O filantropo

Guignard, As Gêmeas (Léa e Maura), óleo sobre tela, 110.00 cm x 130.00 cm, 1940.
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Por AIRTON PASCHOA*

Comentário sobre o livro de Rodrigo Naves

O livro de Rodrigo Naves, O filantropo (Companhia das Letras), é, sem exagero nenhum — genial. Posso afirmá-lo seguramente porque, como avesso do avesso do narrador comedido, peco pelos excessos. Por excesso, sem dúvida, não tenho reguinha na língua (pra lembrar a capa como luva de Marcelo Serpa), peco por destempero, que é esse excesso de condimentos, sim, mas nunca por inverdades. Genial. É só abri-lo e lê-lo, que logo às primeiras páginas sentimos seu gosto de novidade. Não de novidade novidadeira mas de novidade mesmo, vital, daquelas antigas, tradicionais, primordiais, originais…

Ai! por falar em inverdades, já devo logo corrigir-me. Não se trata de um livro, de um só apenas. São vários, por conta de sua forma difícil, coisa que muita gente boa já andou notando e matutando.Eu encontrei três, pode ser que o leitor magnânimo encontre mais, 350, que sei? e ache menos o leitor pão-duro, dois, um só. Mas fica por aí, quero crer, entre um e trezentos e cinquenta. Como não aprecio polêmica, também nasci com o tédio à controvérsia, fique cada qual com os seus, eu fico com os meus três. E é deles que pretendo falar um pouco.

Mas vamos por ordem. O segundo livro… Antes preciso desculpar-me com o leitor sisudo, que decerto não vai apreciar esta crítica minha… impressionista. Confesso. Mas que hei de fazer? Valha-me o autor, que é crítico de arte, e dos grandes.

Vocês bem notam que ainda não consegui falar do livro, nem dos livros. Mas não é culpa minha, concedam-me. Esse é um dos efeitos que ele provoca. Umas cócegas, umas comichões, uma vontade de dizer tudo, tudo, tintim por tintim, todas as palavras, sem meias palavras, todos os palavrões, uma compulsão de confissão incontida e contrita, e justo em mim, vejam os senhores, um dos sujeitos mais circunspectos que conheço, e a ponto de querer ir já ajoelhando assim… Tudo culpa dele, que vai puxando a corda com que nos enforcaremos, meio metro de língua de fora, junto com nossas indiscrições, nossas idiossincrasias, nossos vícios inconfessáveis. Mas eu não sou louco de cometer esse desatino. Teria de dar adeus a tudo, tradição, família, propriedade, Estado, Deus, pátria, partido… Não! Mantenho-me nos judiciosos limites da resenha.

O terceiro livro compõe uma retratística lapidar, nos dois sentidos. Todos sabemos como é impossível resumir uma vida em poucas linhas (que o diga Proust!), e isso este livro faz… lapidarmente. Os retratos dos artistas plásticos são admiráveis, “Anna Döring (1898-1930) e Alberto da Veiga Guignard (1896-1962)”, “Mira Schendel (1919-1988)”, mas aqueles que passaram sem deixar traços, ou que a vida traçou sem deixar passos, também não ficam atrás, o ex-pugilista “Rosemiro dos Santos (1944-1991)”, a moça de “Altivez”, a menina de “Vulgar”:

“Chamava meu pau de pica. Às vezes pedia que eu a fodesse. Outras, que a machucasse. Era alegre durante as tardes, mesmo sob sol forte. Tinha medo de morrer cedo e de passar necessidade. Vinha de família pobre e a sensação de dependência a excitava e entristecia. Simultaneamente. Por isso associava dor a proteção e achava o sexo uma coisa atraente e aterradora. Era asseada. Seu corpo higiênico tornava lascivos mesmo os atos mais pudendos. E as violências ocasionais pareciam devolver-lhe a inocência do asseio. Não, não gemia. Fazia apenas umas expressões medonhas.”

Precisa mais? Nome? Tina. Ou Cris. Ou os dois. Ou o um. Vocês que escolham.

