FHC na resistência à ditadura

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Por PAULO FERNANDES SILVEIRA*

Os arquivos do SNI indicam que FHC foi um dos professores mais perseguidos pela ditadura

“Qualquer gesto era um gesto arriscado e de coragem”
(Fernando Henrique Cardoso).

Em 18 de novembro de 2011, a presidenta Dilma Rousseff sancionou as leis que regulamentaram a criação da Comissão Nacional da Verdade – CNV e o acesso à informação (CANAL GOV, 2011).

A cerimônia de posse dos membros da CNV, realizada no dia 16 de maio de 2012, contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff e dos ex-presidentes (ainda vivos) que tomaram posse com a redemocratização: José Sarney; Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva (PARA OAB, 2012).

Em agosto de 2013, o Arquivo Nacional digitalizou todos os documentos do Serviço Nacional de Informações – SNI (BRASIL, 2022). No mesmo período, os documentos do Departamento de Ordem Política e Social – DEOPS de São Paulo também foram digitalizados (MACIEL, 2013).

Além das informações trazidas pela CNV, o acesso aos documentos do SNI nos permite conhecer as posições de muitas pessoas com relação à ditadura militar. Tanto das que atuaram como informantes dos órgãos de repressão, como a socióloga e psicanalista Virgínia Bicudo (LIMA, 2021) e o sociólogo Fernando Mourão (SILVEIRA, 2023),[i] como das inúmeras pessoas que fizeram parte da resistência.

O trabalho da CNV mostra que um caminho para fazer uma reconstrução histórica é contrastar as informações dos documentos às dos depoimentos.

Os arquivos do SNI indicam que FHC foi um dos professores mais perseguidos pela ditadura. São mais de cem relatórios sobre ele ou sobre o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – CEBRAP, instituição de pesquisa que FHC ajudou a criar.

Um relatório do SNI informa que, em 10 de abril de 1964, poucos dias após o golpe, para não ser preso, FHC fugiu para o Chile (BRASIL, 1974a).[ii] Em seu depoimento para a CNV (2014b), FHC explica a estratégia de fuga que contou com a solidariedade de diversos colegas. Uma das pessoas que o ajudou foi o sociólogo e cientista político Leôncio Martins Rodrigues, ex-aluno de Ruth Cardoso, esposa de FHC, na escola estadual Fernão Dias Paes (CARDOSO, 2021).

O temor de FHC não era infundado. Logo após o golpe, o físico Mário Schenberg, catedrático da USP, foi preso para averiguações, ficou retido no DEOPS por 50 dias (BRASIL, 1969a). No artigo “Delito de opinião”, publicado em 24 de junho de 1964, Márcio Moreira Alves (1964) denunciou as perseguições nas universidades referindo-se à prisão de Schenberg e ao exílio de FHC.

Um dos relatórios do DEOPS (SÃO PAULO, 1979a) informa que o endereço particular de FHC era: rua Nebraska, nº 267, em São Paulo. Nesta mesma rua, no nº 392, morava Florestan Fernandes (BRASIL, 1969a), ex-orientador de FHC. As famílias mantinham boa relação. O cachorro da família de FHC e Ruth, o pastor-alemão Moleque, ficou com as filhas e o filho de Florestan e Mirian Fernandes.[iii]

Assim que conseguiu deixar o Brasil pelo aeroporto de Viracopos, onde seu nome ainda não estava na lista das pessoas perseguidas, FHC foi para a Argentina (BRASIL, 2014b). Ali recebeu o convite dos sociólogos Gino Germani e Torcuato Di Tella para lecionar na Universidade de Buenos Aires.

Naqueles dias, passava por Buenos Aires o economista Nuno Fidelino de Figueiredo, com quem FHC havia trabalhado na USP. Figueiredo era diretor adjunto da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe – CEPAL e, a pedido do sociólogo espanhol José Medina Echavarría, convidou FHC para trabalhar na sede da instituição de pesquisa, em Santiago do Chile. [iv] FHC preferiu essa proposta porque o Chile parecia ter maior estabilidade política naquele momento.

Ainda que tivesse a expectativa de voltar logo para o Brasil, FHC permaneceu com sua família no Chile até o fim de 1967. No ano seguinte, passou a lecionar na Universidade de Paris (BRASIL, 2014b).

As atividades de FHC no exílio foram monitoradas pela ditadura. Um relatório do SNI revela que FHC estava sendo vigiado no Chile por uma pessoa próxima: “O mesmo informante esclareceu que este professor está muito bem em Santiago, pois recebe da UNESCO cerca de Cr$ 2000,00” (BRASIL, 1974a, p. 8).

O reitor da USP, professor Gama e Silva, que nos governos militares se tornou Ministro da Justiça e um dos redatores do AI-5, criou uma Comissão de Expurgo de professores, alunos e funcionários.

Em 6 junho de 1964, a comissão formada por três professores concluiu: “ser realmente impressionantes as infiltrações de ideias marxistas nos vários setores universitários, cumprindo sejam afastados daí os seus doutrinadores e os agentes dos processos subversivos” (O TERROR, 1964, p. 1).

