Uma outra história da Rússia

Imagem: Alina Grubnyak
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Por BORIS AKUNIN*

A história russa parece condenada a um ciclo eterno, oscilando entre o degelo e o gelo, até que a corrente da centralização imperial, esticada ao extremo, finalmente se rompa

Nestes tempos conturbados em que vivemos, abordarei tanto a história quanto as minhas preocupações. Contarei como e por que, sendo autor de romances policiais leves, passei a escrever estudos históricos sérios. Acredito que minha trajetória como escritor me oferece uma perspectiva adequada para estudar os processos em curso na literatura russa. Em particular, sua transição, ou, para ser mais exato, seu retorno, de um período de despreocupação temporária para um de gravidade sem fim.

O fim da história?

Na verdade, o fabulista Krylov já contou a trama: “O gafanhoto cantou o verão vermelho, não teve tempo de se virar e já o inverno o fitava nos olhos”.[1] O “verão vermelho” e o “inverno” são aqui épocas históricas. Dei meus primeiros passos em público como Boris Akunin, romancista, numa época em que todos acreditavam, com Francis Fukuyama, que a história havia chegado ao fim e que tudo iria melhorar a partir de então. Era tão bom sentir o fim da história na Rússia, onde é preciso viver muito tempo, afirmava Kornei Chukovsky, pensando que finalmente será possível viver dias melhores.[2]

Kornei Ivanovitch viveu 87 anos, o que não foi suficiente para testemunhar o advento de dias melhores. Ele morreu numa época de novo esfriamento político, e minha geração teve que esperar até o fim dos anos 1990, pensava eu. E foi com imenso prazer que comecei a escrever literatura de entretenimento para uma classe média emergente. Não só acreditava nas teses de Fukuyama, como também aderi firmemente às de Abraham Maslow,[3] à ideia de que a Rússia tinha começado a subir a sua pirâmide e que, com o tempo, tudo se resolveria.

Nos anos 2000, quando o frio voltou, eu disse e escrevi várias vezes que essas dores fantasmagóricas iriam passar. A evolução histórica tem suas leis, que também se aplicariam à Rússia. Quando a proporção da classe média atingisse um determinado limiar, a democracia prevaleceria sobre o Império. Em 2011-2013, quando o movimento por eleições confiáveis começou na Rússia, eu estava convencido de que já tínhamos alcançado o quarto andar da pirâmide, ou seja, o momento em que a sociedade começa a exigir respeito.

Eu mesmo participei ativamente do movimento, irradiando otimismo durante esses encontros, confiante na vitória do progresso sobre o arcaísmo. Foi então que o “verão vermelho” chegou ao fim e o inverno chegou. Os acontecimentos de 2014 foram um grande choque para mim. Não tanto pela ocupação da Crimeia e pelo ataque à Ucrânia, mas pelo apoio popular maciço à agressão, com um aumento vertiginoso da popularidade de Vladimir Putin. É possível lutar contra um ditador, mas lutar contra 87% dos seus compatriotas que apoiam o ditador torna-se uma tarefa insensata.

E eu deixei a Rússia. Não vou dizer que os acontecimentos de 2014 foram para mim um raio caído de um céu sem nuvens. Já em 2012, quando a onda democrática diminuiu, comecei a suspeitar que a Rússia não estava construindo a pirâmide de Maslow, mas outra estrutura, que sua evolução histórica obedecia a outras leis que eu não compreendia. Tenho formação de historiador, toda a minha vida me interessei por história, li livros de história, mas acontece que não compreendo o meu país. E que todas as interpretações existentes da sua história não me satisfazem, não explicam o essencial. Preciso compreender.

Historiador apesar de mim mesmo

Quando um escritor não compreende, mas quer compreender a todo custo, começa a escrever livros sobre o assunto. E eu comecei a escrever uma história do Estado russo em vários volumes. Podem me chamar de “historiador apesar de mim mesmo”. O trabalho se estendeu por doze anos, resultando em dez grossos volumes (Das origens à invasão mongol, O período da Horda de Ouro, De Ivan a Boris Godunov, O século XVII, O czar Pedro Alexeévich, A época da czarina, A primeira superpotência, Um remédio para o Império, Após uma longa doença, Destruição e ressurreição do Império).

Não há nada de incomum que a história de um país seja escrita por um escritor, em vez de por um cientista. O desejo de escrever a história nacional para um público amplo, num estilo vivo e não erudito, é próprio dos escritores há pelo menos dois séculos – sem remontar à época de Heródoto e Tácito, que, no fundo, dificilmente podem ser considerados acadêmicos.

