Rei Lear – a destruição dos códigos

Imagem: Jan van der Zee
Whatsapp
Facebook
Twitter
Instagram
Telegram

Por BERNARDO JOÃO DO REGO MONTEIRO MOREIRA*

Comentário sobre a peça teatral de William Shakespeare

William Shakespeare constrói Rei Lear como uma tragédia em queda livre. Do início, com a cerimônia de adulação, ao fim, com a morte de quase todas as personagens, Rei Lear parece um declínio sem freios, onde até a batalha final é um relâmpago que logo explicita o fim trágico da corte. Neste artigo abordo o tema da relação de Lear com seu corpo como corpo do rei, produzindo uma interlocução com as análises de Gilles Deleuze e Félix Guattari sobre o corpo do déspota e as de Michel Foucault sobre o corpo do rei soberano.

Na primeira cena da peça, Lear já expõe o motivo da cerimônia que se tornará um concurso de adulação, uma disputa pela prova de amor mais forte. Já aqui, o tema da velhice é explicitado: “LEAR – Por ora expressaremos nosso mais grave intento. Tragam aqui o mapa. Saibam que dividimos nosso reino em três e que é nosso firme propósito aliviar nossa idade dos zelos e encargos, conferindo-os às forças mais jovens, enquanto, sem fardos, rastejamos rumo à morte (…) Porquanto agora vamos nos despir do mando, E da posse das terras, de encargos de Estado…” (SHAKESPEARE, 2020, p. 100).

Há aqui uma identidade entre o corpo físico de Lear e o corpo do rei como sendo o próprio reino, onde a velhice e o exaurimento das forças do corpo de Lear trazem como consequência a necessidade de uma transferência do poder soberano a um outro suporte. O corpo de Lear, que será separado de sua identidade como corpo soberano, ganhará uma dimensão mortal, perecível. A quebra com esse aspecto duplo do corpo do rei é o que inicia a queda livre trágica da peça.

Mas é fundamental que ela se inicie em uma cerimônia como essa, de adulação e prova de amor ao rei: “Kantorowitz fez uma vez do ‘corpo do rei’ uma análise notável: corpo duplo de acordo com a teologia jurídica formada na Idade Média, pois comporta além do elemento transitório que nasce e morre um outro que permanece através do tempo e se mantém como fundamento físico mas intangível do reino; em torno dessa dualidade que esteve, em sua origem, próxima do modelo cristológico, organizam-se uma iconografia, uma teoria política da monarquia, mecanismos jurídicos que ao mesmo tempo distinguem e ligam a pessoa do rei e as exigências da Coroa, e todo um ritual que encontra na coroação, nos funerais, nas cerimônias de submissão, seus tempos mais fortes.” (FOUCAULT, 1999, p. 28).

Dividindo seu reino para livrar-se das exigências da Coroa, Lear fragmenta seu corpo soberano e aparta seu corpo físico do estatuto de fundamento do reino. Na própria cerimônia, a soberania real já passa a ser tomada como devaneios e teimosias de um velho, como é possível atestar no deserdamento de Cordélia e na expulsão de Kent por Lear.

Lear, porém, não é capaz de perceber as consequências dessa dissociação que fragmenta o corpo duplo do rei, aspirando ainda a manter “o nome e as honras que cabem a um rei” (SHAKESPEARE, 2020, p. 103). O próprio deserdamento de Cordélia já demonstra que o seu “direito de ‘dispor’ da vida de seus filhos” e de “retirar-lhes a vida, já que a tinha ‘dado’” (FOUCAULT, 1988, p. 147) já não é mais tão respeitado: o rei da França questiona a mudança súbita da condição de Cordélia, pondo em questão as ações de Lear e tomando Cordélia como esposa num ato desafiador, porém travestido sob as máscaras do discurso adulador da corte.

Tendo dividido então sua coroa e seu reino entre Cornwall e Albany (maridos de Regan e Goneril, suas filhas), Lear já não é mais reconhecido como rei e sua principal característica não é mais a soberania, mas a velhice de seu corpo físico: “GONERIL       (…) Assim da sua velhice vamos ter de esperar não só as imperfeições de uma condição há muito enxertada, mas também os caprichos desenfreados que os anos de enfermidade e cólera trazem consigo” (SHAKESPEARE, 2020, p. 108).

