Metafísica dos costumes

Clarisa Cassiau, Inter-relação, 2017
image_pdf

Por ARTHUR SCHOPENHAUER*

Trecho do livro recém-editado

Da afirmação da vontade de viver

A afirmação da vontade é a própria vontade constante, não perturbada por nenhum conhecimento, pois preenche a vida do homem em geral. Assim, a vida do homem do ponto de vista da natureza: o real secundum naturam vivere. Consideraremos a natureza dessa vontade mais de perto, embora sempre apenas em geral. Visto que o corpo do homem já é a objetidade da vontade tal como aparece nesse estágio e nesse indivíduo; assim, sua vontade, que se desenvolve com o tempo, é, por assim dizer, apenas a paráfrase do corpo, a explicação do significado do todo e de suas partes; é outro modo de representação da mesma coisa em si, cuja aparência já é o corpo.

Portanto, em vez de afirmar a vontade, podemos dizer também a afirmação do corpo. O tema básico de todos os múltiplos atos da vontade é a satisfação de necessidades, que são inseparáveis da existência do corpo em sua saúde e, portanto, já têm sua expressão no próprio corpo: elas podem ser rastreadas até a preservação do indivíduo e a propagação do sexo. Mas indiretamente, os mais diversos motivos ganham poder sobre a vontade e produzem os mais diversos atos de vontade.

Cada um desses atos de vontade, no entanto, é apenas uma amostra, espécime, exemplo da vontade que aparece aqui em geral. Que tipo de amostra é esta, que forma o motivo tem e se comunica com ele, não é essencial; mas o que acontece aqui é apenas que há vontade e com que grau de veemência. A vontade só pode se tornar visível nos motivos, pois o olho só pode expressar seu poder de visão na luz.

O motivo em geral está diante da vontade como um Proteu multiforme: ele sempre promete satisfação completa, saciando a sede da vontade: mas, quando é alcançado, ele imediatamente volta a estar ali de outra forma, e nisto move novamente a vontade, sempre de acordo com o grau de sua veemência e sua relação com o conhecimento, ambos os quais, justamente por meio desses testes e exemplos, se evidenciam como caráter empírico.

Desde o início de sua consciência, o homem se vê carente, e, como regra, seu conhecimento permanece em constante relação com sua vontade. Ele primeiro procura conhecer completamente os objetos de sua vontade; depois, os meios para estes. Agora ele sabe o que tem que fazer e, como regra geral, não se esforça por outros conhecimentos. Ele age e impulsiona: a consciência de que ele está sempre trabalhando para o objetivo de sua vontade o mantém reto e ativo: seu pensamento diz respeito à escolha dos meios.

Tal é a vida de quase todos os homens: eles querem, sabem o que querem, lutam por isso, com tanto sucesso quanto os protegerá do desespero e tanto fracasso quanto os protegerá do tédio e de suas consequências. Daí surge então certa serenidade, pelo menos uma compostura: a riqueza e a pobreza não mudam realmente nada nisto: para os ricos, como os pobres, eles não desfrutam do que têm, já que isto, como já foi demonstrado, só tem um efeito negativo; mas o que eles esperam alcançar através de sua atividade.

É assim que eles avançam, com muita seriedade, mesmo com um ar importante: é também assim que as crianças brincam. – É sempre apenas uma exceção quando tal curso de vida sofre uma perturbação, na medida em que de um reconhecimento independente do serviço da vontade, que, portanto, é dirigido à essência do mundo em geral, surge ou o chamado estético à contemplação, ou mesmo o chamado ético à renúncia.

Dois caminhos que levam além da mera afirmação do corpo individual

Assim, a afirmação do corpo, ou da vontade de viver, é precisamente a continuação da atuação de acordo com motivos cujo tema básico são as necessidades que o próprio corpo já expressa através de sua natureza. O corpo dá as necessidades, mas também as forças para trazer sua satisfação. A simples afirmação do corpo, no verdadeiro sentido, consiste no fato de que o corpo é mantido pelo trabalho dos poderes desse organismo. – Mas raramente a vontade permanecerá nesses limites da mera afirmação do corpo.