Mas o retrato do meu coração, não sei por quê, é o do comunista de Paris “Eugène Varlin (1839-1871)”, um trabalhador, manual e intelectual, que devotou sua brevíssima vida à causa libertária:

“Por volta do meio-dia do dia 27, Varlin deixa de se defender. Durante vinte e seis horas erra pelas ruas de Paris. Às três horas da tarde do dia 28, cansado, senta num banco da rua Lafayette. Sua aparência é a mesma: cabelos longos, barba escura, apenas os olhos escuros demonstram cansaço. Nada fizera para dissimular a identidade. Um passante o reconhece e o denuncia. Varlin é conduzido à presença de um general, que ordena seu fuzilamento. Antes de morrer uma saudação: ‘Viva a República!’, ‘Viva a Comuna!’. Tinha trinta e dois anos incompletos.”

A conclusão é terrível e nos faz indagar por que Varlin, como outros líderes da Comuna, renunciou a fugir, por que desistiu. É possível supor, com chance boa de acertar, e testar assim nossa capacidade de exposição a dor. Sem ilusão, reconheceu que acabara sua vida, preferindo portanto renunciar a ela, mesmo que a tivesse toda pela frente, em tese, a renunciar ao sonho que viveu, e que custaria a reerguer-se das cinzas, como sabia, sem ilusão. Viva Varlin!

Outro retrato que me encanta, não sei se pela técnica ou pelo tema, é do velho tratadista de Xoxota. “De doze anos” chama a pecinha, quero dizer, a peça, uma lição de como chupar criancinhas. Não se trata de tratadista comunista, como se vê, que as come. Pega-se uma pombinha em estado impúbere, por volta desta adorável idade, nua, pra evitar o constrangimento de despi-la, e… Mas ouçamos a lábia do magnus magister: “Acima de tudo, é preciso saber dosar a saliva. Se a umidade excita — pois proporciona melhor contato entre as partes —, seu excesso enoja. E meninas são criaturas exigentes. Requerem controle e precisão. Como certas aves, alçam voo ao menor ruído, e escapam ao transe a que as conduzimos com tanta dificuldade. É preciso saber também dosar o tempo. Elas se tornam impacientes quando ultrapassamos a justa medida. São saudáveis. Dispensam fantasias”.

Se bem conheço os amigos, vão dizer que desta vez adivinham facilmente por que aprecio tanto a nova arte, da cuninhalíngua, chamemo-la assim, — porque descobri o pedófilo inconsciente que há em mim… Ah! os amigos, como precisamos deles! Mas enganam-se. Ledo veneno. É público que vampirizo meninas-moças dos 42 aos 102 anos e que prefiro “ter a língua metida em maranhas, grenhas ou trunfas” a lamber sabão, mesmo infantil.

Perdoem-me, acho que me excitei demais e já comecei a falar do segundo livro, a que pertence a maravilhosa miniatura lúbrica, e que está cheio desses narradores modestos, meio kafkianos, que amam traduzir em lógicas impecáveis os maiores absurdos. Tem um então estranhíssimo, “Aventura”, de um moribundo ambulante, baleado por acaso, que se arrasta pela cidade, se escondendo, porque odiaria incomodar os outros com sua carne putrefando, que detesta os domingos, problemas que tem com a continuidade desde os tempos de colégio, que vai visitar a casa da namorada, Bárbara, do outro lado da cidade, mas que parece abandonada há muito tempo, que volta de metrô, indo enterrar-se com ele no fundo da terra, pra não nos importunar com o cheiro… Um homem de pólis perfeito, sem dúvida, muito urbano… ele, não a cidade, cuja atmosfera parece carregada do mesmo odor.

Não sei, não, mas confesso que não gosto disso, isto está me cheirando a guerra. O que eu gosto, o que eu prefiro, o que eu amo mesmo é a Poesia. Ah! a poesia, a eterna poesia, eternamente capaz de enxugar nossas lágrimas neste vale que de nada vale… Os senhores vejam (hão de notar que nunca invoco moças, por não aconselhável o viril opúsculo) o sujeito ou o objeto de “Experiência”, que não sabe se existe por destilação, ou por sedimentação, ou por sei lá o quê! tanta alegoria química e geológica pra acabar drummondianamente trombado e materialmente aniquilado, como qualquer fim de Bienal (início?): “Sinto-me feito de palha, pó, metais, algodão, carne, aparas — e a falta de harmonia do conjunto me põe amargo como o diabo.”

