Sustentando o genocídio em Gaza

Imagem: Ömer Faruk Yıldız
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Por PHILIP M. GIRALDI*

O público norte-americano e europeu está sendo mais uma vez submetido à vigarice falsificadora habitual quando se trata de qualquer coisa que tenha a ver com Israel

Os principais meios de comunicação, assim como os comentários oficiais do governo, a respeito da violência em Gaza parecem ter adquirido certo ritmo uniforme, que visa garantir que todos entendam que seriam os pobres israelenses as verdadeiras vítimas sob ataque de um grupo chamado Hamas, invariavelmente rotulado como “terrorista”. Tornou-se absolutamente obrigatório, no primeiro parágrafo de qualquer matéria sobre a evolução dos combates, lembrar aos leitores que em 7 de outubro o tal grupo “terrorista” Hamas “invadiu” Israel e matou 1.400 israelenses amantes da paz, tomando outros 200 como reféns.

Assume-se que Israel age apenas por retaliação e frequentemente se considera relevante notar que esse foi o mais terrível assassinato em massa de judeus desde o assim chamado “holocausto”. Para adicionar um pouco de relevância cultural e histórica recente, “11 de setembro” e “Pearl Harbor” também são frequentemente citados para sugerir que foi um ataque surpresa e uma virada de jogo em termos de como Israel vê agora uma ameaça externa, e de como terá de suportar os imperativos de segurança nacional.

Pode-se inserir um comentário da congressista Nancy Pelosi ou do senador Chuck Schumer de que “Israel tem o direito de se defender”. E Joe Biden pode também ser eventualmente citado, como aquele que notou, para dimensionar a enormidade da tragédia, que o ataque foi o equivalente, para Israel, a 15 vezes o 11 de setembro, confrontando, em termos relativos, o tamanho e a população dos Estados Unidos e do Estado judeu.

Isso tudo apenas no primeiro parágrafo. Para garantir que o leitor bem entenda. O segundo parágrafo pode ser que traga a contribuição, de fato, “relevante para o debate”, ao levantar a questão do “aumento do antissemitismo” nos Estados Unidos e na Europa, o que pode muitas vezes incluir uma citação do implacável Jonathan Greenblatt, da temível e amplamente temida Liga Antidifamação (ADL). Jonathan Greenblatt é com frequência citado entoando algo como “há um movimento radical e crescente em muitos campi universitários, no qual a oposição a Israel e ao sionismo é mandamento necessário para que se seja plenamente aceito, marginalizando as comunidades judaicas nos campi”.

A razão para mobilizar o argumento do antissemitismo é desviar o leitor de qualquer eventual percepção de que o Israel do apartheid foi atacado, na verdade, por conta do seu comportamento excepcionalmente brutal para com os palestinos nos últimos 76 anos, e que, em vez disso, foi mera vítima de terroristas cruéis que fizeram o que fizeram, em larga medida, porque odeiam os judeus.

Assim, a possível responsabilidade israelense pelo ocorrido desaparece, e Benjamin Netanyahu e os seus colegas fanáticos e racistas Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir ganham autorização para fazerem o que bem entenderem para se livrar do seu “problema árabe”. Esses últimos dois homens já expressaram o seu sonho de um Israel sem quaisquer palestinos – que não consideram como seres humanos aceitáveis – e abonaram, para qualquer policial ou soldado confrontado por algum manifestante árabe, a autoridade de atirar para matar. Mais de 100 palestinos já foram mortos na Cisjordânia por colonos armados, policiais e soldados, que jamais serão responsabilizados por assassinato, além de centenas de detenções arbitrárias.

Nos Estados Unidos, a Fox News tem liderado a divulgação de entrevistas e reportagens que sugerem que os estudantes judeus no país estão tão aterrorizados pelas ameaças implícitas e explícitas de um rancor antissemita que se manifesta nos campi universitários e em outros lugares, que até pararam de comer nos refeitórios kosher das universidades para que não se tornem alvos de algum louco. E há também os apelos inevitáveis para proibir por inteiro as aglomerações que expressem simpatia pelos palestinos, ou que simplesmente agitem ou exibam a bandeira da Palestina.

