Mentira e totalitarismo

Whatsapp
Facebook
Twitter
Instagram
Telegram

Por HOMERO SANTIAGO*

George Orwell sabia que o totalitarismo depende da mentira, das fake news, da ideia de que as narrativas e os saberes se equivalem, de que história e estória são a mesma coisa

Pode-se ler a inteira obra do escritor inglês George Orwell (1903-1950) como uma incessante luta contra a mentira e um incansável esforço de estabelecimento e defesa da verdade. Trata-se de um empenho que o escritor pretendeu elevar ao plano artístico – ou ao menos foi assim que ele, em 1946, explicitou os objetivos de seu ofício: “O que mais desejei fazer nos últimos dez anos foi transformar a escrita política em arte. Meu ponto de partida é sempre um sentimento de proselitismo, uma sensação de injustiça. Quando sento para escrever um livro, não digo a mim mesmo: “Vou produzir uma obra de arte”. Escrevo porque existe uma mentira que pretendo expor, um fato para o qual pretendo chamar a atenção, e minha preocupação inicial é atingir um público”.[i]

Com uma ponta de má vontade, poder-se-ia rapidamente ajuizar que estamos diante de um artista pouco inventivo e satisfeito com a ração miúda dos fatos; um reles campeão de verdades malbaratadas. Se tivermos ainda em conta que boa parte da obra orwelliana é realmente constituída de textos documentais, parece pronto o quadro de um caso em que o engajamento (por meritório que seja) tomou a dianteira com relação à arte, afogando a criatividade.

Até certo ponto, nem precisamos excogitar um leitor maledicente a emitir opiniões desse naipe; George Orwell mesmo, verdade seja dita, a certa altura contrasta as figuras do literato e do panfletista, metendo-se nas vestes deste, não obstante ressalvando que assim foi porque, premido pelos imperativos da época, serviu-se da escrita para militar: “Numa época de paz, poderia ter escrito livros floreados ou meramente descritivos e ficado quase alheio a minhas lealdades políticas. De qualquer forma, fui forçado a me tornar uma espécie de panfleteiro”.[ii]

Que assim seja. Não sou eu que vou desdizer o próprio Orwell. Mas (e peço que o leitor faça aqui aquela pausa que precede uma exclamação forte) que panfletos! Cumpre não nivelar por baixo o teor das palavras do autor, já que o empenho se concretiza por uma escrita francamente política que – nada menos que isso – pretende alçar ao plano de obra de arte. Não por acaso, ele criou uma fórmula, um estilo incomum, mas indubitavelmente exitoso (foi um dos autores mais influentes do século XX) de intervir no mundo por meio de produções literárias que são até hoje admiradas.

Dessa perspectiva, o centro nervoso da obra de George Orwell, ou mais precisamente, o ponto que confere inteligibilidade ao todo, parece-nos residir em sua experiência de miliciano antifranquista na Guerra Civil espanhola. Ele parte para Barcelona em 1936, conjugando o propósito de conhecer in loco a situação ao de produzir mais um título na já testada linha de documentários que vinha produzindo (Na pior em Paris e Londres, de 1933; O caminho de Wigan Pear, então terminado e que viria à luz em 1937), além de dar vazão ao ardor moral de lutar pela liberdade e combater na prática os seus inimigos, no caso as forças fascistas do general Franco (como confessa, matasse um único fascista e tudo já teria valido a pena[iii]).

A centralidade que George Orwell atribuirá doravante a essa experiência não pode ser exagerada; no texto de 1946 há pouco citado, ele patenteia a inflexão que ela acarretou em sua obra: tudo que pretendeu fazer depois (nos últimos dez anos, como diz), era devido ao que vira e vivenciara na Espanha. Por quê?

