Por WALNICE NOGUEIRA GALVÃO*
Há críticos que exageram afirmando que toda a cinematografia de Hollywood é de direita. Mas se começarmos a contar nos dedos, já não nos parecerá tamanho o exagero.
King Kong encarapita-se no Empire State Building, raptando a loura e atalhando aviões com as manoplas: o imaginário pop produz uma alegoria da civilização ocidental. Um colosso irracional, negro e hirsuto – irrompendo da esfera dos instintos, do lado sombrio de cada um e dos seres que não primam pela alvura – escapa ao controle dos civilizados, apossando-se da fêmea branca e do arranha-céu. Este, anterior ao World Trade Center, foi por décadas o mais alto do mundo, grife da modernidade do EUA.
O acirramento do consumismo que decorreu no intervalo entre as duas versões do filme responde pelo agigantamento do monstro, que triplicou de tamanho. Desejos magnificados e à solta: a sociedade de consumo tem seu fundamento no espicaçar dos apetites. Não foi à toa que apelidaram Nova York de Big Apple, um convite à gula. Paira a assombração de algo ameaçador e irredutível, que não se sabe quando nem onde pode surgir e atacar, pondo em risco a própria sede do poderio capitalista no planeta.
É antiga no imaginário pop a profanação de objetos simbólicos como esse edifício, gesto que com extrema concisão libera um mundo de afetos e pulsões. Tais objetos se valem da alçada universal, e quando os sediciosos da praça de Tiananmen quiseram dizer ao mundo o que pretendiam, afeiçoaram uma réplica da Estátua da Liberdade. Filmes e livros dedicam-se a ultrajar os principais monumentos do país. Dos vários O planeta dos macacos, um terminava com a Estátua da Liberdade em estilhaços; outro, na cena final, dota o Lincoln de mármore em Washington de uma cabeça simiesca.
Em outras obras ocupam o posto, como adiante se verá, o Pentágono, a Casa Branca, o Capitólio e as torres gêmeas do World Trade Center. Estas aparecem lá atrás, como pano de fundo, em todo tipo de produção visual, em insinuação subliminar, peça-chave que são da skyline mais celebrada do mundo, tão consubstancial à identidade norte-americana quanto a Torre Eiffel à francesa. Metamorfoseadas em pira funerária, pode-se aquilatar o luto dessa mutilação.
Os sintomas sugerem que, por algum resíduo extravasando no imaginário, os Estados Unidos suspeitam que suas ações estimulam o revanchismo e os expõem à desforra. Os devaneios de aniquilamento parecem habitar o cerne do mundo em que vivemos, e florescem nas obras ficcionais. A atribuição de autoria da desforra é tão banal e irresponsável que até uma comédia despretensiosa e que nada tem a ver com política como O último homem do planeta Terra (The last man on planet Earth, 1999) tranquilamente debita o extermínio do sexo masculino à iniciativa… de quem? Dos afegãos, que iniciaram uma guerra bacteriológica, à qual os Estados Unidos revidaram com uma bomba a vírus que destruiu o cromossomo Y e, com ele, todos os machos.
O fim da Guerra Fria, ao liquidar a cômoda partilha do planeta entre dois impérios, obrigou a adaptações e experimentos. Meio século de inimigos soviéticos no best-seller, no cinema, nos seriados de tevê, na publicidade, nas histórias em quadrinhos e nos videogames condenou-se à obsolescência, impondo a pesquisa de outros. Já deixara de ser politicamente correto fazer dos negros caricaturas ou vilões, desde as conquistas do movimento pelos direitos civis. Os peles-vermelhas palmilharam um estafante percurso, até se transformarem de algozes em vítimas.
Onde achar os novos malvados? Estes passaram a ser outros não brancos, ou menos brancos, como latino-americanos, chineses, japoneses, sérvios e demais balcânicos, mas sobretudo muçulmanos de nacionalidade ignorada, indiscriminadamente dados como “árabes” (os quais constituem apenas 15% dos 1 bilhão e cem milhões de fiéis do Islã). Por outro lado, a expectativa de guerra entre os dois impérios seria substituída por um considerável incremento dos entrechos de terrorismo.
