Por LEONARDO GONÇALVES DA SILVA*
A produção audiovisual camponesa no Brasil cruza com a história da luta pela terra
1.
Pode-se dizer produção audiovisual camponesa no Brasil cruza com a história da luta pela terra. Mesmo antes da data oficial de criação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em 1984, o audiovisual já acompanhava a trajetória dos movimentos populares do campo, seja através de imagens enviesadas da grande mídia tradicional ou nas lentes de cineastas engajados na luta. Entre elas, destacam-se: Encruzilhada Natalino (1980), de Ayrton Centeno e Guaracy Cunha; A classe roceira (1985), de Berenice Mendes; e Terra para Rose (1987), de Tetê Morais. Estes se tornaram parceiros do movimento camponês e realizaram documentários que registraram momentos marcantes da história do MST.
O empoderamento definitivo do Movimento Sem Terra no audiovisual não ocorre de um dia para outro. Levará tempo para que os militantes do MST deixem de ser apenas a “imagem do outro” nas lentes de cineastas, em geral, de origem urbana e classe média, para conquistar o direito a própria imagem, tornando-se agentes ativos em todas as etapas da produção: roteiro, fotografia, captação de imagem e som, montagem, distribuição e etc.
A autonomia do MST nas produções audiovisuais se inicia na década de 1980 com a chegada do vídeo – mas não só. Tal processo entra em consonância com uma série de fatores. Entre eles a organização da classe trabalhadora no âmbito urbano e rural e o processo de redemocratização marcado pelas Diretas Já, pela criação do Partido dos Trabalhadores, pela Central Única dos Trabalhadores e pela criação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Portanto, o empoderamento político coincidiu com o empoderamento da imagem de vídeo que, por sua vez, torna-se mais acessível. Grupos sociais carentes e marginalizados, antes representados pelo “outro” no cinema, passam a ter voz ativa em relação a si mesmo, algo inédito até então. Nesse contexto, as nomenclaturas de “videoativismo” e “vídeo popular” emergiram para designar um tipo de cinema militante fundado pela estética do vídeo.
Um dia na vida do acampamento e Informação no Acampamento, ambas as produções em colaboração entre a FAU-USP e os próprios acampados do MST do Paraná, sob a coordenação de Ricardo de Oliveira, Anselmo Faria, Cila Schulman, Cláudia Caleman, Liliana Lavoratti, Luiz Bergman, Teresa Urban e Yolanda Costa (1986), se inserem como experiências pioneiras nesse assunto. Os próprios agricultores e agricultoras do Acampamento Marmeleiro operaram os equipamentos cinematográficos, como a câmera de vídeo, conduziram as entrevistas, elaboraram e executaram o roteiro pretendido, como também escolheram o tema central, que logo seria o título do filme: Um dia na vida do acampamento. A equipe do projeto encarregou-se apenas de assegurar a infraestrutura técnica para as gravações. Na década de 1990, o MST, em parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), viria a produzir O arquiteto da violência (1999), documentário que denuncia as constantes violações dos direitos humanos sob o governo paranaense do arquiteto Jaime Lerner em relação às atividades do MST.
O Movimento Sem Terra percebe com mais ênfase a partir da virada do milênio, a importância do audiovisual enquanto ferramenta no processo de construção de sua autonomia política. Algumas oficinas foram organizadas em parceria com instituições e profissionais do Cinema e do audiovisual brasileiro, permitindo os primeiros contatos entre profissionais e camponeses e a consequente formação de realizadores do próprio MST integrando o Movimento.
Uma importante iniciativa neste sentido foi realizada por Berenice Mendes, cineasta de A classe roceira (1985), que organizou uma oficina de Linguagem Audiovisual para o Festival de Todas as Artes, uma das edições especiais do Festival Internacional de Londrina (FILO), ocorrido no ano de 2000. Nesta oficina a diretora convidou o MST e 30 jovens Sem-Terra dos Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina para participarem. O vídeo Uma Luta de Todos (2000), que trata da luta pelo direito a terra no Assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas, no Paraná, resultou das atividades desta oficina.