Da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, a comissão sugeriu a suspensão dos direitos políticos dos professores: Mário Schenberg, Fernando Henrique Cardoso, Nuno Fidelino de Figueiredo, João Cruz Costa e Florestan Fernandes.

Em abril de 1964, começaram a ser instaurados Inquéritos Policiais Militares (IPMs) por todo o país (INSTAURADOS, 1964). Os interrogatórios dos professores da USP ocorreram em setembro (NOTAS, 1964). Os responsáveis pelos inquéritos ficaram instalados nas próprias faculdades (BRASIL, 1979a). O interrogatório de Mário Schenberg durou 7 horas. Logo após dar seu depoimento, João Vilanova Artigas, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, foi preso.

Em 9 de setembro de 1964, Florestan enviou uma carta ao Tenente-Coronel Bernardo Schönmann, presidente do IPM da Faculdade de Filosofia: “foi com indisfarçável desencanto e com indignação que vi as escolas e os institutos da Universidade de São Paulo serem incluídas na rede de investigação sumária, de caráter ‘policial-militar’, que visa a apurar os antros de corrupção e os centros de agitação subversiva no seio dos serviços públicos mantidos pelo Governo Estadual” (CARTA, 2006).[v]

Dois dias depois, numa sexta-feira à tarde, Florestan foi preso, passou o final de semana no então Quartel da 7ª Cia. de Guardas, no Parque Dom Pedro II (RECEPÇÃO, 1964). Na manhã do dia 14 de setembro, com o mandato de soltura nas mãos, Mirian Fernandes, esposa de Florestan, foi buscá-lo no quartel. Florestan Fernandes foi recebido em festa pelos alunos e alunas da sua faculdade.

Em agosto de 1965, FHC veio ao Brasil para acompanhar o enterro do seu pai, o general Leônidas Cardoso (GENERAL, 1965). Ao fim da cerimônia, policiais militares informaram a FHC que ele tinha dois dias para deixar o país (O PRESIDENTE, 2022). Semanas depois, FHC, Florestan, Mário Schenberg e João Cruz Costa tiveram prisão preventiva decretada (DOPS, 1965).[vi]

Em agosto de 1966, o advogado Saulo Ramos conseguiu a concessão do Habeas Corpus para Florestan no Supremo Tribunal Militar – STM (SOCIÓLOGO, 1966). Um mês depois, Evaristo de Moraes Filho impetrou no STM um pedido de Habeas Corpus em favor de FHC: “O advogado pediu exclusão do processo, conforme Habeas Corpus concedido anteriormente a Florestan Fernandes” (PROFESSOR, 1966, p. 8).

Descartada a ameaça de ser preso, no segundo semestre de 1968, FHC voltou ao Brasil. Em outubro de 1968, ele venceu o concurso para a cátedra de ciência política da USP (UM AJUSTE, 2023).

A cátedra estava sendo muito debatida no meio acadêmico. A União Nacional dos Estudantes – UNE defendia uma reforma universitária que criasse representações paritárias e que extinguisse o regime de cátedras (FÁVERO, 2009). Em junho de 1968, o movimento estudantil ocupou a reitoria da USP para cobrar medidas que pudessem promover a democratização da universidade (CELESTE FILHO, 2006).

Após a reforma universitária agenciada pelos militares, em novembro de 1968, a cátedra foi extinta na USP. Os militares tinham suas próprias razões para questionar a cátedra. Pressupondo que FHC já seria catedrático em 1964, o relatório final do IPM da Faculdade de Filosofia, assinado pelo Tenente-Coronel Schönmann, alega que ele: “utiliza-se da mesma (a cátedra) como veículo de aliciamento e deformação das mentalidades de grande número de estudantes” (BRASIL, 1965b, p. 145).

Alguns dos professores que atuaram na resistência à ditadura, como Mário Schenberg e Florestan, eram catedráticos. A grande imprensa expressava indignação pelo fato de professores catedráticos também estarem sendo perseguidos pela ditadura. O prestígio da cátedra era uma proteção para os professores da resistência.

Em 13 de dezembro de 1968, Gama e Silva, ministro da justiça, catedrático e ex-reitor da USP, justificou em rede nacional de rádio e televisão o Ato Institucional nº 5 (DISCURSO, 1968). O § 1.º do Art. 6.º determina: “O Presidente da República poderá, mediante decreto, demitir, remover, aposentar ou pôr em disponibilidade quaisquer titulares das garantias referidas neste Artigo” (GOVERNO, 1968).

Em 26 de abril de 1969, os jornais noticiaram a aposentadoria compulsória de 44 funcionários públicos, entre eles, os docentes da USP: Bolívar Lamounier, Florestan Fernandes e João Vilanova Artigas (COSTA, 1969).

Dias depois, foi divulgada uma nova lista de docentes aposentados compulsoriamente, entre os quais: Mário Schenberg, Caio Prado Jr., Isaias Raw, Emilia Viotti da Costa, Elza Berquó, Paula Beiguelman, Paul Singer, Octavio Ianni, José Arthur Giannotti, Bento Prado Jr. e Fernando Henrique Cardoso (PRESIDENTE, 1969).

A aposentadoria compulsória implicou numa remuneração proporcional ao tempo de serviço prestado na USP, em alguns casos, como o de FHC, que tinha acabado de passar no concurso para cátedra, uma pequena fração do salário integral.