A metáfora da explosão, correlata das fantasmagorias da desforra, erige-se como a manifestação contemporânea da síndrome de Prometeu, que tem em Frankenstein o primeiro monstro típico da sociedade industrial. O homem não só roubou o fogo dos deuses como soube idealizar usos cada vez mais formidandos dele, ampliando o horizonte da destruição, a ponto de fabricar uma arma que pode aniquilar toda e qualquer vida na Terra.
Tomando-o aos deuses, condena-se a aguardar o castigo por sua conduta ímpia. A metáfora da explosão se verifica tanto nos livros, nos quais aparece no modo da descrição, quanto na tevê e nos filmes; mas é nestes que predomina o fogo com estrondo e desintegração, graças ao rendimento que os veículos audiovisuais permitem. As detonações, espetaculares, são parte constitutiva dos “efeitos especiais”, infalíveis nas mais corriqueiras das fitas de ação, dessas de perseguição automobilística.
A pirotecnia da Guerra do Golfo – a primeira, de 1990 – marcou uma ruptura na cobertura desses eventos pela tevê, que passou a estetizar a conflagração, atendo-se ao fulgor dos mísseis flamejando no negror da noite e jamais mostrando os danos que causam aos seres humanos: um confronto bélico resolvido em espetáculo, como se fosse virtual, ou um videogame, sem sangue e sem sofrimento. A Guerra do Golfo não ultrapassou a cifra de cinquenta baixas do lado americano. Os apregoados bombardeios “cirúrgicos” dirigidos com exclusividade a alvos militares mataram cem mil civis iraquianos.
Há muito que o imaginário expresso em ficção vem examinando as várias possibilidades de um ataque como o que se deu a 11 de setembro de 2001. Entre os best-sellers, os de Tom Clancy especializaram-se em tecnologia militar e de armamentos. Resultam um tanto massudos e maçantes, pois as peripécias são substituídas pelos charmes recônditos – aos quais certos leitores são cegos – de um míssil termonuclear ou de um porta-aviões, e seus mecanismos de funcionamento, em que o autor exibe erudição. Seu primeiro grande sucesso, que lhe firmou a reputação no gênero, foi Caçada ao outubro vermelho, relato do duelo entre dois submarinos, um americano e outro soviético, depois filmado com Sean Connery como protagonista.
Muitos best-sellers depois, e milhões de exemplares vendidos, escreveu Dívida de honra, em que, ao fim de quase mil páginas, o comandante japonês de um 747 comercial da Japan Airlines, vingando as mortes de seu único filho, piloto de caça, e de seu irmão almirante, ambos tombados naquele mesmo dia na escaramuça inicial da Terceira Guerra, atira-se com seu avião contra o Capitólio em Washington, durante uma sessão com visita do presidente, não restando sobreviventes.
O livro já não é tão recente, datando de 1994: teria sido lido alhures? É voz corrente que esses livros, filmes, seriados televisivos e videogames ensinam, até à minúcia, as técnicas de que o terrorismo se utiliza. O fato de os vilões não serem árabes mostra que este é menos atual. Uma trama complicadíssima, cheia de suspense, vai-se desenrolando, incluindo conspirações financeiras nipônicas para domínio das bolsas de valores, reavivando velhos ressentimentos que remontam à Segunda Guerra. A esses se aliam novos ressentimentos, levando a uma “tríplice entente” entre Japão, China e Índia, cujos povos não são dos mais brancos, os quais por força de razões diversas se unem contra, quem diria, a civilização ocidental.