A nosso ver, principalmente porque ali ele fez a experiência da mentira como arma política, de uma forma até então inédita; não somente um elemento manipulável, mas a mentira forjada industrialmente e feita circular com o objetivo de produzir uma ficção (uma “narrativa”, hoje talvez se dissesse) que sirva ao poder. Na Espanha, George Orwell experimenta em primeira mão, in loco e in vitro, podemos dizer, o incubamento de um portentoso sistema da mentira, o qual, por sua vez, é contemporâneo de um novo tipo de poder insuflado e sustentado justamente pelas mentiras mais deslavadas.

Esse poder umbilicalmente ligado à mentira é aquele cujos primeiros indícios e rápida maturação George Orwell reconhece no governo republicano espanhol, o qual, sob a influência cada vez maior do poder soviético no curso da guerra civil, desencadeia uma campanha de difamação e perseguição contra anarquistas e trotskistas, tornando-se de pouco em pouco tão tirânico (um regime que controla, acusa, persegue, sequestra, prende, tortura, executa) quanto o fascismo franquista que todos ventilavam combater.

Num ensaio publicado entre julho e setembro de 1937, já retornado à Inglaterra, ao analisar a situação da Espanha e particularmente a campanha do governo republicano contra antigos companheiros de luta, George Orwell faz uma constatação alarmante, terrível: “Até há alguns meses, os anarcossindicalistas eram descritos como “trabalhando lealmente” ao lado dos comunistas. Depois, os anarco-sindicalistas foram defenestrados do governo; depois, parecia que não estavam mais trabalhando tão lealmente; agora, estão no processo de se tornarem traidores. (…) E assim o jogo continua. O fim lógico é um regime em que todos os partidos e jornais de oposição sejam cassados e todos os dissidentes de alguma importância estejam na cadeia. É claro que este regime será o fascismo. Não será o mesmo fascismo que Franco imporia, será até mesmo melhor do que o fascismo de Franco, na medida em que vale a pena lutar por ele (worth fighting for), mas será um fascismo. Apenas, ao ser operado por comunistas e liberais, será chamado de alguma outra coisa”.[iv]

Nessas linhas, surpreendentemente, George Orwell tromba, por sua conta e risco, com o tradicional problema da “servidão voluntária”, primeiramente formulado por Étienne de la Boétie, no século XVI, encenado em pleno XX em terras ibéricas e, como logo se saberá, prestes e alastrar-se pelo mundo sob o nome de “totalitarismo”. Então, percebe ele que, numa estupenda reviravolta, um revolucionário estado de coisas pelo qual um dia pensou que “valia a pena lutar” e até morrer ia se tornando um mal disfarçado fascismo pelo qual – ai de nós! – igualmente “vale a pena lutar”.[v]

Quisesse, poderia ainda pastichar uma conhecida fórmula do Tratado teológico-político de Bento de Espinosa e afirmar o segredo do governo republicano estava em burlar de tal forma os espanhóis que eles combatiam pela servidão como se lutassem pela liberdade.

Nada mal para um reles “panfleteiro” declaradamente pouco afeito a teorias e abstrações. Mas ele não para por aí. Como se intimamente incomodado pelo que descobriu, não cessa de tatear uma hipótese explicativa para a aberração que presenciou na Espanha: a servidão pela qual vale a pena lutar torna-se possível no interior de um sistema da mentira ocasionado pela ação de um tipo particular de poder que, começando por obnubilar a percepção dos fatos, termina destruindo completamente a verdade e a realidade objetiva, ou seja, a própria possibilidade de uma história e de uma humanidade livre.

Desde 1936, George Orwell tem convicção de que algo novo está surgindo e ele se põe a meditar sobre – recorde-se o texto de 1946 citado ao início: foi tudo que ele desejou fazer nos dez anos seguintes à experiência espanhola. Tal foi o impacto dessa descoberta que certa feita comentou com um amigo: “a História parou em 1936”.[vi] Os efeitos da experiência espanhola e da descoberta que ela proporciona serão indeléveis, reorientando toda a obra do escritor; como ele confessa, “o que vi por lá perturbou-me tanto que falo e escrevo sobre isso para todo mundo”.[vii]

