O último round

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Por JEAN MARC VON DER WEID*

A primeira semana do páreo oficial começou com más notícias para Jair Bolsonaro. Mas nem tudo são rosas para Lula

Jair Bolsonaro continuou colhendo os frutos de seus erros de cálculo político. Quando convocou uma reunião com embaixadores para tratá-los como se fossem participantes do “curralinho do Alvorada”, ele estarreceu o mundo e o Brasil com as suas explicitas ameaças às eleições de outubro. As reações nos governos estrangeiros, na imprensa internacional e na opinião pública nacional foram contundentes.

A Carta pela democracia, exigindo respeito às urnas e aos seus resultados e contra a violência na campanha, lançada por um grupo de juristas e assinada por quase um milhão de pessoas e instituições diversas da sociedade civil, significou, sobretudo, uma forte tomada de posição por setores mais conservadores do chamado “andar de cima”. Outra carta, lançada por FIESP e FEBRABAN e acompanhada por outros pesos pesados da economia foram pelo mesmo caminho.

As manifestações do 11 de agosto foram a pá de cal nos arreganhos de Jair Bolsonaro, que enfiou a carapuça de golpista até os tornozelos ao hostilizar as manifestações que não o nomearam em nenhum momento. Esperava-se que Jair Bolsonaro reagisse mobilizando seus apoiadores entre os empresários, com outro abaixo assinado de peso, mas nada aconteceu. Ou quase nada, salvo uma óbvia carta de apoio a Jair Bolsonaro, lançada pela Confederação Nacional da Agricultura.

Isto não quer dizer que o empresariado como um todo abandonou a canoa furada de Jair Bolsonaro. Ele tem apoio significativo em alguns setores importantes, como os grandes produtores rurais, os agricultores e os pecuaristas, representados na Confederação Nacional da Agricultura. Já os do setor de transformação estão majoritariamente contra ele. Entre os empresários pequenos e médios, o público dos almoços nas entidades como FIESP e ACRJ, entre muitas outras, e que gritavam alegremente, até semanas atrás, “mito, mito” e se divertiam, em risadas cúmplices, com as barbaridades do energúmeno, Jair Bolsonaro continua como uma opção preferencial. Mas parece que este público perdeu capacidade de reação ou estão intimidados pela posição agressiva dos “pesos pesados” da economia. Jair Bolsonaro ficou rosnando sozinho contra as cartas.

Como a idiotice tende a se prolongar, Jair Bolsonaro resolveu aceitar as orientações de seus aliados no Centrão e compareceu ao ato de posse do ministro Alexandre de Moraes, no TSE. A ideia era dar um sinal de pacificação para o STF, esperando que Xandão aceitasse alguma das propostas sem-pé-nem-cabeça, feitas pelo ministro da Defesa para “dar confiabilidade ao processo eleitoral”. Se havia alguma promessa conciliadora de bastidores, ela não foi apresentada no discurso do ministro.

Alexandre de Moraes fez um contundente e explícito libelo contra as ameaças de Jair Bolsonaro. E foi aplaudido por todos os presentes, menos Michelle, Carluxo e a pequena corriola de assessores do palácio. Entre os presentes estavam os representantes de todos os poderes da República, 22 governadores e mais de 50 embaixadores. Para completar a desgraça e encher de fúria o energúmeno, o presidente Lula desfilou no plenário e na sala VIP, abraçado, beijado e paparicado por todo mundo, enquanto Jair Bolsonaro ficava isolado em um canto, como criança mal-educada que fica de castigo na festa. De cara amarrada, o presidente ouviu a diatribe do ministro com o olhar fixo em um horizonte longínquo, para não ter que ficar olhando para um público que lhe era, senão hostil, nada simpático.

A semana continuou aziaga para o presidente, com o incidente envolvendo um personagem para lá de dúbio, um ex-cabo do exército, que o atacou pelo seu acordo com o Centrão. “Tchutchuca do Centrão” virou meme e viralizou, mais do que a tentativa do destrambelhado Jair Bolsonaro de partir para cima do provocador e tomar seu celular. O pior é que, nos bailes funk, as Tchutchucas têm “dono”, o Tigrão. No caso, o Tigrão de Bolsonaro deve ser o Artur Lira, o maestro do Centrão. Triste imagem de um machão sempre preocupado com a sua identidade (“sou hétero, sou hétero”). No meu tempo de adolescente sempre se dizia que os muito preocupados em afirmar a sua macheza eram, no fundo, inseguros da mesma. Será o caso?

A repercussão na imprensa internacional foi ainda mais ampla do que no caso da conversa abilolada com os embaixadores. Parece que a grande diversão de jornais e televisões foi – de Tóquio a Ottawa, de Londres, Paris e Berlim ao Cairo e Johanesburgo, de Pequim a cidade do México, de Lima a Santiago e Buenos Aires e em várias cidades americanas – traduzir o “Tchutchuca”. Centrão foi mais fácil, resumindo-se em “bando de corruptos”. Humilhação sobre humilhação para o energúmeno.

