A rede de túneis do Hamas

Imagem: Alfo Medeiros
image_pdf

Por MÁRCIO JOSÉ MENDONÇA*

A rede de túneis não apenas representa uma estratégia de resistência e sobrevivência, mas também simboliza a engenhosidade e a determinação do povo palestino em enfrentar adversidades e lutar por sua autonomia e dignidade

1.

Embora seja incerto dar a dimensão exata da rede de túneis do Hamas, especula-se que sua estrutura pode alcançar até 500 km de extensão, com os túneis mais profundos podendo chegar a 70 metros de profundidade. Diferentes dos túneis que atravessam a fronteira de Gaza com a finalidade de invadir o território israelense, os túneis no interior de Gaza estão equipados com eletricidade, iluminação e trilhos para assegurar a presença de militantes em seu interior por longos períodos.

O Hamas usa esses túneis para escapar da observação e dos ataques israelenses, concentrando equipamentos e seu quartel-general no interior deles. Mesmo Israel enfrentando a estrutura dos túneis de Gaza há bastante tempo, ainda não conseguiu inutilizá-los.*

Inicialmente projetados para burlar o cerco em Gaza, os túneis atendiam a necessidade de ligar os dois lados da fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, em particular a cidade de Rafah, cortada ao meio pelo muro de separação na fronteira. Dessa forma, além de suprir as necessidades econômicas e comerciais, abastecendo a população de Gaza, os túneis possibilitavam que os palestinos mantivessem contato com familiares de ambos os lados do muro.

Além da função de abastecimento e comércio, os túneis de Gaza, segundo Weizman (2025),** têm origem ligada à técnica de escavação de águas profundas praticada por antigas tribos locais. Sendo a disponibilidade de água na Faixa de Gaza muito escassa, tribos palestinas desenvolveram técnicas muito eficientes de escavar o subsolo à procura de água em profundidades de até cem metros.

Assim, os túneis de Gaza na fronteira surgem da necessidade de ligação com o mundo exterior a partir da combinação de técnicas de escavação de poços profundos com as rotas comerciais, que percorrem a região e ligam Gaza, desde tempos antigos, a lugares muito distantes, estendendo-se do norte da África, na costa da Líbia, ao Eufrates, no atual Iraque.

Da técnica de escavar poços profundos aliada à vocação para o comércio, surgiu a engenhosidade dos túneis como projeto de luta anticolonial, combinando conhecimentos indígenas, aproveitamento das rotas de comércio e a luta armada palestina.

Como se sabe os túneis eram de famílias palestinas que não tinham ligação com grupos armados e muito menos propósitos militares. No entanto, a Faixa de Gaza há muito tempo é sinônimo de cerco; por isso os túneis passaram a ser instrumentos de luta contra as medidas de bloqueio.

Lembra Weizman (2025) que na história das guerras de cerco os túneis são a maneira de contornar o cerco e de abastecer uma cidade sitiada. Antes de tudo, a utilização de túneis é uma maneira de chegar à retaguarda de um exército e atacá-lo de onde menos se espera. Sua engenharia representa uma forma de sobreviver ao bloqueio.

2.

De rotas comerciais, os túneis de Gaza tornaram-se meios para atacar os israelenses. Concretamente, foram feitas escavações sob as bases militares do inimigo com o objetivo de sequestrar soldados e colocar bombas debaixo de suas bases. Essa mudança de finalidade de tais rotas só ocorreu quando, em 2007, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza.

Logo suas lideranças perceberam o potencial dos túneis e a oportunidade de organizar uma resistência baseada em camadas a partir de uma extensa rede rizomática de túneis, que permite o tráfego e abastecimento de material bélico para o seu interior, além da própria projeção de poder em ações de sabotagem ou até mesmo de ataque contra guarnições israelenses próximas da fronteira de Gaza.

Se na Primeira Guerra Mundial, no cenário de guerra de trincheiras, eram os mineiros que escavavam túneis e colocavam explosivos sob as linhas alemãs, cem anos depois são os combatentes do Hamas que estão a usá-los como uma estratégia de resistência.