Esta conversa de Regan e Goneril instaura a conspiração das duas contra Lear, que irão confirmar que a renúncia do corpo soberano por Lear anulará não apenas as exigências da Coroa, mas também seu nome e suas honras. O discurso do Bobo atesta a radicalidade que a dissociação entre o corpo físico de Lear e o corpo soberano irá trazer para seu destino: “BOBO – Ora, é eu cortar o ovo no meio, engolir o miolo, sobram as duas coroas do ovo. Quando partiste ao meio tua coroa e entregaste as duas partes, arrastaste o jumento no lombo através do lodaçal. Faltou juízo nessa tua coroa careca quando entregaste a tua coroa de ouro (…) O teu juízo tu podaste dos dois lados e não ficou nada no meio” (ibid, p. 123-124).

A redução de Lear ao nada é justamente sua redução a um mero corpo físico, a um simples velho despido do valor de suporte fundamental da soberania real. Diz o Bobo: “agora és só o buraco oco do zero” (ibid, p. 124). Começa então, no embate entre Lear e Goneril sobre a desquantificação de seu séquito, a queda do corpo do déspota.

Em sua tipologia das máquinas sociais, Gilles Deleuze e Félix Guattari apresentam a máquina territorial primitiva e a máquina imperial despótica como formas de organização da produção pré-capitalista. Enquanto a primeira tem como fonte de toda produção o Corpo da Terra, a máquina despótica que organiza as sociedades com Estado produz o corpo do déspota como a fonte de toda produção, o seu “pressuposto natural ou divino” (DELEUZE, GUATTARI, 2011, p. 446). Lear, antes déspota soberano, era o corpo da soberania divina do reino. Quando seu corpo é dissociado dessa posição, a ordem e a estabilidade da sociedade na peça entra em colapso pela fragmentação desse poder, sem alguém que sirva de novo suporte para ele.

A maldição que Lear roga a Goneril se justifica por isso: aquele que detém o poder soberano é a fonte de toda produtividade, fertilidade e prosperidade do reino, é seu pressuposto natural ou divino. Com isso, a maldição da infertilidade contra Goneril é a forma que Lear encontra para corromper a identidade entre sua soberania em potência e seu corpo físico: “LEAR – Escuta, natureza, cara deusa, escuta! Suspende teu desígnio, se estava em teu intento tornar fértil e fecunda aquela criatura. Esparge-lhe no útero a árida secura, resseca-lhe os órgãos da propagação, para que nunca abrolhe de seu corpo espúrio um neném para honrá-la.” (SHAKESPEARE, 2020, p. 127).

O corpo de Goneril infértil, incapaz de conceber um filho, seria a contradição absoluta, um corpo soberano que não é capaz de ser fonte de toda produtividade. O apelo à natureza é um apelo a uma divindade anterior a divindade da soberania real, um retorno do corpo da terra como suporte de toda vida e todo poder. Tal retorno alcançará seu ápice na tempestade e no fim da peça, onde a natureza reflete o caos da ordem humana e destruição da soberania do reino atinge seu nível máximo com a guerra civil.

Mas ainda no Ato I, já se enuncia que a dissociação que Lear produz entre o seu corpo físico e o corpo do déspota soberano instaura um ponto de não-retorno. A unidade do Estado que mantinha o corpo do déspota como o “Inengendrado” (DELEUZE, GUATTARI, 2011, p. 194), a fonte e o ponto de apropriação de toda produção, traz uma fragmentação que abre espaço para a entrada dos fluxos caóticos da natureza e da loucura. A catatonia que recobre o corpo do rei em seu exercício soberano repleto de procedimentos aduladores e da vida regrada da corte, “as prescrições e proibições que o tornam quase sempre incapaz de agir” (ibid, p. 257), é agora rompida em prol de uma outra catatonia, mais bruta e natural: a catatonia física do corpo em velhice, a nudez que arrebata Lear: “LEAR – Oh, não julguem a necessidade! Os mendigos mais baixos nas coisas mais pobres têm supérfluos. Não dê à natureza além do necessário, E eis que a vida humana se iguala à de um bicho (…) Deuses, olhai para mim, um pobre velho, cheio de anos, de aflições, em tudo desgraçado…” (SHAKESPEARE, 2020, p. 155).

O Ato III introduz um Lear já rejeitado pelas filhas e já apartado completamente de sua condição de suporte da soberania, seu corpo agora é apenas um corpo frágil e senil. A loucura de Lear não é apenas uma figura da senilidade que atormenta seu corpo envelhecido, mas um delírio que acompanha o processo de descodificação em jogo na peça, descodificação como destruição dos códigos previamente vigentes (GUÉRON, 2020, p. 69), códigos que inscrevem as estruturas de poder da monarquia de Lear.

