O colapso produzido por Donald Trump

Imagem: Henry & Co.
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Por MICHAEL ROBERTS*

A hegemonia do imperialismo norte-americano vem enfraquecendo desde Richard Nixon em 1971 ou Paul Volcker em 1985. O colapso que está sendo produzido por Donald Trump apenas confirmará essa tendência

1.

O presidente Donald Trump implementou sua nova gama de tarifas sobre as importações dos EUA, as quais foram chamadas de tarifas recíprocas. Além dos anunciados na última quarta-feira (Dia da Libertação), Trump incluiu uma taxa extra sobre as importações chinesas em retaliação à decisão da China de impor uma tarifa de 34% sobre as importações dos EUA.

Essa decisão, por sua vez, foi uma retaliação contra o aumento de 34% de Trump sobre as importações chinesas proposto na semana passada. Portanto, as importações dos EUA da China agora têm uma tarifa de 104%; na verdade, elas dobram os preços dos produtos importados da China. Enquanto escrevo, a China anunciou um aumento adicional de 50% nas importações dos EUA, elevando as tarifas chinesas sobre as exportações dos EUA para 84% nesta guerra de retaliação olho por olho.

Para onde tudo isso está indo? Bem, esses eventos implicam numa queda na produção nos EUA e na maioria das principais economias; ademais, eles provocarão um renascimento da inflação, principalmente nos EUA. Isso é loucura, não? Bem, como eu já disse no passado, quando tudo isso começou, há método nessa loucura.

Donald Trump e seus acólitos estão convencidos de que os EUA foram roubados em seu poder econômico e sem seu status hegemônico no mundo por outras grandes economias. Eis que, segundo ele, elas roubaram sua base industrial e, em seguida, impuseram todos os tipos de bloqueios à capacidade das empresas americanas (particularmente as empresas industriais americanas) de liderar em sua área de produção. Para Donald Trump, isso se expressa no déficit geral no comércio de bens que os EUA mantém com o resto do mundo.

Ele não está preocupado, ao que parece, com o comércio de serviços, em que os EUA têm um superávit. É a indústria de transformação e o comércio de commodities que o preocupam. O objetivo é fechar esse déficit impondo tarifas sobre as importações de mercadorias por parte dos EUA.

Usando uma fórmula bruta para cada país (o tamanho do déficit comercial de bens dos EUA com cada país dividido pelo tamanho das importações dos EUA daquele país, depois dividido por dois), a equipe de Trump chegou aos aumentos de tarifas para cada país. [(X-M)/M mede, na verdade, a capacidade do país exportador de impor déficit comercial aos EUA].

Essa fórmula é absurda por vários motivos: primeiro, exclui o comércio de serviços, onde os EUA têm superávits com muitos países; segundo, uma tarifa de 10% foi imposta mesmo para países com os quais os EUA têm um excedente comercial; terceiro, não tem relação com quaisquer barreiras tarifárias ou não tarifárias reais que um país tenha efetivamente sobre as exportações dos EUA; e quarto, ignora as barreiras tarifárias e não tarifárias (que são muitas) que os próprios EUA impõem sobre as exportações de outros países.

Essas barreiras “não tarifárias”, segundo consta, ainda podem também entrar em ação O enviado comercial de Donald Trump, Peter Navarro, deixou claro: “Que os líderes mundiais que, depois de décadas de trapaça, de repente estão se oferecendo para reduzir as tarifas, saibam de uma coisa: isso é apenas o começo”. Ademais, ele citou uma lista de práticas desleais que ele disse incluir manipulação de moeda, licenciamento “opaco”, padrões de produtos “discriminatórios”, procedimentos alfandegários “onerosos”, localização de dados e a chamada “lawfare” de impostos e regulamentação que atingem as empresas de tecnologia dos EUA.

2.

O objetivo de Donald Trump é claro. Ele quer restaurar a base industrial que a América já teve no passado. Grande parte das importações para os EUA de países como China, Vietnã, Europa, Canadá, México etc., são de empresas americanas sediadas nesses países que vendem de volta para os EUA a um custo menor do que se estivessem sediadas na América.

Nos últimos 40 anos de “globalização”, empresas multinacionais nos EUA, Europa e Japão transferiram suas operações industriais para o Sul Global para aproveitar a mão de obra barata, a falta de sindicatos ou inexistência de regulamentações. Combinaram isso com o uso da tecnologia mais recente para obterem grandes lucros. Mas o que aconteceu é que os países da Ásia industrializaram drasticamente suas economias e, assim, ganharam participação de mercado de produtos industriais e em exportações, deixando para os EUA as atividades de marketing, finanças e serviços.

Isso importa? Donald Trump e sua equipe acham que sim. Seu objetivo estratégico final é enfraquecer, estrangular e obter “mudança de regime” na China. Querem assumir o controle hegemônico total sobre a América Latina e o Pacífico. Para fazer isso, eles devem ter uma força militar forte e esmagadora. Donald Trump anunciou um orçamento militar recorde de US $ 1 trilhão por ano.

