A militância de esquerda e as relações pessoais

Imagem: Karolina Grabowska
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Por MICHEL GOULART DA SILVA*

Somente o socialismo trará a emancipação das mulheres, mas só alcançaremos isso se houver um efetivo combate contra o machismo

Estão impregnados na sociabilidade capitalista os mais diversos preconceitos, o machismo, o racismo e a homofobia. Esses elementos estão intrinsecamente ligados à estrutura econômica, política e cultural da sociedade, ainda que se manifestem de diferentes formas. Uma delas, na esfera da produção, passa pela desqualificação do trabalho de algumas pessoas por possuírem determinadas características físicas, pela sua orientação sexual ou mesmo pela sua cor da pele.

Outra forma tem relação com a identificação de aspectos biológicas com questões sociais, especialmente no que se refere às mulheres, como a sacralização da maternidade, a suposta fragilidade emocional ou a inferioridade de seu trabalho. Nessa questão também está relacionada a atribuição de papéis sociais, historicamente, por exemplo, associando os negros à escravidão, as mulheres ao confinamento do lar e os homossexuais à promiscuidade.

Não se trata de uma escolha individual ou de escolhas pessoais, na medida em que “os seres humanos estão duplamente sujeitos às condições de sua existência: de um modo direto, pelos efeitos imediatos da sua situação socioeconômica, e, indiretamente, pela estrutura ideológica da sociedade; deste modo, desenvolvem sempre, na sua estrutura psíquica, uma contradição que corresponde à contradição entre a influência exercida pela situação material e a influência exercida pela estrutura ideológica da sociedade”.[i]

Essas questões fazem parte do processo de socialização pelo qual todas as pessoas passam, em que se procura ensinar os papéis que cada um deve cumprir na sociedade. Ensina-se, por exemplo, meninas a brincar de “casinha” e garotos a conhecer carros, as adolescentes mulheres a cuidar do corpo e os garotos a se interessar por pornografia, as mulheres adultas a cuidar com zelo da casa e os homens a assumir a responsabilidade de sustentar o lar. Essa é a forma como são criadas todas as pessoas, sem qualquer relação com a posição política e teórica, próprio ou de seus pais, na medida em que se trata de um processo de socialização mais amplo que a individualidade.

Observa-se, nesse sentido, que “a existência e as condições de existência dos homens refletem-se, incrustam-se e reproduzem-se na sua estrutura mental, à qual dão forma. É só através desta estrutura mental que este processo objetivo nos é acessível, que podemos entravá-lo, favorecê-los ou dominá-lo. Só por intermédio da cabeça do homem, da sua vontade de trabalho, da sua procura da alegria de viver, em resumo, da sua existência psíquica, que nós criamos, consumimos, transformamos o mundo”.[ii]

Essas ideologias são combatidas política e teoricamente pelo marxismo, ou por outras formulações teóricas, como o anarquismo, mas esse esforço não é suficiente. Leon Trotsky, mesmo depois da tomada do poder em 1917, alertava que “o modo de vida é muito mais conservador do que a economia e é, aliás, essa a razão por que sua compreensão é mais difícil”.[iii] Essas dificuldades afetam também os militantes de esquerda, inclusive os marxistas, afinal estes são antes de tudo pessoas que vivem as contradições da sociedade e sofrem todo o tipo de pressões. Em toda a sua vida, ao longo dos anos, incorporam ideologias dessa sociedade e internalizam certo modo de vida, marcado por todos os tipos de preconceitos e ideias conservadoras. Por mais que busque combater elementos desse tipo de socialização, essas contradições, ideologias e comportamentos permeiam toda a sociedade e trazem empecilhos para a militância que se coloca em nome da transformação social.