O delírio de Lear no Ato III é marcado pela tempestade, algo que demonstra o impacto cosmológico da destruição dos códigos monárquicos, da fragmentação da ordem soberana: “LEAR – Ruje teu ventre! Cospe fogo, jorra tuas bátegas! O vento, a chuva o raio não são minhas filhas! Não vos culpo, elementos, dessa ingratidão! A vós não dei um reino e nem chamei de filhas. Não me deveis apoio. Caia então sobre mim vosso sinistro gozo. Aqui estou, vosso escravo, um homem pobre, fraco, enfermo e desprezado! Porém, eu já vos vejo, ó ministros servis, aliados a duas infestas filhas, lançando vossa batalha altiva contra uma cabeça Tão branca e envelhecida! Oh, oh, oh, é sórdido” (SHAKESPEARE, 2020, p. 159-160).

O corpo de Lear aqui está totalmente entregue às forças da natureza que se realizam na tempestade e que representam uma força produtiva do corpo da terra que agora supera qualquer força humana antes garantida soberanamente. O caráter de evento sem precedentes que é a tempestade se explicita na fala de Kent (disfarçado para acompanhar Lear): “KENT – Os céus enraivecidos espantam até mesmo os andantes das trevas e os confinam em seus covis. Desde que sou homem, nunca ouvi falar desses tétricos estrondos, do vento que ruge e uiva, dessa borrasca, dos rios de fogo! Nossa essência não suporta tanta aflição, tanto medo” (p. 160).

O encontro de Lear, Bobo e Kent com Edgar desnudo e disfarçado de pobre Tom aprofunda ainda mais o delírio, que resulta na nudez de Lear e em um encadeamento discursivo completamente desregrado, variação contínua de temas que circundam uma natureza aberrante, demoníaca e caótica. O mendigo louco que é pobre Tom faz até o Bobo, que antes aparecia como tendo um discurso destoante do resto da corte, proclamar: “Esta noite fria vai nos transformar a todos em bobos e loucos” (p. 168). Mas sendo pobre Tom totalmente entregue a este fluxo caótico da natureza, um só com o corpo da terra, parte de sua autoprodução, Lear se encanta.

As ruínas do antigo corpo soberano da monarquia, que agora está em vias de uma guerra civil, são agora uma abertura para que Lear se identifique com a nudez de Pobre Tom: “LEAR – Só entre nós aqui há três cheios de sofisticação. Mas tu, tu és a própria coisa. Um homem sem comodidades é apenas um mísero animal desnudo, um bicho bípede como tu. Fora, fora com esses trapos postiços. Vem, desabotoa aqui (rasgando suas roupas, contido por Kent e pelo Bobo)” (p. 168-169).

Lear ainda tenta, por outro lado, talvez em um gesto de luto, restaurar alguma ordem. A encenação do julgamento de suas filhas é um dos momentos onde Lear busca ainda retornar à sua condição de corpo da soberania, do déspota de onde emerge toda lei. Em seguida, a encenação da sucessão do trono continua, com as dinâmicas políticas entre os duques, as filhas de Lear e Edmund resultando na cena de tortura de Gloucester, acusado de traição.

A evidência da fragmentação da ordem monárquica é a resistência que os servidores têm em participar e testemunhar o cegamento de Gloucester. Não apenas um clarão de humanidade, mas frontalmente um ato de questionamento da legitimidade da autoridade real que teria sido assumida pelos duques e as filhas de Lear. Com a fragmentação do reino, não há uma sucessão real, apenas uma tentativa de manutenção de uma soberania perdida, que resultará na guerra civil que acompanha a invasão da França de Cordélia.

Lear é a figura de um corpo invadido pelo delírio da destruição dos códigos da ordem soberana e entregue às forças da natureza, onde o corpo soberano foi fragmentado e seus súditos se destacaram dele, essa “longa história que conduzirá o corpo do déspota às latrinas da cidade, assassinado, desorganizado, desmembrado, enfraquecido” (DELEUZE, GUATTARI, 2011, p. 279), porém como retorno ao Corpo da Terra. Já Albany assume o papel da tentativa de restaurar a ordem que já está em ruínas; acredita ainda que a divindade do corpo soberano se mantém e aplica sua justiça aos crimes cometidos contra essa ordem. Após a notícia da tortura de Gloucester, da revolta dos servidores e da morte de Cornwall no embate, sua conclusão é: “Isso mostra que estais mais altos, ó juízes Que com tanta rapidez vingais esses nossos crimes terrenais” (SHAKESPEARE, 2020, p. 192). A tentativa de suicídio de Gloucester faz apelo à mesma ordem, porém de forma um tanto mais trágica: na impossibilidade de continuá-la ou restaurá-la, sobra apenas um protesto contra ela.

