Por CAIO BUGIATO*
A ofensiva ucraniana falhou. O que é péssimo para Zelensky, que corre contra o tempo, e contra a chuva, para agradar seus patrocinadores
No início de junho de 2023 as forças armadas ucranianas lançaram uma ofensiva para a recuperar os teritórios ocupados pelas forças russas. Depois de fornecimento de treinamentos e de cerca de US$ 100 bilhões em auxílio vindos de países da OTAN, a prometida blitzkrieg é uma tentativa de tomar terrótirios insiginificantes e sem avanço expressivo. Os mapas abaixo, de 01 de junho e de 31 de agosto, mostram que praticamente nada mudou. A porção ocupada (em vermelho e preto) permanece a mesma.
Mapa 1 – 01 de junho
Mapa 2 – 31 de agosto
Os ucranianos esbarram nas linhas de defessa russas, as mais extensas fortificações da história recente, contruidas por meses diante das intençoes de Kiev. No outono que se aproxima, a região tem uma estação tipicamente chuvosa. Isso significa que estradas não pavimentadas se transformarão em lamaçais, dificultando ou quase impossibilitando avanços.
O Ocidente está decepcionado e preocupado. Líderes ocidentais se mostram insatisfeitos com o presidente Volodymyr Zelensky. O ex-primeito ministro da Ucrânia, Nikolai Azarov, afirmou ainda que o Ocidente está agora procurando alguem que não tenha uma posição tão antirrussa para substituir Volodymyr Zelensky. A imprensa ocidental está assumindo que a ofensinva é um suicídio e um completo fracasso do Ocidente. Em meio a casos de corrupção, o Ministro da Defesa Oleksii Reznikov caiu.
O principal fiador da guerra, os Estados Unidos, tem eleições em 2024. Um novo projeto de lei de financiamento para a guerra está sendo preparado pelo governo de Joe Biden, que provavelmente estará pronto para ser apreciado pelo Congresso, de maioria republicana, até o final do ano. Donald Trump, que pode ou não ser o candidato republicano, é crítico da OTAN e tem alertado que a posição de Joe Biden sobre a Ucrânia pode levar à Terceira Guerra Mundial e a um conflito nuclear. Para Donald Trump a guerra não é assuntos dos EUA. O que é péssimo para Volodymyr Zelensky, que corre contra o tempo, e contra a chuva, para agradar seus patrocinadores.
*Caio Bugiato é professor de ciência política e relações internacionais da UFRRJ e do programa de pós-graduação em relações internacionais da UFABC.
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