Sartre e a imprensa

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Por DÊNIS DE MORAES*

Nota introdutória do autor ao livro recém-lançado

Este livro examina a trajetória singular na imprensa do filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre (21/06/1905-15/04/1980), englobando a expressiva atuação jornalística ao longo de quatro décadas e suas reflexões sobre o papel dos meios de informação na sociedade, tendo como pano de fundo as disputas políticas, as variantes ideológicas, os problemas socioeconômicos, os climas culturais e as polêmicas de época.

Nem adversários agarrados às próprias sombras ousariam discordar: Sartre foi um dos mais influentes intelectuais do século XX – “nosso mais extraordinário companheiro de armas”, segundo o filósofo István Mészáros. Sua vasta obra comporta a vocação de pensar para além de normas e padrões, o compromisso com a liberdade e o combate à alienação, à exploração e à opressão. O mundo inteiro, as “totalidades vivas” e as certezas duradouras ou transitórias – tudo devia ser posto em questão, sob o signo da imaginação insubmissa, da consciência crítica e da ação transformadora.

No fulgor da juventude em Paris, o jornalista Ignacio Ramonet testemunhou o tsunami sartriano: “Sartre foi o filósofo central do pensamento francês entre o pós-guerra e o final da década de 1970. Sua teoria do existencialismo tomou conta de tudo, até se tornar uma moda parisiense, com suas revistas como Les Temps Modernes; seus intérpretes como Juliette Gréco; seus lugares míticos como o Café de Flore e o bairro de Saint-Germain-des-Prés. Para qualquer jovem inquieto dos anos 1950, quando começaram as grandes lutas anticoloniais e a emancipação dos povos do Terceiro Mundo, Sartre era uma referência incontornável”.

A partir do término da Segunda Guerra, Sartre pregou e praticou o engajamento como dever e destino na luta pela emancipação humana. Tomar partido significava posicionar-se “ao lado daqueles que querem mudar ao mesmo tempo a condição social do homem e a concepção que ele tem de si mesmo”, como escreveu na apresentação da revista Les Temps Modernes, em outubro de 1945. A resistência à racionalidade dominadora e a “força ética de contestação” – bela expressão do ensaísta Alfredo Bosi (1936-2021) – são atitudes consequentes dos intelectuais que questionam as engrenagens do poder.

Segundo Sartre, a função primordial deve ser a de despertar consciências, motivando os homens a não se resignarem diante das injustiças à sua volta. O que o distinguia como porta-voz da razão interpeladora num cenário em que os intelectuais públicos exerciam, nas palavras do historiador Eric Hobsbawm (1917-2012), “a grande força demoníaca dos séculos XIX e XX: a saber, a crença em que a ação política era o jeito de aperfeiçoar o mundo”.

Sartre não escapou de dilemas, contradições, erros e ilusões. Porém, deve-se notar que, para alguém movido a expectativas do devir, ceder aos ímpetos e insistir no que parecia impossível constituíam imperativos. “Vivo em velocidades variadas que se escalonam de oitenta quilômetros por hora a mil. Minha inquietação traduz-se por uma necessidade de ver sempre mais e mais adiante”, anotou durante viagem no trem rápido a caminho do verão em Veneza, acrescentando que, por vezes, se sentia como quem mergulha no labirinto sem distinguir o que vem à frente, até conseguir recobrar a serenidade para fazer curvas mais lentamente.

Não se limitou ao campo da filosofia; explorou sentidos na literatura, no teatro, no ensaísmo, na biografia, no memorialismo, no cinema e até na música (como letrista de canções para Juliette Gréco, a musa existencialista). Em paralelo, exerceu atividade sistemática e insaciável: o jornalismo. Convencido da necessidade de transpor os muros da erudição, procurou difundir suas concepções junto a públicos mais amplos, em distintas plataformas de mídia. Foi crítico literário, articulista, repórter, redator, correspondente, debatedor no rádio, editorialista, editor e diretor de redação.