O autor de ficção científica Isaac Asimov escreveu livros de história. Hoje, o britânico Peter Ackroyd, volume após volume, apresenta uma notável História da Inglaterra, e meu colega Pérez Reverte, autor de romances policiais, publicou uma História da Espanha. O primeiro historiador russo, Karamzin, também era um homem de letras, e sua História do Estado Russo foi escrita em estilo romanesco, destinada a um público amplo.[4]

No meu caso, é a motivação que é incomum. Em geral, o autor deseja contar algo aos seus leitores, compartilhar seus conhecimentos, expor sua concepção e convencê-los da validade de sua visão. No início do projeto, eu não tinha conhecimento suficiente sobre a história e muito menos uma abordagem conceitual. Então, decidi fazer uma experiência.

Acompanharia meus leitores ao longo dos séculos, para me orientar no emaranhado de mitos e fatos, com a esperança de talvez encontrar, ao longo da viagem, a resposta à pergunta que me preocupava: o que é o Estado russo e por que ele sempre volta ao mesmo caminho?

Os dois primeiros volumes deixaram-me confuso. Limitei-me a examinar cuidadosamente o que, no âmbito de uma exposição tradicional da história russa, provavelmente era verdade ou mito. A luz brilhou quando cheguei ao século XV. Aos poucos, uma concepção cada vez mais precisa foi se desenhando nos volumes seguintes. De qualquer forma, ela me pareceu convincente. O décimo e último volume da minha História do Estado Russo não foi publicado na Rússia.

Meus livros foram definitivamente proibidos na Rússia e fui declarado criminoso, principalmente por causa dos meus estudos históricos. Como sabem, na Rússia de Vladimir Putin, os laços com a história são especiais e a história é considerada um assunto de Estado importante. Contestar a versão oficial é passível de prisão. E neste ano, voltei a retratar a história da Rússia. Desta vez, num único volume.

A motivação é a mesma: compartilhar minha visão com os leitores e, se possível, convencê-los de sua correção. Trata-se de condensar dez volumes em um único, para enfatizar a lógica dos processos sociopolíticos. E, na minha opinião, o que está acontecendo hoje na Rússia não se explica pela ideia de um mau Putin ou de um povo ruim, mas por razões objetivas. Estou convencido de que as coisas não poderiam se passar de outra forma.

Uma história interativa?

O título Corrente de Ouro em um Carvalho Verde é tomado de um texto poético conhecido por todos os russos desde o ensino fundamental:[5]

À beira-mar, um carvalho verde,

Uma corrente de ouro no carvalho,

E dia e noite, o sábio gato

Não para de dar voltas em torno da corrente.

Ele vai para a direita, entoa uma canção,

Para a esquerda, conta uma história…

“Nesses versos antológicos, segundo minha interpretação, reside o código que permite compreender toda a história russa, escrevi em meu prefácio. O carvalho verde é a Rússia, e a corrente de ouro é essa parte inevitável que entrava o país, a fatalidade cíclica da história russa: à esquerda, depois à direita, à esquerda, depois novamente à direita.

O gato sábio, claro, é o historiador russo. Em tempos reacionários, ele vai para a direita e conta uma história assustadora sobre a grandeza do destino da Rússia, e em tempos liberais, ele entoa uma canção suave sobre a Rússia nascida para a liberdade. A Rússia agita suas folhas na direção do vento, ora para a esquerda, ora para a direita, mas o carvalho permanece no mesmo lugar, preso pela mesma corrente.

O subtítulo do meu livro é A Wiki-história do Estado russo. Para que a tese não se perca nos detalhes, o livro foi construído de acordo com o modelo da Wikipédia. E para manter um toque russo, utilizei o princípio das matrioskas: os elementos complementares estão ocultos dentro do texto principal. Cada capítulo é dividido em duas seções.

A primeira intitula-se “Os Fundamentos”, a segunda, “Os Detalhes”. Se o leitor estiver interessado apenas na minha concepção, basta ler as primeiras seções do livro, o que pode ser feito em uma hora. Em um texto conciso e lacônico, descrevendo apenas a essência da época em questão, certas frases, nomes ou palavras são destacados, e cada um deles está associado a um relato distinto na seção “Os Detalhes”. É preferível ler a obra da seguinte maneira: primeiro o que aconteceu, depois como aconteceu.