Posteriormente, nesta mesma linha buscando autonomia, foi realizada a oficina da produção do vídeo 4º Congresso Nacional do MST, também em 2000. Parte da captação de imagens foi feita por militantes do MST – alguns com a experiência adquirida da oficina do Festival Internacional de Londrina. Os processos de edição e finalização, no entanto, ficaram a cargo das cineastas Aline Sasahara e Maísa Mendonça, parceiras do MST.
No mesmo ano de 2000 foi criado o setor de Comunicação do MST que atua, basicamente, em 5 frentes: assessoria de imprensa; produção de conteúdo em redes; T.I.; audiovisual; e rádio. Seu lema “informar, formar e organizar” indica a intenção do uso dos meios de comunicação na formação política de seus associados. Dessa maneira, a comunicação funciona como instrumento de divulgação da luta, responsável por compartilhar informações sobre eventos, sobre acontecimentos de ordem nacional ou local, bem como auxilia na instrução dos valores do Movimento e das regras de convívio dentro ou fora dos assentamentos e acampamentos.
Em 2003, é produzido o vídeo Escola é mais que escola (2003), em parceria com a ONG norte-americana Witness. Além da produção de documentários e vídeos, a ONG norte-americana tinha como objetivo estimular o uso da câmera como ferramenta de proteção aos mais vulneráveis para impedir abusos de autoridades, além de produzir imagens para serem usadas em prova de situações de crime e violência. A parceria entre a Witness e o MST foi curta, mas rendeu a doação de uma câmera de vídeo que foi levada para o Pará sendo utilizada para registrar diversos conflitos agrários, entre eles o conhecido Massacre de Eldorado dos Carajás.
De 2003 a 2009, outras parcerias surgiram no audiovisual. Entre elas a organização sueca SAL (Solidariedade Suécia-América Latina) que organizou intercâmbios em acampamentos e assentamentos do MST, onde os estudantes suecos realizavam oficinas de linguagem audiovisual com militantes ligados aos setores de Comunicação, Cultura, Juventude e Educação. Mais equipamentos de vídeo foram doados para o Movimento a cada finalização das oficinas, permitindo aos militantes acumularem material e tecnologia para prosseguir em seus projetos.
Um passo significativo para a autonomia audiovisual foi criação, dentro do MST, do projeto Cinema na Terra, iniciado em 2005, que se caracterizava pela criação de espaços de exibição de filmes que tratam sobre a luta pela terra, o cotidiano em acampamentos e assentamentos, como também os processos de trabalho de base dos camponeses Sem-Terra. Nesta sequência e atendendo demandas e objetivos do setor da Comunicação, foi criado em 2007 a Brigada Audiovisual da Via Campesina, em colaboração com o movimento internacional da Via Campesina.
2.
Podemos, neste sentido, afirmar que a criação do primeiro coletivo audiovisual do MST partiu de um processo lento, através de muitos debates, reflexões e acúmulo de experiências com o audiovisual. Foi fruto dos processos de realização audiovisual gerados pelos movimentos sociais na década de 1980 e das inúmeras oficinas de formação e reflexão. Também decorre do procedimento de miniaturização, digitalização e, por conseguinte, barateamento dos equipamentos de vídeo que geraram maior autonomia aos movimentos sociais, às organizações não-governamentais e aos ativistas políticos.
A Brigada Audiovisual insere-se como mais uma das múltiplas ferramentas do MST que auxilia no desenvolvimento da autonomia, manutenção, fortalecimento e da expansão da luta camponesa. Para tanto, em consonância com os princípios do MST, Por isso, era crucial que a BAVC também construísse sua autonomia, apropriando-se dos meios de produção e edição audiovisual e desenvolvendo de uma estética própria.
