o próprio nome e aprender com o dominador”.[4]

Ao mesmo tempo, a palavra “revolução” tem sido muito frequente nas declarações públicas de Xi Jinping, aparecendo mais de mil vezes em seus discursos sobre a governança do país na nova era. As frases em que aparecem referências à revolução incluem expressões como ideal revolucionário; cultura revolucionária; estilo revolucionário; sentimentos revolucionários; luta revolucionária; propósito revolucionário; vontade revolucionária; espírito de luta revolucionário; disciplina revolucionária; educação tradicional revolucionária; soldados revolucionários na nova era; autorrevolução; nova revolução militar; nova rodada da revolução científica e tecnológica; nova rodada da revolução industrial (e nova revolução da indústria); revolução da produção energética; revolução do consumo; revolução da oferta; revolução tecnológica; revolução do sistema; revolução dos banheiros, e assim por diante.

Obviamente, simplesmente invocar um termo não o torna realidade, logo, não podemos deixar de perguntar: tirando as revoluções científica, tecnológica, industrial e militar, por que Xi tem enfatizado reiteradamente o discurso da “revolução” e insistido que ele seja posto em prática? O que essa revolução deveria implicar? Tentaremos detalhar isso a seguir.

“Levar vigorosamente a revolução até o fim”

“Levar a revolução até o fim” não é apenas importante, mas também essencial. A base de sua inevitabilidade e racionalidade reside no caráter objetivo do desenvolvimento da lógica teórica, da lógica histórica e da lógica realista.[i] Na perspectiva da lógica teórica, trata-se de uma característica fundamental da teoria marxista; na perspectiva da lógica histórica, trata-se do tema central que atravessa toda a história do movimento comunista internacional; e na perspectiva da lógica prática, trata-se de uma necessidade urgente para que o PCCh responda ativamente à Grande Luta.

“Levar a revolução até o fim” representa a essência da teoria marxista. Fundamentalmente oposto às ideologias burguesas do passado, com seu conservadorismo, vulgaridade e rigidez, o marxismo é a teoria da “revolução em primeiro lugar”.[5] Essa revolução se manifesta em todo o processo de desenvolvimento, consolidação e aplicação da teoria marxista. Por um lado, o marxismo não surgiu como uma teoria sectária caída do céu.

Ele é o produto inevitável da crítica científica ao modo de produção capitalista, bem como das inovações revolucionárias que o precederam nas ciências sociais e humanas. Atualmente, o mundo está passando por um vasto e interminável processo de desenvolvimento. Nesse sentido, a revolução representada pela teoria marxista continuará seu curso.

Os marxistas ainda estão realizando a crítica do capitalismo contemporâneo e envolvendo-se na luta revolucionária contra as ideias e teorias da burguesia ocidental, a fim de aproveitar todas as conquistas positivas da civilização mundial e permitir que a teoria marxista se desenvolva ainda mais. Na visão do marxismo, nada no mundo é eterno ou sagrado. Tudo aquilo que existe traz consigo o movimento contraditório da unidade dos opostos. Revolução e crítica compõem a inesgotável força motriz e a fonte interior da construção da realidade, bem como a raiz da eterna juventude e vitalidade da teoria marxista.

Visto de outra forma, ao criticar o velho mundo e descobrir o novo, o marxismo requer a derrubada das condições pré-existentes, a fim de estabelecer novas condições na prática e, dessa forma, revolucionar o mundo.[6] Ele incorpora, portanto, os conhecimentos teóricos e práticos sobre como “mudar o mundo”, de modo a realizar a completa libertação da humanidade. Durante sua vida, Karl Marx foi reconhecido como pensador, político, filósofo, economista, entre outros. Friedrich Engels, que compartilhou com ele quarenta anos de amizade revolucionária, enaltecia seu velho camarada observando, em certo momento, que “Marx é, acima de tudo, um revolucionário”.[7]

Na reunião comemorativa do bicentenário do nascimento de Marx, Xi Jinping ressaltou que ele sempre esteve na vanguarda da luta revolucionária, desde a criação do Comitê de Correspondência de Bruxelas até sua participação na Liga dos Justos, para a qual redigiu o Manifesto Comunista como o documento programático do comunismo científico; desde o envolvimento direto nas revoluções europeias de 1848 e a fundação da Nova Gazeta Renana, até sua participação na primeira conferência internacional de fundação da Primeira Internacional e a redação de documentos importantes como a Declaração de Fundação e os Artigos Provisórios da Associação.

