Guia do cinema político – III

Whatsapp
Facebook
Twitter
Instagram
Telegram

Por WALNICE NOGUEIRA GALVÃO*

Uma seleção de filmes sobre a anatomia do poder, com a indicação da plataforma em que estão disponíveis

Macartismo/Intolerância

Trumbo: Lista negra (2016) – dir.: Jay Roach. A caça às bruxas que imperou nos Estados Unidos no início da Guerra Fria, nos anos 1950, quando vagas suspeitas de esquerdismo e a exigência de delação de outros destruiu carreiras e provocou suicídios. Dalton Trumbo era um dos mais importantes roteiristas de Hollywood. GLOBOPLAY, TELECINEPLAY

Boa Noite e Boa Sorte (2006) – dir.: George Clooney. A história de um âncora de TV que, com rara coragem, enfrentou os direitistas, denunciando as artimanhas desonestas e ilegais do senador McCarthy, que passou a persegui-lo. YOUTUBE

O Criado (1963), O Acidente (1967) e O Mensageiro (1970) – dir.: Joseph Losey. Três clássicos de um grande diretor, realizados na Inglaterra onde se refugiou para escapar ao macartismo. Tendo por roteirista o maior dramaturgo inglês de então, Harold Pinter, os três filmes dissecam as relações de poder que subsistem nas mais corriqueiras situações.

Intolerância (1916) – dir.: D. W. Griffith. Filme épico e monumental exibe episódios de intolerância desde a Antiguidade. Nele o diretor procura responder às críticas a seu filme anterior,O Nascimento de Uma Nação, considerado como a fundação do cinema norte-americano. Mas, situando-se na Guerra da Secessão, lá está o soldado negro estuprando a branca… TELECINEPLAY, YOUTUBE

Edward Mãos de Tesoura (1990) dir.: Tim Burton. Fábula sobre a intolerância com que é tratado o outro, o diferente, o bizarro: a rejeição que suscitam e que levam à sua exclusão. Crítica ao conformismo, expresso no próspero bairro de casas iguais e arruamentos paralelos. YOUTUBE

O Destino (1997) – dir.: Youssef Chahine. O filósofo e cientista árabe Averróes na Córdoba do século 17, uma das mais civilizadas urbes do planeta e foco da ciência. Alvo da perseguição fundamentalista, culminando quando o califa manda queimar seus livros.

Armas e corrida armamentista

Dr. Fantástico (1964) dir.: Stanley Kubrick. Em plena Guerra Fria, os contendores americanos que se apresentavam como defensores do mundo livre são mostrados em sua sanha assassina e namoro com a hecatombe nuclear. Tremenda sátira. LOOKE, YOUTUBE

O Senhor das Armas (2005) – dir.: Andrew Niccols. Ficção que examina passo a passo a ascensão de um mercador de armas e o alcance internacional de suas transações, com a conivência de poderes e governos. NOW, TELECINEPLAY, PRIME

Jogos do Poder (2007) – dir.: Mike Nichols. O conluio entre um congressista texano, a CIA e uma milionária resultou na compra clandestina e ilegal de mísseis Stinger, entregues aos rebeldes afegãos durante a guerra do Afeganistão com a Rússia – que, como todos sabem bateu em retirada aparentemente inexplicável. NOW, LOOKE

Tiros em Columbine (2002) – dir.: Michael Moore. Documentário precoce sobre a onda, que então mal começava a se alastrar, de tiroteios em escolas. O mais premiado dos filmes deste cineasta. YOUTUBE

Armas na Mesa (2016) – dir.: John Madden. Uma lobista tem por tarefa impor ao Congresso e ao governo dos Estados Unidos, que vende armas a outros países em troca de “empréstimos” ou “ajuda humanitária” ainda maiores benefícios para a já bilionária indústria armamentista. Boa didática para entender como esse jogo escuso funciona. YOUTUBE

Capitalismo e crise

A Grande Aposta (2015) – dir.: Adam McKay. O dono de uma empresa de investimentos decide apostar contra o sistema, numa operação ilegal, ganhando bilhões e gerando a crise. NETFLIX, GOOGLEPLAY, YOUTUBE