O objetivo era interferir no embate das ideias em favor dos direitos humanos, da democracia e do horizonte socialista. E com esse intuito não economizou dias e horas para produzir textos ou dar centenas de entrevistas a periódicos de diferentes países, muitas delas conduzidas por jornalistas astuciosos que lhe extraíram interpretações a quente dos acontecimentos e revelações sobre o seu atribulado itinerário.

As intervenções em jornais e revistas abrangem períodos de grande efervescência, caracterizados por conflitos, antagonismos, crises, insurgências reivindicatórias, modernização produtiva, mudanças de estilos de vida, profundas desigualdades e discriminações. Esse complexo quadro levou-me a inserir o estudo da imprensa nas circunstâncias histórico-sociais e existenciais que incidiram nas experiências jornalísticas de Sartre – consciente de que seus significados ideológicos e culturais são irredutíveis às vicissitudes da jornada pessoal. A correlação com cada contexto tornou-se uma exigência, em se tratando de um homem aferrado ao seu tempo. “Não queremos perder nada de nosso tempo: talvez haja tempos mais bonitos, mas este é o nosso; só temos esta vida para viver, no meio desta guerra, desta revolução talvez”, acentuou na apresentação de Les Temps Modernes.

O livro compõe-se de prólogo, duas partes e epílogo. Na primeira parte, abordo a produção intelectual de Sartre antes, durante e depois da guerra, até os últimos dias, com relevo à sua múltipla contribuição tanto na denominada grande imprensa quanto em publicações inovadoras (como diretor de Les Temps Modernes), “revolucionárias” (os tabloides maoistas no começo da década de 1970) e contra-hegemônicas (como fundador e diretor do diário Libération, em 1973).

Na segunda parte, conjugada e complementar, busco evidenciar, de um lado, a crítica sartriana ao jornalismo mercantilizado e suas perspectivas sobre liberdade de expressão e pluralismo informativo, em confronto com os mecanismos de controle ideológico dos veículos de comunicação; e, de outro, discuto os dilemas dos projetos alternativos aos quais Sartre se somou; focalizo as brechas por ele exploradas para divulgar divergências em relação à ordem do capital; e problematizo, à luz de suas advertências críticas, a função dos “intelectuais midiáticos” na formação da opinião.

Se o leitor me propusesse o desafio de uma definição aproximada, eu me arriscaria a dizer, sem pretensão de ser definitivo, que Sartre e a imprensa se situa na zona de fronteiras móveis entre a biografia intelectual, a crônica sociopolítica, a história cultural da imprensa e a análise crítica do jornalismo. Essa mescla me surgiu propícia para traçar um perfil de Sartre na arena geminada da imprensa e da política, ainda mais em ambiências atravessadas por batalhas pela hegemonia, paixões exacerbadas, anseios de participação, chamados revolucionários, barricadas, quebras de valores e esperanças vulcânicas.

 

O intelectual total

O escritor, jornalista e acadêmico François Mauriac (1885-1970) morreu sem alterar a frase emblemática sobre um de seus rivais na vida intelectual francesa do século XX, ambos contemplados com o Prêmio Nobel de Literatura: “Jean-Paul Sartre é a capital contemporânea, aquela que encontramos em todas as encruzilhadas da cultura”. De fato, Sartre passou à história cultural como uma das personalidades capitais do seu tempo, envolvido com o fogo cruzado do pensamento e da ação. Foi a maior expressão do existencialismo – doutrina filosófica que, numa síntese de sua formulação, contempla os dilemas da consciência individual, o sentido da existência, a responsabilidade e a transformação da condição humana sob o signo da liberdade, com ênfase na autonomia das escolhas e na rejeição radical a valores impostos.

Se quiséssemos apontar uma única linha vermelha da intervenção intelectual em grande parte do século passado, seria a traçada por Sartre, como detalha o filósofo e jornalista Robert Maggiori: “Ele está presente do início ao fim, atravessando todas as ondas e as vogas do que Eric Hobsbawm chamou o “curto século XX” e deixando-se atravessar por elas para fazer delas os motivos da sua obra filosófica e literária, de compromissos e de combates, ora vencidos, ora perdidos, ora “fracassados”.

