A era da desinformação

Banksy, fim da venda (V2), 2017
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Por MARCO SCHNEIDER*

Introdução do autor ao livro recém-lançado

The knowledge that appearance and essence do not jibe is the beginning of truth. The mark of dialectical thinking is the ability to distinguish the essential from the apparent process of reality and to grasp their relation” (Herbert Marcuse, Reason and revolution: Hegel and the rise of social theory).

Diz o ditado que as aparências enganam. Mas nem sempre. Como saber? Todos os dias lidamos com esse dilema, das situações mais inofensivas às mais perigosas, podendo mesmo ser uma questão de vida ou morte.

Não é preciso ser cientista para suspeitar que algo está queimando quando se vê fumaça. Mas cabe à ciência explicar não só causas e efeitos, mas o porquê de as coisas acontecerem de um jeito e não de outro. De acordo com Karl Marx, se a aparência e a essência das coisas coincidissem diretamente, a ciência seria desnecessária. Para ele, ciência significa o conhecimento efetivo da realidade, para além das aparências, sem, contudo, ignorá-las. Assim, mais do que supor que as aparências (sempre) enganam e buscar a verdade numa essência não aparente, trata-se de desvelar a razão e o movimento pelo qual as coisas aparecem como aparecem, às vezes enganando, às vezes não, às vezes as duas coisas ao mesmo tempo. De propósito ou sem querer.

A essência das coisas, nessa abordagem, não tem nada de outro mundo. Diz respeito simplesmente ao que a coisa efetivamente é, e isso inclui o que ela parece ser, o que aparece para nós que a observamos. A essência da coisa pode aparecer de forma enganosa ou não, mas em ambos os casos isso faz parte de sua essência, aparecer de forma enganosa ou não.

Charlatões e embusteiros têm sucesso por parecerem confiáveis. Mas uma pessoa pode parecer honesta e, de fato, ser essencialmente honesta. E uma pessoa pode parecer livre, pode mesmo se considerar livre, e não ser livre. Como distinguir? E o que, afinal, significa ser honesto? O que significa ser livre?

Muito antes do surgimento da linguagem humana, incluindo suas mil formas de mentira – logro, embuste, caô, falcatrua, charlatanice, 171, meias verdades e outras modalidades de desinformação –, a própria natureza já dispunha de um riquíssimo arsenal de truques que confundiam essência e aparência, pelo menos a partir do reino vegetal: que se pense nas plantas carnívoras e seus estratagemas para atrair insetos, para os quais elas são essencialmente mortais, embora (a)pareçam tão atraentes e inofensivas, numa primeira apreciação – caso o inseto se deixe levar pelo encanto da aparência, será devorado por ela, pela essência devoradora que então aparece, a mesma que estava oculta na primeira impressão.

As teias de aranha são redes finíssimas, mas proporcionalmente fortíssimas, praticamente invisíveis, assim como os bichos-pau e os camaleões sabem ser mestres da camuflagem, para defesa ou ataque. E há tartarugas fluviais que permanecem imóveis sob as águas, com a boca aberta, da qual sai um apêndice que parece um verme para atrair os peixes incautos. A aparência do verme apetitoso oculta a voraz tartaruga, que irá devorá-los. No fundo dos oceanos, alguns peixes abissais recorrem a um expediente parecido, com um apêndice luminescente na testa que atrai peixes menores para sua emboscada e para sua boca.

Nos mares também há delicados cavalos-marinhos que se parecem com as algas em meio às quais eles se ocultam e protegem. Mas ninguém supera os moluscos, lulas, sépias, polvos, que mudam de cor, forma e textura conforme queiram se ocultar de predadores ou iludir suas vítimas. Ninguém, antes dos humanos.