O Capital (2012) – dir.: Costa-Gavras. Não foi só nos Estados Unidos, na União Europeia também. Na França, a ascensão de um executivo à direção de um banco e sua entrada num universo de conchavos, ilegalidades, desprezo à ética. A certa altura, ele diz aos investidores que sua função é roubar dos pobres para dar aos ricos… VIMEO

Roger e Eu (1989) – dir.: Michael Moore. O documentário investiga o desemprego e aumento da criminalidade em Flint, Michigan, após a transferência da General Motors, principal empregador da cidade, para o México. A fuga das indústrias para o exterior destruiria a classe operária no país. YOUTUBE

Grande Demais para Quebrar (2011) – dir.: Curtis Hanson. A crise de 2008 e as “bolhas”, a começar pela bolha imobiliária e outras falcatruas. A bancarrota do Lehman Brothers e o pânico que se seguiu nos demais bancos e no governo, resultando  na injeção de bilhões de dólares de dinheiro público. As vítimas da bolha imobiliária perderam suas casas e não receberam um centavo. YOUTUBE

Trabalho Interno (2010) – dir.: Charles Ferguson. Analisa a crise desde quando começou a “desregulação” do capital financeiro, promovida pelos governos conservadores de Reagan e dos dois Bush. Mostra o conluio entre dirigentes de financeiras, Legislativo e Executivo. As financeiras receberam bilhões do governo, nem uma só perdeu dinheiro nem foi processada, todas afinal saindo mais ricas que antes. NOW, YOUTUBE

Mundo do trabalho

Mimi o Metalúrgico (1972) – dir.: Lina Wertmüller. Um operário da Sicília vai para o Norte em busca de trabalho, deixando mulher e filhos. Lá, fica dividido entre sindicato e máfia, enquanto arranja outra mulher. O filme mostra como o patriarcalismo arraigado em que foi criado impede sua politização. YOUTUBE

Stanley & Iris (1990) – dir.: Martin Ritt. O cinema americano raramente mostra um operário, mas este filme traz a inacreditável história de um deles que deseja aprender a ler, pois sua vida de pobre vai de desastre em desastre por causa do analfabetismo. Outra operária vai tomá-lo como aluno e uma terna relação se desenvolve entre ambos. Uma história tão portentosa exigiria mesmo dois monstros para vivê-la: Jane Fonda e Robert De Niro. YOUTUBE

A Classe Operária Vai ao Paraíso (1971) dir.: Elio Petri. Crítica simpática, mas inclemente das ilusões vendidas ao proletariado da Itália na prosperidade do pós-guerra. Lulu Massa é o operário-padrão que acredita no que faz, recusando-se a entrar em greve com os companheiros, até que perde um dedo na máquina e é abandonado pelos patrões. O protagonista é vivido pelo grande ator politicamente engajado Gian-Maria Volonté, que estrelou praticamente todos os filmes dessa brilhante safra italiana: O Caso Mattei, Investigação de um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita, Saco e Vanzetti, Giordano Bruno, O Caso Aldo Moro, entre outros. YOUTUBE

Os Companheiros (1963) dir.: Mario Monicelli. Maravilhoso filme sobre uma greve de operários da indústria têxtil no século 19 em Turim, na Itália. Um professor socialista chega de trem para auxiliá-los na organização do movimento e na definição das reivindicações. YOUTUBE

Norma Era (1979) dir.: Martin Ritt. Uma operária têxtil no Sul dos Estados Unidos resolve protestar contra péssimas condições de trabalho e acaba se tornando líder do movimento. TELECINEPLAY

Pão e Rosas (2000) dir.: Ken Loach. Um experimento americano do diretor inglês devotado aos pobres. Examina as condições de vida e os mecanismos que incidem sobre uma greve de faxineiras chicanas em Los Angeles. YOUTUBE