Um tarimbado autor de best-sellers de espionagem, aliás dos melhores, John le Carré escreveu Our game (1995), pós-Guerra Fria, em que a salvação da civilização, não mais ao alcance deste tipo de sociedade em que vivemos, reside em minorias islâmicas, pré-capitalistas e primitivas, entrincheiradas nas montanhas do Cáucaso, no coração da Rússia. Postando-se à margem do desenvolvimento econômico, desinteressadas de riqueza e bens materiais, tornaram-se repositório de valores como honra, lealdade e solidariedade com os destinos dos homens.
Essas minorias estão fadadas ao fracasso, por não terem voz contra o poderio ocidental; e cada vez que se sublevarem serão massacradas. Mas os melhores deste mundo a elas se aliam. E são justamente dois espiões, um inglês e outro da KGB russa, que forjam uma aliança – contando com o know-how de ambos e de seus organismos – destinada a roubar uma fortuna dos fundos perdidos da antiga União Soviética agora apropriados pela iniciativa privada, para financiar um levante do pequeno e valente povo.
Mas convém ter em mente que o novo tipo de filme sobre terrorismo nada tem a ver com science fiction, embora se possa ver aí suas origens. Trata-se de filmes políticos, só que de direita. Há até críticos que exageram, afirmando que toda a cinematografia de Hollywood é de direita. Mas se começarmos a contar nos dedos, já não nos parecerá tamanho o exagero. Há honrosas exceções, como os diretores Oliver Stone e Warren Beatty, mas a maioria dos filmes é mesmo pura autopropaganda, impregnada de xenofobia.
Para quem tiver curiosidade em comprovar como as feições étnicas entrelaçadas ao passatempo servem ao supremacismo racial, tome-se como exemplo, entre outros thrillers, o seriado que a tevê exibe há anos, La femme Nikita, onde os bandidos são sempre forasteiros, enquanto a heroína, agente da Seção I, é loura de olhos azuis. Boa parte da força das imagens reside na exploração dos olhares cheios de insinuações trocados entre três pares de olhos azuis, os de Nikita, seu parceiro Michael e o chefe de ambos. Como mil outros seriados, traz inimigos que são terroristas e perpetram atentados contra o Ocidente.
Algo de similar se passa nos filmes de ação que concorrem ao título de campeões de bilheteria e se desdobram em continuações, tal seu êxito. Missão impossível, com Tom Cruise como agente da CIA, que já está no terceiro, teve em sua segunda edição a maior bilheteria brasileira do ano 2000. Mad Max, com Mel Gibson como policial, idem, enquanto Máquina mortífera, com o mesmo ator como outro policial, bem como Indiana Jones, com Harrison Ford, já estão no quarto.
Os vilões são sempre exóticos. Nos romances e nos filmes de James Bond, com o Sean Connery da primeira fornada, o adversário tinha nome de ressonâncias teuto-judaicas (Blofeld em um, Goldfinger em outro) ou chinês (Dr. No). Mas as coisas mudaram e, com elas, as nacionalidades. É até de admirar que em um dos Máquina mortífera os bandidos sejam sul-africanos louros de olhos azuis. Assim como são azuis os olhos de Tom Cruise e Mel Gibson.
As películas de que aqui tratamos oferecem algumas variantes. Em Ameaça terrorista (1999), um general sérvio, acusado por crimes de guerra contra a Bósnia, é sequestrado por um comando americano em Bucareste. Retaliando, terroristas sérvios invadem a embaixada americana, capturando reféns e matando vários deles enquanto a exigência não é aceita. Um pouco mais complexo, Caçada ao terrorista (2001) narra como um agente secreto israelense recebe ordens do Mossad para matar um importante terrorista palestino. A missão deste, sabe-se depois, é assassinar o líder da OLP, por ocasião da assinatura solene do acordo de paz com Israel. É frustrado pelo israelense, e acaba abatido a tiros pelos próprios árabes da OLP.