A desinformação é tão antiga que antecede a própria espécie humana. Mas é a desinformação humana, também antiga, provavelmente tanto quanto a própria humanidade, que nos interessa aqui. Ela também envolve um jogo de aparência e essência, da sua modalidade mais grosseira, a mentira pura e simples, às mais sutis, feitas de meias-verdades, descontextualização e outros recursos de que trataremos adiante. Porém, apesar de tão antiga, ela não é sempre a mesma, pois apresenta nuances e modulações históricas, geográficas, retóricas, sociotécnicas que nos impedem de afirmar que nada mudou.

Hannah Arendt (1967) e Alexandre Koyré (2019) denunciaram o controle da opinião pública em regimes totalitários mediante à distorção sistemática de informação factual. Sem ir tão longe, basta verificar que o custo com a publicidade de alguns produtos, senão de todos, tende a superar seu próprio custo de produção. Nem toda publicidade é pura desinformação, certamente, mas sempre contém elementos desinformacionais, sobrevalorizando qualidades, ocultando problemas e limites ou atribuindo qualidades inexistentes ao que está sendo vendido. O mesmo vale para a propaganda política, seja eleitoral, seja dos feitos de tal ou qual governo.

Há, porém, nos últimos anos, novos movimentos em curso. O raio de alcance das redes sociais digitais, desde que se tornaram populares, sua capilaridade e a velocidade de suas operações não têm precedentes. Os custos dos impulsionamentos de mensagens são relativamente módicos, se comparados com a imprensa e a radiodifusão. E a precisão comunicacional é maior, devido à mencionada capilaridade e ao conhecimento dos gostos do público por parte dos emissores e mediadores, graças à vigilância da navegação de todos, onipresente nas redes. Esse conjunto de fatores vem alterando substancialmente o ecossistema comunicacional conhecido, com consequências ainda imprevistas, dada a relativa novidade do fenômeno.

Vou pensar aqui o problema da desinformação nessa perspectiva histórica, partindo da premissa de que muito do que vemos pode parecer não ter nada de novo, mas tem, sim, inclusive pelo fato de que seu desenvolvimento é sincrônico a um momento de grave crise do capitalismo. Mesmo assim, pode ser útil dialogar com estudos clássicos sobre a mentira.

Ao conjunto das modalidades desinformacionais contemporâneas mais alarmantes que nascem, fluem, transbordam, irrigam, alimentam o cenário atual (de tons grotescos) e dele se retroalimentam, dou o nome de “desinformação digital em rede” (DDR). A noção de desinformação digital em rede diz respeito ao conjunto de ações desinformacionais veiculadas nas diversas redes digitais existentes, tais como Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp, Telegram, TikTok e similares. Não se refere, portanto, a conversas presenciais, à velha imprensa ou à radiodifusão, embora certamente as nutra e seja por elas nutrida.

É importante marcar esta especificidade do fenômeno. Porque o custo relativamente baixo de suas operações em comparação com a mídia tradicional (1), seu alcance imenso e customizado (2), somado à escassa e difícil regulação dessas ações em termos técnicos e jurídicos (3) favoreceram a que a desinformação digital em rede se convertesse, em quase toda parte, num elemento muito influente da superestrutura ideológica emergente no âmbito da infraestrutura das redes digitais e, ao mesmo tempo, em investimento (marginal?) na mesma. Essa infraestrutura, por sua vez, é um precioso produto e propriedade da fração principal do grande capital de hoje (acoplada ao financeiro, o armamentista, o farmacêutico e o energético).

As fronteiras entre legalidade e ilegalidade tornam-se nebulosas nessa ambiência, ao ponto de o parlamento do Reino Unido – que rigorosamente não pode ser caracterizado como expressão do pensamento crítico radical – ter acusado a empresa de Mark Zuckerberg de atuar como um gângster digital (HOUSE OF COMMONS, 2019; PEG, 2019), cerca de um ano antes de Steve Bannon, artífice da eleição de Donald Trump, ter sido preso por falcatruas comerciais que possuíam, ao mesmo tempo, uma aura xenofóbica e racista, envolvendo o muro separando EUA e México.