A primeira experiência cinematográfica assinada com nome Brigada Audiovisual da Via Campesina[i] foi a realização do documentário Lutar Sempre! 5º Congresso Nacional do MST (2007), em que os militantes do MST participaram de todas as etapas de produção, incluindo edição e distribuição. Este processo consolida a autonomia almejada pela Brigada Audiovisual, tendo em vista que os filmes já mencionados como Arquiteto da Violência (1999), Raiz Forte (2000), Uma Luta de Todos (2000), Pelos Caminhos da América (2002), Escola é mais que escola (2003), tiveram a efetiva participação de militantes do MST na equipe, porém não na etapa de pós-produção que consiste na montagem e edição.
Segundo relato da BAVC a falta de experiência e a ausência de um roteiro trouxeram inúmeras dificuldades, o que demandou um trabalho ainda maior na edição e de montagem (Brigada Audiovisual da Via Campesina, 2009, p. 15). Ainda assim, esta experiência valida a tentativa da Brigada materializar uma estética audiovisual própria, adequada para representar a realidade e os princípios do MST. Nesta obra, os brigadistas trouxeram as questões debatidas e acumuladas nas oficinas e cursos mencionados.
Entre elas, o protagonismo do sujeito coletivo, em que vigora uma organização de uma equipe participativa, envolvida em todo processo; a rejeição ao melodrama e recursos narrativos do cinema convencional; um discurso fílmico parcial orientado em função do que for útil aos trabalhadores e trabalhadoras; a exposição das contradições sociais veladas ou suavizadas pela mídia hegemônica; a busca em problematizar o tempo histórico a fim de consolidar ou estimular uma transformação social.
A produção seguinte da Brigada Audiovisual da Via Campesina foi Nem um minuto de silêncio (2007), um documentário que relata o assassinato de Valmir Mota de Oliveira, em 21 de outubro de 2007, por seguranças contatados pela Syngenta. Outro filme importante da Brigada foi Sem Terrinha em Movimento (2009), sobre a formação e atividades das crianças dentro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
A Brigada ainda viria a produzir O Canto de Acuã, sobre o Movimento atingidos por Barragens, abordando as consequências sociais e ambientais para as comunidades atingidas pela construção da Barragem Acauã, localizada no Estado da Paraíba. O preço da luz é um roubo, documentário realizado para a campanha “O Preço da Luz é um Roubo”, em defesa da redução das tarifas de luz.
Posteriormente, a partir de 2010, a BAVC começa a participar em festivais de vídeo, como o FELCO (Festival Latinoamericano de La ClaseObrera) na Bolívia, do Festival Globale Rio 2011, onde ganhou o prêmio do Júri Popular por Nem um minuto de silêncio, na III MONVIA 2008 (Mostra Nacional de Vídeo Ambiental de Vila Velha – ES). Em 2012 a BAVC produz documentário Mesa Farta, que chegou a ganhar do Prêmio PAA na Tela, sobre a experiência de produção e comercialização da Cooperativa dos Assentados de Reforma Agrária e Pequenos Produtores da Região de Itapeva (Coapri) através do Programa de Aquisição de Alimentos.
Com isso, a Brigada já possuía um bom histórico de produção, participação em Festivais e premiações. Essa credibilidade facilitou para a contemplação do Prêmio Pontos de Mídia Livre, do Programa Cultura Viva, que destinou recursos para MST organizar sua própria videoteca.
A última produção com o nome Brigada Audiovisual da Via Campesina foi VI Congresso Nacional (2014). Ao contrário da experiência anterior, aqui os brigadistas elaboram um roteiro e organizam uma pré-produção mais eficiente, reunindo-se dias antes do início do evento, preparando os equipamentos de filmagem e os membros da equipe técnica.