Mesmo tendo recebido convites para lecionar em outros países, FHC decidiu ficar no Brasil e criar um centro de pesquisas (O PRESIDENTE, 2022). A criação do CEBRAP, em maio de 1969, contou com a participação de outros professores aposentados compulsoriamente pelo AI-5 (SORJ, 2008).

Uma das colaboradoras foi Elza Berquó, que havia sido diretora do Centro de Estudos de Dinâmica Populacional – CEDIP, na Faculdade de Higiene e Saúde Pública da USP, onde também trabalharam Cândido Procópio e Paul Singer (THOMÉ, 2017).[vii]

O próprio FHC trazia a experiência da criação e da coordenação, ao lado de Florestan, do Centro de Sociologia Industrial e do Trabalho – CESIT, atrelado à Faculdade de Filosofia da USP (BAPTISTA, 2009).

Num depoimento sobre a criação do CEBRAP, FHC destaca a importância da sua experiência internacional como pesquisador da CEPAL, onde trabalhou com financiamentos da Fundação Rockefeller e da Fundação Ford (CARDOSO, 2019).

Segundo os depoimentos de Elza Berquó e Paul Singer (RETRATO, 2009a), ocorreram diversas reuniões com os professores cassados para planejarem todos os detalhes sobre o centro de pesquisa.

A questão do financiamento ficou sob a responsabilidade de FHC, que procurou um professor que havia sido representante da Fundação Ford no Brasil: Peter Bell.

Apesar de ter sofrido pressões da embaixada americana e da CIA para não apoiar um centro composto por professores expulsos da USP pela ditadura (STURM; WERNECK, 2012), Bell conseguiu a liberação de US$ 100 mil dólares para a criação do CEBRAP (RETRATO, 2009a).

Contribuiu para a viabilidade do projeto o apoio de políticos e empresários de diferentes matizes ideológicos: Celso Lafer, Severo Gomes, Paulo Egydio Martins e José Mindlin (RETRATO, 2009a). Também houve o apoio da Fundação Getúlio Vargas.

Os relatórios do SNI reconhecem essa rede de apoios: “O Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, também conhecido pela sigla ‘CEBRAP’, é uma entidade privada (…). Foi criada por vários professores da USP, alguns aposentados pelo AI-5, com o apoio e incentivo de círculos empresariais e de indústrias” (BRASIL, 1976a, p. 3).

Um dos primeiros relatórios sobre o CEBRAP, elaborado em 1970, chega a cogitar que o empresário José Mindlin fosse o verdadeiro coordenador do centro de pesquisas (BRASIL, 1970a).

Em junho de 1970, três pesquisadores norte-americanos da Fundação Ford no Brasil foram presos e interrogados no Rio de Janeiro: Riordan Roett, Carlos Manoel Pelaez e Werner Baer (BRASIL, 1970b). Estes pesquisadores eram suspeitos de participarem de uma campanha caluniosa contra o Brasil e de estarem envolvidos no sequestro do embaixador alemão: Karl von Spreti.[viii]

Prontamente, Stanley Nicholson, representante da Ford no Brasil, enviou uma carta às autoridades brasileiras pedindo explicações (BRASIL, 1970c). Um relatório do Centro de Inteligência do Exército – CIE faz o seguinte comentário sobre essa carta: “É de se ressaltar ainda a inadmissível interferência da organização particular ‘FORD FOUNDATION’ em assuntos do Governo Brasileiro, e o tom agressivo, com ameaças e pressões típicas de grupos capitalistas, alardeando as vantagens de suas atividades para o BRASIL, como se esta falta de ética amedrontasse o nosso Governo ou qualquer de seus representantes” (BRASIL, 1970b).

A presidência do CEBRAP foi assumida pelo sociólogo Cândido Procópio, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP que não foi cassado pelo AI-5 (BRASIL, 2014b).

Um relatório do exército informa que o CEBRAP é uma tentativa de reorganização da inteligência esquerdista (BRASIL, 1973a). Como este, outros relatórios do SNI sobre o CEBRAP têm a inteligência esquerdista como assunto principal.

De fato, a criação do CEBRAP permitiu uma reorganização da inteligência esquerdista ou progressista. Além dos professores cassados, vários outros pesquisadores brasileiros e estrangeiros foram acolhidos pelo centro.

Uma parte do CEBRAP tinha militado em grupos de extrema esquerda. Antes de entrarem no centro de pesquisa, alguns haviam sido presos, ou até mesmo torturados, entre os quais: Maria Hermínia Tavares (BRASIL, 1973b), Régis Andrade (BRASIL, 1981a), Frederico Mazzucchelli (BRASIL, 1974b), Carlos Eduardo Silveira (BRASIL, 1974b) e Vinicius Caldeira Brant (BRASIL, 1981b).

Em seu depoimento para CNV (BRASIL, 2014b), FHC fala sobre a contratação do economista e sociólogo Vinicius Brant, que militou nas Ligas Camponesas e no Partido Revolucionário dos Trabalhadores – PRT.

Após sair da prisão, ainda abalado, Brant foi à residência particular de FHC para lhe pedir um emprego. Como já não fazia parte de nenhuma organização, o que poderia comprometer o CEBRAP, FHC decidiu inseri-lo no centro de pesquisas.

