2021 – um ano de perdas severas

Imagem: Elyeser Szturm
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Por WEINY CÉSAR FREITAS PINTO*

Homenagem póstuma a Luiz Roberto Monzani

Para Josette Monzani, com carinho e gratidão.

O ano de 2021 foi particularmente duro para a comunidade filosófica brasileira, um período marcado por perdas severas: Roberto Machado, Roberto Romano, Arthur Giannotti, Luiz Roberto Monzani nos deixaram. Hoje se completa exatamente um ano que estamos sem Monzani e, no momento em que escrevo este ensaio para homenageá-lo, o mundo filosófico cultural brasileiro sofre outra grande perda: Sergio Paulo Rouanet (1934-2022).

Temos, sem nenhuma dúvida, um longo trabalho de luto filosófico a ser feito, mas não fossem a força intelectual, o estilo inventivo de pensamento e a criação teórica de cada um deles, esse luto seria certamente ainda mais difícil. Perdemos pessoas muito admiráveis e queridas, mas não suas estimulantes causas e motivações intelectuais, não seus peculiares e criativos modos de pensar, não suas ideias criadoras e penetrantes, traços marcadamente impressos e notadamente vivos em tantos de seus amigos e ex-alunos espalhados por todo Brasil.

O nome de Luiz Roberto Monzani, entre os citados, é o menos conhecido do público em geral, porém, com certeza não é menos importante. Tendo feito toda a sua formação, graduação e doutorado em filosofia, pela Universidade de São Paulo (USP), era professor livre-docente da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e professor-colaborador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de São Carlos (PPGF/UFSCar). Durante sua atuação profissional, orientou dezenas de pesquisadores, mestres, doutores e pós-doutores. Sua produção intelectual, permeada por livros, artigos científicos e de opinião, alcançou plenitude com Freud: o movimento de um pensamento (1989) e Desejo e prazer na idade moderna (1995), hoje dois clássicos da filosofia brasileira.[i]

Monzani é especialmente importante para um campo de pesquisa filosófica que tem se notabilizado no Brasil em razão de sua fecundidade e atuação: o campo da Filosofia da psicanálise. Junto a Bento Prado Jr. e a outros, Monzani estava lá, nas décadas de 1980 e 1990, na origem dos trabalhos de pesquisa que deram vida a esse campo. Ele contribuiu decisivamente para o seu desenvolvimento e consolidação, chegando a participar, no início dos anos 2000, da criação do GT Filosofia e Psicanálise da ANPOF (Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia), Grupo de Trabalho que comemora neste ano duas décadas de frutífera existência, e do qual era membro emérito.

Os trabalhos de Monzani sobre a psicanálise e sobre a Idade Moderna são largamente utilizados como referências em disciplinas acadêmicas, principalmente de psicologia e filosofia, e os encontramos também com frequência referenciados em artigos científicos e livros nacionais sobre o duplo tema. Todavia, embora sejam trabalhos de evidente valor heurístico, não temos ainda uma crítica rigorosamente consolidada a respeito de seu pensamento filosófico.

Infelizmente, não podemos contar com uma autobiografia intelectual ou com qualquer trabalho detalhado de natureza biográfica sobre o filósofo. Restou sobre minha mesa de trabalho uma nota em post-it indicando a necessidade de uma entrevista autobiográfica que jamais se realizou! O que sabemos então a seu respeito, de sua história e de sua relação com a filosofia e com a psicanálise advém em geral da informalidade de conversas pessoais, relatos de colegas e, em sua maior parte, de seus ex-alunos e orientandos.

Nesse sentido, o tributo coletivo feito em O movimento de um pensamento: ensaios em homenagem a Luiz Roberto Monzani,[ii] além de merecido, é também muito útil. Trata-se do primeiro trabalho publicado por meio do qual temos acesso a algumas referências biográficas do autor e a um primeiro conjunto de trabalhos sobre a repercussão teórica específica do seu pensamento.