Existem duas maneiras de querer que levam além disso: (i) a afirmação da vontade além do próprio corpo; (ii) a afirmação da própria vontade por meio da negação da vontade representada em outros indivíduos. – A primeira é a satisfação do instinto sexual e, portanto, a procriação de um novo indivíduo (illustratio). Consideremos ambos em detalhes. A primeira (satisfação do instinto sexual) ainda pertence a este capítulo da afirmação da vontade de viver ou do corpo: pois é meramente a afirmação além da aparência do próprio corpo. – O segundo, injustiça, consideraremos então em um capítulo separado, que conterá ao mesmo tempo as principais características da doutrina de direito. (loco)

Afirmação da vontade além do próprio corpo (procriação)

A simples afirmação da vontade, na medida em que aparece como um corpo vivo, consiste assim na preservação desse corpo, por meio dos poderes desse mesmo corpo, ou seja, a aquisição das necessidades prementes através do trabalho. Obviamente, este é um grau muito pequeno de afirmação da vontade. O alimento do corpo sempre satisfaz a vontade e é um prazer, ou seja, uma afirmação da vontade: mas esse prazer é totalmente superado pelo esforço e labuta do trabalho. Comer o seu pão com o suor de seu rosto.

O querer não vai além do que a preservação do corpo o torna necessário: consequentemente, o querer aqui só é provocado pela existência do corpo, é condicionado por ele e é limitado a ele: portanto, com a abolição da existência desse corpo, a vontade também seria abolida. Portanto, podemos supor que se em um indivíduo não é apenas a força, mas a própria vontade que não vai além da preservação do corpo por meio de seu trabalho, ou seja, o indivíduo limita voluntariamente seus propósitos à preservação do corpo por meio do trabalho dessa mesma coisa corpo, então com o corpo a vontade também cessa, então, através da morte do corpo, a vontade que apareceu nele também será extinta.

Como o homem pode vir a restringir voluntariamente sua vontade a tal ponto, examinaremos mais tarde. Mas agora falarei sobre ir além deste ponto. Da afirmação da vontade para além da existência do corpo. Pois esta é a gratificação do impulso sexual. Esse impulso já é dado pela existência e natureza do corpo. Mas sua satisfação não é o mero desejo de existir, a preservação de seu próprio corpo; mas um desejo de voluptuosidade, isto é, uma afirmação da vontade de viver em grau muito superior: a satisfação se mostra como uma potência superior do conforto do sentimento de vida; luxúria.

A afirmação da vontade não se limita aqui à conservação do corpo: antes se afirma a vontade de viver em geral; ele afirma além da existência do indivíduo, que ocupa tão pouco tempo: a vida como tal afirma-se em potência acrescida, para além da morte do próprio indivíduo num período de tempo completamente indefinido. O significado interno do ato de procriação é, portanto, a afirmação da vida como tal, e não apenas a afirmação do próprio indivíduo.

A natureza, sempre verdadeira e consistente, mesmo que aqui ingênua, expõe abertamente diante de nós o significado interior do ato de procriação, expressa-o vividamente. Nomeadamente assim: a própria consciência, a veemência do impulso, o prazer em sua satisfação, nos ensina que nesse ato a afirmação mais decisiva da vontade se expressa, puramente e sem nenhuma adição, por exemplo, a da negação de outros indivíduos (injustiça).

E agora a natureza apresenta vividamente a mesma coisa para a representação: o que assim acontece no ser em si mesmo, na vontade, ela mostra no mundo como representação, como a imagem daquele ser em si: ou seja, no tempo e na série causal, uma nova vida, um novo indivíduo aparece como consequência do ato de procriação: a repetição da aparência da vida. O ser gerado está diante do seu genitor; eles são diferentes na aparência, mas idênticos em si mesmos (como vontade) ou em ideia (como homem).

Em relação ao genitor, a procriação é apenas a expressão, o sintoma, de sua decidida afirmação da vontade de viver em geral: em relação ao gerado, ela não é a razão, a causa, da vontade que aparece nele, já que a vontade em si não conhece nem causa nem consequência; mas, como todas as causas, é apenas uma causa ocasional do aparecimento desta vontade neste momento e neste lugar. A mesma vontade como coisa em si, que se afirmou tão simplesmente no genitor, reapresenta-se no ser gerado como manifestação dessa vontade.

Como coisa em si, a vontade do genitor e do ser gerado não é diferente, pois apenas a aparência, e não a coisa em si, está sujeita ao principium individuationis. Através do ato de procriação, como a mais alta expressão da afirmação da vontade de viver, a vida é assim afirmada em geral: assim ela se apresenta como um novo indivíduo: todo o fenômeno começa de novo. A entrega do homem à natureza é assim consumada: é, por assim dizer, uma prescrição renovada à vida e à sua lei.

Com essa afirmação para além do próprio corpo, até a apresentação de um novo, também se afirma outra vez o sofrimento e a morte, como pertencentes à aparência da vida: mas existia no genitor a possibilidade de nada disso acontecer, nomeadamente através da renúncia, através da limitação voluntária de sua vontade para a preservação de seu próprio corpo e a renúncia à luxúria. Veremos ainda que isso seria a negação da vontade de vida e redenção do mundo.

