Prosa do mundo – Denis Diderot e a periferia do Iluminismo

Imagem: Lars Englund
Whatsapp
Facebook
Twitter
Instagram
Telegram

Por HANS ULRICH GUMBRECHT*

Trecho do livro recém-lançado

“Não faço nada” – os últimos três anos da vida de Diderot

1.

No dia 28 de julho de 1781, três anos e três dias antes de morrer, Denis Diderot escreveu uma carta a Angélique de Vandeul, sua amada e única filha – esse texto seria o derradeiro documento em que ele fala de si mesmo. A educação moral e estética de Angélique, de acordo com os ideais do Iluminismo, fora tão importante para seu pai que ele temia a toda a hora expô-la aos conflitos com os rígidos valores religiosos da mãe.

Em setembro de 1772, com 19 anos, Angélique casou-se com Abel-François-Nicolas Caroillon de Vandeul, filho de uma família abastada de Langres, graças a um bom dote que Diderot, tenaz, negociara com seu futuro genro e ao estipêndio que Catarina, a Grande, lhe oferecera. Pouco depois, o novo sogro recorreu aos seus contatos no mundo da política e dos negócios de Paris para promover o marido de Angélique, e em 1781 Abel estava lançado fazendo boa fortuna na indústria emergente do aço. O casal veio a ter dois filhos, continuou a viajar com frequência entre Langres e Paris e gozou de uma vida com razoável conforto segundo os padrões da classe social e do tempo histórico em que viviam.

As palavras que iniciam a última carta pessoal de Diderot revelam que ela foi motivada por um pedido amoroso de Angélique e que seu pai estava tendo dificuldade em lhe corresponder: “Não sei, minha filha, se você tem grande prazer em me ler, mas não ignora que escrever é para mim uma tortura; e isso não a impede de exigir mais uma das minhas cartas; isso é o que se chama de personalidade pura, e dar-se a si mesmo decididamente a preferência em detrimento de outrem”.

Linha após linha, ficamos com a impressão de que os tópicos casuais e o correr de sua prosa já não eram fáceis para Diderot, e que ele tinha uma dolorosa consciência disso mesmo. A certa altura, ele escreveu sobre como suas conexões sociais estavam se “dissolvendo” – e que isso não o deixava muito infeliz: “Vejo com alguma satisfação como todas as minhas relações se descosem”. Mas, acrescentava, Angélique não haveria de perder nada com essa mudança: “Vous n’y perdrez pas”. A abertura ao mundo que durante tantos anos entretivera, alimentara e animara Denis Diderot se fechava agora até o círculo estreito de sua família – e ele se resignava a esse processo.

Ao contrário do que Angélique supunha, nenhum novo interesse ou projeto lhe iluminava a vida: “Se trabalho com moderação? Eu não faço nada”, escreveu Denis Diderot. Nessa situação, igual a tantas outras pessoas mais velhas, Diderot ocupava seu tempo lendo romances, descobrindo que eram bons para dissipar ataques de mau humor (vapeurs) e, portanto, ele decidira “oferecer” a sua esposa leituras regulares de romances.

Agora passava a maior parte do dia com ela – e parecia se aborrecer com ela menos do que nos 40 anos anteriores: “Administro-lhe três doses de Gilblas todos os dias; uma de manhã; uma após o jantar; uma à noite. Quando terminarmos Gilblas, começaremos o Diabo Manco, o Bacharel de Salamanca; e outras obras assim desta natureza. Algumas centenas dessas leituras, durante alguns anos, terminarão a cura. Se eu estivesse certo do sucesso, é claro, a tarefa não me pareceria difícil. O engraçado é que ela fala a todas as visitas sobre o que aprendeu e a conversa duplica a eficácia do remédio. Sempre havia tratado os romances como produções um tanto frívolas; descobri, enfim, que são bons para os maus humores”.