A publicidade em torno das ações de desinformação digital em rede envolvendo a Cambridge Analytica, tanto no Brexit quanto na eleição de Donald Trump (GUIMÓN, 2018), certamente contribuíram para a popularização dos termos fake news e pós-verdade – e por razões compreensíveis. De fato, em meio ao universo da desinformação digital em rede, uma das questões mais sensíveis é o impacto das fake news na formação da pós-verdade, num círculo vicioso, ou melhor, numa espécie de espiral viciosa de retroalimentação, ao que tudo indica centrífuga.

Mais recentemente, fala-se em misinformation superspreaders, algo como superespalhadores de desinformação. No artigo “Identification and characterization of misinformation superspreaders on social media”, de Matthew R. De Verna, Rachith Aiyappa, Diogo Pacheco, John Bryden e Filippo Menczer, do Observatory on Social Media da Indiana University, lemos que cerca 0,1% dos usuários do Twitter foram responsáveis por 80% da desinformação que circulou nas eleições americanas de 2016.

Esse fato e outros assemelhados demonstram que se trata de fenômeno inédito em sua configuração específica, mas que representa ao mesmo tempo uma atualização de antigas práticas infocomunicacionais que remetem ao problema filosófico da verdade – em suas dimensões ética, política e epistemológica, bem como nas contradições, composições e imbricações das três.

Ora, até onde temos podido acompanhar, a volumosa produção acadêmica ou para-acadêmica contemporânea em torno do tema da desinformação, nas ciências sociais, tem se dedicado principalmente a desvelar o elemento novo da trama, com destaque para seus condicionantes tecnológicos, econômicos, políticos, psicológicos e culturais, às vezes de modo isolado, outras em conjunto. Mas como também se trata, apesar do elemento novo, da atualização de práticas e motivações muito antigas, exploramos aqui a hipótese metodológica de buscar em estudos clássicos sobre a verdade e a mentira conhecimentos que eventualmente possam, de maneira composta com os estudos contemporâneos sobre a desinformação, auxiliar-nos a entender melhor com o que estamos lidando. Um terreno fértil para essa exploração é obviamente a filosofia, que há mais de dois mil anos tem debatido sistematicamente o assunto e produzido um rico acúmulo bibliográfico a respeito.

Assim, tendo em vista que, apesar de suas configurações inéditas como DDR, em um sentido mais geral a desinformação é tão antiga quanto a humanidade – mais antiga até –, nossa proposta metodológica é articular o estudo de alguns textos clássicos sobre a mentira e a verdade com o referencial teórico contemporâneo em torno do tema da desinformação.

Como provocava um famoso anúncio de TV da Folha de São Paulo, “é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade” (W/Brasil, 1987, 0:43’-0:48’). Para quem não viu ou não se recorda, o anúncio começa com uma imagem indefinida, composta de pontos pretos dispersos em fundo branco, que vão gradualmente se organizando e ganhando definição, enquanto uma voz em off descreve aparentes grandes feitos de um estadista, sem nomeá-lo. Até que em dado momento, forma-se a imagem de Hitler, e o anúncio conclui com a ideia de que é possível dizer a mentira só dizendo verdades e que é necessário ficarmos alertas.

A conclusão faz lembrar a célebre sentença hegeliana de que a verdade está no todo. Ou seja, no caso do comercial, a imagem de Hitler por fim aparece e as notórias calamidades associadas a essa imagem, que são de conhecimento comum (ou deveriam ser), forçosamente são confrontadas com as impressões positivas que as verdades parciais de seus feitos induziam, sem que soubéssemos de quem se tratava. O confronto desfaz a imagem positiva que inicialmente se criara antes do fecho (ou assim se espera). No final, a verdade se estabelece a partir do ponto de vista da totalidade.

