François Truffaut

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Por AFRÂNIO CATANI*

Considerações acerca do livro de Dominique Rabourdin sobre o cineasta frânces

1.

A fortuna crítica envolvendo François Truffaut (1932-1984) é praticamente ilimitada. Assim, optei por trabalhar aqui, a partir do pequeno (19 x 14,5 cm) grande livro de Dominique Rabourdin (1950), em abordagem panorâmica, a filmografia completa de Truffaut enquanto diretor, compreendendo 25 filmes (3 curtas e 22 longas-metragens) realizados entre 1954 e 1983.

Dominique Rabourdin é um experiente escritor, crítico cinematográfico e literário, com estudos sobre André Breton, Roger Caillois, Georges Bataille, julien Gracq, Boris Vian, com programas exitosos na televisão e também autor de livros sobre Serge Daney, Alfred Hitchcock, Douglas Sirk, Michel Bouquet, outro sobre François Truffaut, Krzysztof Kieslowski, Vincente Minnelli. Claude Sautet, sobre Max Schoendorff, o cinema surrealista, a crítica de cinema na França etc.

Mas antes de prosseguir, gostaria de fazer dois registros pessoais. O primeiro é um agradecimento ao economista e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, Luiz Carlos Bresser Pereira que, no início da década de 1950, foi crítico de cinema no extinto jornal O Tempo. Eu era um docente e pesquisador iniciante e o entrevistei em 1977 quando estava elaborando minha dissertação de mestrado sobre o cinema paulista nos anos 50 junto ao Departamento de Sociologia (FFLCH/USP), sob a orientação do professor Gabriel Cohn.

Bresser Pereira foi de uma gentileza ímpar, pois além de me emprestar o conjunto de suas críticas – hoje à disposição dos pesquisadores na Cinemateca Brasileira –, xerocou e me presenteou com a longa introdução que François Truffaut fez a seu livro Les films de ma vie (1975). eu já conhecia boa parte da filmografia do diretor, mas pouco de suas críticas nos Cahiers du Cinéma, que acabei lendo a partir daí.

O segundo registro se refere ao livro de Dominique Rabourdin, publicado na coleção “Les Petits Libres”, das Éditions Mille et Une Nuit. Ele foi comprado em Paris, num tórrido final de junho de 2001, no Quartier Latin, numa ponta de estoque que não existe mais. Estavam lá seis exemplares baratinhos, e a francesa carrancuda até sorriu quando levei todos. Presenteei amigas e amigos e me restou apenas um deles, perdido na estante, prensado entre livros maiores. Acabei localizando-o meio que por acaso, quando procurava outros textos.

2.

Dominique Rabourdin escreve uma ágil introdução, comenta brevemente cada um dos filmes com suas respectivas fichas técnicas abreviadas, estabelece cronologia sumária e apresenta “bibliografia seletiva” contendo livros e prefácios de autoria de François Truffaut, além de várias outras obras consagradas ao diretor.

Na contracapa François Truffaut elabora pergunta que dá o tom do livro e que ele irá responder na página três: “Sempre volto à questão que me atormenta há trinta anos: o cinema é mais importante que a vida?” “Eu acredito que o cinema é uma melhoria da vida porque é extraordinário” (p. 3).

Para o crítico, a biografia de François Truffaut acaba, desde cedo, se confundindo com parte de seus filmes que, embora sem serem estritamente autobiográficos – refere-se, em especial a seu primeiro longa-metragem, Les Quatre Cents Coups/Os Incompreendidos e a série das aventuras de Antoine Doinel – “inspiram-se em acontecimentos reais ou em obsessões muito pessoais” (p. 2).

François Truffaut descobriu tardiamente que Roland Truffaut, arquiteto e decorador não era seu pai biológico. Sua mãe, Jeanine de Montferrand, secretária de L’Illustration, não o suportava, obrigando-o a ficar sentado em uma cadeira lendo, pois não tinha permissão para brincar ou fazer barulho. “muitas vezes confiado às avós, foi delas que herdou o gosto, para não dizer a paixão, pela leitura. Um verdadeiro refúgio para uma criança ‘não amada ou ignorada’ com poucos, mas muito bons amigos’” (p. 3).

