O proselitismo religioso nas políticas de guerra

Imagem: Marek Piwnicki
image_pdf

Por SERAPHIM PIETROFORTE*

O proselitismo disfarçado de diálogo não busca conversão religiosa, mas adesão política. Sua arma é uma semiótica grosseira que reduz o sagrado à cartilha de ódio

Quem acompanha os conflitos envolvendo a Faixa de Gaza, da diplomacia aos embates propriamente bélicos, certamente pertence, em redes sociais, a, pelo menos, um grupo de discussão sobre o tema. Nesses grupos, circulam as costumeiras informações sobre reuniões, debates, manifestações públicas, as últimas notícias, palavras de ordem… algumas contendas, acusações, disputas partidárias… tudo isso, afinal, espera-se em coletivos organizados para fins políticos.

No entanto, em alguns deles surgem, paulatinamente, anúncios sobre datas importantes para o Islã, discursos sobre as vantagens do casamento segundo os muçulmanos, passagens do Alcorão e tabelas comparando judeus, católicos e muçulmanos, semelhantes ao seguinte quadro:

Religião e política

Religião e política sempre se articularam; ambas, enquanto instituições sociais, nunca ocorrem separadamente. Não se trata, portanto, de encontros fortuitos entre o poder espiritual, exercido pelos sacerdotes – ocupados, supostamente, com a manutenção do culto – e o poder temporal, característico dos políticos – sejam eles reis, tiranos ou presidentes –; verificam-se, isto sim, liames indissolúveis entre os dois domínios.

Na cultura indo-europeia, por exemplo, responsável por boa parte dos costumes dispersos pelo planeta em variadas nações, toma-se por base a tríplice aliança formada pelos poderes sacerdotais, reais e pelos produtores, ou melhor, os agricultores e os comerciantes; segundo linguistas e historiadores, tal estrutura organiza o trabalho, os modos de vida, a mitologia, o vocabulário, a literatura e demais artes desses povos, independentemente de suas dispersões no tempo, no espaço e de suas miscigenações com outras culturas.

Nossas intenções, portanto, não se detém em desfazer esses vínculos, algo indissolúveis, mas em criticar determinados laços entre religião e política traçados um tanto insidiosamente, tais quais o quadro citado antes, cabendo indagar pelos objetivos de comparações assim.

Vale lembrar, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo são religiões abraâmicas, pois, apesar de diferenças significativas entre as doutrinas, seus fundadores procedem diretamente de Abraão: (i) os judeus descendem de Isaque e os muçulmanos, de Ismael, ambos filhos da Abraão; (ii) Jesus, como todo judeu, descenderia de Isaque, logo, de Abraão. As três doutrinas, todavia, distanciam-se, tornando-se inconciliáveis; em verdade, a filiação a Abraão parece mais motivo de discórdias que de alianças, entre elas: afinal, quem foi abandonado para morrer no deserto, Isaque ou Ismael? Não sendo Jesus um rabino cismático, por que os cristãos se separaram dos judeus?

Nessas circunstâncias, sem pesar informações alheias à tabela, tudo indica que ela mesma, facilmente, converte-se em fruto de conflitos insuperáveis, entre eles: (a) qual Cristão renunciaria à divindade de Jesus para se conciliar com os muçulmanos? (b) Considerando a importância da crucificação enquanto imolação do cordeiro de Deus – quem tiraria, assim, os pecados do mundo –, como abdicar da paixão de Cristo? (c) Ora, se no Islã não se admite a crucificação, talvez não seja simples se aproximar, em termos religiosos, de um culto cujo símbolo é, exatamente, a cruz. Enfim, estando cada um satisfeito, em termos de ritual e doutrina, com sua própria religião, por que procurar por outras, além do interesse por história, antropologia, ciências das religiões etc.?

A religião entre a superestrutura e a semiosfera

O conceito de superestrutura, segundo o marxismo e pensamentos derivados dele, parece mais familiar que a definição de semiosfera, oriundo, por sua vez, da semiótica. Em linhas gerais, para o materialismo histórico, as relações econômicas, logo, a distribuição do trabalho e da riqueza – a infraestrutura –, embasam os sistemas políticos e judiciários – a superestrutura –, de modo que os demais discursos sociais, tais quais os discursos científicos, religiosos, artísticos etc., embora admitam certo nível de autonomia, dialogam com a política.