Na mesma linha de raciocínio, no âmbito dos estudos desinformacionais, pode-se parafrasear Hegel e dizer que a mentira está no todo, mas no todo parcial, incompleto e farsesco que se apresenta como o real, visto que mesmo uma narrativa composta somente de verdades, mas que deixa de fora outras verdades necessárias para a compreensão adequada de uma dada situação, ou que fragmenta, descontextualiza e mistura verdades, pode ser uma narrativa mentirosa. Além, é claro, da mentira pura e simples, que tanto tem prosperado.

O problema da desinformação atual, na esfera articulada das mídias corporativas e da desinformação digital em rede, em meio às quais a mentira propriamente dita – enquanto produção intencionada e circulação eventualmente ingênua de informação mal-intencionada, que mistura maliciosamente verdade e falsidade – converte-se em uma nova forma de mistificação de massa, gerando problemas éticos gravíssimos, como a perpetuação ou o recrudescimento evitáveis de opressão, reificação, alienação, miséria, brutalidade, covardia, sofrimentos excruciantes e morte de milhões de pessoas.

O entendimento e o combate à desinformação contemporânea requerem uma atualização do debate em torno das dimensões ética, política e epistemológica – interconectadas – da dialética da verdade e da mentira. O ponto de partida para essa atualização é a exploração da riqueza conceitual desse campo semântico, repleto de sutilezas e ambiguidades, mas nem por isso borrado a ponto de os polos poderem ser simplesmente trocados sem maiores consequências.

Em outras palavras, ainda que reconheçamos, por exemplo, as distinções entre a mentira como falsidade deliberada ou como equívoco não intencional; entre verdade factual, científica ou filosófica; ou ainda entre metáforas, metonímias, ficção, opinião, evidência etc., os extremos da má-fé ou do equívoco, de um lado, e da boa-fé ou da correspondência entre o entendimento e as coisas, de outro, não podem ser ignorados em sua oposição estrutural formal – nem mesmo em uma perspectiva histórica e intercultural –, sob o risco da perda de qualquer parâmetro compartilhado de realidade.

Ao que tudo indica, a maior parte da desinformação contemporânea é marcada por elementos reacionários, misóginos, racistas, homofóbicos e, no limite, neofascistas.[i] A mobilização de temores e preconceitos atua como um cavalo de Troia que carrega no ventre o neoliberalismo, o qual não ousa mais se expor francamente após décadas de promoção de guerras, destruição ambiental e desigualdade social crescente.

O corolário disso tudo são discursos de ódio, terraplanismo, o recrudescimento de movimentos antivacina e inumeráveis teorias conspiratórias, mais ou menos perigosas, que convertem a sadia desconfiança nas autoridades, característica do pensamento moderno, numa mistura indigesta de ceticismo em relação às autoridades cognitivas modernas – estado de direito, ciência, imprensa – e dogmatismo em relação àquelas do tipo pós-moderno – políticos midiáticos fanfarrões, pseudo-intelectuais de internet, seitas mil.

Teorias conspiratórias têm sempre um fundo de realidade misturado com camadas de fantasia. Partindo da constatação de que conspirações, de fato, existem, seus formuladores e propagadores fantasiam explicações e soluções simplistas para os problemas reais do mundo. Talvez a maior prova de que conspirações reais existem resida no fato de que as teorias conspiratórias são teorias fantasiosas produzidas por conspiradores reais e difundidas por incautos, dos mais inocentes aos mais perigosos.

Diante desse cenário, mais algumas perguntas precisam ser feitas: quem ganha com isso? Quem perde? De que maneiras? Qual é o gradiente entre o sociopata e o inocente útil, nesse jogo às vezes mortal de perde e ganha?

Vivemos uma grave crise do capitalismo, porque suas contradições estão explodindo em novos patamares, cada vez mais brutais e sem horizontes realistas de superação, nos seus próprios termos. É um cenário marcado pela degradação ambiental sem precedentes e pela mais intensa concentração de riqueza da história, associada à mais ampla pobreza e miséria. Para agravar o quadro, as fronteiras entre ciência e opinião, privacidade e vigilância, segurança e violência, liberdade e opressão se esfumam, confundem, misturam e intercambiam, num caldo cultural alucinatório onde violência é segurança e opressão é liberdade.