Aliás, bastaria extrair daí a história agitada do “companheirismo” com o Partido Comunista Francês ou a das relações de amizade e inimizade, de cumplicidade e rivalidade que Sartre, por exemplo, estabeleceu com Maurice Merleau-Ponty, Raymond Aron, Albert Camus ou Claude Lefort, para reconstruir não só debates teóricos e políticos sobre a liberdade, a alienação, o pacifismo, o terror, o colonialismo, o stalinismo, o totalitarismo, mas também da derrota do nazismo à queda do muro de Berlim, todos os grandes sismos que fizeram história e alteraram o seu curso, como a Libertação, a Guerra Fria, a guerra da Indochina, a guerra da Argélia, o conflito vietnamita, Budapeste, a primavera de Praga, Maio de 68, o movimento das mulheres, o maoismo, o nascimento da consciência ecológica…

Raramente houve indiferença às suas posições; ao contrário, várias delas desencadearam adesões incondicionais, discordâncias irretratáves ou dúvidas relutantes. Nos anos arrebatadores do pós-guerra, conseguiu irritar cristãos e marxistas ao defender um existencialismo ateu, avesso aos dogmas da Igreja, e ao adotar a tese de uma “terceira via” entre o conservadorismo e o stalinismo – que afinal não vingou e cedeu lugar à aliança de quatro anos com os comunistas. As incompreensões e idiossincrasias não o detiveram na rejeição de tudo aquilo que se lhe afigurasse fora de lugar, ofensivo à dignidade humana ou afrontoso às liberdades individuais e coletivas.

A nenhuma esfera de poder Sartre deixou de contestar – seja na elaboração filosófica, na criação literária ou na produção jornalística, seja no curso de conflitos que o levaram a portas de fábricas, bairros operários, comícios, passeatas, universidades, tribunais, penitenciárias de segurança máxima e até palácios. Podia não lograr êxito nas iniciativas ou ter que rever o que antes lhe parecia certeza absoluta – mas, em situações cruciais, não ficou de braços cruzados observando o céu à espera das chuvas.

Sartre encarnou o “intelectual total” – alguém capaz de atuar em todas as frentes do pensamento crítico, assumindo convicções e causas democráticas. A singularidade do filósofo-escritor-dramaturgo-crítico-jornalista “consistiu em fazer (…) convergir em torno de si tradições e maneiras de ser intelectual que tinham sido progressivamente inventadas e instituídas ao longo da história intelectual da França” (Bourdieu). Próximo ou não do equilíbrio, ele combinou reflexões sobre o ser-estar no mundo e a participação ativa na cena pública, em campanhas, manifestos, petições e debates.

O caráter instável da realidade social, condicionada por aspirações díspares, correlações de força, contendas e reviravoltas, longe de inibi-lo ou intimidá-lo, impulsionava-o a tentativas de interpretação e enfrentamento. Constantemente, recorreu aos meios de comunicação para romper silêncios, desafiar monopólios de opinião e desagregar consensos de ocasião. Exerceu o jornalismo persuadido de que os desertos do real precisavam ser preenchidos por informações confiáveis e pela diversidade de pontos de vista.

O traço “mais raro e mais precioso” do modelo sartriano de intelectual, segundo o sociólogo Pierre Bourdieu (1930-2002), foi a sua disposição em contrariar valores burgueses, como na “recusa de poderes e privilégios mundanos (o Prêmio Nobel, por exemplo)”, e de afirmar “o poder e o privilégio propriamente intelectuais de dizer ‘não’ a todos os poderes temporais”. A irresignação estendeu-se à busca de autonomia diante de instituições que consagram “verdades” convenientes como se fossem preceitos bíblicos.