A língua, por exemplo, é uma dessas instâncias sociais, pois, independentemente do matiz político, seus sistemas fonológico, morfológico e sintático não se alteram, valendo o mesmo para os teoremas matemáticos, as leis da termodinâmica, preceitos de composição artística e, inclusive, alguns tópicos religiosos.

Dessa forma, o sistema tonal, na música, relaciona-se com a expansão da burguesia, afinal, a uniformização musical reflete uma adaptação do artesanato à indústria dos instrumentos musicais, no entanto, tal sistema não se reduz a relações econômicas, apontando, em grande parte, para a significação musical, ou melhor, para sua semiótica. Isso posto, para prosseguir cabe, oportunamente, diferenciar fenômenos sociais enquanto superestruturas e enquanto sistemas de signos, lembrando de que o sentido se forma, exatamente, na articulação entre a superestrutura política de uma época – logo, decorrente da infraestrutura – e determinada linguagem, gerada, por sua vez, na semiosfera, ou seja, no universo da significação humana.

Quanto à religião, recorrendo logo ao primeiro brahmana da primeira lição do Brhadaranyaka Upanisad, quando se descreve o sacrifício do cavalo, percebem-se as correlações traçadas entre as partes do corpo do animal e as do cosmos – segundo a lição, a cabeça corresponde à aurora, o olho, ao Sol, o alento, ao vento etc. –; nessa semiótica, estruturam-se, ao menos, duas linguagens: (i) uma em que os signos se articulam mediante leias analógicas, fundamentadas na semelhança; (ii) outra, responsável pela sacralização desse processo, quando tais analogias se justificam em discursos religiosos e em cerimoniais específicos – no exemplo dado, trata-se, respectivamente, da lição enquanto explicação e do rito como sua prática.

Dessarte, inseridos no Hinduísmo, os Upanisadas manifestam doutrinas religiosas e concepções metafísicas dotadas de processos semióticos próprios, ou melhor, eles expressam visões de mundo constitutivas de uma esfera de significação; nesse contexto, se o cavalo é um animal valorizado pelos povos indo-europeus devido a razões econômicas, logo, superestruturais, isso explicaria por que ele, e não outra oblação, comparece ao rito, apontando, nesse tópico, para relações entre a semiosfera e a economia.

Isso posto, compensa distinguir os dois pontos de vista, ou melhor, o semiótico e o materialista histórico, para, precisamente, não confundir, no que concerne ao judaísmo, a mística judaica como discurso religioso – por exemplo, a ontologia descrita nas emanações da Árvore Sefirótica –, com o papel desempenhado pelos judeus ao longo da história da Europa, conforme as considerações de Karl Marx, em Sobre a questão judaica.

A religião e seus alcances

Segundo o item anterior, parece clara a ideia de que a religião não se reduz à superestrutura, embora, em sua significação, dialogue com ela. Por conseguinte, para prosseguir, compensa, antes de tecer observações sobre os liames entre religião e história, discutir, mesmo brevemente, o escopo do discurso religioso, iniciando pelo que Lévi-Strauss aponta como sua eficácia simbólica. Sendo assim, precisamente no texto A eficácia simbólica (Lévi-Strauss, 1985: 215-236), o antropólogo menciona o diálogo com um xamã em que o último, confessando-se bastante cético em relação às próprias práticas, permanece nelas, motivado, antes de tudo, pelo prestígio adquirido na comunidade; curiosamente, apesar da descrença do xamã, seus rituais, principalmente os de cura, costumavam funcionar – vale lembrar, o Padre Antonio Vieira, no célebre Sermão da Sexagésima, observava “escutai a pregação e não o pregador.

Não se cuida, portanto, de desmascarar a religião enquanto farsa, mas de verificar o quanto o imaginário humano, incluindo os vínculos psicossomáticos, constitui-se não apenas lógica e ideologicamente, mas por meio de mitos, símbolos e concepções metafísicas.

Dessa perspectiva, o discurso religioso adquire, mesmo articulado inevitavelmente com a história – conforme os demais discursos –, relevância doutrinária, apta a contemplar, segundo os próprios princípios e valores, questões tais quais unidade transcendental, natureza naturante, instâncias de manifestação do ser, o devir, deidades enquanto forças cósmicas, forças da natureza e demais temas afins.