A leitura o acompanhou por toda a vida, bem como sua grande dedicação à publicação e à escrita. Fez seu livro de entrevistas com Alfred Hitchcock (1899-1980), escreveu inúmeros prefácios e atuou como editor da obra de seu pai espiritual, o crítico André Bazin (1918-1958).

O cinema tornou-se para ele essencial a partir de 1940, no início da Ocupação alemã, quando François Truffaut tinha oito anos: o cinema converteu-se em um refúgio. Primeiro ia com os pais, depois sozinho “ e até mesmo em segredo” (p. 4). Ele matava aulas, sua educação formal era precária, tinha poucos amigos – aqueles que compartilhavam suas fugas e seu gosto por filmes considerados artísticos e difíceis.

“A partir de 1945, aos 13 anos, ele formou seus próprios gostos, que jamais negaria; Charlie Chaplin (1889-1977), Sacha Guitry (1885-1957), Jean Vigo (1905-1934), Jean Renoir (1984-1979), Robert Bresson (1901-1999), Orson Welles (1915-1988), Alfred Hitchcock” (p. 4). François Truffaut assistia e revia filmes, arquivava artigos, frequentava cineclubes, tendo conhecido em tais lides André Bazin, “que se tornaria o pai que ele desejava, que o salvaria de (pequenos) crimes, que o tiraria da prisão militar quando fosse declarado desertor e que o colocaria como crítico nos Cahiers du Cinéma a partir de 1953” (p. 4).

Aos 20 anos tornou-se um dos “jovens turcos” da crítica de cinema francês, com os amigos Jacques Rivette (1928-2016), Claude Chabrol (1930-2010), Jean-Luc Godard (1930-2022) e Éric Rohmer (1920-2010). Eles faziam parte da futura Nouvelle Vague. “Juntos, defenderam a causa de cineastas pouco conhecidos e considerados puramente comerciais como Alfred Hitchcock e Howard Hawks (1896-1977” (p. 5).

Seu primeiro filme, Une Visite/Uma Visita, é de 1954, curta-metragem em preto e branco de pouco mais de sete minutos, praticamente sem roteiro, cujo câmara foi Jacques Rivette. Durante muito tempo foi considerado perdido e não havia sido projetado até o final dos anos 1980 (p. 6 e 12). Três anos depois, em 1957, filma Les Mistons/Os Pivetes.

François Truffaut já era mais conhecido em seu ofício de crítico turbulento, polêmico e temido, contando como intérpretes Bernadette Lafont – que voltaria a trabalhar com ele em Une Belle Fille Comme Moi/Uma Jovem Tão Bela Como Eu), em 1972 – e Claude Brasseur. É outro curta em preto e branco, também em 16mm e com a duração de 23 minutos. Foi produzido pela Les Films du Carrosse (em homenagem a A carruagem de ouro, de Jean Renoir), sua produtora, criada com a ajuda de seu sogro, um grande distribuidor de filmes.

Nesse mesmo 1957 casou-se com Madeleine Morgenstern, que lhe deu duas filhas, Laura (1954) e Ewa (1961), que aparecerão em L’Argent de Poche/A Idade da Inocência (1976) (p. 6 e 14). Les Mistons é “um verdadeiro prelúdio de toda a sua obra. Já demonstra o seu interesse pela infância e seu desejo de permanecer ’muito próximo do documentário’” (p. 6).

O curta-metragem Histoire d’Eau/História da Àgua (18 minutos), foi filmado em um fim de semana de 1958, dirigido por François Truffaut e Jean-Luc Godard, sendo montado pelo cineasta suíço. A história é bem simples, narrando as peripécias de dois jovens que enfrentam os aborrecimentos causados por uma inundação e que acabam por se apaixonar (p. 6-7 e 16).

3.

Sua estreia no longa-metragem deu-se com Les Quatre Cents Coups/Os Incompreendidos (1959), que terá Jean-Pierre Léaud (1944) como protagonista, com apenas 15 anos, encarnando o personagem Antoine Doinel, que o acompanhará em vários filmes, ao mesmo tempo “alter ego e filho espiritual” de François Truffaut (p. 7).