Ainda no IV Congresso Nacional realizado em realizado em 2014, a Brigada Audiovisual da Via Campesina muda seu nome para Brigada Audiovisual Eduardo Coutinho (BAEC), em tributo ao diretor Eduardo Coutinho – realizador de Cabra Marcado Para Morrer, obra de forte referência para o MST, que havia sido assassinado uma semana antes do início do Congresso. Razão desta mudança parte de alguns pontos: primeiro, a Brigada passa a ser integralmente do MST e não mais parceira da Via Campesina.
Segundo, o nome origina-se também na tradição do Movimento em homenagear os mártires da luta camponesa entre outros indivíduos que não são necessariamente camponeses, mas se destacaram na luta pelos direitos humanos, como Acampamento Marielle Vive; Acampamento Zé Pureza; Assentamento Che Guevara; entre outros exemplos. Eduardo Coutinho, como já refletirmos, se tornou uma importante fonte de inspiração para os militantes ligados a produção audiovisual, especialmente com os títulos Cabra Marcado para Morrer e Peões. Ambas as obras foram e continuam sendo exibidas pelo Movimento, ocupando um espaço especial enquanto material didático e referência estética para futuros iniciados no audiovisual. O plano de mudança de nome da Brigada ocorreu no mesmo ano da trágica morte do cineasta, então nada mais justo e coerente prestar este tributo.
Com o surgimento da BAEC, há uma integração completa e orgânica com o Setor de Comunicação, desvencilhando-se do Coletivo de Cultura. Isto decorre, em parte, a partir da própria percepção das mudanças sociais provocadas pela inserção do audiovisual na internet, com a exigência mais premente de conteúdo imediato e curto para circular nas redes sociais. Passam, então, a serem debatidas e trabalhadas questões mais próximas do Setor de Comunicação, resultando na produção de conteúdos pontuais na esfera Estadual e Nacional. No eixo do debate surge o intuito de estabelecer também um diálogo propriamente audiovisual com a sociedade, através das plataformas digitais.
Atualmente, um dos principais objetivos da BAEC é o avanço na elaboração de uma estética audiovisual, a partir de experiências que venham de dentro do MST. Nesse sentido, a Brigada busca propor caminhos alternativos para o audiovisual, como é o caso dos vídeos em vlogs ou a elaboração de narrativas ficcionais como em Um Fantasma a ronda o acampamento, adaptação do conto infanto-juvenil de autoria de Maria José Silveira, militante do Movimento, e Mutirão em Novo Sol (2021), adaptação da peça de mesmo nome de Nelson Xavier, Augusto Boal, Hamilton Trevisan, Modesto Carone e Benedito M. Araújo, quando participaram no Movimento de Cultura Popular.
É através dos Encontros e Congressos Nacionais do MST, bem como nos espaços de Feiras, seminários, cursos e etc., que a Brigada encontra a oportunidade de propor práticas audiovisuais, isto porque há maior possibilidade de contato com militantes em diferentes regiões do país. A partir do surgimento da BAEC, as produções audiovisuais também começaram a abranger temáticas mais amplas, envolvendo questões de gênero como o curta Lgbt Sem Terra: O amor faz a revolução, em parceria com o Coletivo LGBT do MST. Este curta ilustra bem a questão do MST não ser apenas um movimento da luta pela terra, mas que atua intensamente em várias dimensões humanas.
A vídeo-crônica Só isso não, Dona (2017), também configura tentativa da Brigada em expandir os horizontes temáticos e estéticos. A proposta inicialmente era realizar um trabalho intersetorial de construção coletiva com o Setor de Gênero, para contribuir com a Campanha de Combate à Violência Contra Mulheres. E esta crônica foi realizada em parceria com a Frente de Literatura, Palavras Rebeldes, do Coletivo de Cultura do MST. Assim sendo, a BAEC funciona como parceira das demandas de outros setores de atividades, realizando vídeo-crônicas, documentários e pequenos vídeos que possam atender a necessidade de determinado setor.