Ora, esse campo do conhecimento humano se aproxima bastante dos discursos poéticos, haja vista as numerosas articulações entre religião e arte, tão constitutivas quanto os liames entre religião e política; em todo culto, indubitavelmente, encontram-se textos excepcionais e, para confirmar, eis algumas referências: (a) o Rig Veda se compõem por poemas belíssimos, tematizando a Morte, a Aurora, o Soma; (b) os Upanisadas contém reflexões agudas sobre o conceito de “prana” e suas relações com os demais sentidos; (c) Ibn Arabi apresenta notáveis descrições dos estados múltiplos do ser; (d) São João da Cruz, em sua Noite escura, além de compor um dos mais belos poemas da língua espanhola, propõe técnicas eficientes de meditação; (e) as ideias de Martin Buber, expressas na obras Eu e Tu e Do diálogo ao dialógico, influenciaram pedagogos, linguistas e demais cientistas sociais.

Nessas circunstâncias, cabe indagar, diante de tantas ocorrências dignas de atenção, por que insistir em quadros comparativos, semelhantes ao citado logo no início.

Propaganda política e proselitismo

Quadros assim, antes de encadear discussões produtivas em religiões comparadas, análises do discurso ou semiótica das religiões, aproximam-se, no contexto dos conflitos vividos entre o estado de Israel e a Faixa de Gaza – que é, justamente, quando tais comparações se destacam –, de propaganda insidiosa, destinada a gerar confusões com base em sínteses simplistas, logo, superficiais; confirma-se, em suma, antissemitismo bastante grosseiro – por pouco, os judeus não são acusados, no cartaz, de matar Jesus, feito se fazia na Idade Média.

Nessas circunstâncias, se tais contrastes assumem pouca serventia, cabe indagar, a quem os defende, com qual islamismo se buscam diálogos e entendimentos, preterindo, dessa perspectiva obtusa, o judaísmo. Isso posto, eis, pelo menos, algumas questões: (1) propõe-se dialogar com intelectuais sufistas, tais quais Frithjof Schuon, quem sempre cuidou das ideias de Shankara, de Râmânuja, do Sufismo e da tribo Sioux com o mesmo respeito, ou do Salafismo? (2) estariam supremacistas raciais, adeptos da Nação do Islã, a fim de dialogar? (3) como estabelecer entendimento com o Talibã, reconhecido pela intolerância religiosa extremada e pelo desrespeito a cultos alheios? (4) ou ainda: quem se lembra dos Budas destruídos em Bamiyan, no Afeganistão?

Ademais, no mesmo grupo de discussão em que se colheu o cartaz, surgem, constantemente, notícias sobre o matrimônio islâmico, sugerindo a harmonia entre jovens rapazes e moças, invariavelmente, cobertas com véus. Pois bem… nesse tópico, o proselitismo religioso se explicita, compensando, brevemente, algumas dúvidas quanto à relatividade das culturas – um conceito complexo, por meio do qual comportamentos, um tanto estranhos, pretendem se consolidar.

Evidentemente, tópicos assim não se discutem superficialmente; em linhas gerais, se, nos tempos do mercantilismo, surgiram teses sobre a superioridade da cultura norte-ocidental e do homem dito branco – no caso, a cultura europeia –, contrariamente, de meados do século XX em diante, aparecem concepções propondo, então, uma suposta relatividade dos costumes, em que não se trata mais de ser superior, mas diferente.

Dito isso, parece, atualmente, impossível concordar com pontos de vista supremacistas, contudo, a relatividade cultural, examinada com acuidade, também não se sustenta; justificadas, muitas vezes, com ideologias religiosas, determinadas comunidades reificam mulheres e crianças, outras exterminam deficientes físicos, gays, lésbicas, transsexuais… há, ainda, quem persiga artistas, cientistas, professores etc. Nessas situações, como respeitar tais costumes?