Essa possibilidade de redenção existente (por meio do mais alto conhecimento, que está presente em todo ser humano) é dessa vez declarada infrutífera pelo ato de procriação: aqui está a razão profunda da vergonha sobre o ato de procriação. Essa vergonha na verdade expressa tudo o que tem sido dito até agora sobre a procriação. Por que uma vergonha profunda e, por assim dizer, uma consciência de culpa acompanham o ato de procriação? – Justamente por causa do que foi dito. É a vergonha sobre a renovada devoção à vida, sobre a afirmação dela além da própria existência.

Essa visão é apresentada miticamente no dogma da queda de Adão pelo pecado, apresentado pela doutrina cristã. Esse pecado original se refere obviamente à satisfação do desejo sexual. Todos nós devemos ser participantes dessa queda por meio do nascimento e, portanto, culpados de sofrimento e morte. Esse dogma cristão é profundo: vai além da maneira comum de ver as coisas segundo o princípio de razão e o principium individuationis: reconhece a ideia de homem, na qual todos somos compreendidos e cuja unidade se desfaz para a cognição de acordo com o princípio de razão em inumeráveis indivíduos, mas também lá é restaurado pelo vínculo da procriação, que mantém todos juntos.

Todo mundo já carrega uma culpa por sua existência, ou seja, a culpa dessa própria existência, porque ele mesmo é a vontade que aparece nessa existência. De acordo com isso, o dogma cristão vê cada indivíduo, por um lado, como idêntico a Adão, o símbolo da afirmação da vida e, nessa medida, o sofrimento e a morte como vítimas do pecado (pecado original): por outro lado, porque esse dogma compreende a ideia de humanidade, ele também vê cada indivíduo como idêntico ao Redentor, o símbolo da negação da vontade de viver e, nessa medida, como participante de seu autossacrifício, redimido e salvo dos laços do pecado e da morte, isto é, do mundo, por seu mérito (Rom., 5:12-21.) Perséfone, p. 474.

A satisfação da pulsão sexual é, portanto, a afirmação mais decisiva e mais forte da vontade de viver e, como tal, também é confirmada pelo fato de ser a meta última, a meta mais elevada da vida para os animais e também para as pessoas puramente sensuais. Sua primeira aspiração é a autopreservação; mas, assim que cuida disso, ele se esforça apenas para a procriação: ele não pode fazer mais como um ser puramente sensual.

Precisamente porque a essência interior da natureza é a própria vontade de viver, a natureza impele o homem, como o animal, a procriar com todas as suas forças. Tão logo o indivíduo tenha servido a isso, a natureza alcançou seu propósito com ele e agora está bastante indiferente à sua queda, já que, como vontade de vida em si, ela se preocupa apenas com a preservação da espécie, sendo o indivíduo nada para ela. – Porque no instinto sexual a essência interior da natureza, a vontade de viver, se expressa mais fortemente.

Os antigos poetas e filósofos – Hesíodo, Parmênides – disseram muito significativamente que Eros foi o primeiro, o criativo, o princípio do qual todas as coisas emergem (Arist., Metaph., I, 4.88). Como uma representação alegórica disto, vê-se, em obras antigas, Cupido, ou também Eros e Anteros, carregando o globo terrestre. Também a Maya dos hindus, cujo trabalho e tecido é todo o mundo ilusório, é um paralelo de Cupido. Os órgãos genitais, mais do que qualquer outro membro externo do corpo, servem apenas à vontade e não ao conhecimento (não ao arbítrio, mas à vontade cega – illustratio): de fato, a vontade se mostra aqui quase tão independente do conhecimento quanto nas partes que servem apenas à vida vegetativa, à reprodução, e nas quais a vontade funciona tão cegamente quanto na natureza sem conhecimento.

Porque a procriação é apenas a reprodução para um novo indivíduo: é, por assim dizer, a reprodução à segunda potência; como se a morte fosse apenas excreção à segunda potência. Assim, a luxúria é a potência superior do conforto do sentimento de vida que o mero alimento dá. De acordo com tudo isso, os órgãos genitais são o próprio foco da vontade e, portanto, o polo oposto do cérebro, que é o representante do conhecimento, o outro lado do mundo, o mundo como representação.

A pulsão de luxúria arde constantemente em nós porque é a expressão da base da nossa vida, do elemento radical da nossa existência, da vontade: tem de ser constantemente suprimida e reprimida pela imaginação se quisermos apenas permanecer no estado de consciência clara, isto é, do estado de conhecimento oposto ao querer: mas esse impulso aproveita todas as oportunidades para emergir: como um animal selvagem sempre se esforça para sair de sua jaula.