E para completar as más notícias, tanto o Ipec como o DataFolha jogaram um balde de água fria nas expectativas do palácio. Bolsonaro sobe um pouquinho, dentro da margem de erro, e Lula fica estacionado em 47%, mantendo-se ao alcance de uma vitória em primeiro turno. O cálculo dos palacianos era que as pesquisas apontariam um avanço muitíssimo maior, expectativa essa baseada no esperado efeito combinado do suplemento no Auxílio Brasil, na queda dos preços da gasolina, na redução da inflação no mês de julho, e em outras benesses disseminadas via orçamento secreto.

Não colou, pelo menos por enquanto. Ou melhor, colou para alguns, em particular para a classe média empobrecida que se alegrou com a queda do preço da gasolina. Mas os mais pobres não veem muita graça nos preços “baixos” da gasolina, quando o litro de leite está pelo dobro do valor do combustível. Por outro lado, Lula cresceu entre os mais ricos, o que tem a ver com o despertar dos conservadores do “andar de cima” e as Cartas e manifestações do 11 de agosto. A vantagem no estratégico eleitorado do sudeste está muito alta e Bolsonaro nem tem palanque que o ajude em São Paulo e Minas Gerais. No Rio de Janeiro, o governador Caio Castro é bolsonarista e evangélico, mas prefere esconder a sua relação com o presidente. Ainda assim Lula está à frente por oito pontos percentuais.

O melhor sintoma do desmantelo de Bolsonaro está no fato de que seus apoiadores em várias partes do país estão procurando distanciar-se do presidente. Também está na virada de Artur Lira, que tardiamente decidiu assumir a defesa das eleições e das urnas eletrônicas. E ele também escolheu dizer, como quem não quer nada, que Lula presidente não muda a situação do Centrão. Se Bolsonaro não entendeu isso como um aceno na direção de Lula, vai ser preciso alguém desenhar para que fique claro. Isto sem mencionar que Artur Lira é um dos que “esqueceu” do presidente nas campanhas em que está metido em Alagoas.

Tudo isto está muito longe de permitir que se diga que o jogo está jogado e já se pode ir preparando a faixa presidencial e treinando o discurso de posse. Em primeiro lugar, o efeito da derrama ainda não se manifestou totalmente. Em segundo lugar, o efeito da campanha nas rádios e nas televisões ainda não começou. É de se esperar um festival de baixaria, a julgar pelo que já está rolando pelas redes sociais.

Jair Bolsonaro escolheu centrar fogo na guerra do “bem contra o mal”, exacerbando ainda mais do que em 2018, o discurso religioso e de costumes. Nada de discutir a economia e o “estado do povo”, após seus 3,5 anos de descalabro. Nada de lembrar a pandemia e o sucateamento do SUS. A lista é longa das coisas que Jair Bolsonaro não quer discutidas na campanha e ele está coerentemente centrando sua estratégia no terreno do Deus contra o Demônio, dos “pervertidos comunistas” contra as “pessoas de bem”. O discurso está tendo um efeito entre os evangélicos, sobretudo os neopentecostais. Na penúltima pesquisa, Jair Bolsonaro e Lula estavam empatados na margem de erro e, nesta última, o energúmeno abriu quase 20 pontos percentuais de vantagem.

A meu ver, a campanha do Lula está se deixando pautar pela ofensiva de Jair Bolsonaro. A decisão tomada já há algum tempo de centrar nos temas da “economia” está sendo aplicada de modo errático, entremeada de respostas à ofensiva evangélica. Por outro lado, acho que Lula não está conseguindo dar uma dimensão concreta aos seus discursos. Ele fala de “como era verde o meu vale”, ou seja, de como o povo era feliz quando ele era presidente, mas não fica claro o que ele vai fazer nem como vai fazer.

“Vender” o passado, sobretudo comparado com o presente de Jair Bolsonaro, é uma tática correta, mas ela não basta. Por exemplo: quando o Lula fala em enfrentar o problema da fome, ele apenas acena para a manutenção dos 600,00 reais, para além do mês de dezembro. Isto é pouco e Bolsonaro já está prometendo o mesmo que o Lula. É claro que o energúmeno é facilmente rebatido, bastando perguntar por que não prorrogou o aumento para o ano que vem agora em agosto.