Mas falar sobre os romances não inflamou propriamente a carta, e por isso Diderot fechava com outra frígida referência a sua esposa, que dera em preparar geleias de groselha e alperce para a família de Angélique e queria que ele pagasse o açúcar. Mas, acima de tudo, ele estava satisfeito por ter preenchido um bom número de páginas: “Vossa mãe vos prepara geleias de groselha e de alperce. Deram-lhe a fruta e ela me obriga a pagar o açúcar. Para um homem que desespera por não escrever cartas de resposta, eis aqui uma suficientemente longa”.

Uns bons dois anos antes, desde Sèvres, onde ele gostava de passar a Primavera na casa de campo de um amigo, o joalheiro Belle, Denis Diderot ainda escrevia a Angélique num tom muito diferente, com o calor da afeição paternal e melancólico com a distância que o separava de sua filha e netos: “Vossa ausência entristeceu a cidade e embelezou o campo, especialmente quando o céu se desfez em água e a campina esteve a ponto de desaparecer entre os dois braços do Sena, embaixo de nosso terraço. Como você, estou furioso com a perenidade deste bom tempo. À noite, pensei ouvir as folhas das árvores estremecendo com as gotas de chuva. Levantei-me de camisa, e vendo apenas um céu estrelado, ou o horizonte de uma linda cor púrpura, fui entristecer-me entre os lençóis por aquilo que aos outros fez levantar. Daí concluo que um bom pai costuma ser um homem muito mau; e carreguei secretamente no fundo do meu coração este sentimento, honesto, manso e humano: pereçam todos os outros, desde que meus filhos prosperem, e me persuadi de que este é, porém, um daqueles casos em que se estima menos e se ama mais”.

Poderão não ser as frases de maior brilho estilístico, jamais compostas por Diderot, desencadeadas sobre uma paisagem e um sentimento, mas são muito exuberantes em sua descrição detalhada da contiguidade fluida entre a chuva, as cores e as emoções complexas – assim, produzem uma impressão de vivacidade, que poucos meses mais tarde ele deixou de conseguir evocar.

Além de relatar fatos sobre as atividades dela, Diderot costumava também conversar com amigável condescendência sobre a mãe de Angélique: “A propósito, esqueci de lhe contar sobre os dois grandes infortúnios que aconteceram à senhora Diderot. A ingrata Bibi se foi; e o pérfido Collet, um gato marido de uma gata chamada Colette, estropiou um de seus canários e arrancou as costas de sua canária com uma garra. Não existe felicidade perfeita neste mundo”.

Acima de tudo, Diderot falava com ternura e com alguma autoironia sobre seus netos, e os saudava, assim como a seu pai – ao passo que na carta de julho de 1781 eles não recebem qualquer menção: “Beije Caroillon por mim; amo loucamente seus pequenos, embora eles pensem que fui mal-educado por não poder contar para eles onde Carlos Magno morreu. Poupe seus cérebros e seus seios delicados, não encha nem suas cabeças nem seus estômagos”.

2.

O que terá acontecido a Denis Diderot entre maio de 1779 e julho de 1781? Devem ter sido anos de progressiva deterioração de sua saúde, devido a hidropisia e enfisema, que anulavam e dissolviam seu excepcional dom de transformar cada contato com o mundo material em energia e intensidade de vida. O mais provável é que ele tenha começado a respirar pesadamente e a ter de parar cada vez que caminhava cem metros. Também reclamava de não conseguir mais se concentrar à noite, nem trabalhar à luz da vela. E, por ter conhecimento especializado sobre os mais recentes entendimentos e descobertas médicas de seu tempo, Denis Diderot não tinha tantas ilusões sobre a imanência da morte quanto seus amigos e talvez mesmo seus médicos.

Como foi que sua vida mudou, sem aquela energia única que o havia voltado na direção do mundo, num constante prazer? Como ele imaginou que seria morrer? Para lá de uma confiança constantemente reiterada em que a posteridade e seus futuros leitores valorizassem e resgatassem plenamente sua obra, figura retórica que me parece bastante convencional, Denis Diderot nem evitou nem se dedicou a falar de sua morte. Talvez ele também se lembrasse de alguns debates materialistas que haviam problematizado o conceito em questão e extraísse deles alguma serenidade: “Vivo, ajo e reajo em massa… Morto, ajo e reajo em moléculas… Nunca morro, portanto?… Não, sem dúvida, não morro neste sentido, nem eu, nem quem quer que seja… Nascer, viver e passar é mudar de formas… E que importa uma forma ou outra?”.