Mesmo sendo uma autonomia relativa, pois devemos considerar as injunções dentro do campo intelectual em cada conjuntura, esse viés distinguiu Sartre de pensadores que se submetem a dogmas rígidos. “Meu dever como intelectual é pensar, pensar sem restrições, mesmo correndo o risco de errar”, proclamou. “Não devo estabelecer limites dentro de mim mesmo, e não devo permitir que nenhum limite seja estabelecido para mim.” O ânimo para cortar amarras não o livrou de dissabores e contradições nas relações com o Partido Comunista Francês (PCF), as quais jamais configuraram um norte estável; ao contrário, caracterizaram-se por distanciamentos, aproximações e rupturas.

Seja como for, a audácia de opor-se a esquemas tutelares do pensamento atraiu gerações de admiradores e discípulos. “Não achávamos que ele [Sartre] era infalível, nem o tomávamos por profeta”, ressaltou o crítico Edward Said (1935-2003). “Mas admirávamos os esforços que fazia para compreender uma situação, e assegurar, se preciso, seu apoio a uma causa, sem condescendência nem subterfúgios” (Said). Assim também o percebia o jovem Gilles Deleuze (1925-1995). Aos 18 anos, no último ano do ensino médio, devorou em semanas o recém-lançado O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica – um dos clássicos da filosofia do século XX e pedra fundamental do existencialismo sartriano.

No belo texto “Ele foi meu mestre”, escrito vinte anos depois, o filósofo Deleuze explicitou o que talvez seja um sentimento comum entre os que se reconhecem, em parte ou no todo, na vastidão de Sartre: “Tristeza das gerações sem “mestres”. Nossos mestres não são apenas os professores públicos, ainda que tenhamos uma grande necessidade de professores. No momento em que atingimos a idade adulta, nossos mestres são aqueles que nos tocam com uma novidade radical, aqueles que sabem inventar uma técnica artística ou literária e encontrar as maneiras de pensar que correspondem à nossa modernidade, quer dizer, tanto às nossas dificuldades como aos nossos entusiasmos difusos. (…) Sartre foi isso para nós (para a geração que tinha vinte anos no momento da Libertação). Quem, na época, soube dizer algo de novo além de Sartre? Quem nos ensinou novas maneiras de pensar? (…) Os novos temas, um certo estilo novo, uma nova maneira polêmica e agressiva de levantar os problemas, tudo isso veio de Sartre”.

A noção de engajamento traduzia a “nova maneira de pensar” na França renascida com a vitória civilizatória sobre o nazifascismo. A voz de Sartre elevou-se entre aquelas que cultivavam a esperança em uma era de maior igualdade, justiça e pacifismo – o que implicava insistir na superação das vicissitudes, dos medos e da escassez, bem como aprofundar a democracia e opor-se às ambições imperialistas.

Na apresentação de Les Temps Modernes, Sartre escreveu que “o escritor ‘engajado’ sabe que a palavra é ação: ele sabe que desvendar é mudar e que não se pode desvendar senão tencionando mudar”. E em Que é a literatura? (1947), completou, dizendo que o escritor comprometido “abandonou o sonho impossível de fazer uma pintura imparcial da sociedade e da condição humana”, e não poderia vivenciar uma situação sem tentar mudá-la. Recorreu a uma imagem impactante sobre a interferência da literatura na vida: “As palavras, como diz Brice-Parrain, são ‘pistolas carregadas’. Quando [o escritor] fala, ele atira. (…) A função do escritor é fazer com que ninguém possa ignorar o mundo e considerar-se inocente diante dele” (Sartre, 1993, p. 20-21).