Contudo, os fabricantes de armas dos EUA não podem atender completamente as demandas que vem por meio desse orçamento. Portanto, a capacidade de fabricação dos EUA deve ser restaurada. Joe Biden estava ansioso para fazer isso por meio de uma ‘política industrial’ que subsidiasse empresas de tecnologia e infraestrutura industrial. Mas isso significou um enorme aumento nos gastos do governo que elevou o déficit fiscal a níveis recordes.

Donald Trump, por seu turno, avalia que deve impor tarifas para forçar as empresas industriais americanas a voltarem para casa e para as empresas estrangeiras a investirem nos Estados Unidos em vez de exportarem para lá. Ele avalia que pode aumentar o tamanho da produção industrial, gastar mais em armas e reduzir impostos para as empresas; ao mesmo tempo, ele quer cortar os gastos civis do governo e ainda manter o dólar estável – tudo com aumentos de tarifas.

3.

Isso vai funcionar? Parece que alguns analistas, mesmo alguns de esquerda, acham que sim. É verdade que muitos estados semi-vassalos do imperialismo norte-americano provavelmente tentarão ceder aos termos de Trump: a Coreia do Sul e o Japão já estão tentando fazê-lo, o Reino Unido também parece querer ceder. Mas isso não será suficiente para mudar as coisas. Aqueles que pensam que Donald Trump pode ter sucesso argumentam que, no passado, quando os EUA optaram por mudar o equilíbrio das forças econômicas globais a seu favor, a coisa funcionou.

Richard Nixon tirou os EUA do padrão-ouro em 1971 e estabeleceu o dólar como moeda hegemônica com o privilégio “exorbitante” de ser o único emissor desse dinheiro fiduciário, para pagar suas importações e seus investimentos de capital no exterior. Mas isso não impediu que os EUA perdessem participação de mercado na manufatura durante a década de 1970.

E então, em 1979, o então diretor do Federal Reserve, Paul Volcker, aumentou as taxas de juros para 19% para controlar a inflação, o que levou a uma profunda queda da atividade econômica nos EUA e no mundo. O dólar subiu tanto que a indústria dos EUA começou a mudar suas instalações para o exterior – ocorreu então o início do período neoliberal. Em 1985, os EUA conseguiram que outras nações comerciais concordassem em fortalecer suas moedas em relação ao dólar por meio do chamado acordo Plaza. Isso acabou destruindo a liderança industrial do Japão que fora construída nas décadas de 1960 e 1970, mas não funcionou para restaurar a indústria dos EUA.

Também não vai funcionar desta vez, em especial se a política econômica apela apenas para aumentos de tarifas. A manufatura dos EUA só poderia competir nos mercados mundiais se possuísse tecnologia superior e, portanto, se pudesse reduzir drasticamente os custos de mão de obra na produção.

Embora os EUA ainda tenham o segundo maior setor manufatureiro do mundo, com 13% da produção mundial (depois da China, com 35%), o emprego manufatureiro nos EUA caiu drasticamente desde o final da era de ouro na década de 1960, principalmente porque a lucratividade da indústria dos EUA diminuiu e a tecnologia substituiu a mão de obra – não por causa da liberalização do comércio.

De fato, a equipe de Donald Trump fala em aumentar a capacidade de fabricação doméstica por meio de robôs e Inteligência Artificial; assim, apenas um pequeno montante de empregos extras surgirá no setor. Isso não combina com a afirmação de Trump de que está “orgulhoso de ser o presidente dos trabalhadores, mas não dos terceirizados”. Como é dito, ele quer aparecer como o presidente que defende a Main Street, não Wall Street“. O gráfico em sequência, que retrata a evolução do emprego na indústria, mostra o desafio que enfrenta:

A realidade é que Donald Trump não pode voltar no tempo para tornar os EUA a principal economia industrial do mundo. Esse navio esteve no horizonte, mas agora não está mais. A globalização significou que a cadeia de valor da indústria agora é global, com componentes e matérias-primas espalhados pelo mundo.

Eis o que o Wall Street Journal disse sobre essa perspectiva: Mesmo que as exportações de produtos industriais dos EUA aumentassem o suficiente para fechar o déficit comercial – um evento extremamente improvável – e se o emprego crescesse proporcionalmente, a participação dos EUA na força de trabalho da indústria global subiria apenas de 8% para 9%. Ora, isso não vem a ser uma grande transformação.”

4.

Se Donald Trump quiser restaurar a produção industrial dos EUA, o setor precisa de investimentos maciços. Ora, as empresas americanas, exceto as Sete Magníficas, que já experimentam lucratividade relativamente baixa, provavelmente não obedecerão, exceto no que tange aos equipamentos militares pagos em contratos governamentais. A reação do ex-conselheiro de Donald Trump, Elon Musk, aos aumentos de tarifas é sintomática; ela mostra bem a reação das grandes empresas dos EUA: Musk atacou Navarro, chamando-o de “idiota” e “mais burro que um saco de pedras” depois que Peter Navarro sugeriu que a oposição do chefe da Tesla às tarifas era de interesse próprio (o que de fato é).