É certo que sabemos, pelo testemunho de vários de seus amigos, que Denis Diderot esperava que a morte “viesse de repente” (ele se referia a une mort subite), sem grande antecipação nem sofrimento físico – e, sobretudo, sem dar tempo a sua mulher de chamar um padre que lhe ministrasse os últimos ritos. Imaginar a sua própria morte como “súbita” pode ter acrescentado mais uma camada à dimensão existencial de contingência que tanto fascinava Denis Diderot. Mas, se esses pensamentos não o incomodavam muito, a família e os amigos procuravam não lhe contar da morte de pessoas queridas. Talvez ele não tenha sabido da morte de Sophie Volland, em 22 fevereiro de 1784, e a família do lado de Langres decidiu não lhe dar a notícia, quando sua neta Marie-Anne de Vandeul faleceu a 15 de março do mesmo ano.

O que alterou seu comportamento e, podemos dizer, alterou seus valores até mais profundamente do que as reflexões sobre a morte foi o desaparecimento progressivo de energia – que provavelmente afetou seu estado de despreocupação. Pela primeira vez desde que Catarina, a Grande, havia lhe garantido a base econômica de sua existência, Diderot voltou a se preocupar com a publicação, em 1782, e com o sucesso de um texto, mais precisamente de sua última obra original, um ensaio intitulado “Sur les règnes de Claude e de Néron” (“Sobre os reinos de Claudio e de Nero”), dedicado a Sêneca, cujo estoicismo ele muito admirava. Decepcionado com as reações menos que ambíguas, Diderot começou então a pensar na publicação de suas obras completas.

Mas nunca foi além de algumas iniciativas financeiras preparatórias, como pedir de volta dinheiro que havia emprestado a amigos, assim desmentindo sua outrora reconhecida generosidade: “Ouça, meu amigo; estou trabalhando numa edição completa das minhas obras. Tenho quatro copistas que me custam cerca de 1.20l por mês. Estou falido e suplico que me auxilie. Você me deve 3.49l. Se pudesse me entregar esse valor, se não fosse incômodo, tanto melhor. Se tiver de se incomodar, pois se incomode”.

Ao mesmo tempo, e ao contrário de seu hábito publicamente conhecido de envolver-se em conversas nas mais variadas posições, Denis Diderot tornava-se cada vez mais sensível a situações de controvérsia e de tensão. Acusava seu amigo Grimm, por exemplo, de comportar-se como “um cortesão” por ele não acompanhar a aclamação pública em torno da Histoire des deux Indes de Raynal. Quando, no final do verão de 1781, Denis Diderot recebeu a notícia de ter sido eleito membro honorário da Sociedade Escocesa de Antiquários, respondeu em inglês e misturou a expressão de sua gratidão com amargor pelo tratamento que toda a vida recebera em França: “Eu deveria ter tido a honra de responder a vocês antes, mas fui impedido de o fazer devido a uma desordem mais aborrecida que dolorosa, e da qual tenho pouca esperança de me libertar totalmente. A vossa carta chegou em bom tempo para emendar sofrimentos passados, e para dar-me firmeza contra os que hão de vir. Não consigo esquecer as perseguições que sofri em meu próprio país; mas, lado a lado com essa dolorosa lembrança, colocarei a dos sinais de estima que tenho recebido de nações estrangeiras”.

Denis Diderot tinha certamente múltiplas razões para o ressentimento que sentia com relação às instituições e a alguns inimigos em França. Mas, se – fosse por considerações estratégicas, fosse por uma predisposição natural para não sentir paranoia – ele nunca fizera muito caso disso, nos últimos anos de vida – altura em que poderia ter gozado de respeito e admiração mais alargados – começou literalmente a se sentir perseguido.

3.

