O conflito russo-ucraniano

Imagem: Zachary DeBottis
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Por GUSTAVO FELIPE OLESKO

Na disputa entre gigantes na Ucrânia está  também um novo ordenamento político internacional 

Muito se fala na grande mídia sobre o conflito russo e ucraniano, porém, de modo enviesado, raso, imediatista e muitas vezes impreciso no sentido histórico e geográfico. Busca-se aqui fazer uma breve apresentação que, ao esclarecer alguns pontos, auxilie na compreensão geral do conflito. Destarte cabe uma observação: existe no meio político, militante e jornalístico a tendência para o posicionamento. Posicionamento aberto, por opção política ideológica é uma coisa, contudo o que se vê é uma clara confusão entre o bem e o mau, o certo e o errado. Na absoluta maioria das vezes, em se tratando de economia política e/ou geopolítica não existem tais dicotomias, mas sim uma diferenciação de colocações e objetivos.

Outro ponto ignorado é que a geopolítica não é feita ao léu, sem estudo, teoria e consequente práxis, muito pelo contrário. De modo geral temos três bases para qualquer movimento político no campo global: as teorias do poder terrestre, marítimo e aéreo, as quais não se anulam necessariamente, inclusive podem vir a se somar (como é o caso estadunidense). Explicando em grossos traços, a teoria do poder terrestre, que remete ao geógrafo Mackinder[i] ainda no início do século XX e que posteriormente foi ampliada por Spykman[ii], remete a noção de que toda disputa territorial se baseia numa luta por recursos sejam eles naturais ou humanos, e que existe um condicionamento das lutas (diplomáticas ou militares) que se baseia também nas realidades físicas e naturais dos países.

Para tanto, cunhou a noção de heartland, que seria justamente a posição russa, uma vez que esta seria autônoma em recursos humanos e naturais. Para Mackinder quem dominasse tal região dominaria o mundo. Spykman vai além, versa que a centralidade se dá nas margens desse heartland, o chamado Rimland, e crava: dominar o rimland causa o sufocamento do heartland. Qualquer semelhança com a política do cordão sanitário efetuada contra a URSS não é coincidência.[iii]

Temos ainda a teoria do poder marítimo, descrita por Mahan,[iv] historiador e militar inglês, como aquela que se baseia no poderio marítimo, onde o país que controla o mar, controla o funcionamento global. Contudo alerta: é necessário para tal investimentos pesados do Estado em Marinha, além de o país possuir portos profundos e perenes, ou seja, utilizáveis o ano todo. De início ambas teorias eram debatidas como antagônicas, contudo Haushofer[v], geógrafo, político e militar alemão, professor do nazista Rudolf Hess, entende ambas como complementares. É o primeiro pensador que leva em conta a ideia da divisão do mundo em esferas de influência, algo corriqueiro no mundo pós Segunda Guerra Mundial.

Por fim temos a teoria do poder aéreo, primeiramente proposta por Douhet, militar italiano que ao analisar o desenvolvimento militar da Primeira Grande Guerra, onde as marinhas serviam para a defesa, o exército estava preso nas trincheiras, via somente nas aeronaves a possibilidade de ataque.  Douhet ainda no início do séc. XX propunha o ataque indiscriminado contra a população com o objetivo de afetar o moral do país atacado. Warden,[vi] major dos EUA, estuda tal teoria ainda nos anos 1970 e posteriormente coloca em prática a mesma na primeira guerra do golfo, onde os EUA atacam pelo ar, sem invasão terrestre, pontos estratégicos do Iraque, deixando o país destruído em pouco tempo.

Ressaltamos que as três teorias se mesclam no caso das superpotências, sendo elas a base de todo o desenvolvimento geopolítico estadunidense durante a Guerra Fria e a atualidade, tendo Kissinger e posteriormente Brzezinski[vii] como mestres do entendimento destas para a construção do xadrez global que rege a política externa dos EUA (e OTAN).

Isso posto, é necessário fazer um levantamento de antecedentes que levaram a disputa que hoje vemos.  Em primeiro lugar, o que muitos tem tratado como sandice de Putin, é um fato histórico: o povo russo, a cultura russa, nasceu no que hoje é a Ucrânia, para ser mais específico em Kievin Rus’ ainda no século IX. Confederação que nasceu já multiétnica, de uma cidade, Kiev, a qual foi fundada por vikings (varegues em latim), onde se encontravam e faziam as mais diversas trocas eslavos, os próprios varegues, fino-úgricos e bálticos[viii]. Uma miscelânea típica e normal até a emergência do nacionalismo no fim do século XVIII e início do século XIX. Este é o primeiro ponto para compreensão do conflito: Putin recorda de um passado remoto e idealizado para justificar a trama complexa da invasão.

