A missão da igreja

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Por LEONARDO BOFF*

Em defesa de uma Igreja samaritana e cuidadora da vida

Antes de abordar este tema  pretendo fazer duas observações: (i) que mensagem a Mãe Terra quer nos comunicar com a intrusão do Coronavírus que ainda perdura com outras vertentes?; (ii) o confronto de dois paradigmas civilizacionais: o dominus e o frater: qual o seu significado para a atual crise generalizada?

Vamos à primeira observação: além das vacinas e de todos os cuidados contra a propagação do vírus, devemos nos perguntar: de onde vem o vírus? Tudo parece indicar que o vírus é um contra-ataque da Mãe Terra como resultado da agressão secular que o processo industrialista, as grandes corporações com seus dirigentes lhe fizeram, devastando ecossistemas inteiros baseados no acúmulo de bens materiais.

Tocamos os limites ecológicos da Terra a ponto de precisarmos de mais de um planeta e meio para atender ao consumo e principalmente ao suntuoso consumismo de uma pequena parcela da humanidade. A Mãe Terra quer nos dizer: pare com esse tipo de relação violenta contra mim que dou a você todos os dias tudo o que você precisa para viver. Caso contrário, virão outros vírus mais nocivos e eventualmente o Grande Vírus (The Next Big One) contra o qual as vacinas serão ineficazes e grande parte da biosfera poderá ser perigosamente afetada. Ou virão outros eventos extremos, como grandes catástrofes ecológico-sociais.

Tudo indica que tal mensagem não está sendo ouvida pelos chefes de Estado, dirigentes de grandes corporações multinacionais e pela população em geral.Se a ouvissem, teriam que mudar seu modo de produção, de ter lucros absurdos e renunciar a seus privilégios.

É preciso reconhecer que a Covid-19 caiu como um meteoro baixo sobre o capitalismo neoliberal, desmantelando seus mantras: lucro, acumulação privada, competição, individualismo, consumismo, estado mínimo e privatização dos negócios e bens públicos. Entretanto, levantou inequivocamente o dilema: vale mais o lucro ou a vida? Devemos salvar a economia ou salvar vidas humanas? Se tivéssemos seguido tais mantras, estaríamos todos em perigo.

O que nos salvou foi o que falta ao capitalismo: centralidade da vida, solidariedade, cooperação, interdependência entre todos, generosidade e cuidado mútuo com a vida de cada um e com a natureza.

Segunda observação: O atual caos sanitário, ecológico, social, político e espiritual é o desdobramento do paradigma que dominou os últimos três séculos de nossa história, agora globalizada. Os pais fundadores da modernidade do século XVII entendiam o ser humano como o dominus, o maître et possesseur (René Descartes) da natureza e não como parte dela. Para eles a Terra não tem finalidade e a natureza não tem valor em si mesma, mas apenas ordenada ao ser humano que dela pode dispor à vontade.

Esse paradigma modificou a face da Terra, trouxe benefícios inegáveis, mas em sua ânsia de tudo dominar criaram o princípio da autodestruição, de si mesmos e da natureza com armas químicas, biológicas e nucleares. O fim do mundo não é mais coisa de Deus, mas do próprio ser humano que se apropiou da própria morte. Chegamos a tal ponto que o secretário-geral da ONU, António Guterrez, disse recentemente na COP no Egito sobre a mudança de regime climático devido ao aquecimento global que cresce de forma inesperada: “Ou fazemos uma aliança climática ou uma aliança de suicídio coletivo”.

Diante do paradigma do domnius, O Papa Francisco na já citada encíclia Fratelli tutti propõe outro paradigma: do frater, o do irmão e da irmã, o da fraternidade universal e da amizade social (n. 6; 128). Desloca o centro: de uma civilização técnico-industrial, antropocêntrica e individualista para uma civilização de solidariedade, preservação e cuidado de toda a vida.

Sabemos por dados científicos que todos os seres vivos compartilham o mesmo código genético básico, os 20 aminoácidos e as mesmas quatro bases nitrogenadas, desde a célula mais primitiva de 3,8 bilhões de anos, passando pelos dinossauros, pelos cavalos e nos legando. É por isso que somos de fato, e não retórica ou misticamente, irmãos e irmãs. Isso é reafirmado pela Carta da Terra, bem como pelas duas encíclicas ecológicas do Papa Francisco.