Ser “acima de tudo um revolucionário” não se aplica apenas a Karl Marx, mas também a Friedrich Engels e a todos os líderes revolucionários do proletariado, incluindo Lênin, Mao e Deng Xiaoping.[8] Em suma, uma vez que “o marxismo consiste essencialmente em uma teoria e programa revolucionários”, abandonar esse “espírito revolucionário” equivale a debilitar, sufocar ou até mesmo desintegrar a teoria marxista em sua totalidade.[9]

“Levar a revolução até o fim” é o tema central que atravessa toda a história do movimento comunista internacional. A revolução é a locomotiva que leva a história adiante. Como o mais profundo, abrangente e completo movimento revolucionário da história humana, o movimento comunista internacional — com sua proposta de substituição do capitalismo e consolidação do socialismo rumo ao comunismo — mudou o processo da história mundial de formas jamais vistas.

Da Comuna de Paris na França, à Revolução de Outubro na Rússia; da Revolução da Nova Democracia na China, ao surgimento do movimento proletário nos países desenvolvidos e em desenvolvimento após a Segunda Guerra Mundial, essa série de ondas revolucionárias redefiniu efetivamente a correlação de forças entre o socialismo e o capitalismo em nível mundial. Contudo, a situação revolucionária é complexa e mutável.

No testamento revolucionário que Friedrich Engels escreveu antes de sua morte — a “Introdução de As Lutas de Classes na França, de Marx”, também conhecida como “o último testamento” de Friedrich Engels —, ele previu o possível surgimento de diversas tendências oportunistas na Segunda Internacional. Reiteradamente, Friedrich Engels advertiu os camaradas de diversos países que a Internacional, enquanto se adaptava às novas características da mutável conjuntura revolucionária, também deveria conservar suas posições fundamentais, ou seja, jamais desistir da busca ativa pelo poder revolucionário: “O direito à revolução é, afinal, o único ‘direito histórico’ de fato”.[10]

No entanto, Eduard Bernstein, principal nome do revisionismo da Segunda Internacional, Karl Kautsky, o mais importante teórico do Partido Social-Democrata Alemão, e mais tarde Mikhail Gorbachev, da antiga União Soviética, adulteraram, abandonaram e até mesmo traíram uma série de princípios básicos e propostas políticas do marxismo que lhes atribuía a tarefa de “levar a revolução até o fim”. Como resultado, o movimento comunista internacional dividiu-se entre o socialismo científico e a social-democracia, desencadeando a tragédia histórica da desintegração da União Soviética e as drásticas mudanças no Leste Europeu.

A experiência histórica e suas lições demonstram plenamente que “levar a revolução até o fim” é a verdadeira linha de continuidade que atravessa os 170 anos de história do movimento comunista internacional. Rejeitar e dar as costas à revolução é colocar um ponto final nessa história, bem como no futuro destino do movimento. Atualmente, “ainda estamos no período histórico especificado por Marx”, ou seja, o “período de transição do capitalismo para o socialismo”.[11]

Esse período continua a ser dominado pelo novo imperialismo, mas também é o período no qual a classe trabalhadora mundial realizará uma nova “grande revolução”. Enquanto esse grande período histórico não tiver sido fundamentalmente transformado, o movimento comunista internacional deve aproveitar as oportunidades e, mais uma vez, erguer a bandeira que promove “levar a revolução até o fim”, de modo a retirar gradualmente a causa socialista mundial de sua atual baixa e conduzi-la ao seu apogeu no século XXI.