Alain Badiou, que descobriu a trilha de lanternas acesas por Sartre quando ainda estudante de filosofia na École Normale Supérieure entre 1956 e 1960, destacou três pontos para qualificar o engajamento de “figura subjetiva central do que poderíamos chamar, de uma maneira ou de outra, de a moral de Sartre, quer dizer, a dimensão prática da determinação filosófica”. A saber, o engajamento: (a) está a serviço de um futuro alcançável a partir de objetivos históricos (por exemplo, a paz, a democracia, o socialismo) que não estão assegurados, mas que se inscrevem no horizonte do possível; (b) como espaço móvel entre dois limites, não é redutível nem à propaganda, nem ao entretenimento; (c) é sempre o investimento num desequilíbrio, numa ruptura que acompanha uma mudança desejada ou anunciada. Na visão sartriana, a noção de engajamento pressupõe a consciência orientada para a transformação da sociedade, que envolve identificações, objetivos e movimentos partilhados. Não pode ser confundida com a apologia de uma ação salvadora, nem com a celebração propagandística de algo positivo. No sentido mais preciso, o engajamento é “um produtor de possibilidades, que se baseia na ação organizada, capaz de liberar a consciência coletiva para a necessidade da liberdade” (Badiou).

A crença de Sartre segundo a qual só se vive a liberdade – “a única fonte de grandeza humana” – por meio do inconformismo e da revolta ante as injustiças vinculava-o aos oprimidos e excluídos. Esse alinhamento tem a ver com perspectivas ético-políticas essenciais: primeiro, reconhecer que as posições assumidas estão associadas às contingências histórico-sociais; segundo, contrapor-se às ortodoxias e às imposturas do poder; terceiro, direcionar energias para o “desvelamento das contradições fundamentais da sociedade, dos conflitos de classe e, no seio da própria classe dominante, de um conflito orgânico entre a verdade que reivindica para seu empreendimento e os mitos, valores e tradições que ela mantém e que quer transmitir às outras classes para garantir sua hegemonia” (Sartre, 1994, p. 30-31). Em suma, a exigência de uma liberdade que restitua “o ser num mundo que nos esmaga” (p. 72).

Ao reler o trecho acima, lembrei uma passagem que remete ao sentimento incomum de escrever sobre Sartre. Em 1995, o então correspondente da Folha de S.Paulo em Paris, Vinicius Torres Freire, comentou que ele andava “meio esquecido”. O filósofo Jacques Derrida (1930-2004), o entrevistado, reagiu: “Não acho que Sartre esteja esquecido. Acho que sua literatura e filosofia, curiosamente, foram esquecidas. É paradoxal, mas Sartre, o personagem, o ideólogo, o intelectual, o porta-voz, não foi esquecido de modo algum”. Derrida reconheceu a importância de Sartre na sua formação; quando jovem, considerava-o “o modelo” de filósofo-escritor. “Em seus livros, descobri [Francis] Ponge, [Maurice] Blanchot, [Georges] Bataille. Depois me distanciei de sua filosofia, achava suas leituras de Husserl e Heidegger insuficientes, mas sempre mantive muita admiração e simpatia por ele.” O jornalista replicou: “O que sobrou então?”. Derrida foi categórico: “Havia alguma coisa em Sartre, um desejo de justiça, uma generosidade, que não foram obliterados pelos fracassos que mencionei. E essa exigência de justiça, de verdade, sua militância de rua em 68 e depois, na defesa de causas mundiais, tudo isso era mais forte e maior que sua obra”.

Meses antes, Derrida preenchera o que o ensaísta e escritor Silviano Santiago definiu como “um buraco escandaloso” na carreira do filósofo, ao aceitar assinar um artigo a respeito de Sartre, sobre quem nunca havia escrito, na edição comemorativa dos cinquenta anos de Les Temps Modernes. “Chega o dia da entrega, e não estou pronto. Algum dia estive preparado?” – assim Derrida iniciou o texto. O que levou Silviano a indagar: “Algum dia alguém esteve preparado para escrever sobre Sartre?”.

*Dênis de Moraes, jornalista e escritor, é professor associado aposentado do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense. Autor, entre outros livros, de O velho Graça: uma biografia de Graciliano Ramos (José Olympio).

 

Referência


Dênis de Moraes. Sartre e a imprensa. Rio de Janeiro, Mauad, 2022.

 

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