Esses dois paradigmas são hoje altamente confrontados. Seguindo o paradigma do senhor e dono que usa o poder para dominar tudo, até as últimas dimensões da matéria e da vida, certamente caminhamos para um armagedom ecológico, com risco de extermínio da vida na Terra. Seria o justo castigo pelas ofensas e injúrias que infligimos à Mãe Terra durante séculos e séculos. Ela continuará seu curso ao redor do sol, mas sem nós.

Com a mudança para o paradigma do frater, do irmão e da irmã, abre-se uma janela de salvação. Vamos superar a visão apocalíptica da ameaça do fim da espécie humana, para uma visão de esperança, de que podemos e devemos mudar de rumo e sermos de fato irmãos e irmãs dentro de uma mesma Casa Comum, incluindo a natureza. Seria uma glória viver e conviver com o ideal andino, do bien vivir em harmonia entre os humanos e com toda a natureza.

 

A ação da Igreja

Este é o contexto no qual deve situar-se a ação da Igreja, que se pretende samaritana e cuidadora de tudo o que existe e vive.

O Papa Francisco de Roma, inspirado pelo outro Francisco, o de Assis, percebeu a gravidade da situação dramática do sistema-Terra e do sistema-vida. Ele formulou uma resposta. Na Laudato Sì: como cuidar da Casa Comum, convidou a todos a uma conversão ecológica global” (n. 5), também “a  uma paixão por cuidar do mundo”…”uma mística que nos encoraja, impulsiona nós, fomenta e dá sentido à ação pessoal e comunitária” (n. 216). No Fratelli tutti foi ainda mais radical: “estamos no mesmo barco, ou todos nos salvamos ou ninguém se salvará” (n. 32).

Acredito que os elementos das duas encíclicas ecológicas do Papa Francisco podem servir de inspiração.

A primeira coisa é pela missão de ser samaritano e cuidador de toda a vida. Mas por onde começar? Aqui o Papa revela sua atitude básica, muitas vezes repetida em encontros com movimentos sociais, seja em Santa Cruz de la Sierra na Bolívia ou mesmo em Roma: “Não esperem nada de cima porque sempre vem mais do mesmo ou até pior; comecem por vocês mesmos”,  “de baixo, de cada um de vocês, para lutar pelo que há de mais concreto e local, até a última esquina do país e do mundo” (Fratelli n. 78). O Papa sugere o que é hoje a ponta da discussão ecológica global: trabalhar o território, o biorregionalismo que permite a verdadeira sustentabilidade, com a agroecologia, uma democracia popular e participativa que humanize as comunidades e articule o local com o universal (Fratelli n.147).

De mãos dadas com a parábola do bom samaritano, faz uma análise rigorosa das várias personagens que entram em cena e aplica-as à economia política, culminando com a pergunta: “com quem te identificas (com o homem ferido na estrada , com o sacerdote, com o levita ou com o estrangeiro, o samaritano, desprezado pelos judeus? Esta pergunta é dura, direta e decisiva. Com qual deles você se parece?” (Fratelli n. 64). O Bom Samaritano torna-se modelo de amor social e político (n. 66).

Como nunca antes na história, a Igreja, seja local ou universal, deve mostrar-se samaritana porque milhões e milhões caíram nas estradas, como os 33 milhões de famintos no Brasil ou que morre de doenças causadas pela fome. É cruel constatar que 1% da humanidade detém mais riqueza de 4,6 bilhões de pessoas. Eles são cruéis e impiedosos.

As Igrejas mostraram-se samaritanas, especialmente com os mais vulneráveis. Uma imensa onda de solidariedade tem se manifestado nos movimentos cristãos que têm oferecido centenas de toneladas de produtos agroecológicos e milhões de pratos de comida aos marginalizados das periferias das cidades.