As queixas sobre o aumento do antissemitismo estão, de fato, espalhadas por todos os meios de comunicação, ainda que haja algumas coisas erradas com a narrativa sobre Israel e Palestina e sobre os acontecimentos de 7 de outubro e aqueles que lhe seguiram. Em suma, o público norte-americano e europeu está sendo mais uma vez submetido à vigarice falsificadora habitual quando se trata de qualquer coisa que tenha a ver com Israel. E, nos Estados Unidos, a propaganda ganha, com certeza, eficácia adicional quando é repetida por políticos veteranos de ambos os partidos, como, por exemplo, na sua decisão unânime no Senado (num placar de 97 a zero) e numa votação na Câmara (de 412 contra 10) em favor de resoluções prometendo apoio incondicional a Israel e a qualquer coisa que esse país decida fazer. Acrescente-se a isso o suporte de dois grupos de porta-aviões norte-americanos e de tropas de fuzileiros navais em prontidão no Mediterrâneo Oriental.

As universidades têm sido particularmente visadas pelos muitos “amigos de Israel”, por meio da retenção de donativos por parte dos antigos alunos judeus a faculdades que não venham a denunciar explicitamente o Hamas ou a elogiar a “contenção” israelense, ou ainda que permitam manifestações estudantis que apoiem Gaza. Os estudantes que participam dos protestos contra o tratamento dado aos palestinos estão sendo identificados e inseridos em listas negras a serem disseminadas entre potenciais futuros empregadores e universidades, visando dificultar a obtenção de bons empregos ou a atribuição de bolsas acadêmicas.

Políticos ambiciosos que pretendem se tornar queridinhos de doadores de campanha e eleitores judeus, como o governador Ron DeSantis, da Flórida, chegaram a extremos, proibindo grupos políticos pró-Palestina em universidades estaduais e considerando a possibilidade de processar membros dessas eventuais formações por “crime de ódio”, uma vez que seriam automaticamente considerados como movidos por “antissemitismo”. DeSantis também prometeu que o seu Estado não aceitará quaisquer refugiados palestinos – mesmo que não esteja claro como ele poderia fazer cumprir isso –, baseando a decisão no seu julgamento pessoal de que seriam “todos antissemitas”.

Assim, a Florida comprou recentemente 135 milhões de dólares em títulos do governo de Israel, para ajudar o esforço de guerra do Estado judeu. O senador Lindsey Graham disse que “não deveria haver limite” para os israelenses matarem palestinos, enquanto Donald Trump apelou para a deportação de todos os estudantes palestinos nos Estados Unidos. Isso tudo é apenas mais um exemplo de quão baixa e até desumana se tornou a nossa política quando Israel está de alguma forma envolvido. E é igualmente interessante notar como vários países europeus, além de Israel, estão também silenciando sistematicamente os críticos aos massacres em Gaza, em muitos casos demitindo-os de seus empregos.

Parte do problema é que certa versão do que aconteceu no dia 7 de outubro e daí por diante tem sido de tal modo difundida pelos meios de comunicação e pelos comentaristas, que continua sendo bem pouco claro o que realmente aconteceu. Os israelenses têm afirmado persistentemente que 1.405 judeus e trabalhadores agrícolas asiáticos foram mortos pelo Hamas, 386 dos quais eram aparentemente soldados. Mas a forma como eles morreram é onde a história fica à deriva.

Os sobreviventes israelenses do ataque disseram aos jornalistas que foram bem tratados quando capturados pelo Hamas e que a verdadeira matança começou quando unidades do Exército israelense, incluindo tanques, artilharia e helicópteros, contra-atacaram o Hamas, criando um fogo cruzado brutal, usualmente descrito como “fogo amigo”, que matou muitos, senão a maioria dos civis. No kibutz atacado, as casas onde os civis estavam abrigados foram majoritariamente destruídas pelo fogo de armas pesadas, que o Hamas não possui.

O que também sabemos agora, a partir de um conjunto crescente de evidências obtidas dos meios de comunicação israelenses e de testemunhas oculares, é que os militares israelenses parecem ter sido atropelados pelos acontecimentos do dia. A reação pode ter aparentemente desencadeado uma atitude conhecida de longa data como “procedimento Hannibal”, que procura evitar que os soldados israelenses sejam capturados, devido ao elevado resgate que o público de Israel insiste em pagar para garantir que sejam devolvidos. Como resultado, o comando militar tem autorização para ordenar às tropas que matem outros soldados, em vez de permitir que sejam feitos prisioneiros. Pela mesma razão, o Hamas despende muita energia na tentativa de encontrar formas inovadoras de capturar soldados israelenses.

