Civilização ou barbárie

Imagem: Paul Nash
image_pdf

Por ALEXANDRE JULIETE ROSA*
Considerações sobre o livro de Cheikh Anta Diop recentemente traduzido para o português

“A ecologia, a defesa do meio ambiente, tende a tornar-se os alicerces de uma nova ética da espécie:
 o momento não tarda em que a poluição da natureza se tornará um sacrilégio, um ato criminoso,
mesmo para um ateu, pelo simples fato de o porvir da humanidade aí estar implicado.”
Cheikh Anta Diop – Civilização ou Barbárie, p. 434

1.

O nome de Cheikh Anta Diop ficou intimamente ligado à uma ruptura de paradigma responsável pela restituição do Egito antigo, ou da civilização egípcia, à África negra. Esse fato, no entanto, segundo o professor Colin Darch, deu margem a uma espécie de diminuição, ou restrição, da monumental obra de Diop.[i]

Reconhecido como ‘o pai do afrocentrismo’, Cheikh Anta Diop às vezes é representado como querendo mostrar meramente que os egípcios da antiguidade eram negros. Mas o significado mais profundo do seu trabalho, ainda segundo o professor Darch, “encontra-se numa questão muito mais larga, ou seja, se a história, antes da chegada dos brancos, pudesse ser entendida como uma história social, ou se os limites de nossa compreensão se definiram pelos limites da arqueologia.”[ii]

O trecho escolhido para a epígrafe desse texto ilustra bem a abrangência e o caráter antecipatório de muitas questões suscitadas por Diop. Por exemplo: a ‘emergência climática’ de nossos dias já era uma preocupação do autor, mais especificamente em sua teoria do desenvolvimento africano. Num artigo intitulado Por uma doutrina energética africana (1978), que retoma os argumentos de seu livro Os fundamentos econômicos e culturais de um Estado Federal Africano (1960), Diop propõe um esquema de desenvolvimento energético continental “… que leve em consideração ao mesmo tempo as fontes de energia renováveis e não renováveis, da ecologia e do progresso técnico das próximas décadas”; e acrescenta: “a África Negra deverá encontrar uma fórmula de pluralismo energético associando harmoniosamente as seguintes fontes de energia: 1) Energia hidroelétrica; 2) Energia solar; 3) Energia geotérmica; 4) Energia nuclear; 5) Os hidrocarbonetos (petróleo) e 6) Energia termonuclear.”[iii]

Cheikh Anta Diop pensa a partir da África, mas seu escopo é a humanidade. Sua preocupação é humanitária e, de certo modo, otimista. Lendo seus principais livros a gente constata que, infelizmente, muitas mazelas que ele acreditava terem sido superadas, na verdade, ficaram latentes – constrangidas, melhor dizendo. Em Civilização ou Barbárie ele escreve [o livro é de 1981]: “… a consciência moral da humanidade está progredindo lenta, mas seguramente, depois de todos os crimes cometidos no passado. E isso é uma abertura para os outros e um poderoso elemento de esperança para ver amanhecer a era de uma verdadeira humanidade, de uma nova percepção do homem sem coordenadas étnicas. O fim dos genocídios coincide com a emergência de uma opinião internacional. Este último fato provocou uma modificação do comportamento do universo capitalista em relação aos fracos; e o fenômeno é irreversível: o resultado disso já é um progresso forçado da consciência moral do mundo.”[iv]                 

Pouco mais de uma década após essas palavras – e puxando rapidamente pela memória – tivemos o genocídio em Ruanda, a guerra nos Balcãs, o 11 de setembro, as invasões no Iraque, no Afeganistão, as primaveras árabes, a destruição da Síria, um aumento desmesurado das guerras civis moleculares, para usarmos o termo de Hans Magnus Enzensberger e, por fim, o genocídio em Gaza.

Será que Diop teria errado tanto assim nas considerações finais de seu grandioso livro? Acredito que não. “Sob ilusórias aparências de uma heterogeneidade”, escreveu nosso autor em 1959, “existe uma profunda unidade cultural em África, um fator sociológico africano.”[v]

2.