Um exemplo dentre muitos: Momento crítico (1996) não tem nada demais, é um disaster movie como tantos outros. Só que os sequestradores do avião são árabes, têm fenótipo árabe e falam árabe o tempo todo. Durante o voo, reivindicam a libertação de seu líder encarcerado, preço exigido para não explodir o avião com a bomba de que dispõem. É claro que faltam à palavra dada e, depois de solto o eu líder, continuam o voo para atirar o avião sobre o Pentágono, no que são frustrados pela ação de alguns bravos militares americanos.
Outro é Força Aérea Um (1997), em que o avião presidencial é sequestrado por russos que teimam em continuar comunistas. Os Estados Unidos acabavam de fazer uma operação clandestina no Cazaquistão, prendendo o general Radek, chefe do governo, e entregando-o aos russos: mais uma de suas habituais ingerências em país alheio. Os sequestradores querem que Radek seja libertado, e já contam com um dos seus infiltrados a bordo. Ponto alto é a réplica de um dos terroristas, o qual, admoestado por matar inocentes, retruca: “E vocês, que mataram cem mil civis iraquianos, só por causa de alguns centavos a mais em cada barril de petróleo?”. Todavia, o presidente, oportunamente vivido por Harrison Ford em outra das façanhas a que se acostumou como Indiana Jones conseguirá dominar sozinho todos os terroristas.
Mais um é O grande atentado (1997), em que um agente do FBI investiga uma seita religiosa árabe, abrigo de suspeitos do ataque terrorista ao World Trade Center em 1993, que matou seis pessoas e feriu mais de cem.
15 minutos (15 minutes, de 2001) interessa por suas anotações críticas. Dois psicopatas, veteranos no crime, um russo e um tcheco, inteiramente deslumbrados, desembarcam em Nova York decididos a “fazer a América”. Cometem crimes e vão filmando a si mesmos enquanto os executam, até que conseguem torturar e assassinar o mais importante policial da cidade. Estão feitos na vida: vendem o filme a um programa de tevê por um milhão de dólares. Bons conhecedores, através do cinema e da tevê, do funcionamento do sistema americano, quando um deles é preso alega insanidade e é inocentado. Que acabem abatidos pela polícia não invalida suas proezas. A última imagem do filme amador que fizeram é a da Estátua da Liberdade.
Por sua originalidade, merece exame mais detido Nova York sitiada (1998). Reivindicando a libertação de seu líder religioso preso pelos americanos, grupos de árabes se imolam em vários atentados na cidade. O presidente decreta estado de guerra e o exército ocupa Nova York. Mais do que raro é surgir na tela um general americano fardado torturando e matando um suspeito, ainda mais em Nova York. Implantam-se campos de concentração para árabes, visíveis por trás dos alambrados.
Os heróis vêm a ser o FBI e a CIA, contra o Exército, não deixando de ser burlesco vê-los transformados em paladinos dos direitos civis. Os atentados, todos praticados por suicidas enrolados com cartuchos de dinamite, têm por alvo um ônibus lotado, no centro, e um teatro na Broadway em pleno espetáculo. O último, planejado, mas frustrado, pretende infiltrar uma manifestação multiétnica contra a perseguição aos árabes, a que se unem judeus, negros e americanos brancos, às portas da prefeitura. Pormenor instigante é que, depois de muita peripécia, a agente da CIA deixe escapar a origem dos terroristas: pertenciam a uma tribo do sul do Iraque a quem a CIA ensinara a fabricar bombas e executar atentados contra Saddam Hussein. Depois, mudando a política, a CIA abandonara seus aliados, que foram massacrados. Como vingança, os poucos que restaram vão assolar Nova York.
Agora que prestamos mais atenção àquilo que nos passou despercebido antes é que vemos quanto do acontecido já havia sido previsto em romances, filmes, seriados de tevê e até videogames. Não se trata de premonição: apenas, com os mesmos dados, seria possível fazer arranjos e combinações que pareceriam ser apenas da ordem da fantasia. O que sempre foi apanágio da ficção, que não se dedica apenas àquilo que aconteceu, mas também às virtualidades do real, ou seja, àquilo que poderia acontecer.