A história para porque um novo fascismo, terrivelmente aperfeiçoado, está em surgimento; mais ainda, a história para porque, com isso, é como se ela estivesse a tornar-se impossível. No âmago daquilo que George Orwell a partir de certo momento, na virada dos anos 1930 para os 1940, passou a denominar “totalitarismo”, está o expediente da supressão do verdadeiro e a consequente impossibilidade da história em virtude da destruição da memória, da linguagem, da realidade e da própria humanidade. Inúmeras e variadas consequências, todas igualmente aterrorizantes, que nos são desveladas com clareza em 1984, onde igualmente a história, numa infernal repetição do caso espanhol, topará seu medonho ponto de paragem.[viii]

Acompanhemos as considerações de George Orwell num outro texto – de 1943 e também dedicado à experiência espanhola – que tem o mérito de patentear a conexão entre todos os temas que até aqui vimos tratando: “Esse tipo de coisa é aterrorizante para mim, porque sempre me dá a sensação de que o próprio conceito de verdade objetiva está desaparecendo do mundo. Afinal, há possibilidades de que essas mentiras, ou em todo caso mentiras semelhantes, passem para a história. Sei que é moda dizer que boa parte da história oficial é mentira, de qualquer forma. Estou disposto a acreditar que a história é, em sua maior parte, incorreta e tendenciosa, mas o que é peculiar a nossa época é o abandono da ideia de que a história pudesse ser escrita com base na verdade. No passado, as pessoas mentiam deliberadamente ou enfeitavam inconscientemente o que escreviam ou esforçavam-se para chegar à verdade, sabendo muito bem que deveria cometer vários erros; mas, em cada caso, acreditavam que aqueles “fatos” tinham existido e eram, em maior ou menor grau, passíveis de serem descobertos. E na prática, havia sempre um conjunto considerável de fatos sobre os quais quase todo mundo estaria de acordo”.[ix]

No entender de Orwell, a grande novidade do totalitarismo não está em simplesmente avançar mentiras. Isso é coisa que sempre existiu – a disputa pelas palavras, pela narração dos fatos, pela veracidade de não importa o quê, a fofocagem em seu nível mais banal. Em definitivo, não haveria por que se aterrorizar com isso. A questão é outra. Por mais que se mentisse, outrora restava ainda a ideia de algo objetivo a ser escondido; na medida em que o mentiroso pretendia ocultar ou distorcer algo, a sua mentira envolvia uma relação com a verdade dos fatos.

Agora é diferente; é a própria ideia de que algo acontece realmente, objetivamente, que se vai esvanecendo. Sobram somente interpretações, narrativas, fake news, e nada mais; como se adentrássemos um mundo de puros simulacros que, no fundo, são simulacros de nada nascidos das mais variegadas cacholas.

E daí esta frase de 1984 tão impressionante quanto esclarecedora do que seja o novo regime da “mentira” (se ainda quisermos usar a velha palavra para nomear algo inteiramente novo) forjado pelo totalitarismo: “Quase todo o material com que lidavam ali era desprovido da mais ínfima ligação com o mundo real – faltava até o tipo de ligação contido numa mentira deslavada.”[x] Palavras muito próximas das que descrevem o assombro de George Orwell ao ler nos jornais espanhóis e alguns estrangeiros notícias “que não guardavam nenhuma relação com os fatos, nem mesmo a relação implícita numa mentira corriqueira”.[xi]

Junto com a verdade e com a história, esfacela-se de maneira radical a possibilidade de convivência e compartilhamento de um mundo comum; por extensão, também a política torna-se impossível, já que não restam bases mínimas para a discussão, a deliberação e a concordância ou discordância argumentadas. Quando tudo vira ilusão, narrativa ou fake news; quando só a mentira impera, sobra como palavra cardinal somente a do líder, ou seja, o discurso do poder que faz e desfaz ao seu bel-prazer o verdadeiro e o falso. Foi o que George Orwell pressentiu na Espanha e se confirmou pelos mecanismos nazifascistas.