Quanto à última dupla, liberdade e opressão, a liberdade de expressão tornou-se o salvo conduto de mentirosos assumidamente direitistas e de seus financiadores, que têm a cara de pau de condenar seus críticos de centro e esquerda, e mesmo os de direita, como comunistas e “ideológicos”. Na verdade, todas as posições envolvidas no debate político são necessariamente ideológicas, se entendemos ideologia como visão de mundo.

Neste sentido, é uma disputa ideológica que está em questão, na medida em que se trata de uma disputa entre visões de mundo. Uma disputa ideológica que remete, por sua vez, à luta de classes com todas as suas nuances. Mas se entendermos ideologia no sentido negativo de mistificação, de conjunto de ideias fantasiosas, contrárias à razão e a uma apreciação realista do mundo, seus problemas e possíveis soluções, o quadro atual não sugere propriamente uma disputa entre ideologias, mas entre um complexo ideológico alucinado e as várias formas de bom senso que a ele se opõem, muitas delas divergentes entre si, mas dentro de parâmetros compartilhados de racionalidade.

Mistificar é mentir de modo a produzir percepções e apreciações distorcidas da realidade. Como desmistificar os mistificadores? Desmascarando suas mentiras, provando que ganham com isso e demonstrando que seus argumentos são piores que os de quem os critica. Algumas vezes as mentiras são mais sutis, mas frequentemente são mentiras cabeludas. E há os inocentes úteis, os incautos, nos mais diversos graus, multidões deles, replicando as mentiras porque acreditam nelas, ou porque acreditam que o combate aos inimigos do que entendem como bons costumes justifica o recurso a absurdos, calúnias, difamações e assassinatos.

Nos dias de hoje, a reação neofascista defende a liberdade neoliberal, enquanto as forças progressistas buscam, em um primeiro momento, senão uma concepção de liberdade superior – segundo a qual a liberdade de cada um deixa de ser obstáculo para a do próximo, convertendo-se em sua condição –, pelo menos a preservação do que resta da liberdade liberal. O que significa isso, no tocante à liberdade de expressão? A defesa de parâmetros mínimos de racionalidade comum, e de regulações públicas sobre privilégios privados, que coíbam e penalizem a propagação interessada de desinformação em larga escala.

Fato é que, ao invés da inteligência coletiva que a internet promoveria, no sonho de Pierre Lévy (2007), testemunhamos o crescimento da estupidez coletiva nas redes sociais digitais. Estupidez entendida no sentido conjugado de concepções muito equivocadas, fruto de hipocrisia ou de ignorância, associadas a brutalidade.

O que fazer para reverter essa tendência?

Este livro, infelizmente ou felizmente, traz mais perguntas que respostas, pois parte da crença de que, apesar dos pesares, muitas cabeças pensam melhor do que uma, quando se arriscam a pensar de verdade.

*Marco Schneider é professor do Departamento de Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF). Autor, entre outros livros, de A dialética do gosto: informação, música e política (Circuito).

Lançamentos: no Rio de Janeiro, 06.12.22, das 18 às 21h no Bar Mané (Praia do Flamengo, 180, esquina com Rua Machado de Assis.); em Brasília, 08.12.2022, Hotel San Marco, SHS Q. 05, BL C – Asa Sul, Brasília – DF, 70322-914. Das 16h30 às 18h

Referência


Marco Schneider. A era da desinformação: pós-verdade, fake news e outras armadilhas. Rio de Janeiro, Garamond, 2022, 159 págs.

Nota


[i] Estou ciente das polêmicas em torno da propriedade do uso da expressão para caracterizar movimentos políticos atuais. Ao longo do texto, apresentarei alguns argumentos em sua defesa.

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