Na análise precisa do sociólogo Bernardo Sorj: “O CEBRAP já surge teoricamente distanciado da luta armada, e a simpatia pela oposição ao governo militar e o repúdio à tortura não significaram apoio à guerrilha” (2008, p. 60).

Um dos trabalhos do CEBRAP em que Brant colaborou foi o estudo: São Paulo 1975: crescimento e pobreza (CEBRAP, 1976), encomendado pela Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo.

Relatórios do SNI monitoraram a aproximação do cardeal Dom Paulo Evaristo Ars com FHC e o CEBRAP (BRASIL, 1976c; BRASIL, 1976d).

Em letras maiúsculas, um dos relatórios do SNI acusa a presença de um informante próximo a FHC: “Solicita-se não difundir o presente informe para preservar a fonte” (BRASIL, 1976b).

No início dos anos 1970, FHC manifestou solidariedade e coragem com relação a duas pessoas presas e torturadas.

Professora de ciência política da USP e pesquisadora do CEBRAP, Maria do Carmo Campello de Souza, a Carmute, acolhia em seu apartamento jovens militantes da VPR e do POC que precisavam se esconder da repressão (KISZTAJN, 2023).

Em abril de 1970, Carmute foi presa e torturada na OBAN (BRASIL, 1970a; 1970b). Semanas depois, ela foi transferida para o presídio Tiradentes, onde estavam outras presas políticas, entre as quais, Dilma Rousseff (TORRE, 2018).[ix]

Num depoimento sobre sua carreira, Carmute reconhece a importância da visita que recebeu de FHC no Tiradentes: “Ele apareceu, conversamos, foi uma surpresa agradável porque me chamaram na carceragem e não era hora de visita. Ele era diretor do CEBRAP na época” (TRINDADE, 2012, p. 201).

Em janeiro de 1971, o deputado federal Rubens Paiva foi preso com Eunice, sua esposa, e Eliane, sua filha. Seu corpo nunca foi encontrado. Segundo Marcelo Paiva, após o desaparecimento do seu pai, alguns amigos da sua família, entre eles, FHC, procuraram o governo norte-americano: “Contataram o senador Ted Kennedy, que interpelou diretamente o assessor da Casa Branca, Henry Kissinger, para obter informações sobre o desaparecimento de Rubens Paiva. Foi informado de que o ex-deputado havia sido morto por um grupo de investigadores militares” (2001, p. 46).[x]

Depois de quatro décadas, os detalhes do assassinato do deputado foram, finalmente, elucidados pela CNV (BRASIL, 2014a). A partir dos depoimentos colhidos pela CNV, Marcelo Paiva narrou essa tragédia política e familiar: “Meu pai apanhou por dois dias seguidos. (…) Imaginar este sujeito boa-praça, um dos homens mais simpáticos e risonhos que muitos conheceram, aos quarenta e um anos, nu, apanhando até a morte… Dizem que ele pedia água a todo momento. No final, banhado em sangue, repetia apenas o nome. Por horas. Rubens Paiva. Rubens Paiva. Ru-bens Pai-va, Ru… Pai” (2015, p. 112-113).

Após o assassinato de Rubens Paiva, um dos seus amigos, o empresário e jornalista Fernando Gasparian, decidiu criar o jornal Opinião. Gasparian procurou juntar todas as forças na luta contra a ditadura.

Num belo artigo, Marcelo Paiva (2012) refere-se a Gasparian como sendo o seu segundo pai. Entre os colaboradores do Opinião estavam FHC e outros pesquisadores do CEBRAP. Segundo Paiva, o jornal de Gasparian: “fez o pessoal do CEBRAP arregaçar as mangas e escrever numa linguagem jornalística” (2012, s/p).

O Opinião imprimia uma tarja preta nos textos censurados. É o que fizeram ao noticiar, em abril de 1973, a morte de Alexandre Vannucchi, estudante da USP barbaramente assassinado pela ditadura (MISSA, 1973).

Na mesma página, o jornal traz a segunda parte de um artigo de FHC convocando a oposição a assumir uma nova postura no combate à ditadura: “O importante, por fim, menos do que radicalizar verbalmente e tomar uísque à noite diante do peso morto das condições adversas, é procurar colocar concretamente alternativas e criar forças que permitam a transformação” (CARDOSO, 1973, p. 5).

Em seu depoimento para CNV, FHC afirma que esse artigo motivou Ulysses Guimarães a procurá-lo no CEBRAP (BRASIL, 2014b). Fernando Gasparian mediou esse encontro (SORJ, 2008).

Segundo Chico de Oliveira (RETRATO, 2009b), Ulysses pediu para o CEBRAP fazer um programa de governo para sua campanha como “anticandidato” a presidente pelo Movimento Democrático – MDB nas eleições indiretas de 1974 (WESTIN, 2023).