Explica Dominique Rabourdin que “assim como Le Beau Serge de Claude Chabrol, A Bout de Souffle de Jean-Luc Godard, Paris Nous Appartient de Jacques Rivette e Signe du Lion de Éric Rohmer, Les Quatre Cents Coups pode ser considerado um dos manifestos da Nouvelle Vague, que então conquistava o ‘poder’ do cinema francês” (p. 7).

O autor acrescenta que o filme de François Truffaut foi o grande destaque do festival de Cannes, consolidando definitivamente o lugar do diretor na cinematografia mundial. Lamentavelmente, André Bazin faleceu no início das filmagens.

A partir daí François Truffaut manterá um ritmo de trabalho alucinante, realizando quase um filme por ano, equilibrando-se entre roteiros originais e adaptações de livros que ele apreciava muito.

Admirador do cinema estadunidense, François Truffaut dirigiu várias “séries noires”, baseadas em obras de David Goodis (1917-1967), William Irish (1903-1968), Henry Farrell (1920-2006) e Charles Williams (1886-1945), todos clássicos, além de uma incursão na ficção científica, com Fahrenheit 451 (1966), baseado no livro homônimo de Ray Bradbury (1920-2012) – “mas também por amor aos livros, já que no romance de Bradbury a ideia é salvá-los daqueles que querem destruí-los…” (p. 8).

Filmou duas obras de Henri-Pierre Roché (1979-1959), Jules et Jim (1962) e Les Deux Anglaise et le Continent/As Duas Inglesas e o Amor (1971) e elaborou os roteiros originais da série Antoine Doinel – depois de Os Incompreendidos vieram Antoine et Colette (1962), Baisers volés/Beijos Proibidos (1968), Domicile Conjugal/Domicílio Conjugal (1970) e L’Amour en Fuite/O Amor em Fuga (1979), sempre com Jean-Pierre Léaud. O ator estará presente também em As Duas Inglesas e o Amor (1971) e em La Nuit Américaine/A Noite Americana (1973). Truffaut dedica a Léaud o filme L’ Enfant Sauvage/O Garoto Selvagem (1969) (p. 8-9).

François Truffaut se inspira em notícias da imprensa para realizar La Peau Douce/Um Só Pecado (1964) e mesmo O Garoto Selvagem ou em experiências pessoais, casos de A Noite Americana (o cinema)  e Le Dernier Métro/O Último Metrô (1980 – a Ocupação) (p. 9).

4.

Escreveu e dirigiu filmes especialmente para atrizes e atores, além de Léaud, como Jeanne Moreau (1928-2017) – La Mariée Était en Noir/A Noiva Estava de Preto (1967); Charles Denner (1926-1995) – L’Homme qui Aimait les Femmes/O Homem que Amava as Mulheres (1977); Bernadette Lafont (1938-2013) – Uma Jovem Tão Bela Como Eu (1972) ou Fanny Ardant (1949) – La Femme d’à-Côté/A Mulher do Lado (1981) e Vivement Dimanche!/De Repente Num Domingo! (1983).

Em sua carreira, François Truffaut valeu-se do princípio da alternância: “um filme pesado (As Duas Inglesas e o Amor) será seguido por um filme de entretenimento (Uma Jovem Tão Bela Como Eu); um filme comercialmente arriscado (O Garoto Selvagem ou O Quarto Verde – 1978) será seguido por um empreendimento que pareceria mais óbvio para o público (Domicílio Conjugal ou O Amor em Fuga) (p. 9).

Além disso, a exemplo de Alfred Hitchcock, a quem cultuava, François Truffaut também tornou-se ator em seus filmes, sendo protagonista em O Garoto Selvagem, A Noite Americana e O Quarto Verde (p. 9).

François Truffaut sempre procurou trabalhar com os mesmos integrantes em funções chave de suas películas. No que se refere à direção de fotografia, deve ser ressaltada a participação de excelentes profissionais, como Néstor Almendros (1930-1992), que participou em nove de seus filmes, dentre eles, O Garoto Selvagem, As Duas Inglesas e o Amor, A História de Adèle H.,

O Homem que Amava as Mulheres, O Último Metrô, De Repente Num Domingo!