Para que um revolucionário não carregasse todas essas contradições precisaria ter sido criado até a idade adulta em uma sociedade comunista e, mesmo assim, quando tomasse contato com as contradições vivenciadas por aqueles que se socializaram no capitalismo, é possível que esse comunista incorporasse muitos dos elementos culturais com os quais tomasse contato. Por outro lado, mesmo a convivência desde a mais tenra juventude em um espaço principalmente com revolucionários, como no caso de uma organização política marxista, não garante que a pessoa consiga se livrar da influência das contradições sociais, seja pelo fato de ser obrigada a viver sua vida em sociedade, seja pelo fato de essa organização, a despeito de seu programa revolucionário, também sofrer as pressões da sociedade capitalista.

Essas contradições, ao fazerem parte do processo de socialização das pessoas, também se manifestam em seu cotidiano e em suas relações íntimas. Os militantes marxistas, em sua atuação política cotidiana, acabam ficando atentos aos problemas mais evidentes, como os casos de racismo e machismo. Em alguns casos, inclusive o programa das organizações em que atuam apresenta alguns desses tópicos, como é caso do combate à violência contra a mulher ou a defesa de igualdade salarial. Contudo, no cotidiano, o fenômeno se apresenta de forma mais complexa e difícil de ser percebido, sendo por isso equivocadamente considerado um problema de menor importância em muitas situações.

Possivelmente as manifestações mais concretas desses limites das organizações políticas são aquelas que se materializam em relação às mulheres militantes, ganhando complicadores em situações de matrimônio e de maternidade. Em um primeiro momento, em especial no caso das mulheres jovens, sua militância esbarra no conservadorismo familiar, que cria empecilhos para a sua atuação, utilizando argumentos como sua pouca idade, o fato de se relacionar com pessoas desconhecidas ou inclusive o de que a política não é espaço para as mulheres.

Cabe lembrar que, em última instância, a família burguesa tem “a tarefa de educar seres submissos e de tornar os jovens aptos para o casamento”.[iv] O centro da questão aqui, no que se refere ao ambiente familiar, se refere ao fato de, mesmo antes de terminar sua socialização para ser moldada nos padrões que se espera da mulher na sociedade, a militante começa a se colocar politicamente num campo político que defende a destruição dessa estrutura opressora.

Mesmo para uma mulher jovem que não depende mais economicamente da família os empecilhos para sua militância permanecem. Para aquelas que residem com um companheiro, resta o papel da maior parte dos cuidados com a casa, dividindo seu tempo entre as atividades domésticas, o trabalho e, em muitos casos, o estudo. Para a garota que reside com uma namorada, sobram todos os tipos de comentários carregados de homofobia.

Em todas essas situações há uma enorme cobrança para que essa mulher, mesmo que ainda no início de sua vida madura, cumpra um conjunto de tarefas demandadas pela sociedade, centrados em constituir família, sendo julgados negativamente comportamentos como uma completa independência econômico ou a permanência em um relacionamento afetivo que não tenha como objetivo a concepção de filhos. Friedrich Engels mostrava, ainda no século XIX, como a opressão das mulheres vinha sendo “gradualmente retocada, dissimulada e, em certos lugares, até mesmo revestida de formas de maior suavidade, mas de maneira alguma suprimida”.[v]

No caso da mulher casada, a situação ganha ainda mais elementos contraditórios, especialmente quando se considera fatores como a maternidade. Dentro do casamento na sociedade capitalista, é socialmente atribuído à esposa a gestão da casa e das tarefas a isso relacionadas, independente das demais atividades que desenvolva. Essas cobranças de um lar harmônico e organizado não são apenas do marido, mas da própria família ou mesmo do círculo de amizades, que coloca sobre a mulher toda a responsabilidade do sucesso ou do fracasso do casamento. No caso das mães, soma-se a responsabilidade em relação à criação dos filhos. O fato é que, “mesmo a mulher economicamente independente sofre, na sua condição de mulher, o impacto de certas injunções nacionais e internacionais. Desde o desenvolvimento da indústria farmacêutica até as ideologias, tudo reflete na condição feminina”.[vi]

Em linhas gerais, essa é a situação vivenciada pela maioria das mulheres, na juventude e na idade adulta, e isso inclui, obviamente, as mulheres com militância em organizações marxistas. Certamente muitas organizações conseguem combater, em maior ou menor grau, em seu interior, alguns desses problemas, mas não todos. Essas organizações não possuem qualquer limitação formal para que as mulheres possam desenvolver sua militância, possuindo os mesmos direitos que qualquer outro membro, podendo se formar politicamente e se desenvolver como dirigentes revolucionários. Contudo, na prática, esse desenvolvimento da militância não necessariamente se concretiza, no médio ou longo prazo.