Os órgãos genitais são o princípio preservador da vida que assegura o tempo da vida sem fim: o conhecimento, por outro lado, dá a possibilidade da abolição do querer, da redenção pela liberdade, da aniquilação do mundo. Anteriormente, no final do capítulo 2, expliquei a afirmação da vontade de viver em geral e abstratamente, e disse: a vontade se afirma, isto é, em sua objetidade, isto é, se o mundo, ou a vida, é completa e claramente dada a sua própria natureza como uma representação, esse conhecimento de forma alguma impede o seu querer; mas precisamente esta vida assim reconhecida é também desejada como tal; antes, sem conhecimento, como um desejo cego, agora, com conhecimento, consciente e prudentemente.

Já lhes mostrei como se expressa a afirmação da vontade de viver, que modo de ação é sua expressão. Já lhes expliquei no capítulo 2 que a morte não arrebata a vida a esta afirmação, mas que a vida tem sempre a certeza da vontade de viver. Mostrei-lhes aí que relação tem a vontade na sua afirmação para com a morte, como a morte não a desafia, porque está aí como já pertencente à vida e incluída nela: o seu oposto, a procriação, equilibra-a completamente e garante-lhe e assegura, apesar da morte do indivíduo, a vontade de viver a vida por um tempo infinito.

É por isso que Shiva tem o lingam. Também expliquei a vocês como alguém que se posiciona com perfeita serenidade no ponto de vista da afirmação resoluta da vida espera a morte sem medo. Ele a enfrenta sem medo, mas também sem esperança. Pois sabe que a morte não lhe arrancará a vida e seus prazeres; mas também não pode arrancá-lo dos sofrimentos da vida. Portanto, aqui não há mais nada a dizer. Sem uma reflexão clara, a maioria das pessoas se posiciona sobre esse ponto de vista; sua vontade afirma continuamente a vida.

O mundo está ali como um espelho ou expressão dessa afirmação, com inúmeros indivíduos, em tempo e espaço sem fim e sofrimento sem fim, entre a procriação e a morte sem fim. – No entanto, não há mais nenhuma reclamação a ser feita sobre isto de qualquer lado. Pois a vontade realiza o grande jogo da tristeza e do prazer à sua própria custa, e é também seu próprio espectador. O mundo é exatamente assim porque a vontade, cuja aparência é o mundo, é tal porque assim ela o quer. A justificativa para o sofrimento é que a vontade também se afirma em resposta a essa aparência: e essa afirmação é justificada e equilibrada pelo fato de suportar o sofrimento.

Aqui já se nos abre um vislumbre da justiça eterna como um todo: mais adiante a reconheceremos mais de perto e mais claramente também em detalhes. Em relação com a afirmação da vontade de viver. Mostrei anteriormente como essa afirmação podia ser limitada à existência do próprio corpo, ou seja, que o possível para o homem não vai além do que a existência de seu corpo exige. – Depois disse que raramente fica nesse ponto, mas que o homem afirma a vontade de viver para além da existência do seu corpo de duas formas: nomeadamente, por um lado, através da satisfação da pulsão sexual, que é a afirmação da vontade de viver.

A segunda maneira pela qual o homem vai além da afirmação de seu próprio corpo é que sua afirmação de sua própria vontade se torna a negação da vontade que aparece em outros indivíduos: esta é a injustiça. Pois, ao querer seu próprio objetivo e perseguir seus próprios fins, o homem é confrontado com as vontades e os fins de outros indivíduos: então ele frequentemente procura destruir a vontade e a existência desses outros indivíduos para afirmar sua própria vontade sem impedimentos: sua afirmação de sua própria vontade torna-se uma negação da própria vontade de viver na medida em que esta é representada em outros indivíduos.

Esse processo é a injustiça, que vamos considerar agora em um capítulo separado. Da injustiça seu correlato, o direito, também se torna completamente compreensível: por isso o conteúdo desse capítulo será também a doutrina do direito. Por isso, agora lhes darei uma visão fácil e clara de toda a essência da doutrina do direito, apresentando-lhes todos os seus fundamentos e princípios essenciais. Ao tomar o caminho para esse fim, vou primeiro deixar claro para vocês a essência do egoísmo e deduzi-lo: pois ele é a fonte da luta dos indivíduos da qual surge a questão do justo e do injusto.

Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi filósofo e escritor. Autor, entre outros livros, de O mundo como vontade e representação (Contraponto).