Muito da capacidade palestina de resistir e de sobreviver e, acima de tudo, de ser um desafio militar real às forças israelenses tem a ver com a rede de túneis de Gaza. Este projeto arquitetônico que tem origem no conhecimento local e que surgiu como uma rede social, que conecta superfície e profundidade com milhões de nós e suas conexões, permite a Gaza não só respirar, mas também lutar e resistir às forças de ocupação israelense.

Túneis que inicialmente foram escavados entre a fronteira do Egito e da Faixa de Gaza têm sido usados para o contrabando de uma variedade de itens e constituído uma das principais linhas de fornecimento de armas, explosivos e recrutas armados para a resistência palestina. Além da necessidade de ligação com o mundo externo, por conta do bloqueio de Gaza, os túneis configuram uma verdadeira rede de comunicação, que permite aos membros do Hamas se locomoverem por bairros e áreas de difícil acesso de Gaza, permanecendo móveis e operantes no espaço subterrâneo (WEIZMAN, 2012; 2025).

Conhecido como Metrô de Gaza ou Gaza Inferior, mais do que abrigar combates e equipamentos militares, o sistema de túneis é composto por estruturas de concreto reforçado, água canalizada e ambientes climatizados. Essas estruturas aparentemente são fortes o suficiente para resistir à maioria dos ataques aéreos de Israel. A maioria dos túneis possuem diversos pontos de acesso e rotas, partindo de casas, edifícios, campos abertos e plantações.

Suas principais rotas convergem para uma rota principal e ramificam-se novamente em várias passagens separadas que levam a diferentes pontos dentro e fora de Gaza, para o Egito e até mesmo para Israel. Dessa forma, se uma entrada é descoberta e desligada ou um túnel desmorona, outros podem continuar a ser utilizados e novos túneis de acesso podem ser escavados e conectados com a rota principal (WEIZMAN, 2012; 2025).

Israel acusa frequentemente o Hamas de escavar túneis em Gaza por baixo de escolas, mesquitas ou hospitais. Assim, os israelenses alegam que os grupos armados palestinos usam instalações civis para fins militares. Embora, na maioria das vezes, Israel não apresente provas contundentes dessa prática, uma vez que o espaço urbano está sendo utilizado como campo de batalha e os conflitos ocorrem em todos os lugares, seja pela resistência palestina a se entrincheirar no espaço urbano seja pelo ataque indiscriminado de Israel às cidades palestinas, instalações e edifícios civis acabam fazendo parte, de uma forma ou de outra, à dinâmica espacial do combate urbano.

Com a função de ligar e estabelecer conexão entre rotas e pontos diferentes fora de Gaza e no seu interior, túneis interligados sob áreas urbanas permitem que os grupos palestinos se movam rapidamente entre posições de ataque e de defesa e, como amplamente divulgado na internet,*** podem ainda ser escavados rapidamente para abrir caminho para fugas ou ataques-surpresa.

3.

Os túneis são um elemento vital na estratégia de guerra do Hamas, que os usa para esconder e transportar foguetes, cujas plataformas de lançamento podem ser ocultadas ou montadas e desmontadas rapidamente, para evitar que suas posições sejam facilmente localizadas e atacadas por Israel.

Embora sejam eficientes em desativar esses lançamentos por meio de sistemas de localização rápida, as forças israelenses têm dificuldade em desbaratar lançamentos feitos a partir de estruturas instaladas no interior do solo e de dentro de edifícios, o que dificulta sua identificação e destruição.

Israel usufrui do controle do espaço aéreo naquela região; entretanto, seu sistema de defesa antiaéreo, conhecido como Iron Dome, tem enfrentado dificuldades com lançamentos múltiplos de foguetes vindos de Gaza, que, em ação combinada com outros artefatos, foram capazes de saturar as defesas antiaéreas e atingir áreas povoadas no interior do território israelense.****

Além do uso dos túneis para dificultar a localização das posições de lançamento de foguetes, as estruturas construídas pelos palestinos possuem muitas outras serventias de uso no combate, podendo os túneis ser equipados com explosivos, funcionando, assim, como túneis-bomba. Por meio de câmeras instaladas nos túneis, a entrada de tropas israelenses pode ser facilmente notada e as armadilhas em suas seções internas podem, então, ser acionadas contra os intrusos.

