Por SOLANGE DE OLIVEIRA*
A excepcional habilidade que a moda tem de costurar em sua trama o hegeliano “espírito do tempo”
Desde cedo fui confrontada com os têxteis. A exemplo de outras de sua geração, as mulheres de minha família dedicaram-se à costura e ao bordado por exigência de dotes e orçamento. Àquela altura ainda sopravam os ventos da modernidade que fez da indústria têxtil um paradigma. Cresci sob a regência da ditadura militar e, nesse sentido, todos mergulhávamos em um abismo de coisas não ditas, ilícitas.
A infância seguramente não compreendia a tragédia por que passava o país e, dentro do possível, seguia alheia ao peso do inaudito, se demorava nas brincadeiras com retalhos, nos desenhos trapezoides costurados em espiral, colorindo uma base têxtil rústica de tecido vulgar que, em breve, se tornaria tapete de biquinhos ou de fuxicos.
Em exercícios pueris excêntricos, escorregávamos sentados em sobras de tecidos macios de lã e flanela, deslizando sobre o vermelhão do piso de cimento queimado encerado, revestimento ordinário nas casas de operários. As crianças deixavam tudo muito limpo e lustroso, além de mães mais aliviadas do excesso de trabalho doméstico. Minha avó trabalhava incansavelmente, só largava a agulha se ameaçava tempestade e, então, enquanto ela corria para a cozinha para fritar Bolinhos de Chuvapolvilhados de açúcar e canela, os pestinhas se apossavam de sua máquina de ferro preto da Vigorelli para brincar de Fórmula 1 pedalando enlouquecidamente.
As tias, também devotas das agulhas, bordavam flores em linho e cambraia. Os desenhos enchiam os olhos! As meninas criavam modelos coloridos, divertidos, para suas bonecas Suzi – a avó da Barbie. Esses exercícios as ensaiavam para a vida adulta em uma sociedade sexista, mas não apenas… À revelia do provável destino de uma descendente de operários imigrantes, de costureiras e bordadeiras, essa lida frutificou projetos de pesquisa, artigos e livros sobre mitopoéticas artísticas com materiais têxteis. De todo modo, essas linhas desenham com sutileza a identidade do feminino na sociedade moderna da segunda metade do século passado e, neste caso, ressoam três gerações familiares.
O universo têxtil costura memórias em um resistente tecido. As tramas dessa paisagem mental foram se embaraçando no decurso da história, sem extirpar certos hábitos. Os têxteis estão embrenhados no pragmatismo do mercado de consumo e no imaginário, no nosso modo de ser e de particularizar o belo, ao nos arriscarmos no desenho de uma imagem pessoal artística ou, no limite, estética.
Houve uma decisiva mudança na gênese do vestuário, impactada pela majoração do acesso econômico na sociedade pós-industrial, quando o consumo passa a ser ampliado em larga escala, que embaça, confunde as fronteiras de nível entre indivíduos. Os têxteis invadiram nosso vocabulário mais trivial, incorporados às práticas cotidianas de modo natural: juntar os trapinhos, passar pano para fulano, botar panos quentes, não dar ponto sem nó, dar pano pra mangas, ter língua de trapo, estar um trapo, tornar o outro um pano de chão, lavar roupa suja em público, cair como uma luva, e por aí segue…
Em uma observação lapidar, Jean Baudrillard explicita como a moda impõe seus desmandos, dividindo abastados e precários em jogos temporais caprichosos: “[…] os empregados vestem hoje trajes calçados da Alta Costura da estação passada”.[i] A influência da moda sobre as atitudes e a sociabilidade tem um poder inabalável e paradoxal: a moda medeia expectativas individuais e sociais – anseios de expressão pessoal e impulsos de pertencimento ao grupo –, mas acentua a divisão de classes e delimita âmbitos da vida que faz corresponder às suas narrativas visuais;[ii] nos relacionamos tanto menos uns com os outros e, tanto mais, com os objetos que portamos.
A aparência nos assalta com indícios de identidade, ocupação, regionalidade, gênero, religião, classe social entre outras formas de como a configuração exterior estabelece o lugar social dos indivíduos, não obstante, seja também um modo de comércio ou de subversão de fronteiras simbólicas. A capacidade de harmonizar o contraditório, apaziguando a expectativa de se distinguir, à necessidade de se mimetizar no grupo, é também um jogo temporal perverso e coercitivo, incrementando a expressão pessoal ao nível da reposição frenética.