Curiosamente, o Papa Francisco, no arco do novo paradigma da fraternidade universal e do amor social. dá um significado político a dimensões que sempre foram tratadas no campo da subjetividade, como ternura, cuidado e gentileza. Afirma que “na política há lugar para o amor com ternura: ao mais pequeno, ao mais fraco, ao mais pobre; eles devem nos amolecer e ter o ‘direito’ de encher nossa alma e nosso coração; sim, são nossos irmãos e irmãs e como tais devemos amá-los e tratá-los assim” (Fratelli n. 194).

Ele se pergunta o que é a ternura e responde: “é o amor que se torna próximo e concreto; é um movimento que vem do coração e atinge os olhos, os ouvidos, as mãos” (n. 196). Da mesma forma, define a bondade em seu aspecto político, que significa “um estado de espírito que não é duro, duro, rude, mas afável, gentil, que apóia e conforta. A pessoa que possui esta qualidade ajuda os outros a tornar a sua existência mais suportável” (Fratelli n. 223). Este é um desafio para os políticos, dirigido também aos bispos e aos padres: fazer uma revolução da ternura. Da mesma forma, ele vê a solidariedade como uma forma de “cuidar da fragilidade humana” (Fratelli n.115).

A essência da Igreja, cujas raízes se encontram na comunhão das três Pessoas divinas, reside na communio e não na sacra potestas. O Papa Francisco, especialmente na Laudato Sì, traduz em termos de ecologia moderna e física quântica: um fio comum percorre todo o texto, sustentando “que tudo está relacionado e nada existe fora do relacionamento” (Laudato Sì n. 117; 120).

A missão da Igreja é construir pontes, pontes afetivas entre todos e com a natureza. É reconstruir as relações rompidas pelo individualismo da cultura do capital. De fato, a bioantropologia e a psicologia evolutiva deixaram claro que a essência específica do ser humano é cooperar e relacionar-se com todos. Não existe gene egoísta, formulado por Dawkins no final dos anos 60 do século passado sem nenhuma base empírica. Todos os genes estão inter-relacionados entre si e dentro das células. Nesse sentido, o individualismo, valor supremo da cultura do capital, é antinatural e não tem suporte biológico.

Outro ponto fundamental da missão samaritana da Igreja é o cuidado de toda a criação. O cuidado essencial pertence a todos os seres vivos e, segundo a antiga fábula do cuidado, do escravo Higino, aprofundada por Martin Heideger em O Ser e o Tempo, o cuidado é da essência do humano sem a qual ninguém subsistiria.

O cuidado também é uma constante cosmológica: as quatro forças que sustentam o universo (gravitacional, eletromagnética, nuclear fraca e nuclear forte) atuam sinergicamente com extremo cuidado sem o qual não estaríamos aqui refletindo sobre essas coisas.

O cuidado supõe uma relação amigável da vida, protetora de todos os seres porque os vê como um valor em si mesmo, independente do uso humano. Foi o descuido com a natureza, devastando-a, que fez com que os vírus perdessem seu habitat, preservado por milhares de anos, e passassem para o ser humano. O ecofeminismo deu uma contribuição significativa para a preservação da vida e da natureza com a ética do cuidado, porque o cuidado adquire uma densidade especial nas mulheres.

Outro ponto fundamental na missão da Igreja é a solidariedade. Está no coração da nossa humanidade e por si só é um valor eclesiológico como se pôde constatar nas comunidades da Igreja primitiva.

Os bioantropólogos nos revelaram que, quando nossos ancestrais antropóides buscavam sua comida, eles não a comiam isoladamente. Eles os levaram para o grupo e serviram a todos começando pelos mais novos, depois pelos mais velhos e depois todos os outros. Daí surgiu a comensalidade e um senso de cooperação e solidariedade. Foi a solidariedade que nos permitiu dar o salto da animalidade à humanidade. O que era válido ontem também é válido hoje.

Essa solidariedade não existe apenas entre os humanos. É outra constante cosmológica: todos os seres coexistem, estão envolvidos em redes de relações de reciprocidade e solidariedade para que todos possam se ajudar a viver e coevoluir. Mesmo o mais fraco, com a colaboração de outros, subsiste, tem seu lugar no grupo dos seres e coevolui.