É verdade que, desde então, houve considerável avanço em relação aos estudos sobre Monzani,[iii] mas é graças a esse livro-homenagem que sabemos, por exemplo, sobre certa característica de reserva pessoal e discrição do filósofo: “um jovem intelectual que eu não sabia de onde vinha, talvez do interior de São Paulo pelo sotaque, mas não sabia quantos irmãos tinha, de que família vinha, se tinha pai, mãe, onde havia feito o colégio. Monzani era um Deus ex machina, surgiu abruptamente, repentinamente na Rua Martim Francisco”.[iv]

Assim, descobrimos também o filósofo “engavetador de poemas”,[v] o pesquisador que “lê muito mais do que escreve e que escreve muito mais do que publica”,[vi] o estudante de filosofia de hábitos noturnos, a notável didática do professor de cursinho para vestibular, que “gastava todo o dinheiro que ganhava com as aulas comprando livros”, portanto, leitor voraz e “dono de uma biblioteca excepcional”[vii] – biblioteca cujo espaço impressionaria comovidamente no futuro os orientandos que, como eu, após sempre calorosa acolhida de Josette, teriam a oportunidade de ali se reunir com Monzani, sentado em sua poltrona, frente a uma pequena mesa de centro, envolto em livros, cópias e rascunhos.

Estritamente do ponto de vista teórico, a publicação que homenageia Monzani traz relatos de seus ex-alunos e colegas, seja repercutindo temas desenvolvidos pelo próprio filósofo, seja pensando-os por meio dele. Destaque especial para A arte da leitura e os efeitos do pensar: uma introdução ao pensamento filosófico de Luiz Roberto Monzani[viii], análise de Richard Simanke, o primeiro a levar adiante uma reflexão minimamente sistemática e rigorosa acerca da especificidade do pensamento monzaniano.

Com efeito, seguindo a via aberta por Richard Simanke, tenho me dado como tarefa investigar e aprofundar a compreensão daquilo que o “pensamento monzaniano” teria de mais específico. Neste dia que faz um ano de sua partida, gostaria de homenageá-lo de forma bastante simples, mas muito sincera, compartilhando, em síntese, o conjunto de conclusões às quais tenho chegado.

Os trabalhos de Monzani requerem três tipos de leitores: (1) o que se informa sobre história da filosofia geral, que aprende com a ampla erudição e didática do velho e bom professor Monzani; (2) o que, tendo se informado e aprendido com o professor, enxerga com nitidez os traços de investigação do pesquisador; (3) o que, tendo se informado e aprendido com o professor, tendo distinguido com clareza as amplas matrizes teóricas do pesquisador, é aquele que se pergunta pelo filósofo Monzani.

Onde estará o filósofo Monzani? Apenas no afeto – de resto, inteiramente legítimo –, de seus alunos e de quem admira o seu trabalho, ou também no duro e real campo de batalhas da história da filosofia?

Ora, a tese segundo a qual as metáforas do “pêndulo” e da “espiral” caracterizam o movimento do pensamento freudiano – tese que podemos estender igualmente ao movimento das ideias de “desejo” e “prazer” na modernidade e da noção de “ordem” dos fisiocratas –, coloca o filósofo Monzani no centro de uma clássica questão filosófica da Idade Moderna, que não deixou de ser, até os dias atuais, um enorme problema filosófico: a questão do método. Poder imaginar um método de pensamento, ilustrado pelas figuras do “pêndulo” e da “espiral”, situa o pensamento monzaniano no seio de todo um programa teórico da filosofia contemporânea que, especialmente depois de Hegel, se coloca em confronto com a dialética, recusando-a como único “método de pensamento” possível.

Quantos filósofos não poderíamos citar aqui, ao lado dos quais o pensamento filosófico de Monzani se situa? Especialmente aqueles de tradição francesa, cuja influência é marcante em sua obra. Fato é que a “espiral”, como método de pensamento, significa muito mais que mera caracterização do pensamento freudiano ou do percurso conceitual das ideias modernas de “desejo”, “prazer” e da noção de “ordem”. Ela é a tentativa de solução de dois gigantescos problemas filosóficos: o problema do método e o problema da dialética. Monzani conseguiu? Em que as posições de Monzani diferem das posições de outros filósofos?