Agora coroado de flores silvestres e vivendo na natureza, Lear vive o delírio em um conflito entre abraçar o poder do Corpo da Terra e lamentar a perda do poder do Corpo do Déspota: “LEAR – Não, ninguém vai me repreender por cunhar dinheiro. Pois eu sou o rei (…) nisso a natureza supera a arte. Aqui está teu soldo cunhado. (…) Quando a chuva veio para me encharcar e o vento me fez ranger de frio; quando o trovão não quis se calar ao meu pedido, foi aí que as encontrei, foi aí que as farejei. Fora daqui. Vocês não têm palavra. Me disseram que eu era tudo. Pura mentira, não sou imune às febres” (p. 203-204).

Vivendo o luto da perda do corpo soberano e seus poderes de cunhar dinheiro ou ser “tudo” (como vimos, o pressuposto natural ou divino de toda produção), Lear atesta seu corpo agora frágil, perecível, envelhecido e febril; que “cheira à mortalidade” (p. 204). Curiosamente, o luto de Lear é acompanhado de uma distorção da identidade prévia de seu corpo com o corpo soberano: Lear delira um despotismo sem amarras, sem as prescrições e proibições da corte, sem as exigências da Coroa; o que pode indicar o seu próprio desejo inicial de manter-se rei em nome e honras sem suas obrigações.

Tal delírio de um despotismo sem amarras fica claro quando Lear diz a Gloucester: “LEAR – Cobre de ouro os pecados, e a forte lança da justiça se espedaça e os deixa intactos. Mas se forem trapos, a vara do pigmeu basta para perfurá-los. Não há culpados, não, não, nenhum culpado. Eu absolvo: todos! Ouve o que eu digo, amigo, pois tenho o poder de calar a voz do acusador” (p. 205).

O resgate de Lear por Cordélia traz algum horizonte de reconciliação e restauração da ordem. Porém, ainda está em jogo uma invasão estrangeira e uma guerra civil, que resultarão no clímax de morte generalizada; uma linha de fuga da ordem soberana monárquica tornada linha de morte de uma destruição pura (DELEUZE, GUATTARI, 2012). A tempestade e a ruína do corpo do déspota não serão capazes de servirem de abertura para uma nova organização, mas irão trazer apenas essa destruição de uma linha de morte.

Regan envenenada por Goneril que se suicida, Gloucester morto, Cordélia assassinada pelas ordens de Edmund, Edmund derrotado e morto por Edgar. A linha de morte causada pelas ruínas da ordem soberana mostrou que os fluxos caóticos da natureza são indiferentes aos homens, que sofrem ao acaso suas conspirações mútuas quando cai o corpo despótico que garantia a estabilidade da produção social. É este o choro de Lear que carrega a Cordélia morta: “Ela está morta como a terra” (SHAKESPEARE, 2020, p. 230). Pois o retorno do Corpo da Terra, desta natureza caótica que potencializa a violência desregrada, é em Rei Lear o ponto de não-retorno, o marco de um corpo soberano que não justifica nem sua própria violência imanente. Mesmo sendo imanente ao corpo soberano, a guerra civil tornada destruição pura na tragédia da cena final é totalmente sem sentido.

A morte de Lear é a última antes da instauração do luto geral. E apesar do chamado de Albany para a continuidade do governo do Estado, tanto Kent quanto Edgar parecem descrentes diante de um corpo soberano tão dilacerado. Restam então os corpos humanos espalhados, a pura presença da morte.

*Bernardo João do Rego Monteiro Moreira é graduando em ciência política na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Referências

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O anti-Édipo. São Paulo: Ed. 34, 2011.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs, v. 5. São Paulo: Ed. 34, 2012.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1999.

FOUCAULT, M. A vontade de saber. História da sexualidade, v. 1. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

GUÉRON, Rodrigo. Capitalismo, Desejo & Política: Deleuze e Guattari leem Marx. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2020.

SHAKESPEARE, William. Rei Lear. São Paulo: Penguin/CDL, 2020.

