A fantasia descontrolada

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Por FLÁVIO R. KOTHE*

O discurso fascista reitera o negacionismo com rancor irracional,
projetando no outro o que tem dentro de si
.

Nos dois históricos discursos logo após eleito presidente, Lula da Silva mostrou ser estadista ao dar as diretrizes gerais e dizer que irá governar para todos os brasileiros. Isso não significa que quem cometeu crimes não deva ser chamado à responsabilidade. Não é uma anistia geral. Pelo contrário, ou se conseguem discernir e modificar as estruturas que propiciaram o apoio de metade da população ao fascismo ou então ele vai tomar conta de novo.

O golpismo fascista no governo promoveu conflitos e instabilidades, como se seu líder acreditasse que a história é luta de classes, como se fosse marxista… Propaga-se agora que é preciso paz. Isso facilita a governabilidade. Conflitos são, no entanto, inerentes à vida. O país precisa ver se consegue manter a definição por uma democracia social.

O neofascismo no poder propiciou que milhões de brasileiros tirassem a máscara e mostrassem sua adesão à ditadura, à prepotência, à discriminação. Não são poucos: cerca de metade do povo brasileiro. Será que convém esquecer, fazer de conta que nada ocorreu? Muitos já encontraram uma resposta difícil: afastaram-se dos antidemocratas mais próximos. Rupturas vão permanecer.

Bem antes deles, os que aderiram à política do ódio já tinham se afastado: nunca haviam estado próximos, usaram máscara durante anos, fingiam tolerar e se sentiam manietados pela democratização. O que deve fazer um perseguido da ditadura militar com um parente próximo que se declarou a favor da tortura? Deve-se continuar com um psiquiatra que afirma ser Lula um sociopata e Bolsonaro não ter defeito? Como confiar num advogado que é golpista? Qual é a gratidão de quem fez doutorado com bolsa do governo, conseguiu bom emprego público e daí votou em Jair Bolsonaro, para ninguém mais obter o que recebeu?

Na época da ditadura militar, dizia-se nas Universidades que quem não era bom em pesquisa e ensino ia para a administração, tendo na fidelidade ao regime seu maior predicado. Os que eram melhores na produção intelectual e pensavam por si foram perseguidos. A virtude acadêmica foi castigada; a fraqueza, premiada.

Quem se preocupa se tem Alzheimer, este não tem. Os que rezam diante de pneus, fazem plantão diante de quartéis pedindo golpe, os que pelas ruas mandam sinais de celular a ETs não percebem quão ridículos são. São parte de uma falta de sanidade que sempre já esteve aí, mas até há pouco se escondia dentro de templos e era respeitada como se fosse um esforço para se tornar melhor. Perdeu a vergonha e se tornou pública. Poucos estarão, porém, dispostos a examinar a hipótese de que já havia desvario dentro dos templos ou nas procissões.

Se o novo país que se pretende democrático não fizer uma ruptura iluminista pela raiz, logo há de ver a repetição do totalitarismo. O que fazer com tanto delírio? O problema é pior do que parece. Não é aparição recente, mobilizada pelo governo e pela mídia social. É o retorno de uma tradição de crenças em fake news como se fossem milagres, hagiografias lidas de joelhos e sem nenhum riso, angeologias que pretendiam ser relatos reais.

Não adianta argumentar com fanáticos. É como discutir com um machão impotente. Não há fato sobre o qual argumentar. Fabricam holografias como projeções inconscientes e acreditam que elas sejam reais. Só enxergam o que querem. Categorias religiosas, como anjos e demônios, tomaram conta das mentes e dominam o que supõem sentir e pensar.

Sendo tomados por arquétipos, ao condenarem supostos demônios sentem-se alçados a um nível superior, por mais que revelem baixaria. Estão possessos, possuídos por ordens metafísicas doutrinadas durante séculos. Alienados de si e da realidade, estão tomados por estereótipos: não sabem disso, não querem nem saber. Quanto mais precisariam, menos querem. São bonecos de titeriteiros. Neles fala o que não controlam. Não são pessoas confiáveis: abdicaram de ser racionais ao se deixarem manobrar como fantoches.

O ensino religioso treinava menores para se tornarem futuros fieis: fantoches. Não se percebia nisso o abuso de incapaz: achava-se que era salvar almas. Se a educação futura não souber romper com a manipulação, a democracia terá pouco futuro no país.