Não sei com quantos nem com quais autores anda o nosso filantropo conspirando na calada da noite, mas um deles com certeza é o nosso poeta maior (e dos mais altos do Ocidente no século XX). O andamento poético de certo fraseado, às vezes de peças inteiras, evoca os grandes versos livres do itabirano. Senão vejamos este doce e delicado poema, “Cidade grande”, restituído digamos a versos do poeta maior drummond:

“Quem ergueu esta cidade
ergueu-a para vê-la do alto
não para habitá-la.
Nada virá me encontrar. Às nove e meia
ponho os sapatos e desço até a rua.
Fico vendo os automóveis passar.
Algumas pessoas voltam de cursos noturnos. São tristíssimas
as pessoas que fazem cursos noturnos.
Em frente os últimos empregados lavam o chão do bar.
Passam três jovens por mim,
devem ir a alguma festa.
Também não vai chover.
Jamais consegui me lembrar do que papai fazia à noite.
Certa vez, parece, começou a estudar grego, não sei se chegou a aprender. Preciso me alimentar melhor, tenho me sentido um pouco fraco pela manhã.
O porteiro do edifício vem conversar comigo.
Sinto-me profundamente miserável esta noite.
Não vai chover mesmo. O ar não tem nenhuma umidade.
Duas moças passam de braço dado
e há quem fale em homossexualismo feminino.
Na rua Trostesi compro um jornal. Não resta dúvida
os jornais perderam muito de sua respeitabilidade depois que deixaram de ser
………………………………………………………………………………………………..            compostos em chumbo.”

Podemos discutir um verso ou outro, todos até, não resta dúvida, sua quebra, seu ritmo, mas não o poema inscrito na prosa, e aqui dividido em linhas, pra efeito de demonstração. Poema em prosa, literalmente.

Nessa prosa medida, mas não comedida, o desejo, a inquietação, a inquietude, volta e meia repontam aqui e ali, a ponto de ter o narrador de juntar ambas as mãos e apelar pra Deus, como no delicioso “Verão”: “Ah, Senhor, a senilidade que não chega. Onde encontrar paz, se por todos os lados o calor as coloca diante dos olhos? São jovens, quase ingênuas e sob a camiseta trazem duas pombas nervosas, como se o espírito santo, duplicado, habitasse sob ligeiro tecido de algodão […] São madalenas. São pecadoras. Sem jamais se arrepender de absolutamente nada. Tende, pois, Senhor, piedade daqueles que nas calçadas padecemos transes insuportáveis. Dai-nos a glória de desprezá-las, a indiferença. Concedei-nos a linha do horizonte, Senhor. Apenas a distante linha do horizonte. E se não for pedir demais, concedei-nos ainda ereções intermitentes, desmotivadas, e leves sobressaltos noturnos. Amém.”

Mesmo assim ainda permanece o vezo de geometrizar, de decompor, de analisar essas erupções quase incontroláveis, com seus “portantos”, seus “poréns”, seus “é bem verdade”, sua cadeia de razões, seus torneios maluco-lógicos: “(…) Com o sol, mesmo elas suam. E ficam assim com uma aparência pouco limpa. Mas até isso, Senhor, entusiasma — esse azedo leve de tantos pecados. É bem verdade que a faixa estreita de barriga que deixam à mostra as higieniza. Isso ocorre de fato com as carnes mais frias. Porém, descompensada, a temperatura do corpo desliza e com ela vai meu sossego, vagando por superfícies intermináveis. O que nos salva é que por ora elas se alimentam bem, e portanto compõem-se também de volumes. Volumes, Senhor, são entidades menos tentadoras: tão plenos, tão suficientes. Já superfícies, não. Precisam de contato para se realizar, e aí nos perdemos. Os cabelos, trazem-nos longos, lisos ou ondulados. Por essa estrita razão — superficiais. Correm pelas costas, superfície com superfície: o diabo! (…)”.