Pego com as calças na mão
Com mais duas crianças, o doce menino Mauro, do filme O ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger (2006),[iii] olha os corpos das mulheres através de um furinho na parede do vestiário da loja de roupas dos pais de sua amiguinha. A cena combina nostalgia, delicadeza e as tristes lembranças de uma época de repressão política notadamente extensiva aos corpos; glosando Nelson Rodrigues, naquele tempo, certamente, toda nudez seria castigada.
Em geral, articulamos as cores, texturas e formas que envolvem os corpos na expectativa da apalpar o belo. Combinar elementos em um todo gestáltico é instrumento de sedução, mas no episódio com o menino Mauro, a questão é outra: o ato de desvelamento parece mais atraente porque, na condição de anonimato, se dá à revelia do desvelado. No ínterim que decorre entre a observação atônita até a revelação, as fantasias alimentam a imaginação infantil.
Mauro vive no mundo do proibido que, aliás, seus pais macularam, possivelmente flagrados em algum episódio de transgressão. Assim, a importância da roupa é redimensionada. Imagine, àquela altura, um menino ser pego espiando. Além de clara infração da norma social é também ousadia e desrespeito — uma verdadeira tragédia familiar! Pobre, Mauro, não teria sequer a chance se refugiar debaixo da saia da mãe, a família lhe foi subtraída.
Não era apenas no âmbito político que a obediência e o recato eram valores ambicionados, em geral, as crianças deviam respeito aos adultos – pais, professores ou qualquer um com autoridade outorgada pela larga experiência, se comparada com o curto percurso de vida de um menino. Não é mais assim. As brincadeiras de rua e as traquinagens foram obsedadas pelos jogos eletrônicos e pelo computador, que consomem boa parte do tempo de lazer nas agendas mirins de classe média, tomadas pelos cursos de língua, natação, judô, balé, música entre outros.
Entre a exigência do trabalho intermitente e a remuneração incerta, os pais já não têm tempo nem paciência para compartilhar com os filhos, alguns docilizados quimicamente com um tarja preta. As crianças pós-modernas, especialmente as urbanas e de classe média, se habituaram a dar ordens para os adultos que prestam serviço para pais ausentes da educação dos filhos: “me acorde às seis”; “quero chá com bolo no café da manhã”; “passe minha calça azul para amanhã”… Eles não devem obediência a ninguém, ao contrário, são obedecidos.
Talvez seja um indício dos problemas enfrentados por profissionais da pedagogia, que testemunharam a passagem da modernidade para a pós-modernidade – ou da condição de aluno para a de cliente –, e seguem malsucedidos em equilibrar uma educação libertária com a conscientização de que à toda liberdade correspondem responsabilidades, e sem “perder a linha!”
No contemporâneo, as crianças perambulam pelos aplicativos de realidade aumentada e talvez as mulheres se preocupem menos em segurar suas saias ao vento, para defender as vergonhas e preservar as partes das intempéries e dos olhares. Vestiários indiscretos estão desaparecendo e, em grande medida, nem há mais tanta nudez por ser desvelada, aliás, só é castigada, se por ocasião de uma performance, intervenção artística ou reivindicação política.
Hoje os vestidos estão disponíveis em aplicativos que dispensam desvestir corpos. Para além dos nudes, a intimidade está abundante e livremente exposta em sitesde conteúdo adulto “com a mesma cansada obscenidade”, diz Baudrillard.[iv] Sem ínterim, sem fantasia.
Abotoando o paletó
A capacidade de plasmar formas e hábitos torna a moda sensível à volatilidade social. A permeabilidade sobre a realidade a torna hábil para emoldurar em cores e texturas o mais delicado indício de novidade. Não é apenas por razões de ordem tecnológica que, em meados das décadas de 1940 e 1950, os tecidos mais frequentes eram encorpados, propícios para acompanhar o estamento a que todos estávamos expostos, especialmente as mulheres. A fim de preservar o decoro, trajes femininos eram revestidos de anáguas farfalhantes debaixo de vestidos opulentos, dispendiosos de muitos metros de tecido espesso, como o gorgorão e o adamascado.