Agindo assim, as facções palestinas têm se beneficiado do emprego dos túneis no combate urbano em Gaza e, por meio de câmeras instaladas no terreno, que saem dos túneis como se fossem escotilhas, têm sido capazes de observar o campo de batalha em tempo real mesmo quando a movimentação dos soldados israelenses é restrita ao interior de casas e edifícios, dentro de estruturas urbanas; de modo geral, nesses lugares os combatentes palestinos também conseguem monitorá-los por meio de sistemas de câmeras combinadas, que mostram a posição exata dos soldados israelenses no interior dessas edificações.

Com base em equipamentos de vigilância, o Hamas foi efetivo em coordenar as suas ações e capaz de realizar uma série de emboscadas e ataques-surpresas, detonando explosivos no interior de edifícios ou insurgindo na retaguarda do inimigo. Nessas ações, combatentes palestinos foram vistos em inúmeros vídeos saindo do interior de túneis, próximos de veículos israelenses, para atacar o inimigo com armas antitanques e instalar explosivos magnéticos nos blindados, que, acoplados à armadura, eram detonados por dispositivos remotos logo em seguida.

Especialmente contra blindados israelenses, uma tática comum dos combatentes do Hamas consistiu em instalar explosivos improvisados na traseira de tanques. Como parte de sua característica e engenharia, tanques de guerra possuem a blindagem menos espessa na traseira; por isso, essa superfície é mais vulnerável, constituindo um ponto fraco, que os combatentes palestinos procuraram explorar a seu favor.

Em tais ações, com propósito de atingir tanques, os combatentes palestinos se aproximavam dos blindados e depositavam cargas explosivas próximas da traseira do veículo, com o intuito de causar danos maiores com a detonação dos explosivos, e evacuavam rapidamente, antes que os pilotos dos tanques e soldados israelenses pudessem notar sua presença.

Algumas vezes essas operações também eram acompanhadas de ação de combatentes palestinos equipados com armas antitanques, como presenciamos na Figura 1, na execução de uma operação do Hamas contra blindados israelenses.*****

4.

Em muitos dos ataques registrados em vídeos que se tornaram conhecidos pela divulgação e cobertura em grupos e nas redes sociais, as equipes atacantes são vistas saindo de túneis subterrâneos que dão acesso a áreas mais amplas e abertas, onde muitas das vezes se concentram os tanques, ou simplesmente atacavam realizando disparos do interior dos edifícios e de seus escombros, contando com a vantagem operacional de conhecimento do ambiente caótico, típico de uma batalha urbana.

Ademais, em vídeos propagados na internet, insurgentes palestinos são vistos se movimentando no interior dos prédios, passando por janelas e buracos feitos nas paredes, uma tática usada anteriormente por soldados israelenses em operações urbanas. Em tais operações os israelenses se habituaram a romper paredes ou estruturas de laje, evitando, assim, circular em áreas abertas para não serem atingidos por atiradores ou fogo de infantaria.

Muitas dessas táticas implicam preparo do terreno, e os defensores, apoiando-se no espaço urbano como dispositivo de defesa, também as empregavam como forma de ataque, realizando operações de sabotagem e ataques-surpresa a partir de vários níveis ou camadas, movendo-se da superfície do espaço urbano às camadas subterrâneas mais profundas do interior de Gaza. A ação combinada do espaço urbano e de estruturas subterrâneas em múltiplas camadas permitiu ao Hamas e a outras facções palestinas usar diferentes estratégias de resistência espacial, ao transformar a Faixa de Gaza em um espaço de resistência ante as ações de ocupação colonial de Israel.