O vezo racionalista é a marca registrada do filantropo, o narrador primeiro do livro, reflexivo, pensativo, pensaroso, pensamentoso, e que recobre várias identidades. Como nós… sem ofensa, por favor! Porque filantropo, afinal, todos somos. Eu, por exemplo, filantropo muita gente, outras, poucas, filantropo menos, raras, não filantropo mesmo, mas isto é o de menos… Porque amo a todos, como o filantropo, como a mim mesmo, e me reconheci em vários irmãos meus, apesar dos disfarces, das mudanças de pele, de classe, de idade, de gênero, sem nunca deixar de ser filantropo, aquele serzinho apegado a um fiapo último de razão, razão formal, lógico, instrumental, apegado a seus semelhantes, solidário e comicamente solitário, ruminando seus pensamentos como rumores, e soltando-os como gases, nossos podres e pobres poderes intelectuais.

Como nós, portanto, mas em estado puro, de cristal. Por isso esse filantropo é especial, é uma espécie de maluco-mor, e Rodrigo Naves pinta uma retratística extraordinária em primeira pessoa, uma autorretratística da loucura sóbria em tempos de capitalismo desvairado, uma autorretratística não dele, mas nossa, de todos nós, mínimos eus em combate perpétuo pra sobreviver minimamente, dignamente, sem enlouquecer, e enlouquecendo irremediavelmente, diariamente, mansamente, lucidamente. Porque estamos cada vez mais no mesmo barco… afundando decerto, mas que fazer?

Dá dó, dá raiva, dá gana de rir vê-lo serenamente agitado em sua esquizofrenia ética, brandindo linhas de conduta, programas, princípios, dando conselhos, convocando experiências, ouvindo rumores interiores, da ratio? do reto? em busca da sabedoria, saber viver e saber morrer, impondo-se tarefas e mais tarefas, manuais e intelectuais, promessas e mais promessas, daqui pra frente, sempre, e aí os exemplos regurgitam, pegando o livro todo, de orelha a orelha, enfim, um militante autista em meio a um turbocapitalismo com todas as turbinas ativadas. Queira Deus chegue logo a Psiquiatria a um diagnóstico preciso deste mais terrível mal de fim de século, espécie de PME, Psicose Maníaco-eticida… igualmente fatal.

Os efeitos da máquina alucinada do capital, espanada, sentimos todos, são devastadores, em escala mundial e em escala pessoal. É dessa retratística nossa fabulosa, de nossas quimeras da vida reta, quireras, pois sim, que retira o livro sua força, sua potência crítica. Sua pujança. Pois como entender um filantropo sem homens? como entender filantropia sem humanidade? como entender filantropia estropiada?

Não é preciso dizer que o filantropo, cioso da sua humanidade e da nossa humanidade, certamente escreve, ou pelo menos acalenta projetos de obra alentada, como Ética e Economia, Ética e Capital e afins. Alguém ainda crê em capitalismo ético, ou capitalismo ginecológico, quer dizer, capitalismo com toque humano? Se crê, é só ver os filantropos que produz esta teratologia ideológica em que vivemos, ou morremos.

Acho que me excedi mais uma vez. Mas volto à minha proverbial sobriedade. Devemos saudar neste livrinho precioso o nascimento de um grande escritor. Oxalá não venha a suceder com ele, e conosco, o mesmo destino nefasto que pôs a perder outro enorme talento literário, sequestrado pelo cinema e solto só no fim da vida, pela ação generosa de três mulheres! (Falo de Paulo Emílio…) Que Rodrigo Naves tenha na literatura, nos momentos em que faltar, o consolo que não lhe oferece o duro ofício de crítico de arte. Pois não é à toa que ela nunca deixou de ser “uma alternativa mais prática”. Aprendemos que quando não há nada a fazer é o momento de começar a fazer literatura.

*Airton Paschoa é escritor, autor, entre outros livros, de Ver Navios (Nankin).

Salvo ajustes pontuais, publicado sob o título “Nós, os filantropos” na revista Ficções n.º 4, segundo semestre de 1999.

Referência


Rodrigo Naves, O filantropo. São Paulo, Companhia. das Letras, 168 págs.

 

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