Raoul Coutard (1924-2016), por sua vez, fotografou outros cinco, destacando-se Jules e Jim, Antoine e Colette e A Noiva Estava Vestida de Preto. Pierre William Glenn (1943-2024) foi o responsável pela fotografia de três, dos quais A Noite Americana e A Idade da Inocência são perfeitos.

Os músicos também não ficaram atrás: Georges Delerue (1925-1992) atuou 11 vezes com Truffaut, sendo sempre lembrados Jules e Jim, A Noite Americana, O Último Metrô. A Mulher do Lado e De Repente, Num Domingo! Maurice Jaubert (1900-1940), compositor que trabalhou com Jean Vigo em Zéro de Conduite (1933) e L’Atalante (1934) teve suas trilhas sonoras em quatro fitas, destacando-se A História de Adèle H., A Idade da Inocência e O Homem que Amava as Mulheres. Antoine Duhamel (1925-2014), em outras quatro, em especial A Sereia do Mississipi e O Garoto Selvagem. Bernard Herrmann (1911-1975), que trabalhou em várias oportunidades com Alfred Hitchcock, musicou Fahrenheit 451 e A Noiva Estava Vestida de Preto.

François Truffaut filmou Vivement Dimanche!/De Repente Num Domingo! já gravemente doente e faleceu em 21 de outubro de 1984, aos 52 anos, vítima de um tumor cerebral. Em 28 de setembro de 1983, Fanny Ardant e ele tiveram uma filha, Joséphine Truffaut.

*Afrânio Catani é professor titular sênior da Faculdade de Educação da USP. Autor, entre outros livros, de A sombra da outra: a cinematográfica Maristela e o cinema industrial paulista nos anos 50 (Editora Panorama). [https://amzn.to/3KpD1OL]

Referência


Dominique Rabourdin. Truffaut: le cinéma et la vie. Paris, Éditions Mil et Une Nuit, 1995, 64 págs. [https://amzn.to/3IIkhJL]

Filmografia


Une Visite/Uma Visita (1954). Curta-metragem (CM). 7mim. 40 segs.

Les Mistons/Os Pivetes (1957). CM. 23 min.

Histoire d’Eau/História da Água (1958). CM. 18 min. Direção: François Truffaut e Jean-Luc Godard.

Les Quatre Cents Coups/Os incompreendidos (1959). Longa-metragem (LM). 93 min. 40 segs.

Tirez sur le Pianiste/Atirem no Pianista (1960). LM. 85 min.

Jules et Jim/Jules e Jim – Uma mulher para Dois (1962). LM. 100 min.

Antoine et Colette/ Antoine e Colette (1962). LM. 120 min.

La Peau Douce/Um Só Pecado (1964). LM. 116 min.

Fahrenheit 451 (1966). LM. 113 min.

La Mariée Était en Noir/A Noiva Estava Vestida de Preto (1967). LM. 107 min.

Baisers Volés/Beijos Proibidos (1968). LM. 90 min.

La Sirène du Mississipi/A Sereia do Mississipi (1968). LM. 120 min.

L’Enfant Sauvage/O Garoto Selvagem (1969). LM. 83 min.

Domicile Conjugal/Domicílio Conjugal (1970). LM. 100 min.

Les Deux Anglaises et le Continent/As Duas Inglesas e o Amor (1974). LM. 132 min.

Une Belle Fille Comme Moi/Uma Jovem Tão Bela Como Eu (1972). LM. 98 min.

La Nuit Américaine/A Noite Americana (1973). LM. 115 min.

L’Histoire d’ Adèle H./A História de Adèle H. (1975). LM. 96 min.

L’Argent de Poche/A Idade da Inocência (1976). LM. 104 min.

L’Homme Qui Aimait Les Femmes/O Homem Que Amava as Mulheres (1977). LM. 118 min.

La Chambre Verte/O Quarto Verde (1978). LM. 94 min.

L’Amour en Fuite/O Amor em Fuga (1979). LM. 94 min.

Le Dernier Métro/O último Metrô (1980). LM. 128 min.

La Femme d’À-Côté/A Mulher do Lado (1981). LM. 108 min.

Vivement Dimanche!/De Repente, Num Domingo! (1983). LM. 111 min.

François Truffaut. Les films de ma vie. Paris: Flammarion, 1975, 376 págs.


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