Assim, as contra-estratégias palestinas para combater as forças israelenses definiram um conjunto de relações sociais e dinâmicas espaciais que delimitam e afirmam o controle palestino sobre uma área geográfica como território simbólico e de pertencimento; portanto, também de resistência. Este espaço, que na verdade consiste no campo de batalha, pode então ser entendido como um espaço de dimensões flexíveis e elásticas, ou seja, em sentido mais estratégico, em aspecto volumétrico, concebido, então, em termos específicos, de acordo com Weizman (2002, 2004, 2012), como volume político.****** Espaço esse organizado em razão de várias camadas, permitindo aos palestinos combater as forças israelenses. Por isso, agora, as forças invasoras buscam sua total destruição.

No geral, esta forma de resistência espacial rizomática esteve apoiada no espaço urbano e demais estruturas subterrâneas profundas, constituindo um dispositivo de defesa descentralizado que se manteve funcional a partir de numerosas ramificações. Vale dizer, ainda, que o corpo rizomático******* funciona como um organismo que se modifica e se adapta às mais diversas situações do campo de batalha, ora contraindo-se, ora expandindo-se. Nesse aspecto, esse corpo rizomático também apresenta múltiplas entradas e saídas.

Por esses meios, muitas vezes, os grupos palestinos alcançaram êxito e foram mais efetivos em situação de combate, preparando emboscadas e escavando túneis no andamento do conflito. Tais ações permitiram aos palestinos manter a circulação de seus ativos e conectar os nós do corpo rizomático em ações combinadas de resistência. Dessa forma, os palestinos foram capazes de implementar diferentes modos de luta armada e resistência em diferentes espaços e tempos no campo de batalha.

Figura 1

Filmagem de operação do Hamas contra tanques israelenses mostra ação combinada de emprego de armas antitanques e explosivos improvisados.

Fonte: Vídeo do Hamas repercutido em canal do Telegram, maio de 2024.

Emprego de armas antitanque e explosivos improvisados em operação de insurgência do Hamas contra a FDI em Rafah, sul de Gaza. Na filmagem dois combatentes palestinos avançam a partir de uma abertura no chão e, ao saírem de túneis subterrâneos, correm em direção aos tanques israelenses. No vídeo publicado pelo Hamas, soldados e tanques israelenses são marcados com cor vermelha, identificados como alvos, também com uma seta vermelha, enquanto os palestinos são identificados pela cor verde, em referência ao Hamas.

Após instalarem explosivos na traseira de dois tanques, os combatentes rapidamente evadem o local por uma abertura, mesmo local onde assistimos um terceiro combatente aparecer portando uma arma antitanque, disparada na sequência contra um terceiro blindado israelense.

Na filmagem, no momento em que os combatentes palestinos evadem o local pelo interior do túnel escutam-se ainda o estrondo da detonação dos explosivos instalados próximo aos tanques e o grito dos combatentes palestinos: “Allahu Akbar” – frase que em árabe significa “Alá é Grande” ou “Alá é o Maior”.

*Márcio José Mendonça é doutor em geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Autor, entre outros livros, de Guerra dos drones: análise e perspectiva do campo de batalha (Editora Dialética).

Bibliografia


WEIZMAN, E. Hollow land: Israel’s architecture of occupation. Nova York: Verso, 2012.

______. Strategic points, flexible lines, tense surfaces, and political volumes: Ariel Sharon and the geometry of occupation. In: GRAHAM, S. (Org.). Cities, war and terrorism: towards an urban geopolitics. Oxford: Blackwell Publishing Ltd, 2004. p. 172-191.

______. The politics of verticality. Open Democracy. Londres, RU, texto de 11 partes disponibilizado entre 23 de abril e 1º de maio de 2002. Disponível em: <http://www.opendemocracy.net/>.

Notas

* Sobre a infraestrutura da rede de túneis do Hamas na Faixa de Gaza, conferir as matérias da BBC News Brasil, publicada em 13 de out. de 2023, “O labirinto de túneis em Gaza que o Hamas diz ser maior que o metrô de Londres”, com acesso disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4nv2y7erx5o>.