Mas Ciro Gomes dobrou esta proposta e é mais difícil de explicar por que não apoiar valores mais altos. Afinal de contas, qual a justificativa de um ou de outro valor? Qual o cálculo que permite identificar o quanto uma família em situação de miséria precisa para poder se alimentar corretamente? Está faltando ao Lula montar uma proposta mais completa e ambiciosa para o problema da fome. Falta algo dirigido a uma mobilização do conjunto da sociedade para enfrentar esta desgraça. Algo que apele para a generosidade e a solidariedade, além de uma firme intervenção do Estado.

O clima entre os opositores de Jair Bolsonaro, depois de uma semana de angústias com expectativas negativas em relação a pesquisas, é de alívio e quase euforia. Segundo a opinião da maioria, não só Bolsonaro está em condições de ser batido no primeiro turno, como também deixaram de existir condições para ele dar um golpe.

A meu ver ambas as avaliações são discutíveis. Todas as avaliações para as condições de um golpe passam pela comparação com o golpe de 1964 e outros, vários, na América Latina dos anos 1960 e 1970. “Sem o apoio do andar de cima e do imperialismo americano” não pode haver golpe. Há um forte maniqueísmo nesta afirmação. Golpes respondem a condições locais, mais até do que a condições internacionais. Já em 1968, os militares peruanos deram um golpe que não tinha apoio nem das elites nem dos Estados Unidos. Caso único? Exceção que confirma a regra?

O “andar de cima” está dividido, embora os pesos pesados pareçam ter despertado para os riscos provocados pelo presidente e suas intenções golpistas. Mas se é bem possível que os ruralistas sejam capazes de fechar rodovias com tratores, não imagino os capos da Faria Lima fechando ruas com Ferraris. O poder do dinheiro tem certos limites e precisa de tempo para operar. Para financiar a eleição de deputados e senadores, por exemplo.

Se Mao Tse Tung (com esta grafia eu revelo a minha idade) estivesse vivo, ele balançaria a cabeça e repetiria sua frase histórica: “o poder está na ponta do fuzil”. É um notório exagero, mesmo nas condições da China dos anos 1930 e 1940, dispensar a análise das posições das diferentes classes sociais, em particular as dominantes, e a dos poderes imperiais, na época a Inglaterra, França, Estados Unidos e Japão. Apesar da frase citada, Mao fez as devidas análises em seu tempo. Mas a metáfora é interessante por mostrar que opinião desarmada tem menos peso do que a armada.

Não é por acaso que Jair Bolsonaro fez tudo que pode para disseminar o porte e uso de armas desde a sua posse. Ele sabia que a esquerda não tem mais uma estratégia de luta armada pelo poder. E sabia que seus asseclas estavam prontos para embarcar no militarismo miliciano. O resultado são 700 mil bolsonaristas possuidores de mais de 3 milhões de armas, sendo que muitas com alto poder de fogo. Tudo isso sem o controle das FFAA, que parecem não se incomodar com a perda do monopólio do uso da força.

Esses fanáticos organizados nos Clubes de Tiro e que já planejam criar um partido político, não tem o nível de estrutura necessário para dar um golpe. Eles têm um raio de operações localizado, embora suficientemente articulado para uma ação coordenada nacionalmente. Mas não tem comando e controle para agir em grupamentos maiores do que dois ou três clubes vizinhos. Podem criar um tremendo problema, fechando estradas, atacando jornais e TVs ou sedes de partidos de oposição. Mas um golpe significa algo muito maior em termos de amplitude das operações militares.

Jair Bolsonaro tem outro componente nas “suas” forças armadas. Uma parte importante das polícias militares é bolsonarista. Não tenho dúvidas que muitos deles poderão se mobilizar e agir para dissolver manifestações de opositores, atacar os alvos citados acima e até tomar as sedes dos governos estaduais ou prefeituras que estejam nas mãos da oposição. Mas as polícias são notoriamente hesitantes em correr riscos que possam complicar suas carreiras. Se não houve uma maré importante de adesões ao golpismo eles vão pensar duas vezes e uma boa parte vai ficar neutra. Um golpe “boliviano”, executado pelas polícias militares, me parece difícil de acontecer.

Para que os policiais se mexam com força, a liderança das FFAA é fundamental. As polícias não enfrentam o exército, os paraquedistas ou os fuzileiros navais. Mas podem segui-los se eles se mexerem.

Finalmente, temos que avaliar se as FFAA podem intervir militarmente a favor da manutenção de Jair Bolsonaro. Não é uma avaliação fácil, pois os fatores em jogo são muitos. O ministério da Defesa está, abertamente, jogando na suspeição das urnas e do processo eleitoral, com vistas a uma eventual anulação ou adiamento das eleições. Se Lula ganhar apertado, a tentação de anular as eleições vai ser grande. Se Lula tiver larga margem de vantagem nas pesquisas no fim da campanha, a tentação vai ser grande de forçar o adiamento das eleições.