“Levar a revolução até o fim” é uma necessidade urgente se o Partido Comunista da China pretende responder ativamente à “Grande Luta”. Ao longo de um século de existência, o PCCh cresceu e se fortaleceu no decurso de suas lutas. Enquanto o mundo atual experimenta mudanças sem precedentes em mais de um século, o desenvolvimento chinês, sob a liderança do PCCh, atravessa seu período histórico mais bem-sucedido dos tempos modernos. No entanto, alguns pensadores argumentam que o desenvolvimento pressupõe a estabilidade, e que a luta destrói a harmonia.

Eles defendem a “teoria da extinção da luta”, que afirma a necessidade de um ambiente estável e harmonioso para o desenvolvimento. Em sua superficialidade, ela inverte a relação entre causa e efeito. Na sociedade de classes, a estabilidade e a harmonia só podem ser alcançadas por meio da luta. A busca unilateral por estabilidade e aparente harmonia conduzirá a crises e situações perigosas. Por um longo período após o 18º Congresso do Partido, limitamo-nos a “falar apenas de harmonia, não de luta”.

Mas hoje, como Xi Jinping tem reiterado, estamos “conduzindo uma ‘Grande Luta’, com muitas características históricas novas”.[12] Isso porque, à medida que avançamos em nossa jornada de realização do grande rejuvenescimento da nação chinesa, lidando com um ambiente doméstico e internacional complexo, nos deparamos não apenas com oportunidades históricas únicas, mas também com desafios, riscos, resistências e contradições sem precedentes. Os comunistas devem se envolver em “grandes lutas”, em vez de se limitarem às aparências.

Desde o 19º Congresso do Partido, Xi Jinping tornou ainda mais clara a universalidade da Grande Luta, indicando que estamos diante de um número considerável de lutas importantes. Isso inclui a construção da civilização econômica, política, cultural, social e ecológica; o fortalecimento do exército e da defesa nacional; a atuação nas questões relativas a Hong Kong, Macau e Taiwan; a busca persistente pela diplomacia; e a contínua construção do Partido.[13]

A Grande Luta, como primeiro dos “Quatro Grandes” (os outros três são o “Grande Projeto”, a “Grande Causa” e o “Grande Sonho”), não está circunscrita a uma área específica, mas atravessa por completo a construção do socialismo com características chinesas. Vemos isso na disposição geral “Cinco em Um”, na disposição estratégica dos “Quatro Integrais” e nos “Cinco Conceitos de Desenvolvimento”,[ii] que abrangem todas as áreas da nova era.

O espírito do trabalho, que vem sendo realizado de forma extensiva, reside no reconhecimento de que avançamos por meio de um processo de luta e de que devemos ser proativos e ousar assumir responsabilidades. Portanto, para alcançarmos novas vitórias na Grande Luta durante a nova era, urge levar adiante o espírito revolucionário dessa luta.

No passado, o PCCh foi capaz de conquistar o poder do Estado por meio da luta armada graças ao espírito e ao movimento revolucionários que impulsionaram a Grande Luta. No entanto, as características históricas da era atual determinam que a nova Grande Luta será árdua e de longo prazo, com fatores complexos sobrepondo-se uns aos outros. Para assegurar a vitória final dessa Grande Luta, devemos acompanhar o ritmo da época, preservar a natureza revolucionária do PCCh, levar adiante o espírito da revolução e garantir que ela chegue à sua conclusão.

Pode-se ver que o PCCh não é apenas o partido dirigente, mas também o partido da construção e da revolução. Não fosse assim, ele perderia sua posição dominante à medida que sua natureza revolucionária enfraquecesse. Em tais circunstâncias, as conquistas registradas na Grande Luta não só seriam desfeitas, como o Partido e o país seriam varridos pela história. As lições do colapso dos partidos comunistas da antiga União Soviética e dos países socialistas do Leste Europeu devem ser aprendidas e consideradas.