Verificar também “‘Teia de aranha’: o emaranhado de túneis do Hamasque põe Israel no escuro”, publicada pelo portal Uol, 20 de nov. de 2023, disponível em <https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/11/20/o-emaranhado-de-tuneis-do-hamas-que-poe-israel-no-escuro.htm> e “‘Teia de aranha: como funciona a rede de túneis do Hamas em Gaza”, matéria de Felipe Barini e Renato Carvalho, publicada pelo jornal O Globo, 16 de nov. de 2023, disponível no seguinte link <https://oglobo.globo.com/mundo/especial/teia-de-aranha-como-funciona-a-rede-de-tuneis-do-hamas-em-gaza.ghtml>.

** Conferir Eyal Weizman, “How Israel is engineering genocide and ethnic-cleansing in Gaza”, no canal Middle East Eye, 17 de abril de 2025, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0GThjS5hySc&t=1800s>.

***Inúmeros vídeos de combates urbanos em Gaza filmados pelas forças israelenses e por facções palestinas circulam na internet por meio das redes sociais, em canais do Youtube, grupos de Telegram e páginas do Instagram, Facebook ou X. Não é possível citar e indicar todas as publicações ou fontes audiovisuais consultadas que serviram de material para os comentários e análises apresentadas ao longo do artigo. No entanto, uma fonte que reúne relevante parte do material audiovisual que circulou em diferentes grupos e redes sociais está disponível para consulta em “Breaking news and analysis on day of the Gaza’s Al-Aqsa Flood” no canal The electronic intifada, no Youtube. A maior parte desta pesquisa se baseou fundamentalmente nos programas entre os meses de outubro de 2023 e junho de 2026, mas o canal e o seu site oficial (https://electronicintifada.net/) proporcionam muito além do que foi possível consultar, sendo uma fonte quase inesgotável de informações. Para mais detalhes sobre as operações militares em Gaza com foco especial nas formas de resistência das facções palestinas, deve-se consultar as intervenções de Jon Elmer acessando o link do programa disponível aqui:  <https://www.youtube.com/@TheElectronicIntifada/streams>. Além de sua participação semanal nesse programa, Jon Elmer possui uma conta no X, local onde publica vídeos que naturalmente seriam censurados no Youtube. Para mais detalhes, acessar @jonelmer na rede social X.

**** O Iron Dome, ou Domo de Ferro, em português, é um sistema de defesa antiaérea desenvolvido por Israel com o objetivo de interceptar mísseis de curto alcance e bombas de artilharia disparados de 4 a 70 quilômetros de distância visando áreas povoadas de seu território. Recentemente os foguetes Qassam, fabricados pelo Hamas e popularizados em Gaza, têm sido capazes de superar as defesas do Iron Dome, algo improvável até há pouco tempo. Um vídeo interessante do canal Sala de Guerra mostra como funciona o foguete Qassam do Hamas. Para mais detalhes, consultar “Como funciona o foguete Qassam do Hamas”, 15 de nov. de 2023, no Youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=A1FDRPyRl-w>.

***** Imagens da operação militar do Hamas presentes na Figura 1, obtidas em grupos do Telegram, também constam nas análises de Jon Elmer no programa “Breaking news and analysis on day of the Gaza’s Al-Aqsa Flood”, no canal The electronic intifada, no Youtube.

****** “Volume político” é o termo usado por Weizman (2002, 2004, 2012) para fazer menção às estruturas e aos objetos que não apenas dividem o espaço, mas também funcionam como sistemas ópticos de controle a partir de uma matriz militar disposta em volume, ao invés de, no sentido mais convencional, superfície ou área.

******* Sobre o conceito de rizoma em uma concepção mais ampla, ver Deleuze e Guattari, Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia, v. 1, 1995.