Figura 1 – Principados de Kievan RUs’

Segundo ponto é do próprio histórico do povo ucraniano. Uma vez que o gérmen do povo russo é na Ucrânia e não em suas próprias fronteiras, é imprescindível observar que há uma cisão entre ambos os grupos eslavos. No século XIII ocorre uma fragmentação acelerada de Kievan Rus e a subsequente invasão mongol e conquista dos mongóis sobre terras dos eslavos orientais. Posteriormente o Canato da Ordem Dourada domina as estepes da hoje Ucrânia, Rússia e Cazaquistao, ficando no poder durante um século nestas terras, produzindo, entretanto, dois antagonistas de peso: O Ducado de Moscou e o Ducado Lituano. Ambos se expandem ao longo do tempo e conseguem limitar o poder do Canato a Crimeia[ix] e destroem o breve momento de “autonomia” dos ucranianos, dado sob o Hetmanato cossaco, que dura entre 1649 e 1775.

Até os dias atuais a Crimeia possui populações significativas de Tártaros, descendentes diretos dos povos turcos formadores do Canato. Aqui entra o segundo ponto: a justificativa da anexação por parte da Rússia da Crimeia, ou seja, libertar os tártaros e os russos ali residentes do jugo ucraniano; e também a raiz do racismo ucraniano frente aos russos uma vez que os primeiros seriam ‘mais puros’ do que os segundos, uma vez que ficaram menos tempo sob domínio estrangeiro. Curiosa é a reflexão que podemos fazer sobre esse conflito: o presidente da Ucrânia é judeu, foi eleito dentre outras bandeiras como alguém que respeitaria um país multiétnico, entretanto a direita ultranacionalista continua a mandar no jogo. Outro elemento curioso é o de que várias ex-repúblicas soviéticas possuíam um natsional’nost, uma categoria que não pode ser confundida com a noção de nacionalidade: o sujeito é mais que sua nação e ao mesmo tempo é menos, é um sujeito soviético, uma mescla de elementos de diversas nacionalidades.[x]

Figura 2 – Hetmanato em sua expressão territorial máxima, nos idos do séc. XVII

Figura 3 – Ucrânia em 1700, dividida entre Polonia-Lituania, Rússia e Áustria

A partir deste ponto o povo ucraniano foi dividido entre o Império dos Habsburgos, ficando em suas mãos a região dos Carpatos, a parte mais ocidental do país, que em um primeiro momento pertenceu a potência da Europa Oriental durante os séculos XV e XVI, a Comunidade Polaco-Lituana e o restante com o nascente Império Czarista Russo. Cabe ressaltar que o que hoje se entende como Ucrânia era, de modo geral, uma grande amalgama de povos, eslavos os quais já tinham adquirido elementos culturais dos povos turcos, trocado relações intensas com eslavos ocidentais da Polônia, e se convertido ao Catolicismo Ortodoxo, o grande símbolo disto são os Cossacos, imortalizados na cultura ucraniana no romance de Taras Bulba de Nikolai Gogol[xi] ou nos poemas de Taras Shevchenko[xii]

Figura 4 – Ucrânia em 1900, dividida entre Rússia e o Império Austro Húngaro

Sendo assim, os rutenos, como então era conhecidos os ucranianos, vão sendo de um lado germanizados, doutro “polonizados” e de outro russificados. A proibição da língua ucraniana sob o Império Russo somente produz mais resistência no âmbito cultural e o início de uma ruptura mais intensa. Ainda que o pan-eslavismo estivesse em voga com força máxima no século XIX, com a Rússia colocando-se como protetora destes, o sentimento de rivalidade vai ganhando força no cotidiano, fazendo inclusive nascer neste mesmo período a alcunha que hoje nomeia este povo: ucranianos. Os antes rutenos, rusyns, malorussos (pequenos russos, diferenciando este povo dos russos brancos – bielorussos – e dos grão-russos), agora são unificados em torno da palavra Ucrânia (há todo um debate acerca da origem do termo, para a maioria dos pesquisadores significa Fronteira, para outros Região).