Para a mulher militante, normalmente se colocam três cenários de organização de vida e familiar. Uma delas é a mulher solteira, que conseguiu sua independência econômica ainda jovem e se desenvolveu como militante por conta de uma relativa ruptura material com sua família. Essa trajetória não impediu os relacionamentos amorosos ou mesmo a maternidade, mas o traço central foi justamente o de não se colocar subordinada a qualquer homem desde a ruptura com o pai.

O segundo caso é daquelas mulheres que se casam, mas não possuem filhos. Embora independentes materialmente, acabam tendo uma dependência afetiva em relação ao homem com o qual estão vinculadas, o que as leva a aceitar a situação de serem as “donas do lar”, em especial no cuidado da casa, mesmo que precisem desenvolver outras tantas tarefas. Nessas situações é muito comum que os homens “ajudem” nas tarefas do lar fazendo a comida ou pelo menos lavando a louça. Contudo, o mais comum é que caiba às mulheres, a despeito das horas de trabalho externas, também a responsabilidade pelo cuidado da casa.

O terceiro caso é uma variante do segundo, somando-se o cuidado dos filhos. Por conta dessa situação, não é incomum que as mulheres se afastem da militância por algum tempo ou mesmo definitivamente, devido à falta de apoio por parte do companheiro ou da família. Essa situação se dá também com mulheres cujos companheiros são militantes, colocando as duas atuações políticas numa hierarquia em que a da mulher, quase sempre, se considera a menos importante.

No caso desses dois cenários, de mulheres casadas com ou sem filhos, as mulheres possuem pouco tempo para dedicar à sua formação política e teórica. Esse elemento faz com que elas sempre se sintam inseguras de intervir publicamente ou de assumir uma tarefa mais complexa, afinal teme ou não possuir formação para isso ou não ter tempo para efetivar essa tarefa. Nesse processo, em que os homens vão se destacando, as mulheres vão desenvolvendo uma baixa autor-estima que as faz até mesmo questionar se devem estar mesmo militando ou se são capazes de desenvolver aquelas atividades.

Quando escreveu sobre o modo de vida depois da revolução, situação semelhante foi observada por Leon Trotsky: “O marido, comunista, faz uma vida social ativa, progride e encontra nela o sentido da sua vida pessoal. Mas a mulher, também comunista, deseja tomar parte no trabalho da coletividade, participar nas reuniões, trabalhar no soviete ou no sindicato. A família desagrega-se pouco a pouco, ou a intimidade familiar desaparece, os conflitos multiplicam-se, o que suscita uma irritação mútua que conduz ao divórcio”.[vii]

Embora não seja o cenário mais comum, diante dessa situação, para poder desenvolver sua militância e até mesmo dar saltos em sua vida pessoal, algumas dessas mulheres militantes rompem suas relações afetivas. Essa é uma situação que normalmente leva a um enorme crescimento pessoal das mulheres. Contudo, numa situação em que o antigo casal seja da mesma organização, pode-se criar atritos e problemas internos, que, em alguns casos, levam eventualmente ao afastamento de um dos dois da organização. Normalmente é a mulher que acaba se afastando, afinal, pela lógica predominante na sociedade capitalista e que invariavelmente afeta a organização, suas ações, mesmo que sejam a de militância, é considerada menos importante que a do homem.