O Renascimento Africano: Cheikh Anta Diop acreditava que o despertar de uma África unida e repactuada com seu passado mais longínquo poderia contribuir para o delineamento, produzir insumos, digamos assim, intelectuais, políticos, culturais, materiais, morais – uma nova perspectiva para uma outra civilização – algo que já havia acontecido num passado muito distante e que teve como centro irradiador a civilização egípcia da XVIII dinastia; civilização essa que, “… pela colonização e introdução da escrita, tirou da proto-história Creta, Chipre, a Grécia continental ou micênica, a Ásia Menor (Jônia, Hitita etc.)”[vi]

O fator sociológico africano, o Renascimento Africano, portanto, são premissas que Cheikh Anta Diop acredita serem gérmens de uma possibilidade de mudança: “A África será capaz de salvar, através do calor do seu tecido social, o homem ocidental do pessimismo e da solidão individualista? É verdade que, como disse Renan, somente o pessimismo é fecundo?” (p. 418)

Notem bem que Diop não acredita num ‘essencialismo africano’. Ele reconhece que o ser africano é entranhado em suas relações sociais; que elas fortalecem seu equilíbrio e sua personalidade. No entanto, da mesma forma que a hipertrofia das estruturas individualistas presentes na Europa, e no ocidente de uma forma geral, acentuam as neuroses daquele povo, um excesso de vida comunitária pode gerar outras formas de neurose nas populações do continente africano.

Mas, tanto num caso como no outro, são formações sociais forjadas por condições materiais específicas, passíveis de serem desfeitas, pois as “superestruturas individualistas ou comunitárias evoluem em função das condições materiais que lhes deram origem; portanto, não estou defendendo uma natureza psicológica africana petrificada; o senso de solidariedade tão caro aos africanos poderia muito bem, com uma mudança nas condições, dar lugar a um comportamento egoísta e individualista de tipo ocidental.” (p. 419, grifo meu)

3.

O livro Civilização ou Barbárie é a culminância do pensamento de Cheikh Anta Diop. As principais teses, de suas principais obras, estão aqui revisitadas, algumas ampliadas – como a crítica às abordagens marxistas sobre o Modo de Produção Asiático (MPA), que ocupa toda a Parte II do livro. Outras teses aparecem apenas ensaiadas, ou melhor, apresentadas como possibilidades de cura para uma civilização adoecida. É o caso, por exemplo, do estudo sobre a Parapsicologia, a Biologia Molecular e a Física Quântica – ciências que se tornaram componentes indispensáveis “nos hábitos de raciocinar e pensar da humanidade.” (p. 442)

Um detalhe importante do livro é o seu subtítulo, que infelizmente não entrou na capa: “Antropologia sem complacência”. Diop pagou caro por ter desafiado o establishment acadêmico europeu e insistido na tese da contribuição das civilizações da África negra – Etiópia, Núbia e do Egito antigo em especial – como um fator central no processo civilizatório da humanidade. Em 1949, ele depositou, na Sorbonne, o texto de sua tese de doutorado, cujo título era: Da antiguidade negra egípcia aos problemas culturais da África Negra de hoje”. Segundo o professor Babacar Sall [Universidade Cheikh Anta Diop, Senegal], durante muito tempo foi dito que a pesquisa desenvolvida por Diop havia sido recusada pela banca constituída para os trabalhos de leitura, arguição e defesa da tese.

Na verdade, ela sequer foi apreciada: “os professores intimados para fazer parte da banca tinham se recusado a participar. Na base dessa recusa, havia, em primeiro lugar, e, sobretudo, o fato de que o conteúdo do texto estava nos antípodas da opinião geral que dominava na Sorbonne. A pertença da civilização faraônica ao universo cultural negro-africano que era defendida nesse texto era vista como uma heresia. Os professores do establishment universitário francês não podiam aceitar sentar na banca de tal tese.”[vii]

E qual teria sido o destino da tese não apreciada pelos doutores da Sorbonne? Foi publicada em 1954-5, pela Présence Africaine, sob o título Nações Negras e Cultura, sendo considerada sua obra máxima. Também foi traduzida para o português nesse ano de 2025, pela editora Vozes.