Como Jair Bolsonaro e seus generais pretendem anular ou adiar das eleições? O “golpe clássico”, com fechamento do Senado, da Câmara, do STF e do STE, a deposição de governadores de oposição, dissolução de sindicatos e associações profissionais etc., me parece impossível em um quadro de normalidade política e social. O que é mais do que possível são os comandos das FFAA darem um ultimato ao Congresso, ameaçando com o golpe. Toda a questão vai ser se este Congresso, para lá de fraco, vai aceitar a pressão ou se vai peitar o “pronunciamento”.

As coisas estão tão ruins para Jair Bolsonaro, que eu não acredito que o ultimato aconteça sem uma prévia negociação com o Centrão e anexos para garantir o resultado. A “seco”, não vejo este congresso, mesmo com uma maioria sem princípios, nem compromissos com o país, votando a anulação das eleições das quais fizeram parte, ou adiando o pleito. A não ser que a maioria dentre eles saia derrotada das eleições, o que me parece improvável.

Assim voltamos para aquilo que já indiquei em outros artigos. O golpe precisa do apoio do Congresso e este apoio não vai acontecer sem uma agitação política e/ou social de grandes proporções em várias partes do país. No meio do caos, a pressão da generalada pode funcionar, misturada com a garantia da manutenção dos interesses mesquinhos do Centrão e outros mais.

Como pode ser provocada esta instabilidade política? Jair Bolsonaro tem suficientes provocadores fanáticos e armados para criar tumultos antes, durante e depois das eleições. Mesmo que apenas uma fração dos 700 mil aceite se arriscar pelo “mito”, 10% deste número já representa 70 mil agentes do caos. Ataques a comícios, atentados contra sedes de campanhas, agressões a candidatos e apoiadores são coisa fácil de se organizar, sobretudo com a expectativa de um comportamento solidário da polícia. Ações brutais das forças policiais ampliariam o caos, com a dissolução de manifestações com amplo uso de gás lacrimogênio, pancadaria, tiros de borracha. Com sangue correndo, feridos e mortos, fica armado o quadro para um pedido de Jair Bolsonaro ao Congresso, cobrando plenos poderes para “restaurar a ordem” e, de passagem, suspendendo ou anulando as eleições, cuja “transparência e lisura estariam prejudicadas”.

Lembremos que Jair Bolsonaro tem o suficiente de apoio entre seus fanáticos para apelar por manifestações de massa em suporte ao seu pedido de mais poderes “em nome da ordem e da democracia”.

Estou armando o quadro mais perigoso para este futuro próximo e agora veremos se ele tem qualquer possibilidade de acontecer. A meu ver, Bolsonaro vai tentar o golpe por puro desespero. Por medo de ser chamado a pagar por tudo que fez. Ou que fizeram, ele, a família e os asseclas. Se vai dar certo é outra coisa. É bom lembrar do fiasco do último 7 de setembro, quando as provocações deram chabú e ele ficou esbravejando ameaças que não tinha forças para cumprir.

Para dar este golpe é preciso competência e coragem e as duas coisas estão em falta no Planalto. Mas é sempre bom lembrar que o pitbull encurralado é um perigo. Ele ataca cegamente e faz um estrago antes de ser controlado.

Muita coisa vai ficar na responsabilidade dos comandos das três armas. Se os generais, almirantes e brigadeiros se recusarem a dar suporte às ameaças de Jair Bolsonaro, negando-se a fazer o ultimato para o Congresso, o golpe desaba, limitando-se, no máximo, a manifestações dos bolsominions e provocações dos seus apoiadores armados. Sem o apoio dos altos comandos, Bolsonaro teria que apelar para a tropa, por cima dos seus comandantes. Embora ele tenha muita adesão na oficialidade média que tem o comando direto das tropas, um chamado à insurreição é algo muito grave e difícil de ser seguido em massa.

Estamos no fio da navalha, não porque as condições políticas em geral estejam favoráveis a um golpe (elas, decididamente, não estão), mas porque condições políticas específicas entre a parcela armada da população podem estar.

O próximo teste para a democracia vai ser o 7 de setembro. Bolsonaro está convocando suas hordas para manifestações e tentando inserir os desfiles militares nos seus comícios. Mistura para lá de perigosa que parece encontrar resistências entre os comandos militares. Não parece que o energúmeno pretenda dar o golpe agora, mas vai testar a sua base de apoio popular e militar. O desenlace fica para mais tarde.

Minha maior esperança é que Jair Bolsonaro tenha mais medo de apostar no caos do que o medo que tem do “japonês da federal” que vai esperá-lo na porta dos fundos do palácio do Planalto, por onde ele tentará escafeder-se no dia da posse de Lula.

*Jean Marc von der Weid é ex-presidente da UNE (1969-71). Fundador da organização não governamental Agricultura Familiar e Agroecologia (ASTA).

 

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