O fato de a vida privada ter impacto sobre a militância coloca as organizações numa encruzilhada entre se envolver na vida dos casais ou seguir um velho e debotado ditado do senso comum sobre brigas de casal. O erro nessa questão é encarar um problema como esses como algo individual. Cabe lembrar que “a família e o lar paterno desempenham no capitalismo um papel muito importante enquanto instituições de projeção das mulheres e das crianças oprimidas”.[viii]

Seja na sociedade capitalista, seja no interior das organizações políticas, tanto homens como mulheres reproduzem, ainda que involuntariamente, a opressão. Portanto, esse não pode ser encarado como o problema isolado de um casal, que deve resolver seus problemas sem envolver ninguém, mas de uma relação de opressão inerente a sociedade capitalista. Qualquer questão relacionada à opressão deve ser encarada como um problema coletivo, evitando que as vítimas da opressão se sintam sozinhas ou desamparadas diante do massacre psicológico ou mesmo físico a que estão submetidas.

Em âmbito mais geral, os marxistas possuem uma clareza programática sobre o problema, defendendo creches, lavanderias públicas, restaurantes, direito ao aborto, entre outras pautas clássicas. Contudo, muitas vezes não se observa com a devida atenção questões simples, como disponibilizar alguma forma de cuidado para as crianças enquanto as mães participam das atividades políticas. Quando há essa preocupação, não é incomum que seja feito de forma improvisada.

Por outro lado, é comum que os homens não percebam de que forma podem contribuir para garantir algum momento de descanso para as mulheres, mesmo que seja, por exemplo, apenas renunciando a um dia de lazer com os amigos para cuidar dos filhos ou de alguma outra tarefa doméstica. Um problema como esses não deve ser visto como uma culpa individual, mas encarado como uma limitação da organização, que é afetada pela sociedade, em realizar o debate sobre opressões no seu interior. Não raras vezes se fica preso aos grandes debates abstratos, exaltando experiências que ficaram no passado há muito tempo, e esquece-se que mulheres concretas precisam ter algumas condições básicas para poder realizar sua militância.

Precisamos discutir coletiva e seriamente essas questões em nossas organizações. Não se trata de identificar culpados e definir punições, mas de fazer o combate contra as posições burguesas dentro de nossas fileiras. Trotsky, mesmo diante da igualdade jurídica trazida às mulheres pela revolução de 1917, dizia: “estabelecer a igualdade efetiva do homem e da mulher na família, eis o que é incomparavelmente mais complicado e exige imensos esforços para revolucionar todo o seu modo de vida”.[ix]

Na sociedade capitalista, não será possível acabar em definitivo com esses problemas, mas é possível minimizar seus efeitos, em especial naquilo que reflete na militância das mulheres. Por isso, é preciso discutir esses problemas como algo concreto, que afetam pessoas no presente, e não como abstrações que podem ser resolvidas em um futuro distante. Somente o socialismo trará a emancipação das mulheres, mas só alcançaremos isso se houver um efetivo combate contra o machismo e a construção de formas que minimizem o impacto da opressão, garantindo melhores condições materiais para as militantes se desenvolvam teórica e politicamente no presente.

*Michel Goulart da Silva é doutor em história pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e técnico-administrativo no Instituto Federal Catarinense (IFC).

Notas


[i] REICH, Wilhelm. Psicologia de Massa do Fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 17.

[ii] REICH, Wilhelm. O que é consciência de classe? São Paulo: Martins Fontes, 1976, p. 19.

[iii] TROTSKY, Leon. Questões do modo de vida. A moral deles e a nossa. São Paulo: Sunderman, 2009, p. 40.

[iv] REICH, Wilhelm. O combate sexual da juventude. São Paulo: Epopeia, 1986, p. 99.

[v] ENGELS, Friedrich. Origem da família, da propriedade privada e do Estado. São Paulo: Centauro, 2002, p. 55.

[vi] SAFIOTTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São. Paulo: Expressão Popular, 2013, p. 135.

[vii] TROTSKY, Leon. Questões do modo de vida. A moral deles e a nossa. São Paulo: Sunderman, 2009.

[viii] REICH, Wilhelm. O combate sexual da juventude. São Paulo: Epopeia, 1986, p. 99.

[ix] TROTSKY, Leon. Questões do modo de vida. A moral deles e a nossa. São Paulo: Sunderman, 2009, p. 41.


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