É somente com a Revolução de 1917 que o país se torna, de fato, uma república,[xiii] de curta duração, mas é ali que grandes batalhas da Guerra Civil (1917-1921) são travadas, especialmente entre o exército vermelho e o branco, mas também entre o exército negro[xiv] (Anarco Comunista, de Nestor Makhno) e as forças contra-revolucionárias. Com isso passa a ser uma das 15 repúblicas que formavam a União Soviética, com língua, cultura, história e autonomia, assim como preconizava a autodeterminação dos povos proposta e colocada em prática por Lenin. Cabe destacar que a atuação das forças ucranianas na Revolução e na Guerra civil foram imprescindíveis para a vitória destas.[xv]

A região industrial de Donbass, a qual era a segunda mais importante ainda no império Russo, ganha ainda mais importância. A república ucraniana passa a ser o celeiro da URSS[xvi] com seu solo tchernozion extremamente fértil e ao mesmo tempo a indústria pesada do país, cuja utilização das enormes reservas de carvão justamente em Donetsk impulsionou seu desenvolvimento[xvii]. Porém, nem tudo é tranquilo. Stalin assume o poder após toda uma enorme trama de disputa interna, inverte as lógicas de Lenin, acaba com a autodeterminação dos povos e impõe uma russificação forçada, que produz justamente nessa parte da URSS uma enorme resistência.

A coletivização forçada do campesinato soviético é uma das expressões de uma luta interna para minar completamente a resistência a traição da revolução e o massacre do Holodomor[xviii] é uma dessas faces, onde entre 2 e 4 milhoes de camponeses ucranianos morre de fome. A resistência é aniquilada, a elite intelectual bolchevique, social-revolucionária e anarco-comunista ucraniana, importantíssima para a revolução é dizimada ou silenciada, e a russificação de Donbass e do sul do país acelera.

Até o fim da URSS a Ucrânia era a ponta de lança de seu desenvolvimento (mapa abaixo): possuía grandes centros industriais – o mais famoso sendo o Antonov, famoso pelos enormes cargueiros – e pela pujança de sua agricultura, ainda que baseada no monocultivo e de produtividade enfraquecida pelos Kolkozes e Sovkozes em vez de uma agricultura camponesa de ponta[xix].

É somente em 1991 que o país consegue sua independência com o esfacelamento da URSS e passa a ser comandada por diversos presidentes pró-Rússia. O desenrolar do fim do séc. XX é o da apoteose do Império Estadunidense, o qual a partir de 1997 passa a avançar de maneira incisiva sobre as ex-repúblicas socialistas do leste, absorvendo praticamente quase todos para a OTAN e posteriormente para a União Europeia. As Guerras da antiga Iugoslávia são a expressão mais dura e sangrenta desse processo de corte na carne da influência russa no restante do continente europeu.

Figura 5 – Representação dos mapas da URSS, mostram a importância da Ucrânia na esfera econômica do país.

Putin assume a Rússia em 1999 com um país em frangalhos: quebrada e dependente do ocidente e do FMI; perdendo sua influência sobre seus antigos satélites da Europa Oriental, mas ainda com braços inseparáveis de seus vizinhos Belarus e Ucrânia, no caso as linhas de gás para abastecimento da Europa Ocidental. Cabe ressaltar que quando do fim da URSS existia um acordo onde a Rússia e demais antigas repúblicas do bloco socialista iriam formar, junto da Europa, uma “casa comum europeia” e que a OTAN seria desativada uma vez que havia perdido o sentido, ou seja, a defesa do ocidente de ameaça soviética. Ambos os pontos não foram cumpridos, muito pelo contrário, a OTAN e a União Europeia avançaram, excluindo a Rússia.

Aqui surge o terceiro ponto: a teoria geopolítica de Spykman posta em jogo novamente, o domínio do Rimland para o sufocamento do heartland, ou seja, da Rússia, seu isolamento político, econômico, geográfico, enfim, total. E isso andando em conjunto com a teoria do xadrez global, o qual remete que cada movimento geopolítico deve ser meticulosamente pensado, criando problemas para distração ou gasto de energia do adversário, a fertilização de problemas que Kissinger já apregoava ainda nos anos 1970-1980. É isto que a OTAN faz com a Rússia.