Referência


Arthur Schopenhauer. Metafísica dos costumes. Tradução: Eli Vagner Francisco Rodrigues. São Paulo, Unesp, 2024, 276 págs. [https://amzn.to/4cTg3rS]


A Terra é Redonda existe graças aos nossos leitores e apoiadores.
Ajude-nos a manter esta ideia.
CONTRIBUA

Veja todos artigos de

MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

1
A rede de proteção do banco Master
28 Nov 2025 Por GERSON ALMEIDA: A fraude bilionária do banco Master expõe a rede de proteção nos bastidores do poder: do Banco Central ao Planalto, quem abriu caminho para o colapso?
2
A poesia de Manuel Bandeira
25 Nov 2025 Por ANDRÉ R. FERNANDES: Por trás do poeta da melancolia íntima, um agudo cronista da desigualdade brasileira. A sociologia escondida nos versos simples de Manuel Bandeira
3
O filho de mil homens
26 Nov 2025 Por DANIEL BRAZIL: Considerações sobre o filme de Daniel Rezende, em exibição nos cinemas
4
A arquitetura da dependência
30 Nov 2025 Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: A "arquitetura da dependência" é uma estrutura total que articula exploração econômica, razão dualista e colonialidade do saber, mostrando como o Estado brasileiro não apenas reproduz, mas administra e legitima essa subordinação histórica em todas as esferas, da economia à universidade
5
A disputa mar e terra pela geopolítica dos dados
01 Dec 2025 Por MARCIO POCHMANN: O novo mapa do poder não está nos continentes ou oceanos, mas nos cabos submarinos e nuvens de dados que redesenham a soberania na sombra
6
Colonização cultural e filosofia brasileira
30 Nov 2025 Por JOHN KARLEY DE SOUSA AQUINO: A filosofia brasileira sofre de uma colonização cultural profunda que a transformou num "departamento francês de ultramar", onde filósofos locais, com complexo de inferioridade, reproduzem ideias europeias como produtos acabados
7
Raduan Nassar, 90 anos
27 Nov 2025 Por SABRINA SEDLMAYER: Muito além de "Lavoura Arcaica": a trajetória de um escritor que fez da ética e da recusa aos pactos fáceis sua maior obra
8
A feitiçaria digital nas próximas eleições
27 Nov 2025 Por EUGÊNIO BUCCI: O maior risco para as eleições de 2026 não está nas alianças políticas tradicionais, mas no poder desregulado das big techs, que, abandonando qualquer pretensão de neutralidade, atuam abertamente como aparelhos de propaganda da extrema-direita global
9
O empreendedorismo e a economia solidária
02 Dec 2025 Por RENATO DAGNINO: Os filhos da classe média tiveram que abandonar seu ambicionado projeto de explorar os integrantes da classe trabalhadora e foram levados a desistir de tentar vender sua própria força de trabalho a empresas que cada vez mais dela prescindem
10
Totalitarismo tecnológico ou digital
27 Nov 2025 Por CLAUDINEI LUIZ CHITOLINA: A servidão voluntária na era digital: como a IA Generativa, a serviço do capital, nos vigia, controla e aliena com nosso próprio consentimento
11
Walter Benjamin, o marxista da nostalgia
21 Nov 2025 Por NICOLÁS GONÇALVES: A nostalgia que o capitalismo vende é anestesia; a que Benjamin propõe é arqueologia militante das ruínas onde dormem os futuros abortados
12
Biopoder e bolha: os dois fluxos inescapáveis da IA
02 Dec 2025 Por PAULO GHIRALDELLI: Se a inteligência artificial é a nova cenoura pendurada na varinha do capital, quem somos nós nessa corrida — o burro, a cenoura, ou apenas o terreno onde ambos pisam?
13
O arquivo György Lukács em Budapeste
27 Nov 2025 Por RÜDIGER DANNEMANN: A luta pela preservação do legado de György Lukács na Hungria de Viktor Orbán, desde o fechamento forçado de seu arquivo pela academia estatal até a recente e esperançosa retomada do apartamento do filósofo pela prefeitura de Budapeste
14
Argentina – a anorexia da oposição
29 Nov 2025 Por EMILIO CAFASSI: Por que nenhum "nós" consegue desafiar Milei? A crise de imaginação política que paralisa a oposição argentina
15
O parto do pós-bolsonarismo
01 Dec 2025 Por JALDES MENESES: Quando a cabeça da hidra cai, seu corpo se reorganiza em formas mais sutis e perigosas. A verdadeira batalha pelo regime político está apenas começando
Veja todos artigos de

PESQUISAR

Pesquisar

TEMAS

NOVAS PUBLICAÇÕES