O livro apresenta outra particularidade. O texto é acompanhado por um anexo intitulado “Galeria de retratos”. A história da Rússia é particularmente instrutiva, porque a construção do Estado, que se estabeleceu devido à extrema centralização do poder, sempre foi muito dependente das qualidades pessoais de seu dirigente.

As monarquias absolutas e os regimes ditatoriais totalitários existiam, é claro, em outros países, mas as primeiras desapareceram há muito tempo e os segundos geralmente terminam com a morte do tirano, enquanto na Rússia, o papel determinante da pessoa que está no topo da vertical do poder permanece uma constante há séculos.

O russo é a única língua entre as que conheço em que a palavra “Estado” deriva da palavra “soberano”. Assim como Suetônio compilou uma coleção de biografias intitulada Os Doze Césares, escolhi treze “Césares” que desempenharam um papel proeminente na história russa: um grande príncipe (Ivan III), um tsar (Ivan, o Terrível), cinco imperadores (Pedro I, Alexandre I, Nicolau I, Alexandre II, Nicolau II), uma imperatriz (Catarina II), dois “guias” (Lenin, Stalin) e três presidentes (Gorbachev, Yeltsin, Putin).

Tentei mostrar como as características de cada um deles influenciaram o destino de todo o país. No meu “novo Suetônio”, o número treze, considerado nefasto, não foi escolhido para acentuar o aspecto sinistro, mas por acaso. Não se trata simplesmente dos retratos de treze pessoas, mas de treze tipos diferentes de dirigentes e de dominação.

Uma releitura da história russa

Resumirei muito rapidamente as conclusões a que chego na minha história. O Estado russo não surgiu no século IX em Kiev, como me ensinaram na escola e na universidade. Ele herdou apenas dois elementos da Rus’: a religião oficial e a dinastia reinante dos Rurikidas.[6]

É preciso retroceder a história russa a meados do século XV, a partir do grão-duque Ivan III de Moscou. O Estado que ele construiu é o sucessor em linha direta do grande império asiático outrora criado por Gengis Khan. O fundamento do Estado russo teve aí sua origem, assim como os pilares em que se sustenta. E tais fundamentos permaneceram os mesmos, essa tomada de consciência é minha principal descoberta. Razões pelas quais qualifico o modelo de “Estado da Horda”.

Seus quatro atributos indispensáveis são os quatro pilares sobre os quais ele se apoia: (i) O sistema de poder é rigorosamente vertical e hipercentralizado. Todas as decisões são tomadas em um único ponto, como deve ser, por uma única pessoa, o soberano. (ii) Todos os habitantes do país devem servir ao Estado, proclamado como objetivo supremo e sentido último do país. (iii) A figura do soberano, independentemente do nome que lhe seja atribuído no contexto histórico, deve ser sagrada, inacessível a qualquer crítica. (iv) O “Estado da Horda” não pode, em princípio, ser um Estado de direito. As leis que promulga são sempre condicionais e têm o sentido “de cima para baixo”. A vontade do soberano permanece superior.

Qualquer violação dessa arquitetura, o enfraquecimento ou a destruição de um dos quatro pilares, leva à destruição de toda a estrutura e, consequentemente, ao caos. É por essa razão que todas as tentativas históricas de liberalização terminam inevitavelmente com a restauração febril de seus quatro fundamentos. Sem eles, é impossível preservar a unidade da Rússia.

Thomas Jefferson escreveu certa vez sobre o novo país que era a América e sua divisão em estados: “Nosso país é grande demais para que todos os seus assuntos sejam administrados por um único governo”. A Rússia é muito maior do que a América daquela época, mas “seus assuntos” sempre foram “administrados” por um governo central.

Para manter esse imenso território heterogêneo sob controle, ele é obrigado – sim, obrigado – a recorrer à força e à intimidação. Essa é, em suma, a essência e a razão dessa errância mística em torno da corrente de ouro.

Nos últimos trinta anos, tivemos uma nova confirmação evidente dessa verdade. Primeiro, houve um impulso em direção à liberdade, os quatro pilares ruíram, gerando movimentos centrífugos, suscetíveis de levar ao colapso do país. Foi necessário restabelecer urgentemente a hipercentralização, recuperar a ideia de Estado, criar um novo líder sacralizado e anular a independência do poder judiciário. Foi exatamente isso que Vladimir Putin fez ao restabelecer o formato tradicional do Estado.