Putin como presidente e Lavrov como chanceler tem pleno conhecimento disso tudo. A Guerra na Ucrânia não é um acaso, uma fatalidade, é a consequência de tudo o que colocamos anteriormente. Se para os EUA e a OTAN seu avanço sobre a Europa Oriental se deu com o objetivo de sufocamento russo, a Rússia responde tentando quebrar o laço que se coloca em seu entorno. Cabe lembrar que, diferentemente do que OTAN, ONU e a mídia ocidental colocam, este não é o maior conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial e não é a primeira agressão a um país soberano desde a mesma guerra.

A sangrenta Guerra da Iugoslávia (1991-1995) foi o que? Este sim foi o maior conflito em solo europeu até agora, com aproximadamente 150 mil mortos. E o bombardeiro de Belgrado em 1999? Não foi um ataque injustificável da OTAN a um país soberano? Ambos os conflitos, o primeiro iniciado com a falência da Iugoslávia através do FMI[xx] e o segundo como consequência deste, foram atos de avanço da EU, OTAN e da política de saque do capitalismo neoliberal sobre o leste, foram os pontos que mesmo causando necrose foram dados em cima de áreas que não eram de sua influência.

O conflito atual é a expressão máxima (até o momento) da expansão da máquina EUA-UE, via seu braço militar a OTAN. Putin é um representante da oligarquia corrupta que se ergueu após o fim da URSS e tenta, ao seu modo, parar este avanço. A invasão foi a medida encontra pela Rússia, acuada e atacada desde 1991, buscar se reposicionar no xadrez global como um jogador importante e que o faz com objetivos claros: primeiro é criar um tampão entre seu território e o território da UE uma vez que a defesa de uma larga planície (ver mapa abaixo) é extremamente difícil, lembrando que os ataques de Napoleão e Hitler sobre a Rússia penetram profundamente no território russo, dentro outros motivos, graças a sua geografia; segundo é assegurar que um país com qual tem laços históricos, econômicos, sociais e culturais não lhe escape totalmente; terceiro e não menos importante, o imperialismo necessita não somente de matérias primas, mas também de mercados, e hoje o mercado ucraniano não pode ser desdenhado, sendo importante escoadouro de produtos russos. O mesmo vale para a UE, os objetivos de ambos são os mesmos, ainda que para o bloco antagonista russo exista o plus do enfraquecimento de seu inimigo.

Figura 6 em cinza área de planície na Europa. Note a diferença entre a área quanto mais se vai para a Rússia

Por fim, a caixa de pandora foi aberta. EUA e União Europeia pressionaram o governo de Putin ao máximo, por décadas, o qual agiu para defesa justamente de suas oligarquias, especialmente as do setor energético, mas também a máquina pública, a qual controla o complexo industrial militar russo, um dos mais desenvolvidos do globo. Cabe destacar que, nos últimos 30 anos, a Ucrânia foi lentamente pendendo cada vez mais para o lado ocidental, tendo no poder elementos evidentemente neonazistas (o setor direito, Pravyy sektor, ultranacionalista) e/ou reacionários como o partido Svoboda do ex presidente Poroshenko. Justamente isso se dá ao lado da Rússia governada pelo estandarte global da direita reacionária, Putin, que tem como marca própria o combate ao neoliberalismo, mas não ao modelo de exploração capitalista.

Na disputa entre gigantes, de lado se coloca o capital pós-moderno e de outro o capital-estatal, de um lado o imperialismo decadente dos EUA, doutro a luta pelo ressurgimento/manutenção do poderio russo. Ambos se dão em cima dos trabalhadores e trabalhadoras urbanos da Ucrânia, do já pobre e agora sufocado campesinato ucraniano, o qual sofre com a guerra, com a perda de terras pela contra-reforma agrária de seu presidente, pela monopolização de seu território. Quais as possíveis consequências? As econômicas são mais fáceis de prever, uma escalada dos preços do gás, petróleo e trigo, commodities as quais a Rússia tem papel importante no mundo, mas e as políticas? Não cabe fazer aqui “futurologia”, contudo há uma possibilidade de a Ucrânia ter o destino da Iugoslávia, sendo desmembrada em dois, ou anexada na pior e mais remota das hipóteses. Outra possibilidade é também o retorno ao status quo e a neutralidade, a “finlandização” da Ucrânia, chance esta que evitaria um banho de sangue nas estepes. Concluindo, perdem as classes exploradas, ganham as oligarquias e monopólios capitalistas do mundo.