O Homem que Virou Suco (1979) – dir.: João Batista de Andrade. Outro operário-padrão, desta vez no ABC paulista. Um poeta popular nordestino que sobrevive em São Paulo vendendo folhetos de cordel é confundido com um sósia, este sim o operário-padrão que na festa de premiação mata o patrão da multinacional. LOOKE, YOUTUBE

Ou Tudo ou Nada (1997) – dir.: Peter Cattaneo. Um dos primeiros filmes a lidar com o desemprego trazido pelo fim da sociedade industrial. Em Sheffield, na Inglaterra, que já foi a capital do aço e grande centro fabril, um grupo de desempregados sem perspectiva decide montar pioneiramente um show de striptease masculino. Como enfrentar a desgraça com bom humor. NOW, GOOGLEPLAY, YOUTUBE

Eu, Daniel Blake (2016) – dir.: Ken Loach. A via crucis de um idoso que, após um infarto, vai atrás de seus direitos, descobrindo de que nada vale ter trabalhado a vida inteira, pagando sem falha sua contribuição à aposentadoria. Entre outros tropeços, o sistema só aceita formulários preenchidos online, coisa que ele, que não tem dinheiro para comprar computador, não sabe fazer. Conta com a amizade de uma mãe solteira moradora de rua, que também vai de mal a pior. NOW, GOOGLEPLAY, NETFLIX, YOUTUBE

Você Não Estava Aqui (2019) – dir.: Ken Loach. O diretor, como sempre em cima da hora, disseca a precarização do trabalho. O protagonista, em dificuldades, cai no engodo do “empreendedorismo”, tornando-se entregador, e vai sendo triturado pelo sistema. A falácia da uberização do trabalho, que está ocorrendo em escala mundial. NOW, TELECINEPLAY

Os poderosos

Cidadão Kane (1941) dir.: Orson Welles. O poder concentrado nas mãos de um barão da mídia e daí para a política. No futuro veríamos o dono de um complexo empresarial de mídia tornar-se presidente da Itália e um apresentador de TV presidente dos Estados Unidos. No capítulo dos poderosos, sobressaem igualmente seus filmes Macbeth e Otelo. LOOKE, GOOGLEPLAY, YOUTUBE

Vice (2018) – dir.: Adam McKay. De como Dick Cheney, o vice-presidente de George W. Bush, manipulou o presidente com sua agenda direitista e de proveito próprio. Sua empresa Halliburton foi a que mais lucrou na invasão do Iraque, de que foi idealizador e incentivador entusiasta. Autor da mentira sobre “armas de destruição em massa”. NOW, GOOGLEPLAY, LOOKE, YOUTUBE

São Bernardo (1972) – dir.: Leon Hirszman. Baseado no romance de Graciliano Ramos. A trajetória de um sertanejo de Alagoas, movido pela obsessão do ganho. Sobe na vida, tornando-se um grande fazendeiro e ficando cada vez mais rico e poderoso, à custa de sacrificar tudo aquilo que humaniza. Essa trajetória é examinada passo a passo. LOOKE, YOUTUBE

O Caso Mattei (1972) – dir.: Elio Petri. O filme pertence à grande tradição do filme político dentro do neorrealismo italiano do pós-guerra. Um industrial de esquerda morre misteriosamente num atentado nunca esclarecido a seu avião, numa viagem. YOUTUBE

Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita (1970) – dir.: Elio Petri. Outro filme dessa safra. O criminoso impune e que se diverte com isso é o único de que ninguém suspeitaria, ou seja, o chefe de polícia. Mostra o que é o poder e a manipulação que efetua dos cidadãos. YOUTUBE

O Poderoso Chefão (1972/1974/1990) dir.: Francis Ford Copolla. Trilogia sobre a ascensão da máfia italiana em processo de tomar o poder nos Estados Unidos, e especialmente na cidade de Nova York. Seus dilemas, seus problemas familiares e sua trajetória inexorável. NOW, TELECINEPLAY, GOOGLEPLAY, NETFLIX, YOUTUBE