É oportuno incluir nessa analogia um sucesso de consumo àquela altura: o Vestido Boloque festejava a breve e ilusória liberdade que precedia o período adequado para o matrimônio. Supunha-se, as mais ousadas arriscavam tornar frequente as calças compridas, normalmente usadas em balneários, piqueniques e festivais, como o de Woodstock que, contudo, era apenas traje de lazer típico de jovens da classe média. O uso da peça é relativizado no universo feminista do final da década de 1960,[v] a militância rejeitava os adornos e a objetificação de corpos femininos com mais convicção.
Em geral, a estrutura familiar contava com relações conjugais estáveis e duradouras, ao menos na aparência. As transgressões eram contidas por contratos de casamento e de trabalho controlados e austeros: homens concentrados na produção; mulheres, na reprodução e educação da prole.[vi] A ordem social estava devidamente assegurada.
Mas essa densidade perdeu lugar e os tecidos esgarçados e de caimento leve, como o destroyed e o delavé, estonados quimicamente, assumiram o protagonismo para garantir a flexibilidade e a maciez exigidas pela dinâmica que se instalava gradativa e silenciosamente até que as Torres Gêmeas ruíram. E, assim, passamos aos poucos da verticalidade, para a viscosidade das relações contemporâneas, orientadas pela conveniência afetiva e pelo compromisso tácito, ao preço da instabilidade e da brevidade: exaurida a afeição, acordos são encerrados. Em resumo, pai, mãe e filhos, ontem; padrastos, madrastas e enteados, hoje.
A apresentação pessoal é considerada um valor: deve ser criteriosa e externar a higiene e o cuidado com a aparência. Por outro lado, para a lida doméstica, havia certa leniência: roupas surradas ou de material inferior, ordinário. No período moderno mais tardio, persistem certas práticas e costumes resilientes, como a fixidez de identidade alinhada com o meio mais tradicional, mas modulada por novos estímulos contextuais. A noção de roupa de homem se conservou até indícios da pós-modernidade, há forte resistência à flexibilização e um percentual considerável da população permanece estreitamente agenciado ao cisgênero.
Formas de relação consigo mesmo e de expressão de si no mundo orientadas pelo multiculturalismo, pela identidade fragmentada, aberta, inacabada e situacional sofrem intensa pressão social, mas a crescente conscientização sobre os direitos individuais, se impõe nas pautas da reivindicação política contemporânea. Nesse sentido, a tendência de roupas genderless eleva o tom da discussão alguns bons graus acima do insípido unissex.
No entanto, o multiculturalismo e o respeito à diferença não se constituíram majoritariamente como fato da realidade, na forma da roupa para o trabalho, em grande medida, ainda orientada pela divisão por gêneros: paletós, gravatas, de um lado e, saias e saltos altos, de outro. Muitos ambientes corporativos continuam perpetuando essa relação, a exemplo de áreas do sistema bancário e jurídico. Parece sintomático que o trabalho tenha se deslocado da produção seriada e de acumulação, emolduradas pela opulência do vestuário, para uma condição de volubilidade informatizada, antisséptica, na qual “tudo que é sólido se desmancha no ar”.[vii]
Em se tratando de uniformes, formas visuais de distinção em níveis agem como barreiras tácitas, mas consistentes. São transmitidas tanto em termos de gênero, quanto ao assegurar uma estratificação que responda o status quo e iniba oportunidades de alternância nos planos econômico e social. Em um país com grande contingente em idade escolar, há grande demanda por uniformes. Nos últimos anos, governos autoritários revigoraram as escolas militares e, assim, o cenário educacional e sua clientela têm desfilado uniformes cáqui pelas ruas de um país recém liberto dos desmandos da caserna – assim esperamos!
Mas a padronização castiga o ego e, então, há sempre alguém disposto a enrolar o cós da saia até o ponto de fazer do recato, uma minissaia. Os tecidos duros, encorpados escapam mais uma vez dos armários, cuspidos, convenientemente, da linha de produção têxtil. É também considerável, a quantidade de empresas tradicionais do ramo de vestuário profissional em plena atividade, especialmente em grandes centros urbanos.