O sistema do capital não conhece a solidariedade, apenas a competição que produz tensões, rivalidades e verdadeiras destruições de outros concorrentes com base na maior acumulação. Hoje o maior problema da humanidade não é o econômico, nem o político, nem o cultural, nem o religioso, mas a falta de solidariedade com os outros seres humanos que estão ao nosso lado. O capitalismo não ama a pessoa, apenas sua capacidade de produção e consumo.

Como cristãos, seguindo Jesus, devemos fazer do fato da solidariedade essencial uma opção consciente: solidariedade desde os últimos e invisíveis, desde aqueles que não contam para o sistema vigente e são considerados como zeros econômicos, dispensáveis. Aqui reside a base espiritual e teológica da Teologia da Libertação, cujo eixo central é a opção pelos pobres, contra a sua pobreza e a favor da sua libertação.

Qual é o projeto social sonhado pelo Papa Francisco, fundado na fraternidade universal e no amor social? O que resulta de seus textos e pronunciamentos é uma “sociedade biocentrada”. A vida com toda a sua diversidade deixa de ter centralidade. A economia e a política estão ao vosso serviço para que esta vida se mantenha na Terra, a Terra seja entendida como Mãe viva e generosa.

Tudo isso não pode ser apenas um projeto formulado intelectualmente com todos os recursos técnicos e científicos de que dispomos. Temos que incorporar algo fundamental: a razão cordial ou sensível. É esse tipo de inteligência que reside no mundo da excelência, que nos move e fomenta a ética, a espiritualidade e o cuidado de tal forma que construímos um vínculo afetivo com a Mãe Terra, Pachamama ou Gaia.

A razão intelectual, importante para dar conta da complexidade de nossas sociedades, tem apenas cerca de 7-8 milhões de anos. A razão cordial ou sensível tem cerca de 2020 milhões de anos e surgiu quando os mamíferos surgiram no processo de evolução. A mãe, ao dar à luz sua criação, a ama, cuida dela e a defende. Nós, humanos, somos mamíferos racionais, repletos de carinho, cuidado e carinho com nossos filhos e filhas.

Hoje essa dimensão afetiva está praticamente ausente nos processos técnico-científicos, típicos do nosso paradigma moderno. É importante enriquecer a razão intelectual com a razão sensível e cordial para nos levar a amar e cuidar da Terra e da natureza. Em sua encíclica Laudato Sí, o Papa Francisco mostra várias vezes poeticamente esse motivo cordial e sensível. Ele vê em São Francisco “o exemplo por excelência de cuidado… tinha um coração universal” (Laudato Sí n. 10). Em outro lugar diz com profunda cordialidade: “Tudo está relacionado e todos nós, seres humanos, caminhamos juntos como irmãos e irmãs em uma maravilhosa peregrinação… que também nos une com ternura ao irmão Sol, à irmã Lua, ao irmão rio e a Mãe Terra” (Laudato Sí n. 92; 86).

Sem o resgate dos direitos do coração, não vamos nos comprometer com a salvação dos “comuns”, nem vamos estabelecer um laço afetivo com a irmã floresta, com a irmã água, enfim, com todos os seres da natureza da qual fazemos parte. Unidos de coração e mente, podemos dar sustentabilidade ao projeto de uma civilização biocentrada. O próximo passo da humanidade é começar a dar forma a esse tipo de civilização, que poderá garantir um futuro abençoado para nossa Casa Comum, a natureza incluído.

Termino com uma frase do livro da Sabedoria, citada pelo Papa na encíclica Laudato Sì (n. 89): “Sim, tu amas todos os seres e não odeias nada do que fizeste, se odiasses alguma coisa  não  a  terias criado… preservas a todos, ó soberano amante da vida” (Sb 11,24.26). Um Deus que é um amante apaixonado da vida não vai permitir que seus filhos e filhas pereçam assim miseravelmente. Esperamos que haja mudanças substanciais na consciência da humanidade, face às ameaças que poderão exterminá-la, o que será, em suma, “uma conversão ecológica global” (Laudato Sí n. 5) e assim continuaremos a viver e brilhar neste pequeno e radiante planeta Terra, nossa Grande Mãe e Casa Comum. Dixit et salvavi animam meam.

*Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor. Autor, entre outros livros, de Ecologia: grito da Terra-grito dos pobres (Vozes).

 

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