Destituído de sua antiga vitalidade, porém, não restava muito que Denis Diderot pudesse desfrutar, e podemos imaginar como ele esperava pela morte – permanentemente e algo impacientemente –como evento súbito. Acima de todas as outras modificações de caráter, talvez ele também quisesse, pela primeira vez em sua vida, acelerar o fluir do tempo.

O tão esperado momento derradeiro parecia ter finalmente chegado em fevereiro de 1784, com uma grave crise de saúde, que Angélique recorda com detalhe: “Em 19 de fevereiro de 1784, ele sofreu uma violenta crise, cuspindo sangue. “Eis quem aqui se fina, ele me disse, teremos de nos separar: eu sou forte, talvez não aconteça nos próximos dois dias, mas daqui a duas semanas, dois meses, um ano…” Eu estava tão acostumada a acreditar nele, que não duvidei da verdade nem um só momento; e durante todo o tempo de sua doença, eu chegava em casa dele tremendo, e saía com a ideia de que nunca mais o veria. […] No oitavo dia da doença, conversou: estava perturbado; disse uma frase errada; apercebeu-se disso, começou de novo e errou outra vez. Então, ele se levantou: “Uma apoplexia”, me disse, olhando-se no espelho, mostrando-me a boca um pouco torta e uma mão fria e inerte. Entra em seu quarto, senta-se na cama, beija minha mãe, se despede dela, me beija, se despede de mim, explica onde encontraríamos alguns livros que não eram dele e para de conversar. Só ele tinha sua cabeça; o resto do mundo a havia perdido”.

Mas mesmo depois dessa performance de um passamento estóico, executado na perfeição, a morte não chegou. Diderot se recuperou e voltou a sentir apetite – talvez até demasiado, segundo diz sua filha. Apenas suas pernas continuaram “muito inchadas”. Foi então que seus amigos e médicos engendraram o projeto de pedir a Catarina, a Grande, que financiasse uma mudança do edifício onde Denis Diderot vivera durante trinta anos com sua família no quarto piso (com sua biblioteca ainda mais acima) para um lugar de piso térreo. Numa nota de 19 de maio, Sua Majestade se mostrava preocupada e passava uma quase repreensão a Grimm por não lhe ter dito nada antes, dando instruções para que a Embaixada da Rússia procurasse um apartamento novo, com acesso direto desde a rua.

Encontraram uma habitação luxuosa, que alugaram, no no 39 da Rue Richelieu, contra algum protesto de Grimm e de Holbach, preocupados porque o padre da paróquia local certamente recusaria a seu amigo um funeral cristão – o único funeral decente disponível. Denis Diderot, pelo contrário, surpreendeu a todos quando, regressado de Sèvres, se mudou com grande satisfação para o novo apartamento – embora não esperasse viver ali mais do que uns poucos dias.

Parecia ter recuperado energia e graça perante a presença iminente da morte: “Desejava abandonar o campo e vir morar lá; desfrutou da casa doze dias; e ficou encantado com isso. Sempre tendo morado em uma espécie de favela, se achava agora em um palácio. Mas o corpo enfraquecia a cada dia. A cabeça não mudava: estava convencido do fim próximo, mas não falava sobre isso […]. Na véspera de sua morte, lhe trouxeram uma cama mais confortável; foi um grande trabalho para montá-la. “Meus amigos”, disse-lhes ele, “vocês estão se esforçando muito aqui por uma peça de mobiliário que não será usada mais de quatro dias”.

4.

Nessa tarde, recebeu alguns amigos. Angélique quis recordar –talvez colocando “famosas últimas palavras” na boca de seu pai – que o tópico das conversas foi o estado da filosofia, e que Diderot terminou sua vida intelectual relacionando essa “ciência” com a premissa central do ateísmo: “Na conversa, se discorreu sobre a filosofia e os diferentes caminhos para chegar a essa ciência: “O primeiro passo”, disse ele, “em direção à filosofia, é a incredulidade”. Foi essa a última palavra que proferiu perante mim: era tarde, e deixei-o; esperava revê-lo”.

