O fascismo cristão

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Por CHRIS HEDGES*

Um fascismo estadunidense, envolto na bandeira e agarrando a cruz cristã, estava se organizando para extinguir a nossa anêmica democracia.

A Suprema Corte dos EUA está financiando e empoderando implacavelmente o fascismo cristão. Ela não só revogou a decisão de Roe v. Wade – acabando com o direito constitucional ao aborto –, mas decidiu em 21 de junho que o estado de Maine não pode excluir as escolas religiosas privadas de um programa estadual de custeio do ensino. Ela decidiu que o programa estadual de Montana para apoiar escolas privadas deve incluir as escolas religiosas.

Ela decidiu que uma cruz de mais de 12 metros de altura poderia permanecer numa propriedade do estado nos subúrbios de Maryland. Ela confirmou a regulamentação do governo Donald Trump que permite aos empregadores de negar cobertura de controle da natalidade para funcionárias, baseado em princípios religiosos. Ela decidiu que as leis contra a discriminação no emprego não se aplicam aos professores de escolas religiosas. Ela decidiu que uma agência católica de serviços sociais na Filadélfia pode ignorar os regulamentos da cidade e pode recusar-se a considerar casais deo mesmo sexo como candidatos a adotar crianças.

Ela anulou o Ato de Direito de Voto de 1965. Ela diluiu as leis que permitem aos trabalhadores lutar contra o assédio sexual e racial nos tribunais. Ela reverteu restrições de mais de um século sobre financiamento de campanhas políticas para permitir que grupos privados e oligarcas gastem fundos ilimitados nas eleições, que é um sistema legalizado de suborno, no processo de Citizens United v. Federal Election Commission.

Ela permitiu que os estados optem por não fazer parte da expansão do Medicaid do Affordable Care Act [lei de equidade nos serviços de saúde]. Ela rebaixou a capacidade dos sindicatos do setor público de angariar fundos. Ela forçou os trabalhadores com queixas legais a submeter as suas reclamações à conselhos privados de arbitragem. Ela decidiu que os estados não podem restringir o direito de portar armas escondidas publicamente. Ela decidiu que suspeitos de crimes não podem processar policiais que negligenciaram a leitura dos seus direitos de Miranda [poder permanecer em silêncio para não se autoincriminar]. A criminalização da contracepção, dos casamentos de pessoas do mesmo sexo e relações consensuais de pessoas do mesmo sexo provavelmente serão as próximas. Apenas 25% das pessoas que responderam enquetes dizem que confiam nas decisões da Suprema Corte.

 

Fascismo

Eu não uso a palavra ‘fascista’ de maneira leviana. Meu pai era um pastor presbiteriano. Minha mãe, que era professora, se formou num seminário religioso. Eu recebi o meu mestrado em divindade na Escola de Divindade de Harvard. Eu sou um ministro presbiteriano ordenado. O mais importante é que eu passei dois anos reportando de mega-igrejas, seminários criacionistas, retiros de direito-à-vida, redes cristãs de radiodifusão e realizei centenas de horas de entrevistas com membros e líderes da direita cristã para o meu livro American Fascists: The Christian Right and the War on America [Fascistas Americanos: A Direita Cristã e a Guerra contra a América] que é proibido na maioria das escolas e universidades “cristãs”. Antes do livro ser publicado, eu tive um longo encontro com Fritz Stern, autor do livro The Politics of Cultural Despair: A Study in the Rise of the German Ideology [A Política do Desespero Cultural: Um Estudo na Ascenção da Ideologia Alemã] e Robert Paxton, que escreveu o livro The Anatomy of Fascism [A Anatomia do Fascismo], dois dos mais proeminentes estudiosos sobre o fascismo, para ter certeza que a palavra “fascista” era apropriada.

O livro foi uma advertência de que um fascismo estadunidense, envolto na bandeira e agarrando a cruz cristã, estava se organizando para extinguir a nossa anêmica democracia. Este ataque está muito avançado. O tecido conjuntivo entre os discrepantes grupos de milícias – os teóricos da conspiração do Qanon, os ativistas antiaborto, as organizações patriotas de direita, os defensores da Segunda Emenda, os neo-confederados e os apoiadores de Donald Trump que assaltaram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 – é este assustador fascismo cristão.

Os fascistas conquistam o poder criando instituições paralelas – escolas, universidades, plataformas de mídia e forças paramilitares – e capturando os órgãos de segurança interna e o judiciário. Eles deformam as leis, incluindo a lei eleitoral, para servir aos seus fins. Eles raramente fazem parte da maioria. Os nazistas jamais tiveram mais de 37% do eleitorado nas eleições livres na Alemanha. Os fascistas cristãos constitui menos de um terço do eleitorado dos EUA, cerca da mesma porcentagem daqueles que consideram o aborto como assassinato.