O site A Terra é Redonda existe graças aos nossos leitores e apoiadores.
Ajude-nos a manter esta ideia.

Clique aqui e veja como

Veja neste link todos artigos de

AUTORES

TEMAS

10 MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

Lista aleatória de 160 entre mais de 1.900 autores.
Andrés del Río Ricardo Musse Samuel Kilsztajn Manchetômetro Marjorie C. Marona Eleutério F. S. Prado João Paulo Ayub Fonseca Bento Prado Jr. Antonino Infranca Ronald Rocha Érico Andrade José Machado Moita Neto Luiz Carlos Bresser-Pereira Remy José Fontana Luiz Werneck Vianna Walnice Nogueira Galvão Daniel Afonso da Silva Ricardo Antunes Vanderlei Tenório Rodrigo de Faria Mariarosaria Fabris Slavoj Žižek Julian Rodrigues Mário Maestri Ari Marcelo Solon José Geraldo Couto Fernão Pessoa Ramos Marcelo Módolo Sandra Bitencourt Priscila Figueiredo José Luís Fiori Paulo Martins Tadeu Valadares Flávio R. Kothe Alexandre de Lima Castro Tranjan Annateresa Fabris Celso Favaretto Bruno Machado Alexandre de Freitas Barbosa Anselm Jappe Rafael R. Ioris Alysson Leandro Mascaro Boaventura de Sousa Santos Everaldo de Oliveira Andrade Luiz Bernardo Pericás Marilena Chauí Marcelo Guimarães Lima Lorenzo Vitral Caio Bugiato Francisco de Oliveira Barros Júnior Tales Ab'Sáber Alexandre Aragão de Albuquerque Benicio Viero Schmidt Ronald León Núñez Daniel Costa Heraldo Campos Paulo Capel Narvai Luís Fernando Vitagliano Henri Acselrad Paulo Nogueira Batista Jr Jean Pierre Chauvin Tarso Genro Otaviano Helene Carla Teixeira Michael Löwy Airton Paschoa Fernando Nogueira da Costa Sergio Amadeu da Silveira Jorge Branco João Feres Júnior João Adolfo Hansen Michael Roberts Liszt Vieira Daniel Brazil Thomas Piketty Carlos Tautz Denilson Cordeiro Renato Dagnino Leonardo Avritzer André Singer Eugênio Trivinho Ronaldo Tadeu de Souza Marcos Silva Osvaldo Coggiola Ricardo Abramovay Elias Jabbour Lincoln Secco Claudio Katz Eugênio Bucci Dênis de Moraes Leonardo Boff João Lanari Bo Paulo Sérgio Pinheiro Flávio Aguiar Alexandre de Oliveira Torres Carrasco Gerson Almeida Maria Rita Kehl Leda Maria Paulani Vinício Carrilho Martinez Atilio A. Boron Eliziário Andrade Kátia Gerab Baggio Bernardo Ricupero Marcos Aurélio da Silva Dennis Oliveira José Micaelson Lacerda Morais Luis Felipe Miguel Armando Boito João Sette Whitaker Ferreira Luiz Roberto Alves Marilia Pacheco Fiorillo Paulo Fernandes Silveira Milton Pinheiro Chico Whitaker Manuel Domingos Neto João Carlos Salles Celso Frederico Chico Alencar João Carlos Loebens Vladimir Safatle Valerio Arcary Rubens Pinto Lyra Antônio Sales Rios Neto Henry Burnett Plínio de Arruda Sampaio Jr. André Márcio Neves Soares Matheus Silveira de Souza Andrew Korybko Leonardo Sacramento Eduardo Borges José Costa Júnior Luciano Nascimento Francisco Pereira de Farias Luiz Renato Martins Marcus Ianoni Fábio Konder Comparato Bruno Fabricio Alcebino da Silva Berenice Bento Yuri Martins-Fontes Gabriel Cohn Jean Marc Von Der Weid Eleonora Albano Antonio Martins Gilberto Lopes Ladislau Dowbor Michel Goulart da Silva José Dirceu Gilberto Maringoni Juarez Guimarães Luiz Eduardo Soares Jorge Luiz Souto Maior José Raimundo Trindade Francisco Fernandes Ladeira Afrânio Catani Valerio Arcary Igor Felippe Santos Ricardo Fabbrini Salem Nasser Lucas Fiaschetti Estevez Luiz Marques

NOVAS PUBLICAÇÕES