Se a fala dos fanáticos não é autônoma, mas eles também não querem ajuda para ver quem os move, resta perguntar: a que serve tanta alienação? Ela não é gratuita. Tem forte motivação. Quem rebaixa o outro, este acha que eleva a si mesmo, alçando-se a uma postura de juiz, cujo juízo pretende ser inquestionável. Evita assim questionar a si mesmo.

Cada caso é um caso. Traumas, desejos, ânsias de poder que alimentem tais posturas são difíceis de resolver, a fixação fanática é uma muralha que impede o acesso ao interior. Não é acaso: decorre de estruturas seculares, que continuam aí. É preciso identificá-las, fazer sua desconstrução.

O discurso fascista reitera o negacionismo com rancor irracional e reafirma a baixaria. Projeta no outro o que tem dentro de si, sem reconhecer isso. O fanático traz a demonização do outro, fazendo dele um inimigo a ser exorcizado. Qual é a contrapartida? Fazer de si um arcanjo de virtudes, com legiões de anjos e espada desembainhada.

Mais ainda, faz de si um deus com direito de julgar, condenar e punir. Assim, não precisa reconhecer defeitos em si, não precisa se autoquestionar. Não consegue evoluir, pois se confere um grau divino: sendo perfeito, não vê seus defeitos. Quanto mais defeitos tem, menos os percebe. Quanto menos eficiente é, mais poder quer ter. Quanto mais prepotente e injusto, mais se sente confirmado na santa perfeição.

Quem se dá o direito de condenar o outro pela demonização encontra nos demais adeptos legiões de anjos com espadas e lanças para acabar com o dragão da maldade. Cada um acha que é São Jorge. Vive no mundo da lua, mas crê estar em esfera mais elevada. Ao demonizar o outro, vira anjo para si, tanto mais alto na hierarquia quanto mais se torna demônio para os “inimigos”.

Considera-se tanto melhor quanto mais maldades faz. Pretende estar acima de qualquer punição, pois acha que nada fez de errado. Não cometeu pecado, não precisa se confessar, não rever seus atos. Assim, não consegue progredir, evoluir. Arranja boas explicações para tudo o que faz de ruim.

Quanto menos suas assertivas dogmáticas se sustentam, tanto mais emperra nelas; quanto mais tapado, mais esperto se considera; quanto menos justo, mais justiceiro pretende ser. Sendo maniqueísta, é um protótipo da dialética. Quanto menos seus juízos se fundamentam, mais insiste em executar como justiça o que é prepotência e desequilíbrio. Quanto mais precisaria se repensar, tanto menos está disposto a isso. Não quer questionar seus pressupostos. Quanto menos competente, mais poder quer ter. Ele não é equilibrado, mas acha que é. Nada é suficiente se a meta é o absoluto.

Nessa estrutura emperrada, não adianta gastar esforços de conversão à sanidade. O fanatismo traduz para si a realidade por lentes que deformam tudo. A estrutura autoritária emperrada é um sintoma, que o sujeito tanto menos está disposto a questionar quanto mais precisaria, para o bem de si e dos outros. Ela é pedra que repulsa, mas não pulsa. É mais cômodo adotar a regressão do que fazer o questionamento dos fundamentos.

O fanático não vê a realidade: projeta hologramas inconscientes, que ele funde e confunde com fatos, pois está convencido de que sejam o que diz serem. Sua interpretação é para ele o fato, tanto mais quanto menos é. Veste uma armadura que o torna intangível, inatingível, ou ao menos pretende que assim o torne. Não adianta esperar que ele se converta no que não é nem quer ser. Não percebe quão parecido é com o que supõe que o inimigo seja. Caso perdido.

Quais estruturas metafísicas e sociais fomentam tais perfis autoritários e lhes dão prestígio? Será que a razão crítica vai ter coragem de conectar os desvarios nas ruas com o que acontece nos templos? Há uma mediação antiga entre o interior e o exterior dos prédios: nas procissões católicas, nos autos da fé, nas execuções da Inquisição.

Enquanto a fantasia descontrolada estava restrita a templos, escolas, salas de catequese e casas, parecia normal, pois quem divergisse não ousava se manifestar. É preciso aprender a encarar com certo horror o que parece normal aos membros desses delírios coletivos. Acreditam estar num processo de elevação da alma, busca de santidade, salvação coletiva. O estranhamento é condição para começar a ver o que aí se passa.