São dados facilmente dedutíveis, pela simples observação leiga, e nos atualizam sobre o grau de conservadorismo e aburguesamento de nossa sociedade. Curiosamente, a alta frequência do uso de uniformes de trabalho vai à contrapelo de formas laborais recentes, com a majoração do trabalho remoto, nos períodos durante e após a pandemia – bermuda de tactel combinada com paletó e gravata é um retrato de nosso tempo. A genealogia e a vocação da roupa de trabalho, especialmente os uniformes, merecem reflexões, à medida que mapeiam valores cultivados em sociedade.
O vestuário funciona como um termômetro no controle social, dá sustentação e sentido de identidades econômicas ou ocupacionais. É uma linguagem não verbal que integra sistemicamente estruturas constituídas coletivamente: complexas, ricas em significados, gostos culturais e estilos de vida. Os trajes masculinos tendem para responder às necessidades das atividades econômicas, é mais fixo que a indumentária feminina, exceto as vestimentas de lazer, em geral, mais flexíveis. Esse conjunto de normas hegemônicas rege a masculinidade: potência e controle físicos, heterossexualidade expressa; conquistas profissionais (o chamado trabalho de homem) e papel familiar patriarcal, papéis questionados no mundo contemporâneo.
Os uniformes homogeneizam, mas sofrem intervenções para assegurar a distinção hierárquica. Botões de metal amarelado e ornamentos extras, como dragonas e insígnias bordadas, são comuns em trajes militares. Cada item acrescido faz corresponder patamares acima na estrutura institucional e, admitamos, no grau de vaidade. Mesmo pequenas mudanças de posicionamento ou ornamentos sutis podem impactar relevantemente o status, sem que a participação impessoal no conjunto da organização fique comprometida.
A padronização é desconfortável ao ego, principalmente nas camadas inferiores, mas é inimaginável corporações estratificadas, como as militares, por exemplo, sem a prerrogativa desses acessórios carregados de simbolismo. A intensidade com que se faz uso dessas roupas está ligada à dimensão de sua significação, à ênfase do grupo ou da organização e, claro, em alguma medida, à individualidade do usuário.
Hora de arregaçar as mangas e assentar as costuras
Em termos de estesia, é difícil avaliar se o grau de ideação ou devaneio foi se esvaindo de nosso horizonte. Seja por preguiça ou leniência, temos empurrado essa incumbência para a tecnicidade, considerado o protagonismo dos meios eletrônicos, homogeneizando a percepção, mediando nossa relação com o outro em quase todas as instâncias da vida. Mas os meios imaginais não são extrínsecos às imagens.[viii]
No discurso contemporâneo tendemos a conceber imagens em sentido abstrato, como se fossem desprovidas de meio e corpo e, assim, elas se confundem com as técnicas imaginais articuladas para sua feitura. É limitador entendê-las apenas partir de um polo, em termos de dualismo; a saber: imagens interiores ou endógenas e, portanto, próprias de um corpo; e imagens exógenas, que necessitam sempre de um corpo imaginal. Assim, não é viável tratar do tema, como se as imagens fossem internas ou vindas do mundo exterior, como se opuséssemos matéria e espírito.
Em outras palavras, é preciso equilíbrio, para não tendermos a reduzir as imagens ora ao conceito, ora à técnica imaginal. Essas noções, no campo da moda, corresponderiam a confrontarmos a moda do vestido; a ideia do vestido e a imagem do vestido.
Passados cerca de três séculos, é lícito admitir que houve maior protagonismo dos códigos sociais do vestir a partir da Primeira Revolução Industrial, se não pelo volume de itens despejados no mercado de consumo, seguramente por seu poder persuasivo e fetichista. Consolidando um repertório mental, o universo têxtil acompanhou escolas de estilo, assumiu novas modelagens e subsistiu revigorado e com bom caimento demarcando contornos culturais e políticos. Cabe incluir nessas reflexões o que está por baixo do pano: a corporeidade e, a partir dela, a complexidade de derivações.
A alternância de paradigmas entre o crepúsculo moderno e a alvorada pós-moderna expõe comportamentos interpretados expressivamente diante das inovações, em termos de estética ou de estesia. São modos de externar um imaginário subsidiado pelo conjunto de traços socioculturais, pela conjuntura. Em outros termos, a estética ou estesia próprias de um tempo são o amálgama do entorno, expressões de si transpostas para a linguagem não verbal, neste caso, o vestuário, os gestos e os modismos.