Os arquivos do DEOPS (SÃO PAULO, 1976) e do SNI (BRASIL, 1976e) possuem cópias de versões incipientes desse programa, provavelmente, apreendidas em buscas policiais. Por ser um centro de pesquisas aberto a uma pluralidade de posições políticas, FHC argumentou que o trabalho não poderia ser do CEBRAP, mas dos pesquisadores que quisessem colaborar.[xi]

Para Chico de Oliveira, os pesquisadores do CEBRAP que contribuíram na elaboração do programa foram: o próprio Chico de Oliveira, FHC, Maria Hermínia Tavares, Luiz Werrnek Vianna e Francisco Weffort (RETRATO, 2009b). Num depoimento, FHC acrescenta Bolívar Lamounier nessa lista (BRASIL, 2014b). Um manuscrito do projeto do programa de governo indica a colaboração do pesquisador “JAM”: José Álvaro Moisés (SÃO PAULO, 1976).

Em de agosto de 1974, FHC apresentou a conferência “O MDB na conjuntura político eleitoral” (CARDOSO, 1974), no Instituto de Estudos e Pesquisas Sociais – IEPES, ligado do MDB do Rio Grande do Sul.

Um dossiê do SNI tem o título: “Influência do CEBRAP na atuação política do MDB”, (BRASIL, 1977a). O relatório traz um discurso de Eduardo Galil, deputado da ARENA, no Congresso Nacional. Em sua fala, feita em junho de 1977, Galil repete informações dos relatórios do SNI sobre o CEBRAP, inclusive, as erradas, como a que inclui Florestan Fernandes entre os membros do centro de pesquisas.

Após apontar os grupos de esquerda aos quais cada um dos membros do CEBRAP haviam participado, Galil afirma: “O que, aparentemente, está na base desta brecha, desta cunha introduzida nos princípios democráticos do MDB? A resposta é simples: infiltração marxista que, persistente como as toupeiras em seu trabalho, tem vindo a radicalizar a atuação do partido. A fonte e os canais desta infiltração chamam-se, respectivamente, CEBRAP e IEPES” (BRASIL, 1977a, p. 5).

A queda do presidente chileno Salvador Allende, no final de 1973, provocou uma grande movimentação dos grupos de esquerda na América Latina. O Brasil passou por uma intensa repressão militar. Essa repressão atingiu o CEBRAP.

Num depoimento, Ricardo Lagos, ex-presidente do Chile, agradece a FHC sua solidariedade aos pesquisadores e pesquisadoras da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais – FLACSO que estavam no Chile na queda de Allende: “Não sei se você se lembra, mas você foi o primeiro estrangeiro a me ligar do exterior. Eu era secretário geral da FLACSO, (…) vocês haviam feito uma vaquinha, juntaram 5000 dólares e mandaram para o Chile. (…) ‘Porque sei que você vai precisar’, você me disse. Custava 50 dólares a passagem para Buenos Aires. (…) Cem chilenos saíram com os 5 mil dólares do CEBRAP. Essas coisas são inesquecíveis. Revelam uma América Latina que entendia a solidariedade como algo natural” (O PRESIDENTE, 2022).

Em abril de 1974, Carlos Eduardo Silveira, Chico de Oliveira e Frederico Mazzucchelli foram presos e torturados no DEOPS (RETRATO, 2009b). Esses pesquisadores do CEBRAP teriam participado de reuniões com militantes da Tendência-Leninista da Ação Libertadora Nacional – TL-ALN (BRASIL, 1974c).

Em setembro de 1974, Paul Singer, Régis Andrade, Vinicius Caldeira foram presos. Esses pesquisadores eram suspeitos de manter ligação com o Movimento Comunista Internacional – MCI (BRASIL, 1975a). Segundo Paul Singer, apesar de todos terem sido ameaçados, apenas Vinicius Caldeira foi torturado (ENTREVISTA, 2018).

Em outubro de 1974, todos os pesquisadores e pesquisadoras do CEBRAP em atividade naquele momento, incluindo FHC, foram convocados para depor no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna – DOI-CODI, suspeitos de manterem relações “com alguma organização subversiva ou mesmo entidades comunistas de âmbito internacional” (BRASIL, 1974d, p. 1). Segundo FHC, os depoimentos foram marcados por intimidações: “Fui interrogado por horas, com ameaça de tortura. Vi gente torturada, minhas perguntas vinham de outro lugar, por telefone. E perguntavam de líderes que eu não sabia quem eram. Depois descobri: uma vez tinha ido a um seminário no México com o Ianni e, no aeroporto da volta, estava lá um líder trotskista chamado Ernest Mandel. Carreguei a mala da mulher dele por gentileza. Tiraram fotografia daquilo e eu virei trotskista” (CARDOSO, 2019, p. 4).

Em novembro de 1974, a economista Maria da Conceição Tavares foi detida e encaminhada para o DOI-CODI, em São Paulo (BRASIL, 1974e). Ela foi acusada de manter relações no Chile com elementos subversivos. O relatório do SNI associa Conceição Tavares aos pesquisadores do CEBRAP.

A pedido dos ministros Severo Gomes e Mário Henrique Simonsen, o então presidente Ernesto Geisel ordenou que a libertassem (COSTA; MELO, 2019). Sobre a prisão, Conceição Tavares comentou: “Foi desagradável, celas muito nojentas, geladas, pintadas de branco, um frio desgraçado. Não fui torturada nem nada, mas fui ameaçada. Pelo menos não sumiram comigo” (MORRE, 2024, s/p).