Emitir sinais de luz do celular para os Ets virem salvar o país e militares darem mais um golpe equivale a rezar aos céus; rezar aos céus é como emitir tais sinais de celular. A tecnologia reproduz e mantém a regressão. Será que a maioria vai estar disposta a repensar essa penosa equivalência? Ou vai simplesmente manter separadas as esferas? Parcelas crescentes da população tenderão a não ser mais praticantes de uma religião. Com o apoio dado ao fascismo, evangélicos começaram a cavar a tumba da religiosidade. Vai ser crescente a separação entre ética cristã e assiduidade a templos.

O crente, orando no templo, tenta tornar-se pessoa melhor, mas o melhor é definido nos termos da religião. É uma aposta na vida pós-morte, um nada que é tudo para ele. Em vez da salvação singular, o manifestante da extrema-direita quer a salvação coletiva, enquanto os políticos que os manipulam tratam de conseguir sua salvação privada. Ainda que muitos estejam propensos a ver desvario nas demonstrações dos golpistas, poucos estarão dispostos a ver desvario nas práticas e crendices religiosas. Todos gostariam que sua suposta alma também fosse salva. Todos querem ser eternos.

A expressão popular “isso não é bem católico” indicia como a religião se tornou parâmetro ético. Todas as cidades latino-americanas têm por centro um templo católico, a apregoar em pedra que a vida dos citadinos deve girar em torno da religião. A Igreja participou da dominação colonial, era religião oficial, isso se manteve no Império. Por que a Igreja Católica teve tanto poder?

O teatro espanhol do Siglo de Oro sugere uma resposta em várias obras dos principais autores: Lope de Vega, Tirso de Molina, Calderón de la Barca. Eram peças encenadas na corte espanhola. A preocupação principal era saber como manter fieis aos interesses da corte e às ordens do rei aqueles que fossem enviados para as colônias. Temia-se que se aliassem a forças locais, formando reinos independentes.

Como os enviados eram homens, a preocupação era o poder de sedução das mulheres indígenas. Reativou-se o mito grego das amazonas, para sugerir que as índias seriam capazes de matar os homens que tivessem relações com elas. Era preciso ter um controle institucional sobre os enviados do rei. Os padres serviam para isso, repassavam informações, sabiam os segredos de todos. O rei tinha um confessor. A expressão “vá se queixar ao bispo” pode ter se tornado uma zombaria, mas já foi levada a sério.

As cortes ibéricas tinham o interesse de arrancar o máximo de riqueza das colônias. Estas não eram regiões de investimento a fundo perdido. Enviar tropas, administradores, cobradores de impostos representava custos. Não se deve menosprezar o poder que era o confessionário. Mesmo que jurassem não revelar segredos, as informações recebidas pelos padres sobre os podres das pessoas gradas eram um poderio social imenso. Nas escolas não se desenvolve senso crítico quanto a isso.

Os jesuítas trataram de criar reino próprio na região do Alto Uruguai, o que levou espanhóis e portugueses a juntarem forças no Tratado de Madri, de 1750, levando ao genocídio de muitos milhares de índios. Na região gaúcha de Candelária, havia um povoamento, chamado Jesus, Maria, José (nome que bem indica a ânsia catequética) com cerca de 30.000 indígenas: quando os imigrantes alemães chegaram lá um século depois, não havia mais remanescentes dessa população (ao arar a terra, os colonos encontravam com frequência urnas funerárias). O cânone celebra o genocídio como higiene histórica em O Uraguai. Isso é doutrinado nas escolas e faculdades.

De onde vem o totalitarismo tão presente na sociedade brasileira? Ele vem da Península Ibérica do século XV, quando, em vez de se procurar uma política de tolerância religiosa, racial e política, os monarcas católicos perseguiram, mataram e expulsaram muçulmanos, judeus e outros, impondo o princípio de um rei, uma lei, uma fé. Isso era sustentado pelo totalitarismo inerente ao monoteísmo pregado pela Igreja, pelo belicismo das cruzadas. Essa tendência foi reforçada no século XVI pelo reacionarismo dos jesuítas, ordem criada conforme princípios militares para combater a reforma luterana. Essa postura totalitária e reacionária foi imposta às colônias na América.