A Terra é Redonda existe graças aos nossos leitores e apoiadores.
Ajude-nos a manter esta ideia.
CONTRIBUA

Veja todos artigos de

MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

1
A rede de proteção do banco Master
28 Nov 2025 Por GERSON ALMEIDA: A fraude bilionária do banco Master expõe a rede de proteção nos bastidores do poder: do Banco Central ao Planalto, quem abriu caminho para o colapso?
2
A poesia de Manuel Bandeira
25 Nov 2025 Por ANDRÉ R. FERNANDES: Por trás do poeta da melancolia íntima, um agudo cronista da desigualdade brasileira. A sociologia escondida nos versos simples de Manuel Bandeira
3
O filho de mil homens
26 Nov 2025 Por DANIEL BRAZIL: Considerações sobre o filme de Daniel Rezende, em exibição nos cinemas
4
A arquitetura da dependência
30 Nov 2025 Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: A "arquitetura da dependência" é uma estrutura total que articula exploração econômica, razão dualista e colonialidade do saber, mostrando como o Estado brasileiro não apenas reproduz, mas administra e legitima essa subordinação histórica em todas as esferas, da economia à universidade
5
A disputa mar e terra pela geopolítica dos dados
01 Dec 2025 Por MARCIO POCHMANN: O novo mapa do poder não está nos continentes ou oceanos, mas nos cabos submarinos e nuvens de dados que redesenham a soberania na sombra
6
Colonização cultural e filosofia brasileira
30 Nov 2025 Por JOHN KARLEY DE SOUSA AQUINO: A filosofia brasileira sofre de uma colonização cultural profunda que a transformou num "departamento francês de ultramar", onde filósofos locais, com complexo de inferioridade, reproduzem ideias europeias como produtos acabados
7
Raduan Nassar, 90 anos
27 Nov 2025 Por SABRINA SEDLMAYER: Muito além de "Lavoura Arcaica": a trajetória de um escritor que fez da ética e da recusa aos pactos fáceis sua maior obra
8
A feitiçaria digital nas próximas eleições
27 Nov 2025 Por EUGÊNIO BUCCI: O maior risco para as eleições de 2026 não está nas alianças políticas tradicionais, mas no poder desregulado das big techs, que, abandonando qualquer pretensão de neutralidade, atuam abertamente como aparelhos de propaganda da extrema-direita global
9
O empreendedorismo e a economia solidária
02 Dec 2025 Por RENATO DAGNINO: Os filhos da classe média tiveram que abandonar seu ambicionado projeto de explorar os integrantes da classe trabalhadora e foram levados a desistir de tentar vender sua própria força de trabalho a empresas que cada vez mais dela prescindem
10
Totalitarismo tecnológico ou digital
27 Nov 2025 Por CLAUDINEI LUIZ CHITOLINA: A servidão voluntária na era digital: como a IA Generativa, a serviço do capital, nos vigia, controla e aliena com nosso próprio consentimento
11
Walter Benjamin, o marxista da nostalgia
21 Nov 2025 Por NICOLÁS GONÇALVES: A nostalgia que o capitalismo vende é anestesia; a que Benjamin propõe é arqueologia militante das ruínas onde dormem os futuros abortados
12
Biopoder e bolha: os dois fluxos inescapáveis da IA
02 Dec 2025 Por PAULO GHIRALDELLI: Se a inteligência artificial é a nova cenoura pendurada na varinha do capital, quem somos nós nessa corrida — o burro, a cenoura, ou apenas o terreno onde ambos pisam?
13
O arquivo György Lukács em Budapeste
27 Nov 2025 Por RÜDIGER DANNEMANN: A luta pela preservação do legado de György Lukács na Hungria de Viktor Orbán, desde o fechamento forçado de seu arquivo pela academia estatal até a recente e esperançosa retomada do apartamento do filósofo pela prefeitura de Budapeste
14
Argentina – a anorexia da oposição
29 Nov 2025 Por EMILIO CAFASSI: Por que nenhum "nós" consegue desafiar Milei? A crise de imaginação política que paralisa a oposição argentina
15
O parto do pós-bolsonarismo
01 Dec 2025 Por JALDES MENESES: Quando a cabeça da hidra cai, seu corpo se reorganiza em formas mais sutis e perigosas. A verdadeira batalha pelo regime político está apenas começando
Veja todos artigos de

PESQUISAR

Pesquisar

TEMAS

NOVAS PUBLICAÇÕES