Voltando à Antropologia sem complacência de Civilização ou Barbárie; e aqui vamos nos deter um pouco mais na Parte IV do livro – “A contribuição da África para a humanidade nas ciências e na filosofia.” Um rápido parêntese acerca da formação do autor: Diop realizou seu ciclo básico de estudos no Senegal [Dacar e São Luís], entre 1938 e 1945, ano em que recebe suas certificações em Matemática e Filosofia. No ano seguinte muda-se para Paris. Paralelamente aos estudos de História, Antropologia, Linguística e Arqueologia – disciplinas fundamentais para sua pesquisa de doutoramento – ele se dedica às Matemáticas Superiores, à Física, à Química Geral e Aplicada, chegando a lecionar, a partir de 1956, essas duas últimas disciplinas nos Liceus Voltaire e Claude Bernard.

Após seu regresso ao Senegal, em 1960, Diop inicia a criação de um laboratório de datação por Carbono-14, que viria a produzir seus primeiros resultados em 1966. No ano seguinte publica a obra O laboratório de radiocarbono do IFAN [Instituto Fundamental da África Negra]. O livro é um “descritivo do funcionamento das instalações e reúne as medidas de estabilidade dos contadores efetuados de 20 de dezembro de 1966 a 30 de maio de 1967.”[viii]

Esse breve resumo mostra que Cheikh Anta Diop tinha formação teórica e técnica mais do que suficiente para estabelecer e demonstrar suas teses e refutações. Parte de sua tarefaé dedicada à elucidação [seria uma reparação?] das relações – inegáveis – entre “a matemática egípcia e as supostas descobertas que tornaram célebres os estudiosos gregos, como Arquimedes e Pitágoras, para citar apenas alguns.”[ix]

Diop inicia sua abordagem a partir de uma carta escrita por Arquimedes a um amigo, Erastóstenes, carta na qual o sábio grego revela a utilização do “procedimento por pesagem”, ou seja, que Arquimedes constatava, primeiro, empiricamente, “a igualdade da área de duas figuras geométricas, antes de realizar uma demonstração teórica.” Esse fato deixou Paul ver Eecke – um dos principais estudiosos de Arquimedes, organizador de suas Obras completas – um tanto quanto perplexo, pois revelou o segredo de “algumas das mais belas descobertas do grande geômetra”. No entanto, o mesmo Paul ver Eecke acredita que a revelação apenas “levantou uma ponta do véu que recobre a gênese do grande número de proposições, as quais, pressupõem, apesar de tudo, uma noção prévia, obtida por meios que Arquimedes manteve no silêncio, ou alcançada por vias que ainda hoje percorremos, mas sobre as quais ele teria apagado cuidadosamente o rastro dos seus passos.”[x]

Em 1892, o egiptólogo e colecionador Vladimir Goleníschev comprou aquele que viria a se tornar o famoso papiro de Moscou, cuja datação remonta a cerca de 1850 anos antes de nossa era, e no qual existem 25 problemas matemáticos elaborados e solucionados por estudiosos egípcios. O papiro – junto à enorme coleção de antiguidades egípcias pertencentes a Goleníschev – foi comprado pelo Estado russo e alocado no Museu de Belas Artes da Universidade Imperial de Moscou [hoje Museu Pushkin – Coleção Egípcia]. Em 1930, o matemático e egiptólogo russo Vladimir Struve divulgou a transliteração, tradução e análise do papiro de Moscou, mostrando que não se tratava apenas de um ‘caderno de anotações’ e sim de um manual sistemático de problemas matemáticos, principalmente geométricos.

Desde que Struve divulgou suas descobertas sobre o papiro de Moscou, escreve Diop, “a comunidade científica internacional sabe, com certeza, que 2 mil anos antes de Arquimedes os egípcios já haviam estabelecido a fórmula da área da esfera: A = 4πR². Struve acredita que eles [os egípcios] usavam um método empírico-teórico compatível em todos os aspectos ao de Arquimedes.” (p. 279).

Os egípcios também conheciam a fórmula da área do círculo [S = πR²], mas com um valor para π de 3,16, e então, muito provavelmente, conheciam, com a mesma aproximação, a fórmula para o comprimento da circunferência [L = 2πR].