Em setembro de 1975, o Ministério da Justiça considerou a possibilidade de censurar Autoritarismo e democratização, de FHC (1975a). O parecer favorável à censura era do delegado da Polícia Federal Jesuan de Paula Xavier (BRASIL, 1975b). Esse mesmo delegado censurou Feliz ano novo, de Rubem Fonseca (BRASIL, 1977b), e sugeriu que Cláudio Abramo fosse demitido da Folha de S. Paulo (BRASIL, 1977c).

O parecer do delegado Jesuan de Paula faz longas citações e comenta várias passagens do livro de FHC. O ponto central da sua crítica é: “Como se fosse conclusão lógica de sua arenga e como se estivesse fazendo mero relato histórico, FHC não apenas sugere, mas explicitamente aprova a violência” (BRASIL, 1975c, p. 9). Para Jesuan de Paula, FHC advogaria pela resistência violenta à ditadura.

As passagens do livro citadas por Jesuan de Paula que visam endossar sua análise referem-se às posições de Régis Debray (1967) assumidas em Revolução na revolução. Segundo FHC, a tese sobre a teoria da dependência elaborada por ele e por Enzo Faletto em Dependência e desenvolvimento na América Latina era exatamente oposta às posições defendidas por Ernesto Guevara e Debray: “Não existe uma periferia uniforme dominada por um centro. São formas diferentes de periferia que se articulam variavelmente com esses centros, cujos caminhos são variáveis também, dependendo da ação política. Isso é o que foi dito naquele livro. O que aconteceu foi que, quando nós publicamos este livro, em seguida saiu o livro do Guevara com o Debray, Revolução na revolução, que dominou tudo e estava todo errado. Era o oposto do que nós dizíamos” (BEAL, 2016, p. 236).

O livro Autoritarismo e democratização é um conjunto de sete ensaios que FHC publicou entre 1972 e 1974. As referências ao livro de Debray (1967), que desenvolve algumas ideias de Guevara, aparecem nos capítulos 1 e 5.

No primeiro capítulo, FHC estende as críticas que dirige a Debray aos pesquisadores e pesquisadoras que formaram o Centro de Estudos Socioeconômicos – CESO, no Chile, e que criaram a teoria marxista da dependência. [xii] Uma das críticas de FHC volta-se contra o dilema latino-americano entre socialismo ou fascismo, título de um dos livros de Theotônio dos Santos (1978), publicado no Chile em 1966.[xiii]

Contra os defensores da teoria marxista da dependência e contra o foquismo de Guevara e Debray, FHC indica alternativas políticas para América Latina que escapariam do dilema entre socialismo ou fascismo. Nesta questão, FHC distancia-se das posições que Florestan Fernandes (1976) sustentou no mesmo período.[xiv]

O parecer de Jesuan de Paula não poderia estar mais errado, ele considera as citações de Debray no livro como sendo posições do próprio FHC. Felizmente, o consultor jurídico do Ministério da Justiça, o promotor Ronaldo Poletti, não aprovou a censura do livro (BRASIL, 1975c).

Ainda que o livro não tenha sido censurado, a tese de que FHC aprovava a violência passou a fazer parte dos relatórios do SNI. Para aumentar a suspeita sobre as posições foquistas de FHC, um dos relatórios sobre ele informa que: “No período em que esteve na França, conviveu com Régis Debray e André Gorz” (BRASIL, 1979b, p. 2).

Na madrugada do dia 4 setembro de 1976, a sede do CEBRAP, na rua Bahia, n º 499, no bairro de Higianópolis, região central da cidade de São Paulo, sofreu um atentado: “A bomba foi atirada a partir da rua, contra as vidraças do prédio que se ergue a alguns metros da calçada. Os danos causados foram leves e um princípio de incêndio foi prontamente debelado pelo vigia do CEBRAP” (BRASIL, 1976f, p. 1).

Três dias após o atentado, o Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, coronel Erasmo Dias, deu uma entrevista para a grande imprensa criticando o livro São Paulo 1975: crescimento e pobreza, elaborado pelo CEBRAP (1976): “leio esse livro todos os dias para ficar com raiva! (…) Essencialmente marxista. (…) Não apresenta solução alguma e distorce a realidade” (ERASMO, 1976, p. 7).

O coronel Erasmo Dias sustentou a hipótese de que alguém teria forjado o atentado para promover este livro. Ao final da entrevista, Erasmo Dias faz um comentário ameaçador: “Porque uma bombinha hoje, bombona amanhã, um bombão depois de amanhã, nós preferimos ficar na bombinha” (ERASMO, 1976, p. 7).

A polícia não descobriu os autores do atentado. No relatório final da investigação, emitido em 29 de setembro de 1977, após ressaltar que muitos funcionários e dirigentes do CEBRAP eram fichados no DEOPS como comunistas e subversivos, o delegado responsável sugere: “o arquivamento destes autos, que permanecerão no aguardo de quaisquer novos elementos porventura conseguidos” (SÃO PAULO, 1976, p. 119).

Entre 1977 e 1978, FHC participou de atividades relacionadas à campanha pela anistia (BRASIL, 1978c). Nesse mesmo período, ele e outros pesquisadores do CEBRAP participaram das reuniões da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência – SBPC, que foi um fórum importante de resistência à ditadura (BRASIL, 1978d).