O dia seguinte era um sábado, 31 de julho de 1784. Depois de se levantar, Denis Diderot conversou com seu genro e com seu médico e se sentou à mesa com a família, para almoçar: “Sentou-se à mesa. Comeu uma sopa, borrego cozido e chicória. Pegou um alperce; minha mãe quis impedi-lo de comer esse fruto. “Mas que diabo pensas que me fará?” Comeu-a, apoiou o cotovelo na mesa para comer algumas cerejas em compota, tossiu um pouco. Minha mãe lhe perguntou qualquer coisa; como ele não respondesse, ela ergueu a cabeça e olhou para ele: ele já não vivia”.

Esse momento final foi puro Diderot. Aguardada com impaciência durante muito tempo, a morte acabou por vir mesmo de súbito, como ele esperara. Suas derradeiras palavras começaram com a praga mais diretamente secular (“quel diable!”) que ele tantas vezes usara. Também pôde aproveitar a última oportunidade de não seguir um conselho de sua mulher, que provavelmente falou segundo a crença setecentista de que a fruta fazia mal a pessoas de saúde frágil. Acima de tudo, Denis Diderot morreu comendo, nessa mais elementar e metabólica das relações com o mundo material.

Fiel a seus princípios materialistas e a seu fascínio pela medicina, ele deixou escrito que queria ser autopsiado. Sem surpresas: “Meu pai acreditava que era avisado autopsiar aqueles que deixavam de existir; acreditava que essa operação seria útil aos vivos. Ele me pediu isso mais do que uma vez; e assim foi. A cabeça estava tão perfeita, tão bem conservada quanto a de um homem de vinte anos. Um dos pulmões estava cheio de água; seu coração, dois terços maior do que o das outras pessoas. A vesícula biliar estava completamente seca: não havia mais matéria biliosa, mas continha 21 pedras, a menor das quais do tamanho de uma noz”.

Denis Diderot parece ter se preocupado menos do que a maioria de seus amigos, ateístas como ele e cristãos não ortodoxos, crentes num qualquer ser divinal, com a questão do funeral. Mas tinha consciência do quanto isso era importante para Angélique e para sua mulher. Tudo se passou facilmente: “Seu enterro teve apenas ligeiras dificuldades. O cura de Saint-Roch enviou um padre para o velar; este usou mais de pompa que de simplicidade nessa terrível cerimônia”.

A “pompa” que sua filha refere consistiu na presença de cinquenta padres durante a cerimônia religiosa da tarde de 31 de agosto. Angélique e seu marido receberam e pagaram uma larga fatura pelo serviço. Talvez fosse o habitual não oficial que a paróquia de Saint-Roch cobrava pelo funeral de um ateísta com familiares ricos. Por outro lado, os Vandeuls tinham tendências religiosas mais conservadoras do que a filha de Diderot queria que seu pai soubesse. Apesar de toda sua cândida admiração, de todo o seu amor, havia também no comportamento e no tom estranhamente secular das Mémoires de Angélique um quê de levemente hipócrita.

Afinal, a educação jamais corresponde perfeitamente aos valores que pretende transmitir – assim se transformando em “prosa do mundo”. Denis Diderot não ficaria surpreso por vivenciar, uma vez mais, e para lá da morte, os limites de sua agência. Talvez preocupar-se menos com a perfeição e com a agência do que em desfrutar a energia da vida tenha sido seu derradeiro legado.

*Hans Ulrich Gumbrecht é professor de literatura comparada na Stanford University. Autor, entre outros livros, de Depois de 1945: latência como origem do presente (Unesp).

Referência

Hans Ulrich Gumbrecht. Prosa do mundo – Denis Diderot e a periferia do Iluminismo. Tradução: Ana Isabel Soares. São Paulo, Unesp, 2022, 386 págs (https://amzn.to/3KHgo5Q).