O exercício de nº 14 do papiro de Moscou, decifrado por Struve, trata, por sua vez, do cálculo do volume do tronco piramidal; algo que permite inferir, segundo Diop, que os egípcios também conheciam a fórmula exata do volume da pirâmide. Quis a sorte, por fim, que a “expressão mais complexa, analiticamente falando, a mais inacessível, tenha sido salva do esquecimento pelos raros papiros que sobreviveram ao vandalismo dos conquistadores. Assim, o exercício de nº 14 do papiro de Moscou e os exercícios de nº 56, 57, 58, 59 e 60 do papiro de Rhind nos mostram que os egípcios haviam realizado, 2 mil anos antes dos gregos, o estudo matemático da pirâmide e do cone e que até mesmo utilizaram diversas linhas trigonométricas, tangente, seno, cosseno, cotangente, para calcular suas inclinações.” (p. 282.)

Tanto Arquimedes quanto Platão foram alunos dos sacerdotes egípcios que lecionavam em Heliópolis. Ao agir dessa maneira, comenta Diop, “Arquimedes mostra estava perfeitamente consciente de seu pecado e que, nesse caso, se manteve fiel a uma tradição grega de plágio que remonta a Tales, Pitágoras, Platão, Eudoxo, Eunápio, Aristóteles etc., e que os depoimentos de Heródoto e Diodoro da Sicília nos revelam em parte. […] Longe de pensar que Arquimedes e os outros gregos em geral, que vieram 3 mil anos depois dos egípcios, não tenham ido mais longe do que estes últimos nos diferentes domínios do conhecimento; queremos apenas dizer que, como bons estudiosos, eles deveriam ter feito a distinção de cada coisa, indicando claramente o que haviam herdado de seus mestres egípcios e em que realmente haviam contribuído. No entanto, quase todos eles falharam nessa regra elementar de honestidade intelectual.” (p. 286 e 288)

Diop também analisa alguns pressupostos importantes da filosofia grega antiga; Anaximandro, Platão, Aristóteles etc. Importante observar que não se trata apenas de chamar os gregos à responsabilidade: “O Egito desempenhou para a África negra o mesmo papel que a civilização greco-latina desempenhou para o ocidente.” (p. 354). Da mesma forma que um especialista ocidental de algum ramo das ciências humanas é quase impelido a recorrer ao passado greco-latino, assim também “os fatos culturais africanos apenas recuperarão o seu sentido profundo e a sua coerência tendo como referência o Egito; apenas os fatos egípcios nos permitem chegar ao denominador comum dos fragmentos de pensamento encontrados aqui e ali.” (idem).

O autor considera que os fatos egípcios têm uma característica a mais, pois “lançam uma nova luz sobre o pensamento da África negra e também sobre o pensamento da Grécia, o ‘berço’ da filosofia clássica.” (p. 355). O estudo da cosmogonia egípcia, por exemplo – “atestada pelos textos das pirâmides (2600 a. C.)” – numa época em que os gregos nem existiam na história, mostra que o mundo, para os egípcios, não fora criado ex nihilo, num determinado momento, mas que “sempre existiu uma matéria incriada, sem princípio nem fim (o apeiron de Anaximandro, Hesíodo etc.)”. Essa mesma matéria caótica continha em si os estados arquetípicos de todas as essências do conjunto dos seres futuros – seres humanos, animais, plantas e todas as coisas.

A cosmogonia egípcia forneceu a Platão a base de sua teoria da criação do mundo: “O ser, o lugar e a geração são três princípios distintos e anteriores à formação do mundo”, escreveu o filósofo grego no Timeu. Uma passagem do Livro dos mortos, transcrita por Diop, cuja concepção provavelmente remonta às primeiras dinastias egípcias, cerca de 3 mil anos antes de nossa era, mostra que “o Ser, isto é, as essências inteligíveis; o Lugar, isto é, o espaço (shu); a Criação, isto é, o ato pelo qual o deus Ra gera os primeiros seres Shu e Tetnuf, pertencem ao estágio da criação em potência e, por consequência, são anteriores à criação. Esta, que seria um segundo ato, engendraria o mundo sensível; assim, os paradoxos aparentes de Platão apenas podem ser compreendidos e formulados remetendo à sua fonte de inspiração, que ele manteve em silêncio.” (p. 379)