Sangue Negro (2007) – dir.: Paul Thomas Anderson. Baseado no romance Petróleo, de Upton Sinclair, representante da famosa geração do romance norte-americano de denúncia social que se voltou para os males que assolavam o país, nas décadas de 1920 e 1930. Percurso de um mineiro que, através de desonestidade, violência e falta de escrúpulos vai-se tornar um magnata, quando as novas fontes de energia ainda não estavam exploradas. NOW, TELECINEPLAY, LOOKE

Trono Manchado de Sangue (1957) – dir.: Akira Kurosawa. Adaptação do Macbeth de Shakespeare, evidenciando que anatomias da ambição de poder combinam bem com sagas de samurai. O requinte gráfico explora os contrastes entre o preto e o branco. Inesquecível o Macbeth todo de preto, com o crescente argênteo em seu elmo. YOUTUBE

Lanternas Vermelhas (1991) – dir.: Zhang Yimou. O poder discricionário de vida e morte que um homem exerce sobre suas quatro esposas, que oprime e manipula. Entre suicídio e loucura, basta ver o que resta delas até o fim do filme. Tudo se passa no pátio interno da casa e o marido nunca é visto, só os resultados nefastos de seu poder absoluto sobre as mulheres. YOUTUBE

O Imperador e o Assassino (1998) dir.: Chen Kaige. Ficção sobre o primeiro imperador a unificar a China, acabando com o período chamado “dos Reinos Combatentes”. Feroz e cruel, sem o menor escrúpulo, nada fica em seu caminho, nem os piores crimes e a maior abjeção. Sua ambição sem peias tem por alvo o trono de primeiro imperador, quando adota o nome de Qin Shi Huangdi (221-206 AC). YOUTUBE

Psicopata Americano (2000) – dir.: Mary Harron. Um banqueiro de investimentos, que opera em Wall Street e na Bolsa, milionário, tem como satisfazer sua secreta fúria homicida graças à posição e ao dinheiro. Leva a vida padrão de sua camada social e de sua época, entre academia, trabalho estressante, mulheres, cocaína e crimes sangrentos. O filme analisa a psicopatologia desse tipo de trabalho e carreira. GOOGLEPLAY, LOOKE, YOUTUBE

A Assistente (2020) – dir.: Kitty Green. Ficção baseada em depoimentos de mulheres abusadas por Harvey Weinstein, o filme vai explicando didaticamente a “cultura de acobertamento do assédio” que vigora de cima abaixo em Hollywood e não só na Miramax, sua produtora. Um magnata como ele tem todo um sistema montado, que pôde garantir satisfação e impunidade por quarenta anos. Há vários documentários sobre ele e as cerca de 80 mulheres, dentre as maiores estrelas do cinema, que o denunciaram, conduzindo ao julgamento e à condenação a 23 anos de prisão.

Ivan, o Terrível (1944/1948) dir.: Serguei Eisenstein. Dois filmes com o mesmo título. O segundo, proibido por Stalin, só foi distribuído após a morte do ditador. É impossível não enxergar que é Stalin quem está retratado naquele déspota psicopata, maquiavélico, impiedoso, sanguinário e paranóico, assolado por perseguidores imaginários em cada canto, a quem nada detém na trajetória rumo ao poder e em sua consolidação. É um notável estudo desse tipo de líder – que está novamente em evidência nos mais altos governantes em nossos dias – e um marco na história do cinema. YOUTUBE

*Walnice Nogueira Galvão é professora emérita da FFLCH da USP. Autora, entre outros livros, de Lendo e relendo (Senac/Ouro sobre azul).