“A teoria nazista na verdade nega, explicitamente, que algo como “a verdade” exista. Não há, por exemplo, nada como a “ciência”. Há apenas a “ciência alemã”, a “ciência judia” etc. O objetivo implícito nessa linha de raciocínio é um mundo de pesadelo, no qual o líder, ou alguma panelinha do poder, controla não só o futuro, mas o passado. Se o líder diz de tal ou qual evento: “Nunca aconteceu”, bem, então, nunca aconteceu. Se ele diz que dois e dois são cinco – bem, dois e dois são cinco. Esta perspectiva me assusta muito mais do que bombas”.[xii]

É fundamental salientar essas palavras de 1943, prenhes de um futuro tenebroso: quando o líder enuncia “dois e dois é cinco”, deve ser assim pelo simples motivo de que assim deve ser. É deveras significativo que, em 1984, a culminação da meditação orwelliana sobre o que ele viu na Espanha, o totalitarismo fira de morte a matemática que sempre foi a prova viva de que os seres humanos são capazes de produzir o comum.

É isto que o totalitarismo, por princípio, necessita destruir: a possibilidade de algo comum; pelo contrário, o comum, o centro da comunidade servil, deve ser o Grande Irmão, aquele que enuncia o verdadeiro após ter destruída a verdade. Não por acaso, encontramos naquela reflexão sobre a Espanha citada acima o núcleo do totalitarismo de 1984, sintetizado no objetivo final de inculcar em cada cabeça a “misteriosa identidade entre cinco e quatro”.[xiii]

O totalitarismo depende da mentira, das fake news, da ideia de que as narrativas e os saberes se equivalem, de que história e estória são a mesma coisa; em suma, depende da destruição da verdade e, por consequência, da razão e da política. George Orwell jamais disse isso, mas não vejo por que não tirar tais conclusões e enunciá-las claramente; especialmente o seu corolário: “existe mentira sem totalitarismo, mas não existe totalitarismo sem mentira”.

*Homero Santiago é professor no Departamento de Filosofia da USP.

Notas


[i] Orwell, “Por que escrevo”, em Dentro da Baleia, São Paulo, Companhia das Letras, pp. 28-29.

[ii] Idem, pp. 25-26.

[iii] “Quando ingressei na milícia, prometi a mim mesmo matar um fascista – afinal de contas, se cada um de nós matasse um, logo estariam extintos” (Orwell, Lutando na Espanha, Rio de Janeiro, Biblioteca Azul, 2021, p.220).

[iv] Idem, p. 300.

[v] O contraponto preciso que estabelecemos se faz com a passagem em que Orwell conta o seu deslumbre ao desembarcar em Barcelona e encontrar uma cidade revolucionada em que os garçons não aceitam gorjetas, o “você” substituiu o “senhor”, e assim por diante. “Tudo isso era estranho e emocionante. Havia muita coisa que eu não compreendia, e de muitas delas de certa forma nem gostava, mas reconheci imediatamente que era um estado de coisas pelo qual valia a pena lutar (worth fighting for).” (Idem, p. 21)

[vi] Idem, p. 267.

[vii] Idem, p. 321.

[viii] No mundo de 1984, vive-se somente um processo opressivo interminável que se arrasta minuto a minuto: “A história se interrompeu. Nada existe além de um presente interminável no qual o Partido sempre tem razão” (Orwell, 1984, São Paulo, Companhia das Letras, 2021, p. 204).

[ix] Lutando na Espanha, cit., p. 269.

[x] Idem, p. 84.

[xi] Idem, p. 267.

[xii] Idem, p. 270.

[xiii] 1984, cit., p. 304.