Vale lembrar, embora com numerosas mazelas, o Brasil se revela um país notável em variados aspectos, em especial, quanto à moral e à religião; nada, no planeta, compara-se ao nosso carnaval enquanto celebração religiosa, à umbanda e suas concepções inclusivas quanto aos guias e divindades, à exposição despudorada do corpo nas cidades litorâneas, à parada gay da cidade de São Paulo… as brasileiras ocupam cargos decisivos, tais quais a presidência da república, a presidência do banco internacional dos BRICS… há transsexuais em todas as instâncias políticas, da vereança ao Congresso Nacional.

Merece atenção, portanto, ao cotejar nossos costumes com esposas de burca e com maridos que se recusam a se aproximar das mulheres, os custos desse diálogo para a cultura brasileira.

Semiótica para principiantes

Por fim, cabem algumas observações sobre as cores utilizadas nas letras do cartaz. Nesse contexto, as cores das fontes utilizadas assumem significados além do mero destaque gráfico; no caso – de um modo bastante primário –, com uma semiótica rudimentar, utilizou-se o verde para representar as supostas confluências entre o cristianismo e o islamismo e o vermelho para as divergências com judaísmo.

Isso parece um tanto ridículo, pois segue-se o padrão do código simplíssimo dos faróis de trânsito, em que o verde significa “siga adiante” e o vermelho, “pare”, “perigo”, “cuidado com a vida”; nessa rede pueril de significação, nem para disfarçar utilizou-se o azul claro para o judaísmo, o que justificaria o verde para o islã. A retórica proselitista do cartaz, porém, buscando identificar cristãos e muçulmanos, parece mais dedica a forçar liames inexistentes do que a respeitar as especificidades de cada culto.

Essa semiótica infantil, entretanto, esconde conteúdos insidiosos; para confirmar, basta especular, brevemente, de quais cristãos esses muçulmanos pretendem se aproximar por meio de Jesus e da Virgem Maria. Em conluios religiosos, os católicos apostólicos romanos, fiéis ao Papa e a tudo representado por ele, dificilmente se interessariam pelas concepções de muçulmanos, judeus ou demais religiosos a despeito de quaisquer questões, por confiarem, inabalavelmente, nas palavras de Jesus, logo, no Novo Testamento.

Em vista disso, o cristão visado talvez seja, justamente, aquele habituado a dialogar frequentemente com o Velho Testamento, isto é, com a visão cristã a respeito dos patriarcas, juízes, reis ou profetas do Judaísmo; desse ponto de vista, o neopentecostalismo parece mais indicado, em especial, aquele de extrema direita.

Tais religiosos ostentam, em manifestações e comícios, equivocadamente, bandeiras de Israel; eles se trajam, nos cultos, com paramentos característicos dos rabinos, apropriando-se de símbolos antes judeus que cristãos, como a Arca da Aliança ou o Selo de Salomão.  Assim, mantendo o viés especulativo, cabe indagar que aproximação seria essa, com extremistas, simpatizantes do fascismo, acostumados a eleger golpistas, admiradores de ditaduras militares e de torturadores.

*Seraphim Pietroforte é professor titular de semiótica na Universidade de São Paulo (USP). Autor, entre outros livros, de Semiótica visual: os percursos do olhar (Contexto). [https://amzn.to/4g05uWM]

Referências


BUBER, Martin (s.d.). Eu e Tu. São Paulo: Moraes.

BUBER, Martin  (2014). Do diálogo ao dialógico. São Paulo: Perspectiva.

CRUZ, São João da (1991). Obras completas (1). Madri: Alianza.

IBN ARABI (1986). El nucleo del nucleo. Málaga: Sirio.

LÉVI-STRAUSS, Claude (1985). Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.

MARX, Karl (2010). Sobre questão judaica. São Paulo: Boitempo.

SAUSSURE, Ferdinand de (2012). Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix.

SCHUON, Frithjof (1993). O esoterismo como princípio e como caminho. São Paulo: Pensamento.

SCHUON, Frithjof (1992). El sol emplumado. Palma de Mallorca: José J. de Olañeta.

Upanisadas (2020). Trad. de Adriano Aprigliano, São Paulo: Mantra.