Publicado originalmente na revista Teoria e debate [https://teoriaedebate.org.br/colunas/guia-do-cinema-politico-na-quarentena-5/]

Para ler a primeira parte acesse https://aterraeredonda.com.br/guia-do-cinema-politico/

Para ler a segunda parte acesse https://aterraeredonda.com.br/guia-do-cinema-politico-ii/

 

Veja neste link todos artigos de

AUTORES

TEMAS

10 MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

Lista aleatória de 160 entre mais de 1.900 autores.
Carlos Tautz Eliziário Andrade Liszt Vieira Francisco Pereira de Farias Marcelo Guimarães Lima Yuri Martins-Fontes Carla Teixeira Eleonora Albano Walnice Nogueira Galvão Ricardo Musse José Luís Fiori Matheus Silveira de Souza Francisco Fernandes Ladeira Michael Roberts Antonio Martins Valerio Arcary José Micaelson Lacerda Morais Valerio Arcary Leonardo Avritzer Rodrigo de Faria João Lanari Bo Paulo Martins Luis Felipe Miguel Alysson Leandro Mascaro Michael Löwy Otaviano Helene Leonardo Sacramento Flávio R. Kothe Bento Prado Jr. José Machado Moita Neto Afrânio Catani Gabriel Cohn Luiz Werneck Vianna Gilberto Lopes Thomas Piketty Lucas Fiaschetti Estevez Ricardo Antunes Remy José Fontana Michel Goulart da Silva Ronaldo Tadeu de Souza Maria Rita Kehl Fernão Pessoa Ramos Sandra Bitencourt João Carlos Loebens Tadeu Valadares Marcelo Módolo Eleutério F. S. Prado Airton Paschoa Henri Acselrad Ari Marcelo Solon Armando Boito Mário Maestri Fábio Konder Comparato Chico Whitaker Everaldo de Oliveira Andrade João Adolfo Hansen Francisco de Oliveira Barros Júnior Antônio Sales Rios Neto Jean Pierre Chauvin Marjorie C. Marona Daniel Costa Andrew Korybko Manuel Domingos Neto Atilio A. Boron Daniel Afonso da Silva Benicio Viero Schmidt Gilberto Maringoni Igor Felippe Santos Berenice Bento Dênis de Moraes Bruno Fabricio Alcebino da Silva Heraldo Campos Bernardo Ricupero Chico Alencar Luiz Bernardo Pericás Ricardo Fabbrini Andrés del Río Marilena Chauí Vinício Carrilho Martinez Julian Rodrigues José Costa Júnior Lincoln Secco Ronald Rocha João Paulo Ayub Fonseca Eugênio Bucci José Dirceu Leda Maria Paulani Marcos Silva Renato Dagnino Rafael R. Ioris Marilia Pacheco Fiorillo Mariarosaria Fabris Luiz Renato Martins José Geraldo Couto Dennis Oliveira Eugênio Trivinho Gerson Almeida Salem Nasser Osvaldo Coggiola Luiz Eduardo Soares José Raimundo Trindade Anselm Jappe Jorge Luiz Souto Maior Luís Fernando Vitagliano Juarez Guimarães Jean Marc Von Der Weid Sergio Amadeu da Silveira Paulo Sérgio Pinheiro Kátia Gerab Baggio Alexandre Aragão de Albuquerque Henry Burnett Annateresa Fabris Celso Favaretto Priscila Figueiredo Paulo Nogueira Batista Jr Boaventura de Sousa Santos Samuel Kilsztajn Eduardo Borges Bruno Machado Ladislau Dowbor Luiz Carlos Bresser-Pereira Caio Bugiato André Singer Alexandre de Freitas Barbosa Claudio Katz Antonino Infranca Luciano Nascimento Vladimir Safatle Lorenzo Vitral Elias Jabbour Rubens Pinto Lyra Tarso Genro Ricardo Abramovay Ronald León Núñez Celso Frederico Luiz Roberto Alves Flávio Aguiar Marcus Ianoni Alexandre de Oliveira Torres Carrasco Vanderlei Tenório Paulo Fernandes Silveira João Feres Júnior Manchetômetro Luiz Marques André Márcio Neves Soares Jorge Branco Daniel Brazil Slavoj Žižek Paulo Capel Narvai Alexandre de Lima Castro Tranjan Denilson Cordeiro Tales Ab'Sáber Fernando Nogueira da Costa Milton Pinheiro Érico Andrade João Carlos Salles Marcos Aurélio da Silva Leonardo Boff Plínio de Arruda Sampaio Jr. João Sette Whitaker Ferreira

NOVAS PUBLICAÇÕES