Em 1978, numa reunião com FHC e outros MDBistas, o jurista José Gregori informou que Hélio Bicudo não iria mais concorrer à sublegenda do Senado. Ao que o professor Antonio Angarita, um dos fundadores do CEBRAP, tomou a palavra: “Por que não o príncipe da sociologia brasileira?” (O PRESIDENTE, 2022). A princípio, FHC relutou, mas acabou aceitando concorrer na eleição.

Em sua campanha, FHC teve um forte apoio de Lula (BRASIL, 1978a). Ao lado do líder sindical, FHC fez comícios e panfletagens nos sindicatos e nas portas das fábricas. A candidatura de FHC motivou a participação de artistas e intelectuais, Chico Buarque contribuiu com o jingle: “A gente não quer mais cacique/ A gente não quer mais feitor/ A gente agora está no pique/ Fernando Henrique senador” (A CAMPANHA, 2022, s/p).

Após a decisão de Luís Carlos Prestes de apoiar o voto em alguns candidatos do MDB, os órgãos de vigilância e repressão do governo militar elaboraram um longo e detalhado relatório sobre os candidatos apoiados por organizações comunistas (BRASIL, 1978b). Metade do relatório é dedicado a FHC. As informações colhidas pelo DEOPS acompanham a briga judicial para impugnar sua candidatura, uma vez que a condenação pelo o AI-5 teria deixado FHC inelegível por 10 anos.

A quatro dias das eleições, o STF realizou o último julgamento sobre o caso: “Por oito votos contra um, o Supremo Tribunal Federal decidiu, ontem, manter o registro da candidatura do sociólogo Fernando Henrique Cardoso a uma vaga no Senado Federal, pelo MDB de São Paulo” (STF, 1978, p. 6).

Com mais de um milhão de votos, FHC teve a segunda maior votação para o Senado, ficando atrás, apenas, de Franco Montoro.

Em 1979, após a eclosão das greves no ABC paulista, começou o debate sobre a criação do Partido dos Trabalhadores – PT. Alguns relatórios do SNI indicam a colaboração de diversas pessoas na viabilização do partido, entre elas, pesquisadores e pesquisadoras ligadas ao CEBRAP: FHC, Antônio Angarita, José Serra, Chico de Oliveira, Francisco Weffort, Paul Singer, José Álvaro Moisés e Eunice Durham (BRASIL, 1979c; BRASIL, 1980).

Em 1980, o PT foi fundado. Sobre essa mudança na organização político-partidária, FHC teceu o seguinte comentário: “Alguns dos pesquisadores do CEBRAP foram para o partido, como o Weffort, o Singer, o Leôncio Martins Rodrigues – apesar de ele não gostar que se diga isso. O fato é que essa divisão na oposição não impediu a convivência no CEBRAP” (CARDOSO, 2019, p. 8).

Nas eleições de 1982, Franco Montoro elegeu-se governador de São Paulo e, pelas leis eleitorais, seu primeiro suplente ao Senado não seria Magalhães Teixeira, seu suplente na legenda, mas o segundo candidato mais votado nas eleições de 1978 para o Senado (CARDOSO, 2014). Em 1983, FHC tornou-se senador (BRASIL, 1983). Ali se iniciava uma carreira política que o levaria a dois mandatos como presidente da República.

O Brasil começava a dar alguns passos no processo de redemocratização. Aos poucos, fomos nos afastando das arbitrariedades e dos horrores que marcaram a ditadura militar. Muitas pessoas tombaram pelo caminho, muitas resistiram como puderam. A criação coletiva do CEBRAP abriu uma alternativa para intelectuais que estavam na resistência, num momento em que qualquer gesto era um gesto arriscado e de coragem.

*Paulo Fernandes Silveira é professor da Faculdade de Educação da USP e pesquisador no Grupo de Direitos Humanos do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Referências


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Notas


[i] É preciso avançar nos estudos sobre os informantes da ditadura militar brasileira, tal como foi feito em pesquisas sobre as ditaduras em outros países. Em suas pesquisas nos arquivos da repressão da ditadura em Portugal, Irene Pimentel (2024) elenca algumas motivações daqueles que atuaram como informantes, informadores ou “bufos”: remuneração mensal; pagamentos por serviços e favorecimentos políticos, conhecidos pelos portugueses como “cunha”. Pimentel realça a importância do informante ser um infiltrado, ou seja, alguém com livre circulação entre as pessoas vigiadas.

[ii] Outras pessoas também foram alertadas sobre a possibilidade de serem presas após o golpe. Um depoimento do ator Renato Borghi confirma isso: “Eu, Zé Celso e Fernando Peixoto tivemos de fugir no auge do sucesso de Pequenos Burgueses. Um telefonema nos salvou. Seríamos presos no dia seguinte ao golpe porque a peça acabava com a Internacional” (SEIXAS, 2008, p. 107).

[iii] Agradeço a Heloisa Fernandes e Beatriz Fernandes, filhas de Florestan, as informações sobre o período em que a família delas morou na mesma rua da família de FHC e Ruth Cardoso.