Visto que a “revolução” é de suma importância, qual deveria ser o seu conteúdo no chamado para “promover vigorosamente o espírito de levar a revolução até o fim”? Atualmente, três principais formulações teóricas são apresentadas nos círculos acadêmicos. A primeira é a Teoria das Três Revoluções (Three Revolutions Theory) sob uma lógica vertical, abrangendo a Revolução da Nova Democracia, a Revolução Socialista e a Reforma e Abertura Socialistas. A segunda é a Teoria das Três Revoluções (Theory of Three Revolutions) sob uma lógica horizontal, abrangendo as revoluções no campo econômico, no campo político e no campo ideológico-cultural.

A terceira, elaborada sob a perspectiva da lógica subjetiva e objetiva, é a “Teoria das Duas Revoluções”, que abrange a Revolução Social e a Autorrevolução. Cada uma dessas três formulações baseia-se na combinação de uma visão revolucionária em sentido “estrito” com a visão revolucionária em sentido amplo. A conjunção dessas teorias é de grande valor. Juntas, resumem e refinam objetivamente a visão revolucionária do marxismo, a história do movimento comunista internacional e toda a trajetória revolucionária do PCCh desde sua fundação.

Deficiências e lacunas

Contudo, as deficiências e lacunas são evidentes em cada uma delas. A Teoria das Três Revoluções [horizontal] não reflete diretamente a profundidade implícita na revolução, enquanto a Teoria das Três Revoluções [vertical] e a Teoria das Duas Revoluções não refletem as características históricas de suas diferentes etapas. Nesse caso, devemos realizar uma análise científica mais profunda a partir dessas três formulações teóricas.

De modo geral, a revolução mencionada no chamado para “promover vigorosamente o espírito de levar a revolução até o fim” é rica em conotações, com múltiplos níveis e diversas dimensões. Além das revoluções na ciência e na tecnologia, na produtividade e nos assuntos militares, a revolução se manifesta, sobretudo, por meio de três propriedades básicas.

Primeiro, ela consiste em uma “Conquista Revolucionária do Poder”, no sentido de derrubar o regime preexistente para estabelecer e defender a nova ordem; esta é a conotação original de revolução. Segundo, ela consiste em uma “Revolução da Reforma”, no sentido de incluir a autorreforma e o aperfeiçoamento do sistema socialista; esta é a conotação ampliada de revolução. Terceiro, ela consiste em uma “Revolução de Transição”, que envolve a transformação do estágio primário do socialismo em seu estágio posterior, até que se alcance a sociedade comunista, propósito e o significado últimos da revolução.

A tríplice revolução — da Conquista Revolucionária do Poder, da Revolução da Reforma e da Revolução de Transição — possui alcance, significado e natureza de ordem econômica, política, cultural (incluindo ideias e teorias, espírito e educação) e social (incluindo família e relações matrimoniais, atmosfera social e costumes), além das dimensões filosóficas mais amplas de sujeito e objeto.

A Teoria da Tríplice Revolução (Triple Revolution Theory) aqui proposta é uma abordagem interdependente e inclusiva, formando uma “trindade”, um sistema orgânico cujas propriedades envolvem a sucessividade temporal, a conectividade espacial e a causalidade lógica, além de fornecer as bases para o avanço da sociedade chinesa na direção do progresso e da civilização. A seguir, apresentamos uma explicação mais específica, a partir das realidades e teorias contemporâneas, tanto chinesas quanto estrangeiras.

PS. Para melhor organização, este artigo foi dividido em quatro partes. As partes subsequentes poderão ser lidas nas próximas publicações.

*Cheng Enfu é professor da Universidade da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

*Yang Jun é professor no Instituto de Marxismo, Escola do Partido do Comitê Provincial de Zhejiang do Partido Comunista da China.

Tradução: Ricardo d’Arêde.

Publicado originalmente na Monthly Review, Vol. 77. no. 1. Maio de 2025.

Notas dos autores


[1] “To Implement the New Development Concept and Promote the Development of High Quality, and to Strive to Create a New Situation in the Rise of the Central Region,”, People’s Daily, 23 de maio de 2019.