Tem sido citada uma frase atribuída à Machado de Assis, de que o Brasil é uma oligarquia absoluta (no sentido de que tanto fazia proclamar a república). A frase não é de Machado, mas apenas uma citação que ele pôs numa crônica: “Es dürfte leicht zu erweisen sein, dass Brasilien weniger eine konstitutionelle Monarchie als eine absolute Oligarchie ist”. Ou seja: “Deve ser fácil demonstrar que o Brasil é menos uma monarquia constitucional do que uma oligarquia absoluta.” Ele aponta a fonte: “Rio Post de 21 de junho do ano passado”, um jornal publicado em língua alemã no Rio. Postada em alemão, os leitores da crônica não iriam entender. Era um modo de não dizer dizendo.

Tem-se lido a frase como se fosse uma aceitação da República, pois no fundo nada mudaria. Ela nem fala da Proclamação. Deve ser anterior, mas no bojo de um debate sobre regimes. A frase soa como uma defesa da monarquia por ela ser constitucional, sem que devesse ser culpada por todos os problemas, pois quem mandava mesmo era a oligarquia. O país poderia, portanto, manter a monarquia, restringindo seu poder. Toda monarquia tende, porém, a se manter à base do apoio da aristocracia, formada por latifundiários e ricaços.

Dizer que o Brasil é uma oligarquia absoluta sugere que ela seria imutável, não podendo ser superada: a democratização seria impossível. Caberia conformar-se. Tanto fazia a forma aparente de governo – monarquia absoluta, monarquia constitucional, república de coronéis, ditadura getulista, ditadura militar, democracia formal, protofascismo –, o cerne seria sempre o mesmo. Não se pensa aí a diferença entre oligarquia escravista, latifundiária, financeira, empresarial, social-democrata.

A monarquia brasileira promoveu a colonização do Sul com a vinda de imigrantes europeus. As terras eram divididas igualmente, católicos e luteranos tiveram de se ajudar fraternalmente como vizinhos, o trabalho escravo foi proibido desde 1848. Os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade determinaram o modo de organização social do Sul. É o que Nietzsche chamava de “grande política”. A oligarquia paulista impediu que essa reforma agrária fosse implantada no Estado paulista. No Sul, o ensino religioso impediu a conscientização dos jovens sobre a ética da colonização e sua valorização do trabalho e dos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Proibiu-se a língua e a cultura dos imigrantes, eles perderam sua identidade e tiveram de adotar outras, artificiais (como se considerarem bávaros na Oktoberfest ou gaúchos nas danças de GTG). O êxito disso se mostra no apoio social ao golpe de 1964 e no apoio recente ao bolsonarismo no Sul.

Não é tão fácil demonstrar ou comprovar que o país sempre teria sido oligarquia, pois exatamente isso é o que ela não quer ver desvendado. Na era colonial já era; na imperial, também; na república, idem. É preciso diferenciar, no entanto: o território é maior que a abrangência do governo central. Uma oligarquia nunca é absoluta, e sim sempre relativa ao modo de propriedade dos meios de produção e à organização social.

Na época de Machado de Assis, o movimento literário que estava fazendo a conexão crítica entre modo de produção e política era o naturalismo. Zola esteve no fundo das minas de carvão para ver as condições de trabalho dos mineiros: no Germinal, que narra uma greve sindical pela melhoria dessas condições, ele chega a citar Marx. Contra a esquerda naturalista francesa, Machado alegou em francês que usava “culotes”, isto é, calças, o que significa querer rebaixar o naturalismo à caricatura de ser voltado para a patologia, prazer de chafurdar na lama e na baixaria. Ele reagiu contra a tendência literária mais progressista. O reacionarismo tende a compromissos com a oligarquia.

Ou o Brasil faz uma radical reforma iluminista do ensino e na mídia ou o radicalismo de direita vai tomar novamente conta. Isso não vai ser feito pelo ensino religioso. Precisa da escola pública gratuita. Desde a década de 1970, o Estado tratou de desenvolver o ensino de pós-graduação, para ter mão de obra qualificada em condições de concorrer globalmente. A ditadura perseguiu os melhores professores universitários. Ampliou-se a quantidade de mestres e doutores, mas até hoje se evita o que seja e quem seja mais crítico. Encena-se um debate, que não vai longe. Não se quer pensar a fundo adiante. As bancas aprovam todos os que se submetem às provas. Falta fazer um longo percurso na dimensão qualitativa. A alienação doutrinária continua prevalecendo.

*Flávio R. Kothe é professor titular aposentado de estética na Universidade de Brasília (UnB). Autor, entre outros livros, de Benjamin e Adorno: confrontos (Ática).

 


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