A possibilidade de que os militares de Israel tenham matado muitos dos seus próprios soldados e civis está, obviamente, sendo suprimida pela narrativa dominante e por políticos ansiosos por ajudar Israel no genocídio de Gaza. No entanto, ela existe. E há ainda outra parte da história que é devastadora em suas possíveis implicações, que é a resposta imediata à crise, na oferta a Israel de 14,5 bilhões de dólares para apoio de defesa, um valor incompreensivelmente alto, que parece ter sido tirado do grito de alguns lobistas. Tal fortuna se traduz, na prática, em genocídio em Gaza e no cometimento de uma série de crimes de guerra ao longo do caminho.

A rendição de tributo, como alguns o descrevem, foi aprovada por uma votação partidária de 226 a 196 no Congresso na última quinta-feira. A votação teria se aproximado da unanimidade, não fosse por uma disputa partidária sobre o financiamento da medida. Parece que Joe Biden e o Congresso não estão cientes de que o genocídio é um crime maior contra a humanidade, tal como definido pela Carta das Nações Unidas e pelas Convenções de Genebra, e de que a maioria dos advogados internacionais concorda com a tese de que armar e financiar uma organização ou Estado que está exterminando outra nação ou etnia identificável configura cumplicidade ou mesmo participação no crime.

Joe Biden e Anthony Blinken podem não ter qualquer ideia de quanto dinheiro Israel recebe dos contribuintes americanos a todos os níveis de governo num ano, para além dos 3,8 bilhões de dólares que recebe em “assistência militar” direta – um presente de Barack Obama. Fluxos de dinheiro adicionais provenientes de projetos militares conjuntos, de instituições de caridade duvidosas e de conselhos de desenvolvimento a nível estatal e até local elevam aquele total para cerca de 10 bilhões de dólares. Isso contribui para tornar Israel um país rico, que pode se dar ao luxo de oferecer aos seus cidadãos judeus cuidados de saúde e educação universitária gratuitas, assim como habitação subsidiada, sem precisar de apoio adicional dos Estados Unidos para travar suas guerras.

A propósito, isso nos leva à questão final: o programa nuclear secreto de Israel, que certamente deveria ser motivo de preocupação para os tomadores norte-americanos de decisões políticas, que se veem frente a um conflito explosivo, com potencial de engolir todo o Oriente Médio e transbordar para além da região. O fato de Israel ser o único detentor de armas nucleares na região, num número superior a 200, segundo algumas estimativas, é significativo. No governo dos Estados Unidos existe uma chamada “regra legislativa” segundo a qual nenhum funcionário federal pode confirmar que Israel possui armas nucleares.

A regra é ridícula, pois a existência do arsenal nuclear israelense já foi bem atestada, inclusive por Colin Powell, que certa vez confirmou que “Israel tinha mais de 200 armas nucleares apontadas para o Irã”. Powell fez a declaração quando já estava fora do cargo, mas até mesmo o proeminente senador Chuck Schumer, ferrenho apoiador de Israel, confirmou a existência desse arsenal.

A razão para a aguda sensibilidade do lobby israelense e dos políticos por ele aliciados com relação às suas armas nucleares de Israel é que a Emenda Symington, na Seção 101 da Lei de Controle da Exportação de Armas dos Estados Unidos, de 1976, proíbe a ajuda externa a qualquer país que tenha armas nucleares e que não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear. O que significa que os 3,8 bilhões de dólares anuais de ajuda a Israel estariam em perigo se Washington aplicasse as suas próprias leis, mesmo que seja inimaginável que o Presidente Joe Biden ou o Procurador-Geral Merrick Garland, ambos sionistas fervorosos, tomem as medidas necessárias para assim o fazer.

Outra lei complicada consiste nas chamadas Emendas Leahy, que proíbem o Departamento de Estado e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos de fornecer assistência militar a unidades de forças de segurança estrangeiras que violem os direitos humanos “com impunidade”. Os numerosos ataques brutais de Israel a Gaza, incluindo o atual, que tem como alvo hospitais e igrejas, o bombardeio e morte de civis indefesos, metade dos quais crianças, é um exemplo clássico de quando as Emendas Leahy deveriam ser aplicadas. Mas, claro, elas nunca o serão. Essa realidade ilustra mais uma vez o verdadeiro poder político do lobby judaico nos Estados Unidos, apoiado por sionistas cristãos como o novo presidente da Câmara, Mike Johnson.