A Terra é Redonda existe graças aos nossos leitores e apoiadores.
Ajude-nos a manter esta ideia.
CONTRIBUA

Veja neste link todos artigos de

AUTORES

TEMAS

10 MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

Lista aleatória de 160 entre mais de 1.900 autores.
Igor Felippe Santos Marcelo Guimarães Lima Ladislau Dowbor Michel Goulart da Silva Luiz Marques Flávio R. Kothe Luis Felipe Miguel Daniel Afonso da Silva Antonino Infranca Samuel Kilsztajn Rodrigo de Faria Maria Rita Kehl Luiz Roberto Alves Chico Alencar Érico Andrade Valerio Arcary Eleutério F. S. Prado Flávio Aguiar Salem Nasser Jean Marc Von Der Weid Luiz Eduardo Soares Daniel Costa Tadeu Valadares Walnice Nogueira Galvão Marcelo Módolo Remy José Fontana Leonardo Avritzer Vanderlei Tenório Paulo Sérgio Pinheiro Vladimir Safatle João Adolfo Hansen Liszt Vieira Carla Teixeira Luciano Nascimento Leda Maria Paulani Paulo Fernandes Silveira Dênis de Moraes Eduardo Borges Kátia Gerab Baggio Eliziário Andrade Otaviano Helene Milton Pinheiro José Luís Fiori Paulo Martins Ricardo Musse José Geraldo Couto Chico Whitaker Francisco de Oliveira Barros Júnior Manchetômetro Claudio Katz João Sette Whitaker Ferreira Antônio Sales Rios Neto Benicio Viero Schmidt Ricardo Fabbrini Slavoj Žižek Lincoln Secco Ronald Rocha Denilson Cordeiro Elias Jabbour Thomas Piketty Tarso Genro Annateresa Fabris João Carlos Salles Airton Paschoa Bruno Fabricio Alcebino da Silva Fernando Nogueira da Costa José Dirceu Sergio Amadeu da Silveira Luiz Renato Martins Sandra Bitencourt Matheus Silveira de Souza Andrés del Río Heraldo Campos Jean Pierre Chauvin Eugênio Bucci José Micaelson Lacerda Morais Rubens Pinto Lyra Luiz Werneck Vianna Alysson Leandro Mascaro Fernão Pessoa Ramos Paulo Capel Narvai Juarez Guimarães Eugênio Trivinho Vinício Carrilho Martinez Antonio Martins Yuri Martins-Fontes Daniel Brazil Everaldo de Oliveira Andrade Ronaldo Tadeu de Souza Bernardo Ricupero Marcus Ianoni Ari Marcelo Solon Rafael R. Ioris Henry Burnett Celso Favaretto Paulo Nogueira Batista Jr Priscila Figueiredo Ricardo Antunes Francisco Fernandes Ladeira Mário Maestri Jorge Branco Gabriel Cohn Lorenzo Vitral Marilena Chauí Michael Löwy Plínio de Arruda Sampaio Jr. João Paulo Ayub Fonseca Bento Prado Jr. Alexandre de Freitas Barbosa Dennis Oliveira Boaventura de Sousa Santos André Márcio Neves Soares Celso Frederico Leonardo Sacramento Luiz Bernardo Pericás Berenice Bento Alexandre de Lima Castro Tranjan Marjorie C. Marona Atilio A. Boron João Lanari Bo Luiz Carlos Bresser-Pereira Marcos Silva Mariarosaria Fabris Eleonora Albano Marcos Aurélio da Silva Michael Roberts João Feres Júnior José Costa Júnior Valerio Arcary Lucas Fiaschetti Estevez Fábio Konder Comparato Andrew Korybko Armando Boito André Singer Ricardo Abramovay Henri Acselrad Jorge Luiz Souto Maior Gilberto Maringoni Carlos Tautz Anselm Jappe Gilberto Lopes Francisco Pereira de Farias Julian Rodrigues Tales Ab'Sáber Leonardo Boff Gerson Almeida Caio Bugiato Alexandre de Oliveira Torres Carrasco José Machado Moita Neto Afrânio Catani Manuel Domingos Neto Ronald León Núñez João Carlos Loebens Bruno Machado Renato Dagnino José Raimundo Trindade Luís Fernando Vitagliano Alexandre Aragão de Albuquerque Osvaldo Coggiola Marilia Pacheco Fiorillo

NOVAS PUBLICAÇÕES