Esta flagrante manipulação da lei foi demonstrada em duas das mais recentes decisões da Suprema Corte dos EUA, segundo as quais aqueles que apoiam esta ideologia têm uma maioria de cinco contra três – sendo que o menos extremista Juiz-Chefe John Roberts frequentemente adiciona um sexto voto. Ao revogar a sentença do processo Roe v. Wade, a corte – num voto de cinco contra quatro – argumenta que os estados têm o poder de decidir se o aborto é legal. Contrariamente, esta mesma corte decidiu contra os “direitos dos estados” ao derrubar as restrições estritas sobre o porte escondido de armas.

O que a ideologia exige é a lei. Aquilo à que a ideologia se opõe é um crime. Uma vez que o sistema legal é subserviente ao dogma, uma sociedade aberta se torna impossível.

Golpe a golpe, o poder autocrático está sendo solidificado por este monstruoso fascismo cristão que é financiado pelas forças mais retrógradas do capitalismo corporativo – que parece prestes a assumir o controle do Congresso dos EUA nas eleições da metade do mandato presidencial. Caso Donald Trump, ou um clone tipo-Trump, for eleito em 2024, o que resta da nossa democracia provavelmente será extinto.

Estes fascistas cristãos deixam claro sobre qual é a sociedade que eles intencionam criar. No seu ideal de Estados Unidos, a nossa sociedade “secular humanista” baseada na ciência e na razão será destruída. Os Dez Mandamentos conformarão a base do sistema legal. O Criacionismo, ou o “Projeto Inteligente” será ensinado nas escolas públicas – muitas das quais serão abertamente “cristãs”. Aqueles que são rotulados como desviantes sociais – incluindo a comunidade LGBTQ+, os imigrantes, os humanistas seculares, as feministas, os judeus, os muçulmanos, os criminosos e aqueles descartados como sendo “cristãos nominais”, isto é, os cristãos que não assumem esta interpretação peculiar da Bíblia – serão silenciados, presos ou mortos.

O papel do governo federal será reduzido à proteção dos direitos de propriedade, a segurança da “pátria” e a realização de guerras. A maior parte dos programas e departamentos federais de assistência – incluindo a educação – serão extintos. As organizações de igrejas serão financiadas em empoderadas e operar agências de bem-estar social e as escolas. Aos pobres, condenados por preguiça, indolência e pecaminosidade, será recusada ajuda. A pena de morte será expandida para incluir “crimes morais” – incluindo a apostasia, a blasfêmia, a sodomia e a bruxaria, be, como o aborto, que será tratado como assassinato.

Às mulheres será negada a contracepção, o acesso ao aborto e à igualdade perante a lei, serão subordinadas aos homens. Aqueles que praticam outras fés, na melhor das hipóteses, serão tratados como cidadãos de segunda classe. As guerras executadas pelo império estadunidense serão definidas como cruzadas religiosas. As vítimas da violência policial e aqueles que estão nas prisões não terão reparação. Não haverá a separação entre igreja e estado. As únicas vozes legítimas no discurso público e nas mídias serão “cristãs”. Os EUA serão sacralizados como agentes de Deus. Aqueles que desafiarem as autoridades “cristãs”, no país e no exterior, serão condenados como agentes de Satã.

Como é que os historiadores da Alemanha de Weimar e do nazismo, os professores de estudos de Holst, os sociólogos e os estudiosos religiosos conseguiram deixar escapar a ascensão do nosso fascismo cristão caseiro? Estando imersos nos escritos de Hannah Arendt, Raul Hilberg, Saul Friedländer, Joachim Fest, Dietrich Bonhoeffer e Theodor Adorno, eles nunca juntaram os pontos. Por que os líderes da igreja não trovejaram em denúncias contra a grotesca perversão do Evangelho feita pelos fascistas cristãos, à medida que eles sacralizaram os esquemas de fique-rico-com-Jesus do evangelho da prosperidade, do imperialismo, do militarismo, do capitalismo, do patriarcado, da supremacia branca e outras formas de intolerância? Por que os repórteres não viram as brilhantes luzes vermelhas que se acenderam há décadas?

A maioria daqueles que têm como função reportar e interpretar a história, os movimentos sociais e as crenças religiosas falharam para nós. Eles falaram sobre o passado, jurando “nunca mais” ao nazismo, mas se recusando a usar as lições do passado para explicar o presente. Não foi por ignorância. Foi por covardia. Confrontar os fascistas cristãos, até mesmo nas universidades, significava receber acusações de fanatismo e intolerância que acabam cancelando carreiras. Isto significava receber ameaças críveis de violência de teóricos da conspiração que acreditava, terem sido chamados por deus para assassinar provedores de abortos, muçulmanos e “humanistas seculares”.

Como fizeram muitos acadêmicos da Alemanha de Weimar, era mais fácil acreditar que os fascistas não fariam o que diziam, que eles eram distorções dentro do movimento com as quais se podia argumentar racionalmente, que a abertura de canais de diálogo e comunicação poderia domesticar os fascistas, que os fascistas não agiriam de acordo com a sua retórica extremista e violenta se estivessem no poder.