É importante lembrar que nosso corpo não está localizado no espaço, ele simplesmente é, na medida em que a espacialidade do corpo é um desdobramento de seu ser e o modo de se realizar como corpo,[ix] e ampliar o alerta benjaminano para o impacto da velocidade sobre a percepção, na passagem da modernidade para a pós-modernidade. A estrutura produtiva precedente impôs o ritmo mecânico industrial e automobilístico à vida social e cultural, especialmente ao corpo sensório motor.
Aliás, uma aceleração tímida, se comparada com a intensificação imposta pelo mundo digital e seu ritmo supersônico. Os tônicos, vitaminas e suplementos articulados aos treinos de ginástica e à expectativa de superação olímpica na modernidade não foram suficientes para responder à uma realidade corpórea cada dia mais obsoleta. Entram em cena as próteses, melhoramentos corporais e intervenções cirúrgicas, em auxílio de um corpo incapaz de alcançar a exigência rítmica do contemporâneo – o pós-humano é já uma realidade para além do campo artístico e a contrapelo a onda conservadora atual.
Novas condições modelam a expressão de si no mundo, envoltas em tecidos tecnologicamente sofisticados ou estilos alinhados às reivindicações políticas do diverso. Têxteis que impedem a passagem de ar para garantir treinos outdoor em climas severos, como o sintético fleece, mantêm a temperatura corporal, enquanto que modelagens desestruturadas, assimétricas, genderless e as sedutoras próteses cravejadas de cristais Swarovski da artista biônica Victoria Modesta[x] embalam as reivindicações da alteridade. Não obstante certas iniciativas são justificáveis e, em grande medida, apreciáveis, não se pode substituir essências por aparências.
Em outras palavras, a formalidade, como traço exterior ou capacidade de absorção de um conjunto de valores, têm alcance e profundidade previamente dados. Se o objetivo é mudar a ordem das coisas, certamente esse é um ponto de partida, mas é preciso superar a imanência, no sentido de um maior engajamento.
Talvez tenhamos perdido o fio da meada, sem saber ao certo para onde esse emaranhado nos conduz. Mas uma coisa é fato: a presença constante, o fio que, nesse ensaio, nos abandona à inelutável constatação da excepcional habilidade que a moda tem de costurar em sua trama o hegeliano “espírito do tempo”.
*Solange de Oliveira é professora de artes visuais e de filosofia na Universidade Federal do Sul da Bahia. É autora da coleção Arte por um fio (Estação Liberdade). [https://amzn.to/4cxBrmI]
Notas
[i] BAUDRILLARD, J. O sistema dos objetos. São Paulo: Editora Perspectiva, 1973, p.160. [https://amzn.to/4cfLLA8]
[ii] souza, g. m. O Espírito das roupas: a moda do século dezenove. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 26. [https://amzn.to/4eBLnNY]
[iii] O ANO em que meus pais saíram de férias. Direção Cao Hamburger. Brasil, 2006, Drama, 104 minutos. Elenco: Michel Joelsas, Germano Haiut, Daniela Piepszyk.
[iv] BAUDRILLARD, J. Simulacros, simulação. Lisboa: Relógio d’Água, 1991, p. 119. [https://amzn.to/3L0yJdM]
[v], CRANE, D. A moda e seu papel social. Tradução Cristiana Coimbra. São Paulo: Editora Senac, 2006, p. 259-260. [https://amzn.to/4cfRXbd]
[vi] O criterioso retrato do American way of life na década de 1950 é a série Mad Man: TAYLOR, A (direção). Mad man. Jon Hamm, Christopher Stanley, Elisabeth Moss (elenco), Estados Unidos, 2007.
[vii] MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista 1848. Tradução Sueli Tomasini Barros Casal. Porto Alegre: LP&M Pocket, 2001, p. 6.
[viii] BELTING, Hans. Antropologia da imagem. Tradução Artur Morão. Lisboa: KKYM + EAUM, 2014.
[ix] MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. Tradução Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 205
[x] Disponível em: <https://viktoriamodesta.com/>
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