A Terra é Redonda existe graças aos nossos leitores e apoiadores.
Ajude-nos a manter esta ideia.
C O N T R I B U A

Veja todos artigos de

MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

1
A rede de proteção do banco Master
28 Nov 2025 Por GERSON ALMEIDA: A fraude bilionária do banco Master expõe a rede de proteção nos bastidores do poder: do Banco Central ao Planalto, quem abriu caminho para o colapso?
2
A poesia de Manuel Bandeira
25 Nov 2025 Por ANDRÉ R. FERNANDES: Por trás do poeta da melancolia íntima, um agudo cronista da desigualdade brasileira. A sociologia escondida nos versos simples de Manuel Bandeira
3
O filho de mil homens
26 Nov 2025 Por DANIEL BRAZIL: Considerações sobre o filme de Daniel Rezende, em exibição nos cinemas
4
A arquitetura da dependência
30 Nov 2025 Por JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR: A "arquitetura da dependência" é uma estrutura total que articula exploração econômica, razão dualista e colonialidade do saber, mostrando como o Estado brasileiro não apenas reproduz, mas administra e legitima essa subordinação histórica em todas as esferas, da economia à universidade
5
A disputa mar e terra pela geopolítica dos dados
01 Dec 2025 Por MARCIO POCHMANN: O novo mapa do poder não está nos continentes ou oceanos, mas nos cabos submarinos e nuvens de dados que redesenham a soberania na sombra
6
Colonização cultural e filosofia brasileira
30 Nov 2025 Por JOHN KARLEY DE SOUSA AQUINO: A filosofia brasileira sofre de uma colonização cultural profunda que a transformou num "departamento francês de ultramar", onde filósofos locais, com complexo de inferioridade, reproduzem ideias europeias como produtos acabados
7
Raduan Nassar, 90 anos
27 Nov 2025 Por SABRINA SEDLMAYER: Muito além de "Lavoura Arcaica": a trajetória de um escritor que fez da ética e da recusa aos pactos fáceis sua maior obra
8
A feitiçaria digital nas próximas eleições
27 Nov 2025 Por EUGÊNIO BUCCI: O maior risco para as eleições de 2026 não está nas alianças políticas tradicionais, mas no poder desregulado das big techs, que, abandonando qualquer pretensão de neutralidade, atuam abertamente como aparelhos de propaganda da extrema-direita global
9
O empreendedorismo e a economia solidária
02 Dec 2025 Por RENATO DAGNINO: Os filhos da classe média tiveram que abandonar seu ambicionado projeto de explorar os integrantes da classe trabalhadora e foram levados a desistir de tentar vender sua própria força de trabalho a empresas que cada vez mais dela prescindem
10
Totalitarismo tecnológico ou digital
27 Nov 2025 Por CLAUDINEI LUIZ CHITOLINA: A servidão voluntária na era digital: como a IA Generativa, a serviço do capital, nos vigia, controla e aliena com nosso próprio consentimento
11
Walter Benjamin, o marxista da nostalgia
21 Nov 2025 Por NICOLÁS GONÇALVES: A nostalgia que o capitalismo vende é anestesia; a que Benjamin propõe é arqueologia militante das ruínas onde dormem os futuros abortados
12
Biopoder e bolha: os dois fluxos inescapáveis da IA
02 Dec 2025 Por PAULO GHIRALDELLI: Se a inteligência artificial é a nova cenoura pendurada na varinha do capital, quem somos nós nessa corrida — o burro, a cenoura, ou apenas o terreno onde ambos pisam?
13
O arquivo György Lukács em Budapeste
27 Nov 2025 Por RÜDIGER DANNEMANN: A luta pela preservação do legado de György Lukács na Hungria de Viktor Orbán, desde o fechamento forçado de seu arquivo pela academia estatal até a recente e esperançosa retomada do apartamento do filósofo pela prefeitura de Budapeste
14
Argentina – a anorexia da oposição
29 Nov 2025 Por EMILIO CAFASSI: Por que nenhum "nós" consegue desafiar Milei? A crise de imaginação política que paralisa a oposição argentina
15
O parto do pós-bolsonarismo
01 Dec 2025 Por JALDES MENESES: Quando a cabeça da hidra cai, seu corpo se reorganiza em formas mais sutis e perigosas. A verdadeira batalha pelo regime político está apenas começando
Veja todos artigos de

PESQUISAR

Pesquisar

TEMAS

NOVAS PUBLICAÇÕES