Finalmente, é preciso olhar para o próprio arsenal nuclear israelense, juntamente com a liderança imprudente e agressiva do país, e para o que isso representa; um assunto que atualmente ninguém sequer considera como fator de risco numa possível expansão da guerra. Há vinte anos, quando o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, iniciou a sua desastrosa “guerra ao terror”, concebida pelos neoconservadores, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, viu-a como uma oportunidade para Israel se tornar um grande beneficiário, preparado como estava para atrair os Estados Unidos para um tão desejado ataque contra o Irã. Junte-se a isso o impulso renovado para aterrorizar os palestinos restantes e fazê-los fugir para os estados árabes vizinhos.

Israel pretendia explicitamente que, se necessário, sua capacidade nuclear fosse usada contra seus vizinhos, conforme descreve o livro de 1991 do veterano jornalista de investigação Seymour Hersh, intitulado The Samson Option (Random House). O título refere-se à estratégia nuclear do governo israelense, segundo a qual Israel lançaria um ataque nuclear massivo de retaliação se o próprio Estado estivesse sob ameaça de forças externas e corresse o risco de ser invadido, assim como a figura bíblica Sansão destruiu os pilares do templo de um governo filisteu, derrubando seu teto e matando a si mesmo, junto com milhares de filisteus que se reuniram para vê-lo humilhado. Uma das fontes de Seymour Hersh no serviço de inteligência de Israel teria lhe dito: “Ainda podemos nos lembrar do cheiro de Auschwitz e Treblinka. Da próxima vez, levaremos todos vocês conosco”.

Quando Ariel Sharon foi questionado sobre como o resto do mundo poderia responder ao fato de Israel usar suas armas nucleares para eliminar eficazmente os seus vizinhos árabes, ele respondeu: “Isso depende de quem o faz e da rapidez com que acontece. Possuímos várias centenas de ogivas atômicas e foguetes, e podemos lançá-los contra alvos em todas as direções, talvez até em Roma. A maioria das capitais europeias está ao alcance da nossa força aérea. Deixe-me citar o General Moshe Dayan: ‘Israel deve ser como um cachorro louco, perigoso demais para ser incomodado’. Considero tudo desesperador num momento desses. Teremos de tentar evitar que as coisas cheguem a esse ponto, se for possível. As nossas forças armadas, contudo, não são as trigésimas mais fortes do mundo, mas sim a segunda ou terceira. Temos a capacidade de derrubar o mundo conosco. E posso lhes assegurar que isso acontecerá antes que Israel afunde”.

Então, aqui estamos nós, à beira do que poderia ser plausivelmente a segunda ameaça de guerra nuclear evitável e mal conduzida por Joe Biden e pelos idiotas que ele escolheu para o “aconselhar”. O Coronel Douglas Macgregor refere-se corretamente à crise explosiva que comporta uma ameaça nuclear como uma “Guerra do Armagedom”. Poucos americanos sabem que Israel só tem armas nucleares porque roubou o urânio enriquecido e os gatilhos dos Estados Unidos, com a cooperação do industrial judeu Zalman Shapiro, proprietário da fábrica NUMEC, na Pensilvânia, e do produtor judeu-israelense de Hollywood Arnon Milchan, nenhum dos dois jamais foi seriamente responsabilizado pelo governo norte-americano.

Portanto, temos um Israel com um arsenal nuclear secreto, que nenhuma autoridade norte-americana pode sequer mencionar, que atualmente está em “guerra” e, em teoria, preparado para usar aquele arsenal – muito provavelmente contra um arqui-inimigo como o Irã –, caso seja ameaçado, visando simplesmente “derrubar o mundo”. E quanto à maioria silenciosa dos norte-americanos, que gostaria de ver um governo que realmente tentasse fazer o bem às pessoas que vivem no seu país e pagam seus impostos, vivendo em um mundo de paz onde Washington deixa todos em paz, e em troca também é deixado em paz pelos outros… essa pode ser uma aspiração cujo tempo, ao que tudo indica, já se expirou.

Philip M. Giraldi, ex-oficial de inteligência do Exército norte-americano e ex-analista da CIA, é doutor em história moderna pela Universidade de Londres.

Tradução: Ricardo Cavalcanti-Schiel.

Publicado originalmente na Unz Review.


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