Dessa parceria intersetorial já foram realizados diversos vídeos com temas variados, como caso de Verso de Conquista: Juventude e Auto-organização (2019), sobre a atividade de cineclube e teatro desenvolvidas pela juventude Sem-Terra no Ceará; a série Agroecologia e Educação (2018, 2019 e 2020), que narra, em três episódios, como a agroecologia está presente nos currículos e no dia a dia das escolas do MST na Bahia, em parceria com os setores de Educação e Produção, Cooperação e Meio Ambiente; o episódio Café com Sabor de Resistência (2019), da sérieCadeia Produtiva do Café, sobre a organização e produção dos grãos de café pelo MST em diferentes Estados, em parceria com setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente. Outro exemplo é o documentário Sem Terrinha em Movimento: brincar, sorrir, lutar (2019), que acompanha o I Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha (2018), produção em conjunto com os setores de Educação, Cultura e Comunicação.
As feiras são espaços muito valiosos para o MST e esta dimensão surge refletida na constante presença de seus ambientes nas produções realizadas por dirigentes do Setor de Comunicação e pela BAEC. Um exemplo significativo é Ocupar, Resistir e Produzir – as feiras do MST (2018), filme realizado com o Setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente que chegou a ser selecionado para a Mostra Principal do 1º Festival Internacional de Cinema Agroecológico – FICAECO 2019.
A BAEC passou por fase hiato durante a pandemia, mas continuam os desafios de formar tecnicamente e politicamente novos militantes para o audiovisual. A linguagem e estética audiovisual do MST permanecem abertas em certo sentido, sem regras dogmáticas. Durante um longo período, o documentário com caráter jornalístico dominou as produções do MST, apresentando um tom de denúncia e urgência.
Hoje, com várias já terras conquistadas, em um contexto histórico distinto do século XX, é comum a elaboração de narrativas que envolvam também o cotidiano e produtividade nos assentamentos (como temas relacionados, por exemplo, a produção de orgânicos e sua comercialização nas feiras do MST) sem que se abandonem as demandas presentes da luta pela terra. São temas diversos que já foram explorados pela BAVC, nos quais o primeiro tema diferencial foi abordar a Comunidade LGBTQI+ do MST.
Verificam-se também atualmente maiores aberturas para experimentações estéticas como o caso da websérie Ensaio Sobre a Verdade, realizada em parceria com coletivo de teatro Companhia do Latão, que apresenta uma linguagem híbrida, misturando trechos de entrevistas e apresentações teatrais. Assim como a antecessora BAVC, a BAEC mostra preocupação em refletir a estética de suas produções e modos de alcançar um público mais amplo, fora do âmbito do MST, ocupando outros espaços seja na TV ou em Festivais de Cinema.
Sempre foi uma preocupação do Movimento, desde a Brigada Audiovisual da Via Campesina, recusar as fórmulas convencionais do Cinema industrial. A narrativa apoiada no drama burguês, como é caso do gênero melodramático, dominante no cinema clássico, sempre foi criticado e negado pelo Movimento.
Dessa maneira, a BAEC tem consciência da ineficiência do melodrama em revelar as contradições sociais, a raiz dos males que afligem o campesinato, e em conduzir o espectador, não a uma catarse típica do happy end, mas a um estranhamento de si e da realidade que o cerca, provocando a repensar esta realidade e seu potencial para mudá-la.
De todo modo, o que ainda é central e norteador é a construção de um discurso fílmico aliado à luta do MST pela terra, servindo como ferramenta de instrução para os combates e dilemas cotidianos dos trabalhadores e trabalhadoras sem-terra. Essa continua sendo a preocupação central da frente audiovisual.[ii]
Leonardo Gonçalves da Silva é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Multimeios do Instituto de Artes/Unicamp.
Notas
[i] A Brigada tinha esse nome por ser composta por militantes do MST e de outros movimentos sociais do campo, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre outros. Essas e outras organizações sociais do campo formam o Movimento da Via Campesina.
[ii] Apoio Fapesp/Processo 2022/03558-1.
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