Não bastasse a enorme dificuldade de confrontar, no solo real da história da filosofia, quem sabe com alguma originalidade, a questão do método e o problema da dialética, há outro passo dado pelo filósofo Monzani, cuja direção demonstra igualmente que insistir na relevância filosófica de seu pensamento não se resume a um elogio gratuito.

Das várias consequências filosóficas que podem ser extraídas do confronto do método espiralado de pensamento com a dialética e com a questão do método em geral, o próprio Monzani parece ter levado adiante especialmente uma: não basta fazer a passagem da metáfora ao método, é preciso que o método se converta em teoria. Mas, especificamente no caso de Monzani, qual seria essa teoria? Uma teoria ético-política? Psicanalítica? Alguma teoria epistemológica? Nenhuma dessas! O método espiralado de pensamento é surpreendentemente conduzido por Monzani a uma teoria da leitura.

Quem diria?! Em meio à tanta erudição e conhecimento de história da filosofia, em meio a tantos temas, problemas e autores tão maiores, tão mais urgentes, tão mais eloquentes, o tempo todo, o fio de cada aula do professor, o traço maior da investigação do pesquisador, a contribuição mais decisiva do filósofo Monzani: uma teoria da leitura! Não é o “desejo”, não é o “prazer”, não é a noção de “ordem” entre os fisiocratas, não é Sade ou Freud o objeto maior de Monzani. Tudo isso são recursos, e cada um tem a sua importância decisiva, mas é o “leitor” quem Monzani escolhe: é ao leitor e à leitura que ele discretamente atribui a direção de sua obra.

A caracterização exata dessa teoria da leitura, oriunda diretamente do método da espiral, tem, é claro, o seu pé fincado em toda a discussão estruturalista acerca das figuras leitor/leitura. Há aí também o fundo hermenêutico fenomenológico da chamada “estética da recepção”, que tanto influenciou o campo da literatura e a discussão da filosofia hermenêutica no Séc. XX. Mas qual a sua significação filosófica mais radical? O que faz essa teoria da leitura inventar para nós o filósofo Monzani? Trata-se de uma teoria da leitura que, diferentemente do que faz o estruturalismo, concilia sujeito e estrutura; diferentemente do que faz a “estética da recepção”, pacifica a relação leitor-texto; diferentemente do que faz a maior parte da filosofia hermenêutica, fornece critérios mais claros e objetivos para a interpretação. Claro, também aqui Monzani não está sozinho no cenário da filosofia contemporânea, razão pela qual justamente precisamos estudá-lo ainda mais.

Por que, em suma, é preciso então voltarmo-nos à imagem monzaniana da espiral? (a) porque ela não é simplesmente uma metáfora, mas sim método; (b) porque ela é um método de pensamento alternativo aos modelos de método da modernidade (e da contemporaneidade); (c) porque ela é um confronto à dialética, entendida como único método possível; (d) porque ela leva-nos a um método que cria uma teoria; (e) porque a teoria à qual ela cria, sendo particularmente uma teoria da leitura, marca, além de um estilo filosófico muito sensível ao que é, em geral, pouco considerado filosoficamente (leitura, leitor), uma posição nova no quadro geral das teorias da leitura. Uma posição mais ou menos conciliadora? Ou mais ou menos pacificadora? Uma posição epistemologicamente objetiva sem ser positivista? A conferir.

Independente da incipiência dessas conclusões, elas já podem ser tomadas como evidências concretas de um legado. Monzani construiu soluções de certos problemas teóricos e forneceu estratégias de abordagens a tantos outros, para toda uma geração de leitores brasileiros interessados nas questões filosóficas da modernidade e da psicanálise (não apenas leitores filósofos, diga-se!).