A cosmogonia de Platão está impregnada de princípios desenvolvidos pelos egípcios. Ainda na época de Estrabão, o geógrafo, que viveu entre 63 a.n.e. e 24 e.c., havia peregrinações até as habitações dos célebres alunos gregos, como Platão e Eudoxo, em Heliópolis, no Egito, onde passaram treze anos estudando as diversas ciências, a filosofia etc. Cada iniciado ou aluno grego era obrigado a escrever uma espécie de memorial de estudos finais, sobre a cosmogonia e os mistérios egípcios, independente do ramo de estudos seguido.

Foi assim que Platão, segundo Diop, utilizou no Timeu, sem citá-las, e em seus outros diálogos, em diferentes graus, todas as ideias egípcias [relativas à criação do mundo]: “os arquétipos (realidade das ideias ou essências), alma do mundo, imortalidade da alma do mundo e da alma individual, teoria dos quatro elementos – terra, fogo, ar, água – essência matemática do mundo concebido como número puro [Teeto], metempsicose, alma das estrelas, esfera das estrelas fixas, equador celeste, eclíptica, teoria do movimento dos planetas, noção do tempo matemático, teoria do Mesmo e do Outro etc.” (p. 392) Diop é categórico ao afirmar que todo o pensamento grego antigo, “desde o poeta Hesíodo no início do século VII a.C. até o próprio Aristóteles, passando pelos pré-socráticos, traz as marcas das cosmogonias egípcias.” (p. 408).

Por ser um livro de síntese, Civilização ou Barbárie pode parecer, num primeiro momento, um tanto desconexo em suas partes, sem uma ligação orgânica ou um foco bem definido. Conforme salientou o professor Babacar Sall: “é debaixo dum revestimento histórico, constituído por capítulos cuja ligação orgânica nem sempre está perceptível, que o texto aparece como um conjunto de conclusões de pesquisas; Cheikh Anta Diop, consciente de seu triunfo no combate científico, apresenta os significados gerais de sua obra, uma filosofia da história e faz um apelo a um novo humanismo.”[xi]

*Alexandre Juliete Rosaé mestre em literatura brasileira pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP).

Referência

Cheikh Anta Diop. Civilização ou barbárie. Tradução: César Sobrinho. São Paulo, Zahar, 2025, 504 págs. [https://amzn.to/44qPqt0]

Notas


[i]  Sobre a vida e obra de Diop, ver o livro Panorama histórico da vida, do pensamento e da obra de Cheikh Anta Diop. Trad. de Humberto Luiz Lima de Oliveira. Recife: UFPE, 2018. Disponível neste link.

[ii] Colin Darch. “Para além do Benin: olhando a África como ‘uma infinidade de lugares contemporâneos reais’. In: Presença Intelectual Africana: Cheikh Anta Diop. Flávio Gonçalves dos Santos e Jacques Depelchin (Orgs.) Ilhéus: Editora da UESC, 2019, p. 29.

[iii] Citado por Cheikh M’Backé Diop. “O renascimento africano: desafios e perspectivas culturais, científicas e técnicas na obra de Cheikh Anta Diop”. In: Presença Intelectual Africana: Cheikh Anta Diop, p. 85. 

[iv] Civilização ou Barbárie, p. 435.   

[v] Cheikh Anta Diop. A unidade cultural da África Negra. Luanda: Edições Mulemba, 2012, p. 12-3.

[vi] Na minha opinião, esse é o capítulo mais extraordinário do livro: “O mito de Atlântida retomado pela ciência histórica por meio da análise de radiocarbono”, pp. 91–126. A citação é da página 123.

[vii] Babacar Sall. “A respeito das linhas diretrizes da obra de Cheikh Anta Diop”. In: Presença Intelectual Africana: Cheikh Anta Diop, p. 41. Diop teve que apresentar outro trabalho para conseguir seu doutoramento; e isso só foi possível em 1960.