[iv] Estes pesquisadores da CEPAL tiveram experiências com o exílio. O pai de Nuno Figueiredo, o escritor e professor de literatura portuguesa da USP Fidelino de Figueiredo, que FHC conheceu ainda na adolescência, foi um exilado da ditadura de Salazar (BARCELOS, 2019). Exilado da guerra civil espanhola, o sociólogo José Medina Echavarría tornou-se pesquisador e diretor da CEPAL. Numa homenagem a Echavarría, o economista Enrique Valentín Iglesias relembrou uma das suas frases sobre o exílio: “la patria no es donde uno nace, sino donde tiene los amigos” (EL SECRETARIO, 2013, p. 14).

[v] Numa carta, FHC comenta esse episódio: “Entusiasmei-me com sua atitude: afinal de contas, com exceção da carta que enviei à Congregação e que não surtiu efeito porque não foi lida nem publicada, foi o único protesto da Faculdade capaz de provocar na gente vontade de continuar a crer que nem tudo está perdido no mundo ‘pequeno-burguês’ dos professores, como o senhor qualificou” (CARTA, 1964, citada por DUWE, 2022).

[vi] Os relatórios do SNI sobre FHC informam que este pedido de prisão preventiva ocorreu após o IPM da Faculdade de Filosofia ser apensado ao IPM das cadernetas Prestes (BRASIL, 1966a; BRASIL, 1974a).

[vii] A partir da denúncia de um informante da ditadura, feita em dezembro de 1968, um dos relatórios do SNI informa que Elza Berquó e Paul Singer eram atuantes comunistas ligados à linha chinesa: “O Professor Olavo Baptista Filho, da Faculdade de Sociologia e Política (FESPSP) e Diretor do Departamento de Estatística do Estado, veio à Agência para fazer esta denúncia e dizer de suas preocupações, pois julga a posição do professor Paul Singer como assessor do GEGRAN muito perigosa” (BRASIL, 1969b, p. 7).

[viii] Um relatório da Secretaria de Estado e Relações Exteriores trata das manifestações dos membros da Latin American Studies Association – LASA em repúdio às violações dos direitos humanos no Brasil (BRASIL, 1970d). A carta “A Protest to the Brazilian Government”, de 23 de fevereiro de 1970, foi assinada por diversos pesquisadores norte-americanos.

[ix] Muitas militantes passaram pela ala do Tiradentes conhecida como Torre das Donzelas ou Torre das Guerreiras, como prefere chamar a professora Ana Estevão (2022). Carmute ficou presa na Torre em 1970.

[x] Nesse texto, publicado originalmente em 1995, Marcelo Paiva critica os governos de José Sarney, de Itamar Franco e de FHC por não terem elucidado o assassinato de Rubens Paiva e de outras pessoas desaparecidas na ditadura.

[xi] O primeiro parágrafo do programa manifesta essa postura: “o próprio fato de um conjunto de intelectuais desligados de práticas partidárias, e, mais ainda, sem ter no momento e sem pretender vir a ter no futuro militância emedebista indica que existe em amadurecimento no Brasil um problema concreto: a necessidade da oposição nascente definir seus objetivos e suas formas organizativas” (BRASIL, 1976a, p. 43).

[xii] Até a queda de Allende, passaram pelo CESO diversas pesquisadoras e pesquisadores, entre os quais: Theotônio dos Santos, Vânia Bambirra, Ruy Mauro Marini, Emir Sader, Eder Sader, Marco Aurélio Garcia, André Gunder Frank e Régis Debray (MARTINS, 2011).

[xiii] O dilema latino-americano entre socialismo ou fascismo evoca o nome do grupo socialista francês que surge no pós-guerra: socialismo ou barbárie. Esse grupo se inspirou, por sua vez, num texto de Rosa Luxemburgo (2021) sobre esta questão.

[xiv] Pela análise arguta do sociólogo Paulo Silveira, no livro Revolução burguesa no Brasil, Florestan compreende a dependência aos países capitalistas centrais como parte da estrutura dos países periféricos: “O externo não é pensado como um ‘enclave’ que possa ser extirpado como um quisto, por exemplo, através de medidas políticas de tipo nacionalista. Ao contrário, como componente mesmo da estrutura interna, ele só pode ser suprimido com a própria supressão desta estrutura” (1975, p. 203). Nesses termos, como faz a teoria marxista da dependência, Florestan parece defender a necessidade da supressão do sistema capitalista.

Amigo do sociólogo chileno Eduardo Hamuy, que coordenava o CESO, Florestan influenciou na contratação de Theotônio dos Santos pelo centro de pesquisas, em 1966 (MOLINA, 2013). Julgado à revelia pela justiça militar, Theotônio dos Santos foi condenado a 14 anos de prisão (BRASIL, 1966b). Outros pesquisadores do CESO, como André Gunder Frank, também eram amigos e interlocutores de Florestan.

Como afirma FHC, alguns temas e questões discutidas após a ditadura não faziam parte da sua literatura anterior, tampouco da literatura de outros autores brasileiros (RETRATO, 2009b). Natural, portanto, que o distanciamento teórico de FHC com relação às posições de Florestan não tivesse ocorrido antes. De todo modo, isso não alterou a amizade, o respeito e a admiração que um nutria pelo outro.


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