Talvez seja a hora de reconhecer que, mais que soluções e estratégias, mais que simplesmente o exitoso emprego de determinada metodologia de leitura, o legado de Monzani não está relacionado apenas com as respostas que ele forneceu ou com a metodologia que empregou, mas com aquilo que ele criou ao fazê-lo.

Monzani, sendo quem foi, liga menos para as soluções, estratégias e metodologias, e muito mais para a crítica rigorosa e avanços possíveis. O seu trabalho, mais que metodológico, é um trabalho teórico, um trabalho de pensamento. Como se trata muito especialmente de uma teoria geral da leitura, Monzani, com sua enorme generosidade, nos deixa como legado não apenas o trabalho que realizou, mas principalmente aquilo que nós podemos realizar por meio do seu trabalho. É hora então de juntamos ao nosso duro trabalho de luto, o trabalho de pensamento.[ix]

*Weiny César Freitas Pinto é professor do curso de filosofia e da Pós-graduação em Psicologia na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

 

Notas


[i] Cf. MONZANI, L. R. Freud: o movimento de um pensamento. Campinas: Editora da UNICAMP, 1989. (Última edição, 2014). ______. Desejo e prazer na idade moderna. Campinas: Editora da UNICAMP, 1995. (Última edição, Editora Champagnat/PUCPR, 2011). Destaque igualmente para ______. Raízes filosóficas da noção de ordem dos fisiocratas. São Carlos: Pedro & João Editores, 2007.

[ii] Cf. SIMANKE, R. CAROPRESO, F. BOCCA, F. O movimento de um pensamento: ensaios em homenagem a Luiz Roberto Monzani. Curtiba: CRV, 2011.

[iii] Duas teses de doutorado em filosofia, uma pesquisa de pós-doutorado, alguns artigos científicos e ensaios de opinião. Cf., por exemplo, FREITAS PINTO, W.  C. Do círculo à espiral:  por uma história e método da recepção filosófica da psicanálise segundo o freudismo filosófico francês (Ricoeur) e a filosofia brasileira da psicanálise (Monzani). 2016. Tese (Doutorado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade de Campinas, Campinas, 2016. ROCHA, R. G. N. da. História das ideias: genealogia formativa e disposições da teoria da leitura de L. R. Monzani. 2021. Tese (Doutorado em Filosofia) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2021. Estágio pós-doutoral História e filosofia da psicanálise: origens e desenvolvimentos, de Caio Padovan junto ao Programa de pós-graduação em Filosofia da PUCPR, 2021.

[iv] Ibid., p. 218.

[v] MORENO, A. R. Na gaveta do chefe. In: SIMANKE, R. CAROPRESO, F. BOCCA, F. O movimento de um pensamento: ensaios em homenagem a Luiz Roberto Monzani. Curtiba: CRV, 2011, p. 213-215.

[vi] SIMANKE, R. A arte da leitura e os efeitos do pensar: uma introdução ao pensamento filosófico de Luiz Roberto Monzani. In: SIMANKE, R. CAROPRESO, F. BOCCA, F. O movimento de um pensamento: ensaios em homenagem a Luiz Roberto Monzani. Curtiba: CRV, 2011, p. 15.

[vii] VASCONCELOS, G. Nossa Juvenília na Rua Martim Francisco, ou Monzani, Stekel e Silva Melo. In: SIMANKE, R. CAROPRESO, F. BOCCA, F. O movimento de um pensamento: ensaios em homenagem a Luiz Roberto Monzani. Curtiba: CRV, 2011, p. 217; 218.

[viii] SIMANKE, R. A arte da leitura e os efeitos do pensar: uma introdução ao pensamento filosófico de Luiz Roberto Monzani. In: SIMANKE, R. CAROPRESO, F. BOCCA, F. O movimento de um pensamento: ensaios em homenagem a Luiz Roberto Monzani. Curtiba: CRV, 2011, p. 15-37.

[ix] Agradeço a Richard Simanke, pela leitura e sugestões atenciosas, e a Amanda Malerba, pela revisão do texto.

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