Mas não é Vladimir Putin que me preocupa. Sei que, no final, a corrente voltará a esticar-se, a ditadura entrará em colapso e a Rússia retomará o caminho oposto. O que me preocupa é o caráter inabalável dos “pilares da horda”. Seja qual for o poder da nova Rússia, por mais democrática que seja, ela se verá muito rapidamente, como Boris Yeltsin em meados da década de 1990, diante de uma escolha implacável: terá que renunciar à dominação ou à democracia.

Acabei de escrever uma narrativa assustadora: O advogado do diabo, que conta como tudo se repete, agora que Vladimir Putin já não existe mais: a Rússia volta a ser um império e uma ameaça para seus vizinhos. Não há realmente nenhuma saída para o impasse? Há sim. A única possibilidade de quebrar a famosa corrente é reestruturar totalmente o Estado, abandonar a ideia de hipercentralização e tornar-se os Estados Unidos da Eurásia. Só assim será possível estabelecer um governo baseado não mais no medo e na violência, mas na democracia. Foi para convencer disso meus leitores que escrevi minha Wiki-história.

O livro termina com um “capítulo inacabado” que analisa o período pós-soviético, ou seja, o período atual. Eis o que escrevo na conclusão: “Em 2025, a situação geopolítica do planeta começou a mudar. A ordem mundial estabelecida após a vitória do Ocidente durante a Guerra Fria baseava-se na existência de um único centro de decisão principal, em Washington.

Entretanto, a combinação de duas circunstâncias, uma objetiva – surgimento de uma nova “segunda superpotência”, a China – e outra subjetiva – a aposta do recém-eleito presidente Donald Trump nos interesses nacionais dos Estados Unidos – parece marcar o fim de uma era de trinta e cinco anos e o início de uma nova era, cujos contornos ainda não estão totalmente definidos.

Não há nenhuma dúvida de que a situação da Rússia também mudará, mas seu futuro é mais fácil de prever do que o do mundo como um todo. “A corrente de ouro sobre um carvalho verde” não deixa nenhuma margem de manobra.

Não se sabe quanto tempo durará o atual período reacionário, mas sabe-se claramente como ele terminará: como sempre terminou. Quando o movimento para a direita for longe demais, a corrente ficará esticada ao extremo e a Rússia dará meia-volta, rumo a um novo “degelo”. Existe, no entanto, uma segunda hipótese: a famosa corrente, devido à tensão excessiva, acabará por se romper e se partir em elos.

Então, no norte da Eurásia, surgirá outro tipo de Estado confederado, ou vários novos países independentes. Será então possível terminar de escrever este capítulo. Enquanto isso, é uma história “a ser observada”.

*Boris Akunin é romancista e tradutor. Autor, entre outros livros, de Black City (Weidenfeld & Nicolson).

Discurso proferido na Sorbonne, em 25 de agosto de 2025, na sessão de abertura do XVII Congresso Internacional de Eslavistas.

Publicado originalmente na revista Bibliothèque de Telos.

Tradução o russo para o francês: Caroline Bérenger & Kristian Feigelson.

Tradução para o português: Daniel Aarão Reis.

Notas dos tradutores

[1] Ivan Krylov (1769-1844) é autor de fábulas inspiradas em Esopo e La Fontaine. Muitos de seus versos se tornaram provérbios populares.

[2] Kornei Ivanovich Chukovsky (1882-1969) foi jornalista, poeta e tradutor, autor de livros para a juventude. É pai da romancista Lydia Chukovskaya, excluída da União dos Escritores em 1974 por seu apoio à dissidência.

[3] Abraham Maslow (1908-1970), psicólogo americano, demonstrou que a motivação dependia da hierarquia das necessidades humanas, que ele representou na forma de uma pirâmide.

[4] Nicolai Karamzin (1766-1826), escritor e historiador russo, contribuiu para a difusão das ideias ocidentais na Rússia e publicou uma primeira História do Estado Russo.

[5] São os primeiros versos do longo poema de Alexandre Pushkin, Ruslan e Ludmila, publicado em 1820, cujo sucesso foi imediato e impressionou os contemporâneos pela mistura de estilos e matizes.

[6] Em ucraniano Riourikovitchi, ou seja, a dinastia rutena de origem varéga (os escandinavos da Noruega), que reinou sobre a Rus’ e a Moscóvia de 862 a 1598. A antiga controvérsia é atualizada hoje pelo discurso de Putin, opondo duas visões da história russa, uma proveniente do Estado de Kiev e outra remontando a Moscóvia.

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