Figura 7 – Possível cenário futuro para a Ucrânia.

*Gustavo Felipe Olesko é doutor em geografia humana pela Universidade de São Paulo (USP).

 

Notas


[i] BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. Formação do Império Americano: da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque. Editora José Olympio, 2017.

[ii] BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. A segunda guerra fria: geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos: das rebeliões na Eurásia à África do Norte e ao Oriente Médio. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2015.

[iii] SYDORENKO, Dmytro et al. Heartland como um dos objectivos estratégicos do Estado Russo: da fundação da Rússia à actualidade. 2015. Tese de Doutorado. Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

[iv] VIOLANTE, Alexandre Rocha. A teoria do poder marítimo de Mahan: uma análise crítica à luz de autores contemporâneos. Naval war college journal, v. 21, n. 1, p. 223-260, 2016.

[v] DE SOUZA ARCASSA, Wesley; MOURÃO, Paulo Fernando Cirino. Karl Haushofer: A Geopolitik alemã e o III Reich. Geografia em Atos (Online), v. 1, n. 11, p. 1-14, 2011.

[vi] MENDES, Flávio Pedroso. O Poder aéreo no século XXI. Meridiano 47, v. 14, n. 138, p. 23, 2013.

[vii] BRZEZINSKI, Zbigniew. Strategic vision: America and the crisis of global power. Basic books, 2012.

[viii] PETROVICH, Michael B. Andrzej Walicki. A History of Russian Thought from the Enlightenment to Marxism. Translated by Hilda Andrews-Rusiecka. Stanford: Stanford University Press. 1979. Pp. xvii, 456. $25.00. 1981.

[ix] SEGRILLO, Angelo. Os russos. Editora Contexto, 2013.

[x] SHANIN, Teodor. Ethnicity in the Soviet Union: analytical perceptions and political strategies. Comparative studies in society and history, v. 31, n. 3, p. 409-424, 1989; SHANIN, Teodor. Soviet theories of ethnicity: The case of a missing term. New Left Review, v. 158, p. 113-122, 1986.

[xi] GOGOL, Nikolai. Taras Bulba. Trad. Francisco Bittencourt, São Paulo, Abril Cultura, 1982.

[xii] SHEVCHENKO, Taras. Kobzar. Trad. Peter Fedynsky, Glagoslav Plub, Canada, 2013.

[xiii] SZPORLUK, Roman. Lenin,” Great Russia,” and Ukraine. Harvard Ukrainian Studies, v. 28, n. 1/4, p. 611-626, 2006.

[xiv] MAKHNO, Nestor; SKIRDA, Alexandra; BERKMAN, Alexandre. Nestor Makhno e a revolução social na Ucrânia. Imaginário, 2001.

[xv] Existe uma vasta bibliografia sobre o tema, especial os livros ainda não traduzidos de Teodor Shanin, escritos após a queda da URSS em sua maioria escritos em conjunto com Viktor P. Danilov. Estes retratam os anarquistas seguidores de Makhno, a Antonovchina ou rebelião de Tambov, ambas no território da hoje Ucrânia como elementos vitais para a sobrevivência da revolução bolchevique, ainda que tais movimentos não fossem do partido, mas sim anarco-comunistas e socialistas revolucionários.

[xvi] DANILOV, Viktor P. October and the Party’s Agrarian Policy. Soviet Law and Government, v. 27, n. 4, p. 35-51, 1989.

[xvii]  MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. A Desordem Mundial. O espectro da total dominação. Guerras por procuração, terror, caos e catástrofes humanitárias. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2017.

[xviii] DANILOV, Viktor Petrovich. The Commune in the Life of the Soviet Countryside before Collectivisation. In: Land Commune and Peasant Community in Russia. Palgrave Macmillan, London, 1990. p. 287-302; DANILOV, VIKTOR. The issue of alternatives and history of the collectivisation of Soviet agriculture. Journal of Historical Sociology, v. 2, n. 1, p. 1-13, 1989.

[xix] SHANIN, Teodor. Russia as a Developing Society: Roots of Otherness-Russia’s Turn of Century. Springer, 2016;

[xx] COGGIOLA, Osvaldo. Imperialismo e guerra na Iugoslávia: radiografia do conflito nos Bálcãs. São Paulo: Xamã, 1999.

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