[viii] Panorama histórico da vida, do pensamento e da obra de Cheikh Anta Diop, pp. 40-51.

[ix] Civilização ou Barbárie, p. 277.

[x] Paul ver Eecke, citado por Diop, p. 277.

[xi] Babacar Sall. Op. cit., p. 46.

A Terra é Redonda existe graças aos nossos leitores e apoiadores.
Ajude-nos a manter esta ideia.
C O N T R I B U A

Veja todos artigos de

MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

1
O segundo choque global da China
06 Dec 2025 Por RENILDO SOUZA: Quando a fábrica do mundo também se torna seu laboratório mais avançado, uma nova hierarquia global começa a se desenhar, deixando nações inteiras diante de um futuro colonial repaginado
2
Energia nuclear brasileira
06 Dec 2025 Por ANA LUIZA ROCHA PORTO & FERNANDO MARTINI: Em um momento decisivo, a soberania energética e o destino nacional se encontram na encruzilhada da tecnologia nuclear
3
Simulacros de universidade
09 Dec 2025 Por ALIPIO DESOUSA FILHO: A falsa dicotomia que assola o ensino superior: de um lado, a transformação em empresa; de outro, a descolonização que vira culto à ignorância seletiva
4
O filho de mil homens
26 Nov 2025 Por DANIEL BRAZIL: Considerações sobre o filme de Daniel Rezende, em exibição nos cinemas
5
Asad Haider
08 Dec 2025 Por ALEXANDRE LINARES: A militância de Asad Haider estava no gesto que entrelaça a dor do corpo racializado com a análise implacável das estruturas
6
Considerações sobre o marxismo ocidental
07 Dec 2025 Por RICARDO MUSSE: Breves considerações sobre o livro de Perry Anderson
7
O agente secreto
07 Dec 2025 Por LINDBERG CAMPOS: Considerações sobre o filme de Kleber Mendonça Filho, em exibição nos cinemas
8
Uma nova revista marxista
11 Dec 2025 Por MICHAE LÖWY: A “Inprecor” chega ao Brasil como herdeira da Quarta Internacional de Trotsky, trazendo uma voz marxista internacionalista em meio a um cenário de revistas acadêmicas
9
Impactos sociais da pílula anticoncepcional
08 Dec 2025 Por FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA: A pílula anticoncepcional não foi apenas um medicamento, mas a chave que redefiniu a demografia, a economia e o próprio lugar da mulher na sociedade brasileira
10
A guerra da Ucrânia em seu epílogo
11 Dec 2025 Por RICARDO CAVALCANTI-SCHIEL: A arrogância ocidental, que acreditou poder derrotar a Rússia, esbarra agora na realidade geopolítica: a OTAN assiste ao colapso cumulativo da frente ucraniana
11
Raymond Williams & educação
10 Dec 2025 Por DÉBORA MAZZA: Comentário sobre o livro recém-lançado de Alexandro Henrique Paixão
12
Insurreições negras no Brasil
08 Dec 2025 Por MÁRIO MAESTRI: Um pequeno clássico esquecido da historiografia marxista brasileira
13
As lágrimas amargas de Michelle Bolsonaro
07 Dec 2025 Por CAIO VASCONCELLOS: Estetização da política e melodrama: A performance política de Michelle como contraponto emocional e religioso ao estilo agressivo de Jair Bolsonaro
14
Terras raras e soberania: o elo invisível entre ciência, indústria e poder
05 Dec 2025 Por CELSO PINTO DE MELO: A entrada em operação da Serra Verde é um marco: faz do Brasil o único produtor ativo de terras raras fora da Ásia, mas também expõe limites estruturais. A falta de domínio tecnológico e o processamento final realizado na China mostram que o Brasil ainda exporta minério, não inteligência mineral
15
O empreendedorismo e a economia solidária – parte 2
08 Dec 2025 Por RENATO DAGNINO: Quando a lógica do empreendedorismo contamina a Economia Solidária, o projeto que prometia um futuro pós-capitalista pode estar reproduzindo os mesmos circuitos que deseja superar
Veja todos artigos de

PESQUISAR

Pesquisar

TEMAS

NOVAS PUBLICAÇÕES