Veja neste link todos artigos de

AUTORES

TEMAS

10 MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

Lista aleatória de 160 entre mais de 1.900 autores.
Leda Maria Paulani Gilberto Maringoni Francisco de Oliveira Barros Júnior Heraldo Campos Sandra Bitencourt Celso Favaretto Atilio A. Boron Plínio de Arruda Sampaio Jr. Priscila Figueiredo Annateresa Fabris Celso Frederico Alexandre de Freitas Barbosa Michael Roberts Fernão Pessoa Ramos Vinício Carrilho Martinez Lorenzo Vitral Luiz Roberto Alves Liszt Vieira Eduardo Borges Ronald León Núñez Ladislau Dowbor Andrés del Río Kátia Gerab Baggio Tarso Genro Paulo Nogueira Batista Jr Claudio Katz João Paulo Ayub Fonseca Jorge Luiz Souto Maior Juarez Guimarães Daniel Brazil Rodrigo de Faria Mário Maestri Francisco Fernandes Ladeira Bruno Fabricio Alcebino da Silva Lincoln Secco Antônio Sales Rios Neto Julian Rodrigues Leonardo Boff Airton Paschoa João Feres Júnior Yuri Martins-Fontes Matheus Silveira de Souza Marcelo Guimarães Lima José Luís Fiori Luiz Werneck Vianna Ronald Rocha Antonio Martins Flávio R. Kothe Paulo Fernandes Silveira Benicio Viero Schmidt Jean Marc Von Der Weid Daniel Afonso da Silva Alexandre de Oliveira Torres Carrasco Rubens Pinto Lyra Alexandre Aragão de Albuquerque Manuel Domingos Neto Afrânio Catani Mariarosaria Fabris Lucas Fiaschetti Estevez Bento Prado Jr. Valerio Arcary Renato Dagnino Caio Bugiato Michel Goulart da Silva Luciano Nascimento Luiz Bernardo Pericás Paulo Sérgio Pinheiro Osvaldo Coggiola João Lanari Bo Walnice Nogueira Galvão Vladimir Safatle Remy José Fontana Tadeu Valadares Marilia Pacheco Fiorillo João Sette Whitaker Ferreira Marcos Silva Luiz Marques Bruno Machado José Machado Moita Neto Ricardo Abramovay Bernardo Ricupero Ricardo Musse Jean Pierre Chauvin Henry Burnett Eugênio Bucci Otaviano Helene Eleutério F. S. Prado Antonino Infranca Luís Fernando Vitagliano Luiz Carlos Bresser-Pereira Paulo Martins José Costa Júnior Denilson Cordeiro Eliziário Andrade André Márcio Neves Soares Boaventura de Sousa Santos João Adolfo Hansen Manchetômetro Chico Whitaker Thomas Piketty Alysson Leandro Mascaro Gilberto Lopes Chico Alencar Gabriel Cohn João Carlos Loebens Paulo Capel Narvai Igor Felippe Santos Luiz Eduardo Soares Carla Teixeira Ricardo Antunes Maria Rita Kehl Marcelo Módolo José Geraldo Couto Luiz Renato Martins Jorge Branco Valerio Arcary Fernando Nogueira da Costa José Dirceu Marcus Ianoni Eleonora Albano Michael Löwy Dennis Oliveira Ricardo Fabbrini Salem Nasser Everaldo de Oliveira Andrade Gerson Almeida Marcos Aurélio da Silva Vanderlei Tenório Fábio Konder Comparato Armando Boito José Raimundo Trindade Flávio Aguiar Rafael R. Ioris Eugênio Trivinho Elias Jabbour Henri Acselrad Daniel Costa Ronaldo Tadeu de Souza Tales Ab'Sáber Marjorie C. Marona Leonardo Avritzer Dênis de Moraes Carlos Tautz Luis Felipe Miguel Francisco Pereira de Farias Slavoj Žižek Berenice Bento André Singer Érico Andrade Andrew Korybko Samuel Kilsztajn Marilena Chauí José Micaelson Lacerda Morais João Carlos Salles Anselm Jappe Alexandre de Lima Castro Tranjan Ari Marcelo Solon Milton Pinheiro Sergio Amadeu da Silveira Leonardo Sacramento

NOVAS PUBLICAÇÕES