Um deles, sui generis, vem a ser um inteligente (e raro) filme político, oferecendo uma verdadeira aula de manipulação do público. Mera coincidência (Wag the dog, de 1997) é uma comédia, e o riso desarma, ou torna cínico, o denegrimento sistemático das instituições democráticas. O presidente, a 15 dias da reeleição, é denunciado por uma escoteira, por tê-la estuprado na Casa Branca. Sua assessoria convoca um especialista em contenção de danos em desastres, que recomenda uma guerra, exemplificando com a invasão de Granada em 1983, 24 horas depois da dinamitação da base militar americana em Beirute. Decidem-se pela Albânia, por suas vantagens: não tem bomba nuclear, é muçulmana, é paupérrima, ninguém sabe onde fica. Convocam um produtor de Hollywood e devotam-se a uma guerra virtual, criada por computadores, que vai para o noticiário.
Constroem a imagem-emblema dessa guerra, uma menina de lenço na cabeça fugindo com um gatinho nos braços. Inventam um herói, um soldado americano por nome Schumann, que teria sido aprisionado. A decifração em código Morse dos buracos na frente de seu suéter resulta em: “Coragem, mãe”. Montam um ritual cívico a partir de um trocadilho com seu nome (shoe‑man), consistindo em atirar pares de sapatos amarrados pelos cadarços em cima de árvores e postes.
O público responde, alastrando o ritual. Afinal, o produtor quase põe tudo a perder ao insistir em contar a história, porque, diz ele, se os outros não sabem, qual é a graça? E, como seria de prever, é assassinado pela equipe, que finge um (mais um) acidente. O presidente estuprador é reeleito por uma avalanche de votos. Na Albânia, um grupo reivindica os falsos atentados. E uma verdadeira guerra começa, quando o filme acaba.
Ainda mereceriam ser assistidos Ataque inimigo (1998), Caça ao terrorista (1997), que narra como Carlos o Chacal foi apanhado, O grande atentado (1997) etc. Como vimos, é comum na ficção literária e cinematográfica o terrorismo praticado por estrangeiros, de preferência árabes. Mas há um assunto tabu: são escassos os que ousam tratar do terrorismo interno, tendo por autores cidadãos americanos no território dos Estados Unidos, fenômeno que também se intensificou nos últimos anos. Terrorismo é algo a praticar nos países dos outros sob o rótulo de “defesa da civilização” – golpes de estado, subversão, assassinatos, bombardeios ilegais, sequestros.
Fora da ficção, há livros para os interessados. Surgiram vários, provocados pela execução de Timothy McVeigh, autor do atentado de Oklahoma, inclusive American terrorist, de Lou Michel e Don Heckner (2000). E sobre Osama Bin Laden saíram dois em 1999, logo após a destruição de duas embaixadas norte-americanas na África, que lhe atribuíram. Escritos por estudiosos do terrorismo, intitulam-se The new jackals: Ramzi Yousef, Osama Bin Laden and the future of terrorism, do jornalista inglês Simon Reeve, e Bin Laden – The man who declared war on America, de Yossef Bodansky. Mas não fizeram muito sucesso e, ao que tudo indica, foram pouco lidos.
A oscilação entre esquecimento e memória, em todos esses casos, pode ser complicada. Saddam Hussein e Osama Bin Laden – para não falar no Xá da Pérsia, em Mobutu, em Sukarno e Suharto, em Duvalier, em Batista, em Pinochet, em centenas de outros ditadores sanguinários que os americanos promoveram e sustentaram – são, como se sabe, criações dos Estados Unidos, que os suscitaram, armaram e adestraram, Frankensteins ou King Kongs que escaparam ao controle de seu criador.
*Walnice Nogueira Galvão é Professora Emérita da FFLCH-USP. Autora, entre outros livros, de Lendo e relendo (Sesc / Ouro sobre azul).