Apesar do inevitável fracasso das tarifas como solução para a reindustrialização dos Estados Unidos, Donald Trump parece determinado a seguir em frente com sua estratégia protecionista. Isso só pode ser um gatilho para uma nova recessão nos EUA e nas principais economias. É um gatilho porque as principais economias já estavam desacelerando, até mesmo a dos EUA.

O índice de atividade manufatureira (PMI) está em território de contração há mais de dois anos, enquanto os ganhos ajustados pela inflação dos americanos não aumentaram significativamente após a pandemia (ocorreu um aumento de apenas 1% nos últimos cinco anos, medido pelos ganhos semanais médios reais).

 O modelo de evolução do PIB conhecido como GDP-Now do Fed de Atlanta prevê um baixo crescimento econômico dos EUA para este ano. No primeiro trimestre encerrado em março, a economia dos EUA contraiu 1,4%, com as vendas domésticas desacelerando para apenas 0,4% em uma base anualizada. Já o JPMorgan reduziu sua previsão do PIB de 2025 de +1,3% para -0,3%, com o desemprego projetado para subir para 5,3%.

A “guerra contra a inflação” também está sendo perdida pelo Fed, o banco central dos EUA. A meta do Fed é de 2% ao ano para a inflação de preços das despesas de consumo pessoal dos EUA. Em fevereiro, esse índice ficou em 2,5% e o seu núcleo (excluindo os preços de alimentos e energia) subiu para 2,8% ao ano. Como já apontei em fevereiro passado, há sinais crescente de estagflação nas principais economias, ou seja, de crescimento baixo ou zero ao lado do aumento da inflação de preços. E o impacto dos aumentos das tarifas de importação de Donald Trump ainda não foi sentido.

De fato, o Federal Reserve dos EUA está agora em um sério dilema. Deve manter as taxas de juros estáveis para tentar controlar a inflação ou deve baixá-los para tentar evitar uma queda? Os preços nas lojas americanas em breve subirão acentuadamente para os bens de consumo importados da Ásia, incluindo os artigos de couro e vestuário.

Smartphones, laptops e consoles de videogame provavelmente se tornarão mais caros para os consumidores dos EUA, principalmente porque muitas das tarifas mais altas de Donald Trump estão focadas em países como Vietnã e Taiwan. Os preços do arroz aumentarão 10,3% nos próximos meses, de acordo com o Yale Budget Lab. Esse “think-tank” também prevê um aumento de 4% no preço de vegetais, frutas e nozes, muitos dos quais são importados do México e do Canadá. No geral, o Yale Budget Lab estima que as famílias americanas gastarão uma média de US$ 3.800 a mais a cada ano a partir de 2026 como resultado da inflação induzida por tarifas.

Considerando agora a “main street” a que se refere Donald Trump, vê-se que as empresas americanas estão ficando inadimplentes em empréstimos de alto risco num ritmo que é mais rápido em quatro anos; elas lutam para refinanciar uma onda de empréstimos baratos que se seguiu à pandemia de Covid. Como os empréstimos alavancados – empréstimos bancários de alto rendimento que foram vendidos a outros investidores – têm taxas de juros flutuantes, muitas dessas empresas contraíram dívidas quando as taxas estavam ultrabaixas durante a pandemia e, desde então, têm lutado com altos custos de empréstimos nos últimos anos. Agora, seu lucro será ainda mais reduzido pelas tarifas, enquanto as taxas de juros permanecem altas.

Normalmente, quando uma recessão está próxima, os preços dos títulos do governo sobem à medida que os investidores procuram um “porto seguro” devido a uma queda no mercado de ações. Mas, desta vez, os preços dos títulos e a taxa do dólar também estão caindo – à medida que se elevam os temores do aumento da inflação, assim como o nível das preocupações com a segurança de manter ativos em dólares.

A queda nos mercados de ações e títulos é um presságio da grande queda na produção e no emprego nos EUA, assim como em outros países (estima-se que a atual taxa de crescimento real do PIB da China de 5% ao ano poderia ser reduzida em 2% pontos percentuais – prevê-se, ademais, que a queda será ainda pior para os outros países). E uma queda na “economia real” levará a um novo colapso nos ativos financeiros.

Donald Trump e sua equipe MAGA acreditam que todos esses choques são um preço que vale a pena pagar para restaurar a hegemonia da indústria dos EUA. Assim que a poeira baixar, a América será grande novamente – eis como como eles argumentam. A destruição do comércio mundial terá um resultado “criativo” (pelo menos para a América). Mas isso é uma ilusão.

A hegemonia do imperialismo norte-americano vem enfraquecendo desde Richard Nixon em 1971 ou Paul Volcker em 1985. O colapso que está sendo produzido por Donald Trump apenas confirmará essa tendência.

*Michael Roberts é economista. Autor, entre outros livros, de The great recession: a marxist view (Lulu Press) [https://amzn.to/3ZUjFFj]

Tradução: Eleutério F. S. Prado.

Publicado originalmente em The next recession blog.


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