Apesar do meu livro ter sido um best-seller no New York Times, a universidade de Harvard disse ao meu editor que não estavam interessados numa apresentação minha na sua escola. Eu fiz uma palestra sobre o livro na Colgate University, na qual fiz o meu bacharelato, organizada pelo meu mentor Coleman Brown, um professor de ética. Fiz um seminário, também organizado por Coleman, com os professores de filosofia e religião após a minha palestra. Aqueles professores nada queriam com a crítica. Quando saímos da sala, Coleman murmurou, “o problema é que eles não acreditam em heréticos”.

Em 2006, eu fui convidado a falar na inauguração do centro LGBT da Universidade de Princeton, quando eu era o Distinto Membro em nome de Anschutz em Estudos Americanos. Para o meu desalento, os facilitadores-docentes haviam convidado representantes do grupo de estudantes direitistas cristãos para veem qualquer desvio da heterossexualidade como uma anormalidade psicológica e moral. Pastores fascistas cristãos no Texas e em Idaho – os quais levaram inúmeros jovens que lutavam contra a sua identidade sexual ao suicídio – conclamaram à execução de pessoas gays apenas há uns poucos dias.

“Não há diálogo com aqueles que negam o vosso direito legítimo de ser”, eu disse, olhando diretamente para os estudantes LGBTQ. “Neste ponto, esta é uma questão de sobrevivência”. A docente que organizou o evento pulou da sua cadeira. “Esta é uma universidade”, ela me disse sucintamente. “A sua palestra terminou. Você não pode dizer este tipo de coisas aqui”. Eu me sentei. Mas eu já tinha afirmado o meu ponto de vista.

Todos aqueles que são incumbidos na nossa sociedade em interpretar o mundo à nossa volta esqueceram – como escreveu Karl Popper no seu livro The Open Society and Its Enemies [A Sociedade Aberta e os seus Inimigos] – “a tolerância ilimitada deve conduzir ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada àqueles que são intolerantes, se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante contra as investidas dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos e, com eles, também a tolerância”.

Victor Klemperer – que foi destituído do seu posto como professore de línguas românicas na Universidade Técnica de Dresden quando os nazistas chegaram ao poder em 1933 porque ele era judeu – devaneou no seu diário, em 1936, sobre o que ele faria na Alemanha pós-nazista se “o destino dos vencidos estiver nas minhas mãos”. Ele escreveu que ele “deixaria ir todas as pessoas comuns e até alguns dos líderes… mas eu faria enforcar todos os intelectuais e os professores a um metro acima dos outros; eles seriam deixados pendurados nos postes pelo tempo compatível com a higiene”.

Os fascistas prometem a renovação moral, um retorno à uma idade de ouro perdida. Eles usam campanhas de pureza moral para justificar a repressão do estado. Alguns dias após tomar o poder em 1933, Adolph Hitler impôs um banimento de todas as organizações de homossexuais. Ele ordenou ataques à clubes e bares de homossexuais, incluindo o Instituto para a Ciência Sexual em Berlin e o exílio permanente do seu diretor, Magnus Hirschfeld. Milhares de volumes da biblioteca do instituto foram jogados numa fogueira. Esta “limpeza moral” foi ovacionada pelo público alemão, incluindo as igrejas alemãs. Porém as táticas ilegais legitimaram rapidamente aquilo que logo seria feito à outros.

Eu estudei em Harvard com o teólogo James Luther Adams. Adams foi membro da clandestina a antinazista Igreja Confessional na Alemanha, liderada pelo pastor luterano Martin Niemöller. Adams foi preso em 1936 pela Gestapo e expulso do país. Ele foi um dos muito poucos que viram as mortíferas vertentes do fascismo na nascente direita cristã. “Quando vocês chegarem à minha idade”, ele nos disse (quando tinha 80 anos de idade), “vocês estarão lutando contra os fascistas cristãos”. E aqui estamos nós.

A classe bilionária, conquanto algumas vezes seja liberal, despossuiu os homens e mulheres trabalhadores através da desindustrialização, da austeridade, do boicote de impostos legalizado, da pilhagem do Tesouro dos EUA e da desregulamentação. Ela detonou a generalização do desespero e da ira que levaram muitos dos traídos aos braços daqueles vigaristas e demagogos. Ela está muito disposta a acomodar os fascistas cristãos, mesmo que isto signifique abandonar o verniz liberal de inclusividade. Ela não tem a intenção de apoiar a igualdade social, razão pela qual ela se contrapôs à candidatura de Bernie Sanders.

Ao final de contas, até mesmo a facção liberal escolherá o fascismo ao empoderamento dos trabalhadores de esquerda e organizados. A única coisa que importa mesmo à oligarquia dominante é a exploração irrestrita e o lucro. Ela, como os industriais na Alemanha nazista, ficará felizes em fazer uma aliança com os fascistas cristãos, não importando quão bizarros e bufões eles sejam, e assumirão os sacrifícios de sangue dos condenados.

*Chris Hedges é jornalista. Autor, entre outros livros, de Empire of illusion: the end of literacy and the triumph of spectacle (Nation books).

Tradução: Rubens Turkienicz para o portal Brasil 247

Publicado no originalmente no site The Chris Hedges Report

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