[2] XI Jinping, “Speech at the New Year Tea Party of the CPPCC National Committee (December 30, 2016)”, People’s Daily, 31 de dezembro de 2016.

[3] “Time Does Not Wait for Me; Seize the Day to Work and Create a New Situation in the Cause of Socialism with Chinese Characteristics in a New Era”, People’s Daily, 6 de janeiro de 2018.

[4] “Do Not Forget the Original Aspiration, Remember Our Mission, Forge ahead with Confidence, and Continue to Consolidate and Develop New China”, People’s Daily, 13 de setembro de 2019. Xi reiterou, em diversos simpósios, que a melhor forma de homenagear os revolucionários da China é dar continuidade à causa revolucionária que eles iniciaram e pela qual se empenharam. Isso se deu em eventos comemorativos do aniversário de líderes como Mao, Zhou Enlai, Liu Shaoqi, Zhu De, Deng, Chen Yun, Hu Yaobang, entre outros. Ao mesmo tempo, Xi também enfatizou, em uma série de visitas e atividades comemorativas em locais significativos da Revolução Vermelha, a necessidade de avançar na grande causa pela qual os mártires revolucionários lutaram e se sacrificaram, de modo a honrar os heróis revolucionários. Por exemplo, em maio de 2019, ele revisitou o ponto de partida da Longa Marcha do Exército Vermelho, em Yudu, província de Jiangxi. Em Zhangye, província de Gansu, prestou homenagem ao Exército da Estrada Oeste do Exército Vermelho dos Operários e Camponeses Chineses, em agosto daquele ano. Um mês depois, no Condado de Xinxian, província de Henan, homenageou os mártires da Área Soviética de Hubei-Henan-Anhui. Em julho de 2020, Xi visitou o Memorial da Campanha de Siping, na província de Jilin.

[5] ZHU Jiamu, “Marxism Is the Theory of Revolution First”, Research on World Socialism, n. 6, 2018.

[6] MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Collected Works, v. 5. London: Lawrence & Wishart, 2010. p. 38.

[7] MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. The Marx and Engels Anthology, v. 3. Beijing: People’s Publishing House, 2009. p. 602.

[8] XI Jinping, “Speech at the 200th Anniversary Meeting to Commemorate the Birth of Marx”, People’s Daily, 5 de maio de 2018.

[9] TUCKER, Robert Charles. The Marxian Revolutionary Idea. Trad. Gao An. Beijing: People’s Publishing House, 2012. p. 26.

[10] MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Collected Works, v. 27, p. 521.

[11] XI Jinping. The Governance of China, v. 2. Beijing: Foreign Language Press, 2017. p. 66; JIANG Hui, “We Are Still in the Historical Era Specified by Marxism—An Interview with Jiang Hui, Member of the Party Group of the Chinese Academy of Social Sciences and Director of the Institute of Contemporary China Studies”, Marxist Studies, n. 1, 2019.

[12] XI Jinping, Speech at the 120th Anniversary Symposium on Comrade Mao Zedong’s Birthday (26 de dezembro de 2013). Beijing: People’s Publishing House, 2013. p. 24.

[13] “Luta tenaz para alcançar ‘a meta dos dois centenários’”, People’s Daily, 4 set. 2019.

Notas do tradutor


[i] No original, o autor alterna entre “realistic logic” e “practical logic”, referindo-se à mesma lógica, como se vê na frase imediatamente seguinte. Não obstante, “lógica teórica, lógica histórica e lógica prática” são expressões comuns ao marxismo chinês, cf. LIU Cheng e LI Jianjun, “Theoretical logic, historical logic, and practical logic of Xi Jinping Thought on Culture”, 2023.

[ii] Como não há uma padronização para estes termos, adotou-se “disposição geral ‘Cinco em Um’”, “disposição estratégica dos ‘Quatro Integrais’” e “Cinco Conceitos de Desenvolvimento” seguindo as traduções pelo Diário do Povo, jornal oficial do Comitê Central do PCCh, e pela Xinhua, agência de notícias oficial do Governo Central da China.

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